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antidepressão a revolucionária terapia do bem-estar(1)(1)

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sentimento de culpa acabam sendo destrutivas não só para você, mas também para

o outro. Embora suas atitudes motivadas pela culpa sejam, muitas vezes, baseadas

no seu idealismo, os efeitos inevitáveis de fazer concessões são bem diferentes.

Por exemplo, Margaret era uma mulher bem casada de 27 anos cujo irmão

obeso, viciado em jogo, costumava se aproveitar dela de várias maneiras. Ele pedia

dinheiro emprestado quando precisava e frequentemente esquecia-se de pagar.

Quando estava na cidade (muitas vezes por meses seguidos), ele se achava no direito

de jantar com a família dela toda noite, acabar com as bebidas e usar o carro novo

sempre que quisesse. Ela racionalizava e cedia às suas exigências, dizendo: “Se eu lhe

pedisse um favor ou precisasse da sua ajuda, ele faria o mesmo por mim. Afinal,

dois irmãos que se querem bem devem ajudar um ao outro. E além disso, se eu

tentasse dizer não, ele ficaria furioso e eu poderia perdê-lo. E me sentiria como se

eu tivesse feito algo de errado.”.

Ao mesmo tempo, ela era capaz de enxergar as consequências negativas de fazer

concessões o tempo todo: (1) Estava sustentando seu estilo de vida dependente e

autodestrutivo e seu vício no jogo; (2) Sentia-se encurralada e explorada; (3) O relacionamento

deles não era baseado no amor, e sim na chantagem ‒ ela tinha de dizer

sim às suas exigências o tempo todo para evitar a tirania do seu temperamento e o seu

próprio sentimento de culpa.

Margaret e eu fizemos algumas encenações para que ela aprendesse a dizer não

e se manter fiel aos seus princípios de forma gentil, mas firme. Eu fiz o papel de

Margaret e ela fez de conta que era o seu irmão.

Irmão (interpretado por Margaret): Você vai usar o carro hoje à noite?

Margaret (interpretada por mim): Por enquanto, não tenho planos.

Irmão: Você se importa se eu pegar emprestado mais tarde?

Margaret: É melhor não.

Irmão: Por que não? Você não vai usar. Ele vai ficar parado aí.

Margaret: Sou obrigada a emprestar o carro para você?

Irmão: Bom, eu faria o mesmo se tivesse um carro e você precisasse dele.

Margaret: Fico feliz que pense assim. Embora não pretenda usar o carro, quero

que esteja à disposição caso resolva ir a algum lugar mais tarde.

Irmão: Mas você não pretende usar o carro! Não fomos educados para ajudar

um ao outro?

Margaret: Sim, fomos. Isso significa que eu sempre tenho de dizer sim para

você? Nós fazemos muita coisa um pelo outro. Você já usou bastante

o meu carro e, a partir de agora, eu ficaria mais à vontade se você

começasse a arrumar o seu próprio meio de transporte.

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