antidepressão a revolucionária terapia do bem-estar(1)(1)
Veja como funciona. Jed era um universitário com depressão leve cujo irmãogêmeo, Ted, tinha uma depressão tão grave que abandonou a escola e passou a levaruma vida reclusa na casa dos pais. Jed sentia-se culpado pela depressão de seu irmão.Por quê? Jed me contou que sempre havia sido mais extrovertido e esforçado do queseu irmão. Consequentemente, desde a infância sempre havia tirado notas melhorese tido mais amigos do que Ted. Na cabeça de Jed, seu sucesso acadêmico e socialfez que o irmão se sentisse inferior e se afastasse. Por conseguinte, Jed concluiu queera ele a causa da depressão de Ted.Então levou esse raciocínio ao extremo absurdo de supor que, ficando ele própriodeprimido, poderia ajudar Ted a parar de se sentir deprimido e inferior pormeio de uma espécie de psicologia reversa (ou perversa). Quando ia para casa nosfins de semana, Jed evitava as atividades sociais comuns, minimizava seu sucessoacadêmico e enfatizava o quanto se sentia triste. Jed fazia questão de transmitir aoirmão uma mensagem forte e clara de que ele também estava na pior.Jed levava seu plano tão a sério que hesitou em aplicar as técnicas de controle dohumor que eu estava tentando lhe ensinar. Na verdade, ele estava totalmente resistenteno início, porque se sentia culpado por melhorar e temia que sua recuperaçãopudesse ter um efeito devastador sobre Ted.Como na maioria dos erros de personalização, a dolorosa ilusão de Jed de queera o culpado da depressão de seu irmão continha meias-verdades suficientes paraparecer convincente. Afinal, seu irmão provavelmente sentira-se inferior e incompetentedesde a mais tenra infância e, sem dúvida, guardava algum ressentimento invejosodo sucesso e da alegria de Jed. Mas as questões cruciais eram: Isso significavaque Jed havia causado a depressão do irmão? E ele poderia efetivamente reverter asituação se tornando infeliz?Para ajudá-lo a avaliar seu papel de uma forma mais objetiva, sugeri que Jedusasse a técnica das três colunas (Quadro 33). Como resultado, ele foi capaz de verapós o exercício que seus pensamentos de culpa eram autodestrutivos e não tinhamlógica. Concluiu que a depressão e o senso de inferioridade de Ted eram causadospelo pensamento distorcido do irmão, e não pela sua própria felicidade ou sucesso.Tentar corrigir isso tornando-se infeliz era tão absurdo quanto tentar apagar umincêndio com gasolina. Quando Jed compreendeu isso, sua depressão e seu sentimentode culpa desapareceram rapidamente e ele logo voltou à vida normal.
QUADRO 33Pensamentos automáticos Distorção cognitiva Respostas racionais1. Eu sou uma das causas da depressãodo Ted devido à relação que temosdesde a infância. Sempre fui maisesforçado e tive mais sucesso.2. Acho que o Ted ficaria chateadose eu lhe dissesse que estoume divertindo na escola,enquanto ele fica sozinhoem casa sem fazer nada.3. Se o Ted só fica sentado semfazer nada, é responsabilidademinha resolver a situação.4. Estarei fazendo alguma coisa porele se não fizer nada por mim. Se euficar deprimido, isso irá ajudá-lo.1. Tirar conclusõesprecipitadas (lerpensamentos);personalização.2. Tirar conclusõesprecipitadas (adivinharo futuro).1. Eu não sou a causa da depressãodo Ted. São os pensamentos eatitudes irracionais dele que estãocausando a sua depressão. A únicaresponsabilidade que posso teré a de fazer parte do ambienteque o Ted está interpretando demaneira negativa e distorcida.2. Se o Ted souber que estoume sentindo melhor e medivertindo, talvez isso o animee lhe dê esperanças. Se eume mostrar infeliz como ele,provavelmente isso só o deixarámais deprimido porque vaitirar as suas esperanças.3. Personalização. 3. Posso incentivá-lo a fazer ascoisas, mas não obrigá-lo. Afinal,isso é responsabilidade dele.4. Tirar conclusõesprecipitadas (lerpensamentos).4. Os meus atos são totalmenteindependentes dos dele. Não háa menor razão para achar que aminha depressão vai ajudá-lo.Ele até me disse que não quer queeu passe por isso. Se perceberque estou melhorando, issopode até incentivá-lo. Talvezseja um bom exemplo para elese lhe mostrar que posso serfeliz. Não posso acabar com asua sensação de incompetênciaao estragar a minha vida.
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Veja como funciona. Jed era um universitário com depressão leve cujo irmão
gêmeo, Ted, tinha uma depressão tão grave que abandonou a escola e passou a levar
uma vida reclusa na casa dos pais. Jed sentia-se culpado pela depressão de seu irmão.
Por quê? Jed me contou que sempre havia sido mais extrovertido e esforçado do que
seu irmão. Consequentemente, desde a infância sempre havia tirado notas melhores
e tido mais amigos do que Ted. Na cabeça de Jed, seu sucesso acadêmico e social
fez que o irmão se sentisse inferior e se afastasse. Por conseguinte, Jed concluiu que
era ele a causa da depressão de Ted.
Então levou esse raciocínio ao extremo absurdo de supor que, ficando ele próprio
deprimido, poderia ajudar Ted a parar de se sentir deprimido e inferior por
meio de uma espécie de psicologia reversa (ou perversa). Quando ia para casa nos
fins de semana, Jed evitava as atividades sociais comuns, minimizava seu sucesso
acadêmico e enfatizava o quanto se sentia triste. Jed fazia questão de transmitir ao
irmão uma mensagem forte e clara de que ele também estava na pior.
Jed levava seu plano tão a sério que hesitou em aplicar as técnicas de controle do
humor que eu estava tentando lhe ensinar. Na verdade, ele estava totalmente resistente
no início, porque se sentia culpado por melhorar e temia que sua recuperação
pudesse ter um efeito devastador sobre Ted.
Como na maioria dos erros de personalização, a dolorosa ilusão de Jed de que
era o culpado da depressão de seu irmão continha meias-verdades suficientes para
parecer convincente. Afinal, seu irmão provavelmente sentira-se inferior e incompetente
desde a mais tenra infância e, sem dúvida, guardava algum ressentimento invejoso
do sucesso e da alegria de Jed. Mas as questões cruciais eram: Isso significava
que Jed havia causado a depressão do irmão? E ele poderia efetivamente reverter a
situação se tornando infeliz?
Para ajudá-lo a avaliar seu papel de uma forma mais objetiva, sugeri que Jed
usasse a técnica das três colunas (Quadro 33). Como resultado, ele foi capaz de ver
após o exercício que seus pensamentos de culpa eram autodestrutivos e não tinham
lógica. Concluiu que a depressão e o senso de inferioridade de Ted eram causados
pelo pensamento distorcido do irmão, e não pela sua própria felicidade ou sucesso.
Tentar corrigir isso tornando-se infeliz era tão absurdo quanto tentar apagar um
incêndio com gasolina. Quando Jed compreendeu isso, sua depressão e seu sentimento
de culpa desapareceram rapidamente e ele logo voltou à vida normal.