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antidepressão a revolucionária terapia do bem-estar(1)(1)

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e ver se posso fazer alguma coisa para ajudá-la”. Ou, em vez de “Eu não devia ter

comido o sorvete”, você pode dizer “Era melhor não ter comido o sorvete, mas isso

não é o fim do mundo”.

Outro método anticobrança consiste em mostrar a si mesmo que uma cobrança

não corresponde à realidade. Por exemplo, quando você diz “Eu não devia ter

feito X”, presume que (1) é um fato que você não devia, e que (2) dizer isso vai ajudar.

O “método da realidade” revela ‒ para surpresa sua ‒ que a verdade geralmente é

oposta: (a) Na realidade, você devia ter feito o que fez; e (b) irá lhe fazer mal dizer

que não devia.

Não acredita? Vou demonstrar. Suponha que esteja tentando fazer regime e tenha

ingerido um pouco de sorvete. Você pensa “Eu não devia ter comido desse sorvete”.

Em nosso diálogo, quero que você argumente que é verdade mesmo que não

devia ter comido o sorvete, e eu tentarei contradizer os seus argumentos. O diálogo

a seguir foi inspirado numa conversa real, que eu espero que você considere tão útil e

agradável quanto eu achei:

David: Eu entendo que está de regime e comeu um pouco de sorvete. Acho que

você devia mesmo ter comido o sorvete.

Você: Ah, não. Isso é impossível. Eu não devia ter comido porque estou de

regime. Veja, estou tentando emagrecer.

David: Bom, eu acho que você devia ter comido o sorvete.

Você: David, você ficou maluco? Eu não devia ter comido, pois quero emagrecer.

É isso que estou tentando explicar. Como posso emagrecer comendo

sorvete?

David: Mas a verdade é que você comeu.

Você: Pois é. Esse é o problema. Eu não devia ter feito isso. Entendeu, agora?

David: E, ao que parece, você está afirmando que “as coisas deviam ter sido

diferentes” do que foram. Mas as coisas foram do jeito que foram. E geralmente

há um bom motivo para as coisas serem do jeito que são. Por

que você acha que fez o que fez? Qual é o motivo de você ter comido o

sorvete?

Você: Bom, eu estava chateado, estava nervoso e, no fundo, sou um grande

guloso.

David: Certo, você estava chateado e nervoso. É comum você comer quando

fica chateado e nervoso?

Você: É. Muito. Eu nunca consegui me controlar.

David: Então, seria natural esperar que, na semana passada, quando ficou nervoso,

você fizesse o que faz normalmente?

Você: Sim.

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