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antidepressão a revolucionária terapia do bem-estar(1)(1)

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Holly era uma moça de 19 anos que me foi encaminhada para tratamento por

um psicanalista infantil de Nova York. Ele havia tratado dela com terapia analítica

por vários anos sem sucesso, desde o surgimento de uma grave depressão persistente

no início de sua adolescência. Outros médicos também não haviam conseguido

ajudá-la. Sua depressão originou-se durante um período de turbulência familiar que

levou à separação e ao divórcio de seus pais.

Sua tristeza crônica era pontuada por inúmeros episódios em que cortara os

pulsos. Ela dizia que, durante os períodos em que a frustração e o desespero aumentavam,

era dominada pela vontade de se ferir e só sentia alívio quando via o sangue

escorrendo pela sua pele. Na primeira vez em que me encontrei com Holly, notei

várias cicatrizes brancas sobre os seus pulsos que atestavam esse comportamento.

Além desses episódios de automutilação, que não eram tentativas de suicídio, ela

havia tentado se matar em diversas ocasiões.

Apesar de todos os tratamentos que havia feito, sua depressão não diminuía. Às

vezes tornava-se tão grave que ela precisava ser hospitalizada. Holly havia passado

vários meses internada numa ala fechada de um hospital em Nova York na época

em que me foi encaminhada. O médico que a encaminhou recomendou mais três

anos seguidos de internação no mínimo, e parecia concordar com Holly que seu

prognóstico para uma melhora significativa, pelo menos num futuro próximo, não

era nada bom.

Ironicamente, ela era inteligente, articulada e tinha boa aparência. Havia se saído

bem no colégio, apesar de não frequentar as aulas durante os períodos em que esteve

internada em hospitais. Precisou de algumas aulas com professores particulares.

Como muitos pacientes adolescentes, o sonho de Holly era tornar-se um profissional

de saúde mental, mas seu terapeuta anterior disse a ela que isso não era possível

devido aos seus próprios problemas emocionais, de natureza explosiva e incurável.

Essa opinião foi mais um duro golpe para Holly.

Após terminar o colégio, ela passou a maior parte do tempo internada em clínicas

psiquiátricas, pois foi considerada demasiado doente e incontrolável para a

terapia ambulatorial. Numa tentativa desesperada de conseguir ajuda, seu pai entrou

em contato com a Universidade da Pensilvânia, pois havia lido sobre nosso trabalho

com a depressão. Ele solicitou uma consulta para determinar se existia alguma alternativa

de tratamento promissora para sua filha.

Depois de falar comigo por telefone, o pai de Holly obteve a custódia dela e veio

até a Filadélfia para que eu pudesse conversar com ela e avaliar as possibilidades de

tratamento. Quando os conheci, suas personalidades contrastavam com as minhas

expectativas. Ele mostrou-se uma pessoa tranquila e descontraída; ela era extremamente

atraente, simpática e prestativa.

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