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antidepressão a revolucionária terapia do bem-estar(1)(1)

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minável. A atitude de que a depressão é necessária parece-me destrutiva, desumana

e vitimizadora. Vamos analisar alguns casos específicos e você poderá julgar

por si mesmo.

PERDER A VIDA

Naomi tinha 40 e poucos anos quando recebeu de seu médico a notícia de que

havia aparecido uma “mancha” na radiografia do seu tórax. Como ela acreditava

piamente que ir ao médico era procurar problemas, protelou por vários meses antes

de investigar isso. Quando foi atrás, suas piores suspeitas se confirmaram. Uma

dolorosa biópsia por agulha confirmou a presença de células malignas, e a posterior

retirada do pulmão indicou que o câncer já havia se espalhado.

Essa notícia atingiu Naomi e sua família como uma bomba. À medida que os

meses passavam, ela ficava cada vez mais desanimada com sua fraqueza. Por quê?

O problema não era tanto o desconforto físico causado pela doença nem a quimioterapia,

embora ambos fossem mesmo desagradáveis. O fato de estar fraca o bastante

a ponto de ter de abandonar suas atividades diárias é que teve grande impacto em

seu senso de identidade e orgulho. Ela não podia mais fazer as tarefas domésticas (era

seu marido quem fazia a maior parte delas agora) e teve de largar seus dois empregos

de meio período, num dos quais trabalhava como voluntária lendo para cegos.

Você pode insistir: “Os problemas de Naomi são reais. Sua infelicidade não é

causada por nenhuma distorção. Ela é causada pela situação.”.

Mas será que a depressão dela era mesmo inevitável? Perguntei a Naomi por que

a sua falta de atividade era tão perturbadora. Expliquei o conceito dos “pensamentos

automáticos” e ela anotou as seguintes distorções cognitivas: (1) Não estou contribuindo

para a sociedade; (2) Não estou me realizando na vida pessoal; (3) Não posso

participar de diversões ativas; e (4) Sou um fardo para o meu marido. As emoções

associadas a esses pensamentos eram: raiva, tristeza, frustração e culpa.

Quando vi o que ela tinha anotado, meu coração pulou de alegria! Esses pensamentos

eram iguais aos dos pacientes com depressão fisicamente saudáveis que

vejo todos os dias em minha clínica. A depressão de Naomi não era causada pela sua

doença maligna, mas sim pela atitude maligna que a fazia medir o seu valor pelo que

produzia! Como ela sempre havia equiparado seu valor pessoal com suas conquistas,

o câncer significava: “É o fim da linha para você! Já não serve mais para nada!”.

Isso me ofereceu um modo de intervir!

Sugeri a ela que fizesse um gráfico do seu “valor” pessoal desde o nascimento até

a morte (ver Gráfico 2, p. 207). Ela via o seu valor como sendo constante, estiman­

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