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antidepressão a revolucionária terapia do bem-estar(1)(1)

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de neurônios se traduz num pensamento ou sensação? Esse é um dos mistérios mais

profundos da ciência, tão extraordinário para mim quanto as perguntas sobre a origem

do universo.

Nem tentaremos responder a essas questões aqui; por ora, nossos objetivos são

bem mais modestos. Se você compreendeu os Quadros 53 a 55, deve ser bem fácil

para você compreender as teorias vigentes sobre o que sai errado na depressão.

Você já aprendeu que os neurônios cerebrais enviam mensagens uns aos outros

por meio de mensageiros químicos chamados neurotransmissores. Sabe também

que alguns neurônios do sistema límbico do cérebro usam a serotonina, a norepinefrina

e a dopamina como seus mensageiros químicos. Alguns cientistas levantaram

a hipótese de que a depressão possa resultar de uma deficiência em uma ou mais

dessas substâncias transmissoras aminobiogênicas no interior do cérebro, enquanto

a mania (estados de extrema euforia ou exaltação) pode resultar de um excesso de

uma ou mais delas. Alguns pesquisadores acreditam que a serotonina desempenha

o papel mais importante na depressão e na mania; outros acreditam que alterações

na norepinefrina ou na dopamina também podem interferir.

Uma decorrência dessas teorias sobre as aminas biogênicas é a de que os antidepressivos

podem elevar os níveis ou a atividade da serotonina, da norepinefrina ou

da dopamina em pacientes deprimidos. Falaremos um pouco mais sobre como esses

remédios agem daqui a pouco.

O que aconteceria se um mensageiro químico como a serotonina se esgotasse a

partir do neurônio pré-sináptico do Quadro 53? Nesse caso, aquele neurônio não

poderia enviar corretamente seus sinais nervosos ao neurônio pós-sináptico através

das sinapses. A rede de fios no interior do cérebro apresentaria falhas de conexão, e

o resultado seria uma estática mental e emocional, mais ou menos como o chiado

que sai de um rádio com um fio solto no botão de sintonia. Um dos tipos de estática

emocional (deficiência de serotonina) causaria a depressão, e um outro tipo de estática

(excesso de serotonina) causaria a mania.

Ultimamente, essas teorias sobre as aminas têm sido modificadas. Alguns

cientistas não acreditam mais que uma deficiência ou excesso de serotonina cause

depressão ou mania. Em vez disso, eles sugerem que alterações em um ou mais

receptores possam levar a alterações do humor. Observe o Quadro 54 novamente,

e imagine que exista algo de errado com os receptores de serotonina no neurônio

pós-sináptico. Pode não haver receptores suficientes, por exemplo. O que aconteceria

com a comunicação entre os neurônios? Mesmo que houvesse uma profusão

de moléculas de serotonina na sinapse, os neurônios pós-sinápticos não poderiam

disparar regularmente quando os neurônios pré-sinápticos o fizessem. E se houvesse

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