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antidepressão a revolucionária terapia do bem-estar(1)(1)

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Embora desativem o sistema serotonínico, eles são antidepressivos. Como isso é

possível? Se você está começando a ficar confuso, bem-vindo ao clube! Lembre-se

de que existem vários tipos de receptores de serotonina no cérebro e que todos eles

possuem diversos tipos de efeitos. Lembre-se, também, de que ocorrem muitas interações

complexas e velozes entre os diferentes circuitos cerebrais. Quando perturbamos

um sistema de neurônios de uma região do cérebro, quase imediatamente

provocamos mudanças em milhares ou milhões de outros neurônios em outras regiões

do cérebro. Em última análise, nem os melhores neurocientistas do mundo

têm uma compreensão muito clara de por que ou como esses medicamentos aliviam

a depressão.

Em resumo, a maioria dos antidepressivos prescritos atualmente tem efeitos sobre

os sistemas da serotonina, da norepinefrina ou da dopamina. Alguns deles são

altamente seletivos para um determinado sistema transmissor, e outros têm efeitos

sobre vários sistemas transmissores. Contudo, os efeitos dos antidepressivos

prescritos atualmente sobre esses três sistemas não são, de fato, responsáveis por

seus efeitos benéficos de uma forma muito consistente ou convincente. Por exemplo,

você já aprendeu que alguns antidepressivos estimulam os níveis de serotonina,

outros bloqueiam os receptores de serotonina e outros ainda parecem não ter efeito

algum sobre a serotonina. No entanto, todos eles têm quase a mesma eficácia. Evidentemente,

os desenhos apresentados nos Quadros 56 a 58 são bastante simplificados,

e as teorias vigentes sobre o modo de ação dos medicamentos antidepressivos

parecem estar, na melhor das hipóteses, incompletas.

Não quero parecer demasiadamente negativo. Lembre-se de que não estou questionando

a eficácia dos antidepressivos prescritos atualmente; só estou dizendo que

nossas teorias sobre o modo de ação desses medicamentos não levam em conta todos

os fatos.

Felizmente, hoje em dia a maioria dos pesquisadores no campo da neurociência

reconhece isso. O foco da pesquisa tem se ampliado muito. Em vez de se concentrar

estritamente nos níveis de uma ou outra amina biogênica, os pesquisadores estão

adotando uma grande variedade de estratégias que se concentram em mecanismos

regulatórios de todo o cérebro, e novas teorias têm sido propostas. Essas teorias

abordam outros transmissores cerebrais, ou uma série de receptores pré ou pós­

-sinápticos, ou sistemas do “segundo mensageiro” no interior dos neurônios, ou o

fluxo de íons através das membranas neuronais, além de sistemas neuroendócrinos,

sistemas imunológicos e alterações no ritmo biológico. Acredito que essa rede mais

ampla que está sendo lançada agora acabará levando a uma compreensão bem maior

da forma como o cérebro regula o humor.

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