antidepressão a revolucionária terapia do bem-estar(1)(1)
Uma cobrança baseada na premissa de que você sabe tudo presume que vocêdetenha todo o conhecimento do universo e seja capaz de prever o futuro com absolutacerteza. Você pode pensar, por exemplo: “Eu não devia ter ido à praia nesse fimde semana porque estava ficando gripado. Como sou idiota! Agora estou tão malque vou passar uma semana de cama”. Repreender-se dessa maneira não é realistaporque você não sabia com certeza que ir à praia o deixaria tão doente. Se você tivessecerteza disso, teria feito diferente. Você é humano, por isso tomou uma decisão, e seupalpite acabou se revelando ser a escolha errada.As cobranças baseadas na premissa de que você é capaz de tudo presumem que,como Deus, você é onipotente e tem a capacidade de controlar a si mesmo e aos outrospara alcançar todo e qualquer objetivo. Você erra o saque numa partida de tênise se contorce, exclamando: “Eu não devia ter errado o saque!”. Não devia por quê?Você é um jogador tão sensacional que não pode errar um saque?É claro que essas três categorias de cobrança provocam uma sensação de culpaindevida porque não constituem padrões morais razoáveis.Além da distorção, vários outros critérios podem ajudar a distinguir o sentimentode culpa anormal de uma sensação saudável de remorso ou arrependimento.Entre eles estão a intensidade, a duração e as consequências da sua emoção negativa.Vamos usar esses critérios para avaliar a culpa incapacitante de uma professora primáriacasada de 52 anos chamada Janice. Janice ficou gravemente deprimida durantemuitos anos. Seu problema é que ela vivia obcecada por causa de dois episódios defurtos em lojas que haviam ocorrido quando ela tinha 15 anos. Embora levasse umavida escrupulosamente honesta desde então, ela não conseguia tirar da memóriaaqueles dois incidentes. Era constantemente atormentada por pensamentos que instigavamo seu sentimento de culpa: “Sou uma ladra. Sou mentirosa. Eu não presto.Sou uma farsa”. A agonia de sua culpa era tão imensa que toda noite ela rezava paraque Deus a deixasse morrer dormindo. Todas as manhãs, quando acordava e via queainda estava viva, ficava profundamente desapontada e dizia a si mesma, “Sou umapessoa tão má que nem Deus me quer”. Por fim, frustrada, ela carregou o revólverdo marido, apontou para o coração e puxou o gatilho. A arma falhou e não disparou.Ela se sentiu completamente derrotada: não conseguia nem se matar! Baixou a armae desatou a chorar, desesperada.O sentimento de culpa de Janice é indevido não só por causa das distorçõesóbvias, mas também da intensidade, da duração e das consequências do que ela estavasentindo e dizendo a si mesma. O que ela sente não pode ser descrito como umremorso ou arrependimento saudável sobre o furto real. É uma degradação irresponsávelda sua autoestima que a deixa cega e a impede de viver aqui e agora, totalmentedesproporcional a qualquer transgressão real. Entre as consequências do seu
