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antidepressão a revolucionária terapia do bem-estar(1)(1)

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Se você cometeu um erro e agiu de forma prejudicial, sua culpa não vai reverter

isso como um passe de mágica. Não vai acelerar o seu aprendizado para diminuir

as chances de cometer o mesmo erro no futuro. Os outros não terão mais amor e

respeito por você só porque está se sentindo culpado e se punindo desse jeito. Sua

culpa também não vai tornar sua vida mais produtiva. Então, para que fazer isso?

Muita gente pergunta: “Mas como posso me comportar de maneira ética e controlar

meus impulsos se não sentir culpa de nada?”. Essa é uma forma de encarar a

vida como um agente de condicional. Aparentemente, você se vê como alguém tão

obstinado e incontrolável que precisa se castigar o tempo todo para não se descontrolar.

Com certeza, se o seu comportamento causa mal aos outros sem necessidade,

uma pequena quantidade dolorosa de remorso vai fazer mais pela sua consciência

do que admitir inutilmente o seu erro sem demonstrar qualquer emoção. Mas, com

certeza, isso nunca ajudou ninguém a se ver como uma má pessoa. Na maioria das

vezes, a crença de que você é mau é que contribui para o “mau” comportamento.

A mudança e o aprendizado ocorrem mais depressa quando você (a) reconhece

que houve um erro e (b) desenvolve uma estratégia para corrigir o problema.

Uma atitude de amor-próprio e tolerância facilita isso, ao passo que a culpa muitas

vezes dificulta.

Por exemplo, às vezes os pacientes me criticam por fazer algum comentário

mordaz que não lhes agrada muito. Em geral, essas críticas só ferem os meus sentimentos

e despertam a minha culpa quando contêm algum fundo de verdade. Na

medida em que me sinto culpado e me rotulo de “mau”, costumo reagir de forma

defensiva. Tenho ímpetos de negar ou justificar meu erro, ou de contra-atacar pelo

fato de ser tão detestável esse sentimento de ser uma “má pessoa”. Isso dificulta mais

a possibilidade de eu admitir e corrigir o erro. Por outro lado, se eu não me censurar

nem perder o respeito por mim mesmo, fica mais fácil admitir o meu erro. Posso facilmente

corrigir o problema e aprender com isso. Quanto menos culpado me sinto,

melhor posso resolver a questão.

Portanto, quando se faz uma besteira, é necessário um processo de reconhecimento,

aprendizado e mudança. O sentimento de culpa pode ajudar em alguma

dessas coisas? Acredito que não. Em vez de ajudá-lo a reconhecer o seu erro, a culpa

leva-o a tentar encobri-lo. Você quer fechar os ouvidos para qualquer crítica. Não

suporta estar errado porque isso lhe dá uma sensação horrível. É por isso que a culpa

é contraproducente.

Você pode protestar: “Como posso saber se fiz algo de errado se não me sentir

culpado? Não me entregaria a uma fúria cega de egoísmo destrutivo e descontrolado

se não fosse o meu sentimento de culpa?”.

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