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antidepressão a revolucionária terapia do bem-estar(1)(1)

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consigo mesmo quando realiza alguma coisa. Por exemplo, se você vence uma partida

de golfe, pode dar um tapinha nas suas costas e se sentir um pouco convencido

e superior ao seu parceiro porque ele errou a tacada no último buraco. Quando sai

para correr com um amigo e ele fica sem fôlego antes que você, é provável que fique

orgulhoso e diga a si mesmo: “Claro que ele é gente boa, mas eu sou um pouquinho

melhor!”. Quando faz uma grande venda no trabalho, pode dizer: “Estou produzindo

bastante hoje. Venho fazendo um bom trabalho. Meu chefe vai ficar satisfeito e posso

ter respeito por mim mesmo.”. Essencialmente, sua ética profissional lhe permite

sentir que você ganhou valor e o direito de se sentir feliz.

Esse sistema de crenças pode lhe deixar especialmente motivado para produzir.

Talvez você faça um esforço extra em sua carreira por estar convencido de que

isso vai somar mais pontos ao seu valor e, assim, você se tornará uma pessoa mais

atraente. Pode evitar os horrores de ser uma “pessoa comum”. Em resumo, talvez se

esforce mais para vencer, e quando vencer possa gostar mais de si mesmo.

Vejamos o outro lado da moeda. Quais são as desvantagens dessa sua filosofia

“valor = realização”? Em primeiro lugar, se o seu negócio ou a sua carreira está indo

bem, talvez você fique tão preocupado com isso que, sem perceber, acabe se afastando

de outras fontes potenciais de prazer e satisfação enquanto trabalha feito um escravo

desde cedo até tarde da noite. À medida que se torna cada vez mais viciado em

trabalho, você se sente excessivamente compelido a produzir, pois, se não conseguir

manter o ritmo, sofrerá uma grave crise de abstinência caracterizada por um vazio

interior e desespero. Na falta de realizações, você se sentirá entediado e sem valor,

pois não terá outra coisa que possa lhe trazer satisfação e respeito por si mesmo.

Suponhamos que, devido a uma doença, uma reviravolta nos negócios, aposentadoria

ou algum outro fator além do seu controle, você perceba que é incapaz de

manter essa produtividade elevada por um certo período. Talvez sofra uma depressão

grave, desencadeada pela convicção de que, por não estar sendo tão produtivo,

você não serve para nada. Irá sentir-se como uma latinha que já foi usada e agora

pode ir para o lixo. Sua falta de autoestima pode até culminar numa tentativa de

suicídio, o último preço a pagar por medir seu valor exclusivamente pelos padrões

do mercado. Você quer isso? Precisa disso?

Talvez haja outros preços a pagar. Se a sua família sofre com o seu descaso, pode

acumular um certo ressentimento. Eles podem guardar isso por um bom tempo,

porém mais cedo ou mais tarde você receberá a conta. Sua esposa está tendo um

caso e quer o divórcio. Seu filho de 14 anos foi preso por roubo. Quando você tenta

conversar, ele o repudia friamente: “Por onde você andou todos esses anos, pai?”.

Mesmo que essas coisas lamentáveis não lhe aconteçam, você ainda tem uma grande

desvantagem ‒ a falta de autoestima verdadeira.

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