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antidepressão a revolucionária terapia do bem-estar(1)(1)

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David: Mas você não concluiu que ele não era uma pessoa importante e se

recusou a lhe dar o vinho por causa disso?

Paciente (rindo): Não, não foi por isso que eu não lhe dei o vinho.

David:

Então, por que você não lhe deu o vinho?

Paciente (depois de pensar): Bom, eu estava pensando no meu encontro hoje

à noite. Além disso, estava olhando para aquela moça bonita do outro

lado da mesa. Fiquei distraído com o decote dela e acabei não

enchendo a sua taça de vinho.

Essa encenação trouxe grande alívio ao paciente porque, ao se colocar no lugar

do garçom, ele pôde ver que sua interpretação dos fatos não havia sido realista.

Sua distorção cognitiva foi tirar conclusões precipitadas (ler pensamentos). Automaticamente,

ele concluiu que o garçom estava sendo injusto, o que o fez achar que

precisava se desforrar para manter seu orgulho próprio. Depois de adquirir certa

empatia, pôde ver que sua indignação foi causada única e exclusivamente pelos seus

pensamentos distorcidos, e não pela atitude do garçom. Em geral, é extremamente

difícil que as pessoas propensas à raiva aceitem isso no começo, pois elas têm um

impulso quase irresistível de culpar os outros e se desforrar. E quanto a você? A ideia

de que muitos dos pensamentos que o deixam com raiva não têm fundamento parece

absurda e inadmissível?

A técnica da empatia também pode ser muito útil quando parece mais claro

que as atitudes do outro são intencionalmente ofensivas. Uma mulher de 28 anos

chamada Melissa procurou aconselhamento na época em que estava se separando de

seu marido, Howard. Cinco anos antes, Melissa descobriu que Howard estava tendo

um caso com Ann, uma secretária atraente que trabalhava no mesmo prédio que

ele. Essa revelação foi um duro golpe para Melissa, mas, para piorar ainda mais as

coisas, Howard ficou hesitante em romper totalmente com Ann, e o caso arrastou-se

por mais oito meses. A humilhação e a raiva que Melissa sentiu durante esse período

foram alguns dos principais fatores que levaram à sua decisão definitiva de abandoná-lo.

Seus pensamentos eram mais ou menos assim: (1) Ele não tinha o direito de

agir dessa maneira; (2) Ele só pensou em si mesmo; (3) Isso não é justo; (4) Ele foi

um canalha; (5) Devo ter feito alguma coisa errada.

Durante uma sessão de terapia, pedi a Melissa para fazer o papel de Howard,

depois questionei-a para ver se conseguia explicar por que, exatamente, ele havia

tido o caso com Ann e agido daquela maneira. Melissa declarou que, conforme a

encenação progredia, viu de repente aquilo que Howard havia passado e, naquele

momento, sua raiva contra ele desapareceu completamente. Após a sessão, fez uma

descrição do sumiço drástico da raiva que havia guardado durante anos:

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