sentimento de culpa surgiu a grande ironia ‒ sua crença de que era uma má pessoafez que ela tentasse se matar, um ato muito mais destrutivo e sem sentido.O CICLO DA CULPAMesmo que seu sentimento de culpa seja pouco saudável e baseado em distorções,quando você começa a se sentir culpado, pode cair numa ilusão que faz a culpaparecer válida. Essas ilusões podem ser fortes e convincentes. Você raciocina:1. Eu me sinto culpado e digno de condenação. Isso significa que tenho sidomau.2. Como sou mau, mereço sofrer.Assim, sua culpa o convence de sua maldade e o leva a se culpar ainda mais. Essaconexão entre o cognitivo e o emocional faz que os seus pensamentos e sentimentosse encaixem. Você acaba preso num sistema circular que chamamos de “cicloda culpa”.O raciocínio emocional é o combustível desse ciclo. Você presume automaticamenteque, por estar se sentindo culpado, deve ter falhado em alguma coisa e merecesofrer. Você raciocina: “Eu me sinto mal, portanto devo ser mau.”. Isso é irracional,pois o seu autodesprezo não prova necessariamente que você fez algo errado. O seusentimento de culpa apenas reflete o fato de que você acredita ter se comportadomal. Esse pode ser o caso, mas muitas vezes não é. Por exemplo, é comum as criançasserem castigadas sem motivo quando os pais, uma vez cansados e irritados, interpretammal o seu comportamento. Nessas condições, é óbvio que o sentimento deculpa da pobre criança não prova que ela fez algo errado.Seus padrões de comportamento autopunitivos intensificam o ciclo da culpa.Os pensamentos que provocam o seu sentimento de culpa levam a atitudes improdutivasque fazem-no acreditar ainda mais na sua maldade. Por exemplo, umaneurologista com tendência a se sentir culpada estava tentando preparar-se para oexame de certificação do conselho. Ela tinha dificuldade de estudar para a prova e sesentia culpada pelo fato de não estar estudando. Todas as noites, desperdiçava o seutempo ao assistir à televisão enquanto os seguintes pensamentos passavam-lhe pelacabeça: “Eu não devia estar assistindo à tevê. Eu devia estar me preparando para omeu exame. Sou uma preguiçosa. Não mereço ser médica. Sou muito egoísta. Devoser castigada.”. Esses pensamentos a faziam sentir-se extremamente culpada. Depois,ela raciocinava: “Esse culpa prova que sou uma preguiçosa e não sirvo para nada”.
- Page 213 and 214: QUADRO 21Trecho da tarefa por escri
- Page 215 and 216: SEGUNDO PASSO ‒ DESARMAR QUEM O C
- Page 217 and 218: David: Você não vale nada! Não p
- Page 219 and 220: mais específicas sobre outros moti
- Page 221 and 222: tários cordiais. Às vezes o provo
- Page 224 and 225: A crítica tem algum fundo de verda
- Page 226 and 227: tantes sejam omitidos (por exemplo,
- Page 228 and 229: raiva, muitas vezes, pode ficar for
- Page 230 and 231: QUADRO 23Não são os fatos negativ
- Page 232 and 233: pensamentos e percepções reais qu
- Page 234 and 235: cer mais “acelerado” ou “reta
- Page 236 and 237: Além de argumentar que o conceito
- Page 238 and 239: QUADRO 24Análise custo-benefício
- Page 240 and 241: Antes de fazer o exercício, eu acr
- Page 242 and 243: E quem está provocando essa raiva?
- Page 244 and 245: O problema de Margaret é que ela n
- Page 246 and 247: inadequado é baseado em seu senso
- Page 248 and 249: positivas e gratificantes para ele.
