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antidepressão a revolucionária terapia do bem-estar(1)(1)

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“Se eu fizer alguma coisa para ajudar uma pessoa, o mais provável é que ela vai

ficar agradecida, e isso vai ser bom. Mas, de vez em quando, alguém não vai reagir

como eu espero. Se ela reagir de forma irracional, isso refletirá um problema dela, e

não meu, então por que me aborrecer com isso?”. Essa postura tornou a minha vida

bem mais agradável e, em geral, tenho sido abençoado com mais gratidão de meus

clientes do que poderia desejar. A propósito, recebi um telefonema da Susan outro

dia mesmo. Ela havia se saído bem na faculdade e estava prestes a se formar. Seu

pai andava deprimido, e ela queria uma indicação de um bom terapeuta cognitivo!

Talvez este fosse o seu jeito de dizer obrigado!

LIDAR COM A INCERTEZA E A FALTA DE ESPERANÇA:

A MULHER QUE RESOLVEU COMETER SUICÍDIO

Quando estou indo para o consultório na segunda-feira, eu sempre me pergunto

o que a semana irá me reservar. Numa manhã de segunda eu tive um choque inesperado.

Quando abri a porta do consultório, encontrei alguns papéis que haviam

sido deixados por debaixo da porta ‒ uma carta de 20 páginas de uma paciente

chamada Annie. Ela me havia sido encaminhada vários meses antes, no seu vigésimo

aniversário, após oito anos de tratamento extremamente bem-sucedidos com

vários terapeutas por causa de um horrível e grotesco transtorno de humor. Dos

20 anos em diante, a vida de Annie tinha se transformado num pesadelo de depressão

e automutilação. Ela adorava retalhar os braços com objetos pontiagudos, chegando

a levar 200 pontos numa das vezes. Também fez várias tentativas de suicídio

que quase se concretizaram.

Fiquei tenso ao pegar sua carta. Havia pouco tempo, Annie manifestara um profundo

sentimento de desespero. Além da depressão, ela sofria de um grave distúrbio

alimentar, e na semana anterior havia passado três dias numa orgia alimentar bizarra,

comendo de forma compulsiva e incontrolável. De restaurante em restaurante,

ela ficava horas se empanturrando sem parar. Depois vomitava tudo e comia mais

um pouco. Em sua carta, ela se descrevia como um “triturador de lixo humano” e

explicava que não tinha mais esperança. Dizia que tinha decidido parar de tentar

pois percebeu que, no fundo, ela era “um nada”.

Sem ler o restante, liguei para o apartamento dela. Seus amigos disseram que ela

havia feito as malas e “saído da cidade” por três dias sem dizer para onde nem por

quê. Um alarme soou na minha cabeça! Era exatamente o que havia feito em suas

últimas tentativas de suicídio antes do tratamento ‒ ela dirigia até um hotel de beira

de estrada, registrava-se com um nome falso e se entupia de remédios. Continuei a

ler a carta. Nela, Annie afirmava:

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