antidepressão a revolucionária terapia do bem-estar(1)(1)

adilio.mouracosta
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13.08.2023 Views

de 200 ou 300 m sem ter de parar e andar, pois existem ladeiras no meu caminhoem todas as direções. A cada dia, eu tinha como objetivo correr a uma distância umpouco menor que a da véspera. O efeito disso era que eu sempre conseguia atingir aminha meta facilmente. Então, eu me sentia tão bem que isso me estimulava a ir maisadiante ‒ e cada passo era lucro, mais do que eu pretendia. Depois de alguns meseseu cheguei ao ponto de conseguir correr mais de 10 km em terreno inclinado numritmo bastante rápido. Nunca abandonei meus princípios básicos ‒ procurar fazermenos do que na véspera. Por causa dessa regra, nunca me senti frustrado nem decepcionadonas minhas corridas. Houve vários dias em que, devido a um mal-estarou cansaço, eu realmente não corria muito nem tão depressa. Hoje, por exemplo, eusó consegui correr uns 500 m, pois peguei um resfriado e meus pulmões disseramCHEGA! Então disse a mim mesmo: “Isso é o mais longe que eu deveria chegar”.E me senti bem, pois atingi a minha meta.Experimente fazer isso. Escolha alguma atividade e, em vez de almejar 100%,tente alcançar 80%, 60%, ou 40%. Depois veja o quanto gostou de fazer isso e comofoi produtivo. Atreva-se a ter ambições medianas! É preciso coragem, mas você podese surpreender!3.Se você é um perfeccionista compulsivo, talvez acredite que, sem almejar a perfeição,não poderia aproveitar a vida ao máximo nem ser feliz de verdade. Vocêpode colocar essa ideia à prova usando a Planilha antiperfeccionismo (Quadro 46).Registre o nível real de satisfação que você obtém a partir de uma grande variedadede atividades, como escovar os dentes, comer uma maçã, caminhar na mata, cortara grama, tomar sol, escrever um relatório de trabalho etc. Agora estime o quantovocê foi perfeito ao fazer cada atividade de 0% a 100%, e indique o quanto cada umafoi satisfatória de 0% a 100%. Isso vai ajudá-lo a romper a conexão ilusória entreperfeição e satisfação.Veja como funciona. No Capítulo IV eu me referi a um médico que estava convencidode que precisava ser perfeito o tempo todo. Por mais que ele fizesse, sempreaumentava o seu nível de exigência um pouco mais, por isso nunca estava feliz. Eudisse que ele era o campeão da Filadélfia em matéria de pensamento “tudo ou nada”!Ele concordou, mas protestou que não sabia o que fazer para mudar. Eu o convenci apesquisar um pouco sobre seu humor e suas realizações, usando a Planilha antiperfeccionismo.Num fim de semana, ele precisou mexer no encanamento da casa porqueum cano furou e inundou a cozinha. Ele não tinha experiência nisso, mas conseguiu

