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antidepressão a revolucionária terapia do bem-estar(1)(1)

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Louise (rindo de si mesma ‒ não mais como terapeuta): Estou vendo que

andei me criticando desse jeito nos últimos dez anos.

David (novamente como terapeuta): Agora, como se sente quando fica dizendo

a si mesma que “Isso não conta” toda vez que pensa nas coisas que

realizou?

Louise: Fico deprimida quando digo isso a mim mesma.

David: E faz sentido pensar nas coisas que não fez e gostaria de ter feito, e ignorar

as coisas que você fez e deram certo, e que foram resultado de muito

esforço e determinação?

Louise: Não faz o menor sentido.

Como resultado dessa intervenção, Louise conseguiu ver que estava se prejudicando

arbitrariamente ao repetir várias vezes “O que eu fiz não é bom o bastante”.

Quando reconheceu o quanto era arbitrário fazer isso consigo mesma, sentiu um

alívio emocional imediato, e sua vontade de cometer suicídio desapareceu. Louise

percebeu que, por mais coisas que tivesse realizado na vida, caso quisesse se aborrecer,

sempre poderia olhar para trás e dizer “Não foi o bastante”. Isso indicou a ela

que seu problema não era real, apenas uma armadilha mental em que havia caído.

A inversão de papéis parecia lhe evocar a sensação de algo divertido e engraçado.

Essa estimulação do seu senso de humor pareceu ajudá-la a reconhecer o absurdo

da sua autocrítica, e ela adquiriu um sentimento de compaixão por si mesma de que

muito necessitava.

Vamos recapitular por que essa sua convicção de que você é um “caso perdido”

é irracional e autodestrutiva. Primeiro, lembre-se de que o transtorno depressivo é

geralmente, se não sempre, autolimitante, e na maioria dos casos acaba desaparecendo

mesmo sem tratamento. A finalidade do tratamento é acelerar o processo de

recuperação. Hoje existem vários métodos eficazes de terapia com medicamentos

e psicoterapia, e outros estão sendo rapidamente desenvolvidos. A medicina está em

constante evolução. Atualmente, estamos passando por um renascimento em nossa

forma de lidar com os transtornos depressivos. Como ainda não é possível prever

com total certeza quais intervenções psicológicas ou medicamentos serão mais úteis

para um determinado paciente, às vezes será necessário aplicar várias técnicas até

que se encontre a chave certa para libertar o potencial de felicidade armazenado.

Embora isso exija paciência e empenho, é fundamental ter em mente que o fato

de não reagir a uma ou mesmo a várias técnicas não indica que todos os métodos

vão fracassar. Na verdade, em geral acontece o contrário. Por exemplo, pesquisas

recentes sobre medicamentos demostraram que os pacientes que não reagem a um

antidepressivo têm uma chance superior à média de reagir a um outro. Isso significa

que, se você não reagir a um dos agentes, suas chances de melhorar com o uso de

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