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antidepressão a revolucionária terapia do bem-estar(1)(1)

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Essa autoimagem negativa e a sua sensação de paralisia resultavam de seu pensamento

“tudo ou nada”. Seu sentimento de inutilidade era baseado na sua tendência a

se concentrar apenas nos aspectos negativos da sua vida (filtro mental) e ignorar as

várias áreas em que havia tido êxito (desconsiderar as coisas positivas). Ele conseguiu

ver que estava se aborrecendo sem necessidade ao dizer “Eu poderia ter feito

mais”, e percebeu que valor financeiro não é o mesmo que valor humano. Por

fim, Hal foi capaz de admitir que os sintomas que vinha apresentando ‒ letargia e

procrastinação ‒ eram apenas manifestações de um processo patológico temporário,

e não indicações do seu “verdadeiro eu”. Era absurdo pensar que sua depressão,

mais do que uma pneumonia, fosse simplesmente um castigo por alguma inadequação

pessoal.

Ao fim da sessão, o teste Inventário de Depressão de Beck indicou que Hal havia

apresentado uma melhora de 50%. Nas semanas seguintes, ele continuou a se

ajudar, usando a técnica das duas colunas. À medida que aprendia a contestar seus

pensamentos desagradáveis, foi reduzindo as distorções em sua forma rigorosa de

se avaliar, e seu humor continuou a melhorar.

Hal deixou o ramo imobiliário e abriu uma livraria popular. Ele conseguia equilibrar

as contas; porém, apesar de ter-se empenhado bastante, não conseguiu ter lucro

suficiente para justificar a continuidade do negócio após o período experimental

de um ano. Por conseguinte, os sinais de sucesso externo não haviam mudado muito

durante esse tempo. Apesar disso, Hal conseguiu evitar uma depressão mais grave

e manter sua autoestima. No dia em que resolveu desistir da livraria, suas finanças

ainda estavam no vermelho, mas seu respeito por si mesmo não foi abalado. Ele

escreveu a seguinte reflexão, que decidiu ler todas as manhãs enquanto estivesse

procurando um novo emprego:

POR QUE EU NÃO SOU INÚTIL?

Uma vez que tenho algo a contribuir para o meu próprio bem-estar e o

dos outros, eu não sou inútil.

Uma vez que o que eu faço pode ter um efeito positivo, eu não sou inútil.

Uma vez que o fato de eu estar vivo faz diferença para uma pessoa que

seja, eu não sou inútil (e essa única pessoa pode ser eu mesmo, se for o caso).

Se dar amor, compreensão, companheirismo, incentivo, civilidade, conselho,

conforto significa alguma coisa, eu não sou inútil.

Se posso respeitar as minhas opiniões, a minha inteligência, eu não sou

inútil. Se os outros também me respeitam, melhor ainda.

Se tenho respeito por mim mesmo e dignidade, eu não sou inútil.

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