consertar o vazamento e arrumar a bagunça. Registrou isso na planilha com 99% desatisfação (ver Quadro 46). Como era a primeira vez que havia tentado consertarum cano, ele registrou sua eficiência como sendo de apenas 20%. Ele conseguiurealizar a tarefa, mas levou um bom tempo e precisou pedir conselhos a um vizinho.Por outro lado, obteve baixos níveis de satisfação com algumas atividades nas quaisfez um excelente trabalho.Essa experiência com a Planilha antiperfeccionismo convenceu-o de que nãoprecisava ser perfeito em alguma coisa para gostar de fazê-la e, além disso, que oesforço para ser perfeito e ter um desempenho excepcional não era garantia de felicidade,e sim costumava estar associado mais frequentemente a uma satisfação menor.Ele concluiu que poderia desistir de sua busca compulsiva pela perfeição e se contentarcom uma vida alegre e produtiva, ou dar menos importância à sua felicidade eexigir grandeza o tempo todo, conformando-se com uma angústia emocional e umaprodutividade modesta. O que você preferiria? Experimente a Planilha antiperfeccionismoe coloque-se à prova.QUADRO 46Planilha antiperfeccionismoAtividadeConsertar o canofurado na cozinhaDar palestra para osalunos de MedicinaJogar tênis depois dotrabalhoRevisar o rascunho domeu último trabalhodurante uma horaConversar com umaluno sobre suas opçõesde carreiraRegistre a sua eficiênciaao fazer isso de 0% a 100%20% (Levei um tempão e fiz um montede coisa errada.)98% (Fui aplaudido de pé.)60% (Perdi o jogo, mas joguei bem.)75% (Peguei firme, corrigi muitos errose melhorei as frases.)50% (Não fiz nada de especial. Sóo escutei e ofereci umas sugestõesóbvias.)Registre o quanto issofoi satisfatório de 0% a 100%99% (Eu consegui!)50% (É comum eu ser aplaudido de pé.Não fiquei assim tão empolgado com omeu desempenho.)95% (Eu me senti muito bem. Curti ojogo e o exercício.)15% (Eu ficava dizendo a mim mesmoque ainda não era o texto definitivo eme senti muito frustrado.)90% (Ele pareceu ter gostado mesmoda nossa conversa, por isso me sentiempolgado.)4.Suponhamos que você tenha decidido abandonar seu perfeccionismo pelo menosa título de experiência, só para ver o que acontece. Entretanto, você continuacom a ideia persistente de que poderia realmente ser perfeito ao menos em algumasáreas se você se esforçasse o suficiente, e que, quando conseguir isso, alguma coisa

consertar o vazamento e arrumar a bagunça. Registrou isso na planilha com 99% de

satisfação (ver Quadro 46). Como era a primeira vez que havia tentado consertar

um cano, ele registrou sua eficiência como sendo de apenas 20%. Ele conseguiu

realizar a tarefa, mas levou um bom tempo e precisou pedir conselhos a um vizinho.

Por outro lado, obteve baixos níveis de satisfação com algumas atividades nas quais

fez um excelente trabalho.

Essa experiência com a Planilha antiperfeccionismo convenceu-o de que não

precisava ser perfeito em alguma coisa para gostar de fazê-la e, além disso, que o

esforço para ser perfeito e ter um desempenho excepcional não era garantia de felicidade,

e sim costumava estar associado mais frequentemente a uma satisfação menor.

Ele concluiu que poderia desistir de sua busca compulsiva pela perfeição e se contentar

com uma vida alegre e produtiva, ou dar menos importância à sua felicidade e

exigir grandeza o tempo todo, conformando-se com uma angústia emocional e uma

produtividade modesta. O que você preferiria? Experimente a Planilha antiperfeccionismo

e coloque-se à prova.

QUADRO 46

Planilha antiperfeccionismo

Atividade

Consertar o cano

furado na cozinha

Dar palestra para os

alunos de Medicina

Jogar tênis depois do

trabalho

Revisar o rascunho do

meu último trabalho

durante uma hora

Conversar com um

aluno sobre suas opções

de carreira

Registre a sua eficiência

ao fazer isso de 0% a 100%

20% (Levei um tempão e fiz um monte

de coisa errada.)

98% (Fui aplaudido de pé.)

60% (Perdi o jogo, mas joguei bem.)

75% (Peguei firme, corrigi muitos erros

e melhorei as frases.)

50% (Não fiz nada de especial. Só

o escutei e ofereci umas sugestões

óbvias.)

Registre o quanto isso

foi satisfatório de 0% a 100%

99% (Eu consegui!)

50% (É comum eu ser aplaudido de pé.

Não fiquei assim tão empolgado com o

meu desempenho.)

95% (Eu me senti muito bem. Curti o

jogo e o exercício.)

15% (Eu ficava dizendo a mim mesmo

que ainda não era o texto definitivo e

me senti muito frustrado.)

90% (Ele pareceu ter gostado mesmo

da nossa conversa, por isso me senti

empolgado.)

4.

Suponhamos que você tenha decidido abandonar seu perfeccionismo pelo menos

a título de experiência, só para ver o que acontece. Entretanto, você continua

com a ideia persistente de que poderia realmente ser perfeito ao menos em algumas

áreas se você se esforçasse o suficiente, e que, quando conseguir isso, alguma coisa

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