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antidepressão a revolucionária terapia do bem-estar(1)(1)

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Quando chegou para sua próxima sessão regular, ela relatou que estava se sentindo

tranquila desde a nossa conversa e já havia tomado todas as providências necessárias

para frequentar a faculdade escolhida. Eu esperava enormes demonstrações

de gratidão pelo grande esforço que havia feito por ela, e perguntei se ainda estava

convencida de que as técnicas cognitivas não dariam certo com ela. Susan declarou:

Com certeza! Isso apenas comprova o que eu disse. Eu estava contra a parede, e tinha

de tomar uma decisão. O fato de estar me sentindo bem agora não conta, pois isso não

vai durar muito. Essa terapia estúpida não pode me ajudar. Vou ficar deprimida pelo

restante da minha vida.

Meu pensamento foi: “Meu Deus! Como consegue ser tão irracional? Eu poderia

transformar barro em ouro e ela não iria nem perceber!”. Meu sangue fervia, então

decidi usar a técnica das duas colunas naquele dia para tentar acalmar meus ânimos

e me sentir menos perturbado e ofendido (ver Quadro 51).

Depois de anotar meus pensamentos automáticos, consegui identificar o pressuposto

irracional responsável por me deixar aborrecido com a sua ingratidão. Era:

“Se eu fizer alguma coisa para ajudar uma pessoa, ela tem o dever de se sentir grata

e me recompensar por isso.”. Seria bom se as coisas funcionassem assim, só que não é

esse o caso. Ninguém tem obrigação moral ou legal de me dar qualquer crédito pela

minha inteligência nem de elogiar meus esforços em seu favor. Então, por que esperar

ou exigir isso? Resolvi me adequar à realidade e adotar uma atitude mais realista:

QUADRO 51

Lidar com a ingratidão

Pensamentos automáticos

1. Como uma garota tão

inteligente pode ser tão

irracional?

2. Mas eu não consigo. Ela

está determinada a acabar

comigo. Não vai me dar um

pingo de satisfação.

3. Mas ela devia reconhecer

que eu a ajudei! Devia ficar

agradecida!

Respostas racionais

1. Fácil! Seu pensamento irracional é a causa da sua depressão. Se ela não

se concentrasse o tempo todo em coisas negativas e desqualificasse as

positivas, não ficaria deprimida tantas vezes. É tarefa sua ajudá-la a

superar isso.

2. Ela não tem de lhe dar satisfação nenhuma. Só você pode fazer isso.

Esqueceu que só os seus pensamentos afetam o seu humor? Por que

você mesmo não assume o crédito pelo que fez? Não fique esperando

por ela. Você aprendeu coisas interessantes sobre como orientar as

pessoas a tomar decisões. Isso não conta?

3. “Devia” por quê? Isso é história da carochinha. Se ela conseguisse

fazer isso, provavelmente faria, mas ainda não consegue. Com o tempo

isso vai acontecer, mas ela terá de reverter um padrão de pensamento

irracional arraigado que vem dominando sua mente há mais de uma

década. Talvez tenha medo de admitir que está conseguindo ajuda para

não acabar desiludida outra vez. Ou tenha medo de que você diga “Eu

avisei”. Faça como Sherlock Holmes e tente resolver esse quebra-cabeça.

Não adianta exigir que ela seja diferente do que é.

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