- Page 250 and 251: uma fortuna por um trabalho que fic
- Page 252 and 253: Então, o que é empatia? A empatia
- Page 254 and 255: Depois que o caso do Howard com a A
- Page 256 and 257: Eu podia ver que Melissa nem se aba
- Page 258 and 259: seus pensamentos de cabeça quente,
- Page 260 and 261: 7. Grande parte da sua raiva consis
- Page 262 and 263: maneira ofensiva que viole os seus
- Page 266 and 267: Desse modo, seus pensamentos autopu
- Page 268 and 269: Tudo é possível, mas, sincerament
- Page 270 and 271: 2. TÉCNICAS PARA ACABAR COM AS COB
- Page 272 and 273: David: Portanto, não seria sensato
- Page 274 and 275: empanturrando de sorvete. Uma forma
- Page 276 and 277: Você: Ah... bom, deixa eu ver... Q
- Page 278 and 279: Irmão:Eu só pretendo usar o carro
- Page 280 and 281: Shiba: É bem típico do seu pai ap
- Page 282 and 283: Veja como funciona. Jed era um univ
- Page 285: PARTEIIIDEPRESSÕES “REALISTAS”
- Page 288 and 289: darão um sentido mais profundo à
- Page 290 and 291: do o em 85% numa escala imaginária
- Page 292 and 293: física, como uma amputação ou ce
- Page 294 and 295: de Fran pudesse reverter-se em resp
- Page 296 and 297: Hal: Desmotivado.David: E isso ajud
- Page 298 and 299: Hal: Certo, posso escrever que me d
- Page 300 and 301: um fracasso. Já fui procurado por
- Page 302 and 303: Se contribuir para o sustento das f
- Page 304 and 305: vida. Esses erros eram dele, e não
- Page 306 and 307: Embora sua morte fosse profundament
- Page 309 and 310: CAPÍTULOXA CAUSA DE TUDODepois que
- Page 311 and 312: Na verdade, a técnica da seta vert
- Page 313 and 314: gina que seu pensamento automático
Uma cobrança baseada na premissa de que você sabe tudo presume que você
detenha todo o conhecimento do universo e seja capaz de prever o futuro com absoluta
certeza. Você pode pensar, por exemplo: “Eu não devia ter ido à praia nesse fim
de semana porque estava ficando gripado. Como sou idiota! Agora estou tão mal
que vou passar uma semana de cama”. Repreender-se dessa maneira não é realista
porque você não sabia com certeza que ir à praia o deixaria tão doente. Se você tivesse
certeza disso, teria feito diferente. Você é humano, por isso tomou uma decisão, e seu
palpite acabou se revelando ser a escolha errada.
As cobranças baseadas na premissa de que você é capaz de tudo presumem que,
como Deus, você é onipotente e tem a capacidade de controlar a si mesmo e aos outros
para alcançar todo e qualquer objetivo. Você erra o saque numa partida de tênis
e se contorce, exclamando: “Eu não devia ter errado o saque!”. Não devia por quê?
Você é um jogador tão sensacional que não pode errar um saque?
É claro que essas três categorias de cobrança provocam uma sensação de culpa
indevida porque não constituem padrões morais razoáveis.
Além da distorção, vários outros critérios podem ajudar a distinguir o sentimento
de culpa anormal de uma sensação saudável de remorso ou arrependimento.
Entre eles estão a intensidade, a duração e as consequências da sua emoção negativa.
Vamos usar esses critérios para avaliar a culpa incapacitante de uma professora primária
casada de 52 anos chamada Janice. Janice ficou gravemente deprimida durante
muitos anos. Seu problema é que ela vivia obcecada por causa de dois episódios de
furtos em lojas que haviam ocorrido quando ela tinha 15 anos. Embora levasse uma
vida escrupulosamente honesta desde então, ela não conseguia tirar da memória
aqueles dois incidentes. Era constantemente atormentada por pensamentos que instigavam
o seu sentimento de culpa: “Sou uma ladra. Sou mentirosa. Eu não presto.
Sou uma farsa”. A agonia de sua culpa era tão imensa que toda noite ela rezava para
que Deus a deixasse morrer dormindo. Todas as manhãs, quando acordava e via que
ainda estava viva, ficava profundamente desapontada e dizia a si mesma, “Sou uma
pessoa tão má que nem Deus me quer”. Por fim, frustrada, ela carregou o revólver
do marido, apontou para o coração e puxou o gatilho. A arma falhou e não disparou.
Ela se sentiu completamente derrotada: não conseguia nem se matar! Baixou a arma
e desatou a chorar, desesperada.
O sentimento de culpa de Janice é indevido não só por causa das distorções
óbvias, mas também da intensidade, da duração e das consequências do que ela estava
sentindo e dizendo a si mesma. O que ela sente não pode ser descrito como um
remorso ou arrependimento saudável sobre o furto real. É uma degradação irresponsável
da sua autoestima que a deixa cega e a impede de viver aqui e agora, totalmente
desproporcional a qualquer transgressão real. Entre as consequências do seu