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antidepressão a revolucionária terapia do bem-estar(1)(1)

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um bando de lobos famintos se aproximando. Ele entra em pânico! Nosso aparelho

detecta alterações profundas e imediatas na atividade elétrica e química do cérebro

do cervo. Essas alterações químicas e elétricas são a causa do medo ou resultantes

dele? Podemos dizer que o cervo está com medo porque sofreu um “desequilíbrio

químico” repentino em seu cérebro?

Do mesmo modo, há todo tipo de alterações químicas e elétricas no cérebro

dos pacientes com depressão. Nosso cérebro muda drasticamente quando estamos

alegres, com raiva ou assustados. Quais dessas mudanças cerebrais são resultado das

emoções fortes que sentimos, e quais são as causas? Separar a causa do efeito é um

dos maiores desafios enfrentados pelos pesquisadores da depressão. Esse problema

não é impossível de ser resolvido, mas também não é fácil, e aqueles que estão ansiosos

para validar as teorias atuais sobre a depressão nem sempre o admitem.

Evidentemente, as pesquisas necessárias para testar qualquer uma dessas teorias

podem ser desencorajadoras. Um problema grave é que ainda é muito difícil

obter informações precisas sobre os processos químicos e elétricos do cérebro humano.

Não podemos simplesmente abrir o cérebro de uma pessoa deprimida e ver o

que tem lá dentro! E mesmo que pudéssemos, não saberiamos exatamente onde ou

como olhar. Mas novas tecnologias, como a tomografia e a ressonância magnética,

permitem que esse tipo de pesquisa seja possível. Pela primeira vez, os cientistas podem

começar a “ver” a atividade dos neurônios e os processos químicos no interior

do cérebro humano. Essas pesquisas ainda estão engatinhando, e podemos esperar

um grande progresso na próxima década.

COMO OS ANTIDEPRESSIVOS AGEM?

A era moderna das pesquisas sobre a química da depressão teve um grande impulso

inesperado no início da década de 1950, quando os pesquisadores testavam

um novo medicamento para a tuberculose chamado iproniazida. 24 Como se descobriu,

a iproniazida não era um tratamento eficaz para a tuberculose. No entanto, os

pesquisadores perceberam elevações de humor acentuadas em vários pacientes que

receberam esse medicamento, e levantaram a hipótese de que a iproniazida tivesse

propriedades antidepressivas. Isso levou a um crescimento acelerado das pesquisas

por parte dos laboratórios farmacêuticos que queriam ser os primeiros a desenvolver

e comercializar medicamentos antidepressivos.

24. SCHATZBERG, A. F.; COLE, J. O.; DEBATTISTA, C. Manual of Clinical Psychopharmacology.

3. ed. Washington, D.C.: American Psychiatric Press, 1997. [Dados da edição brasileira:_______ ;

_____ ;______. Manual de Psicofarmacologia Clínica. 6. ed. Porto Alegre: Artmed, 2009. (N.T.)]

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