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antidepressão a revolucionária terapia do bem-estar(1)(1)

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do o em 85% numa escala imaginária de 0% a 100%. Pedi também a ela que estimasse

sua produtividade no mesmo período, numa escala semelhante. Ela desenhou

uma curva com baixa produtividade na infância, chegando a um nível máximo na

fase adulta, e por fim diminuindo outra vez (ver Gráfico 2). Até aí, tudo bem. Então,

duas coisas ocorreram-lhe de repente. Em primeiro lugar, embora sua doença

tivesse diminuído a sua produtividade, ela ainda contribuía para si mesma e para sua

família em inúmeras coisas pequenas, mas ainda assim importantes e valiosas. Só o

pensamento “tudo ou nada” poderia fazê-la achar que suas contribuições eram nulas.

Em segundo lugar, e muito mais importante, ela percebeu que seu valor pessoal

era constante e estável; era um dado que não tinha relação com as suas conquistas

pessoais. Isso significava que seu valor como ser humano não tinha de ser conquistado,

e que ela era igualmente valiosa mesmo em sua condição frágil. Naquele momento,

um sorriso espalhou-se pelo seu rosto e sua depressão foi embora. Foi uma

verdadeira satisfação para mim testemunhar e participar desse pequeno milagre. Ele

não eliminou o tumor, mas recuperou a autoestima que ela havia perdido e isso fez

toda a diferença no modo como ela se sentia.

Naomi não era uma paciente, mas alguém com quem conversei enquanto passava

férias no meu estado natal, a Califórnia, durante o inverno de 1976. Recebi uma

carta dela pouco depois, que compartilho com vocês aqui:

David,

Um “P.S.” superatrasado, mas muito importante, da minha última carta para você.

É sobre aqueles pequenos “gráficos” que você fez de produtividade, em vez de valor-próprio,

autoestima ou qualquer nome que possamos dar: isso tem me dado um grande

apoio, do qual tenho tomado doses generosas! Realmente me transformou numa psicóloga

sem ter que estudar para isso. Descobri que funciona com uma porção de coisas

que atormentam e incomodam as pessoas. Fiz essa experiência com algumas amigas

minhas. Stephanie é totalmente ignorada por uma secretária fedelha com um terço da sua

idade; Sue é maltratada o tempo todo pelos seus gêmeos de 14 anos; o marido de Becky

acabou de sair de casa; Ilga está sendo tratada como uma intrusa pelo filho de 17 anos do

seu namorado. A todas elas eu digo: “Tudo bem, mas o seu valor pessoal é CONSTANTE

e nem todo o desprezo do mundo vai afetar isso!”. É claro que, em muitos casos, percebo

que esta é uma simplificação exagerada e incapaz de aliviar todos os males, mas como é

útil e eficiente!

Mais uma vez, muito obrigada!

Ela morreu sentindo dor, mas com dignidade, seis meses depois.

Um abraço,

Naomi

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