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antidepressão a revolucionária terapia do bem-estar(1)(1)

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sua incompetência. Então passava a manipular e exigir atenção e respeito numa batalha

constante para se defender contra a perda de autoestima. Seus momentos de

intimidade eram como deslizar lentamente em direção à beira de um abismo de gelo.

Não espanta o fato de ela agarrar-se desesperadamente ao John, nem explodir ao sentir

sua indiferença ‒ será que ele não percebia que era a vida dela que estava em jogo?

Além da enorme insatisfação que sua “regra do amor” causava, ela acabava não

dando certo. Por algum tempo, as manipulações de Sue realmente atraíam um pouco

da atenção que ela desejava. Afinal, ela conseguia intimidar John com suas explosões

emocionais, puni-lo com sua frieza distante e manipulá-lo ao fazer que se

sentisse culpado.

Mas o preço pago por Sue é que o amor que recebe não é ‒ nem pode ser ‒ dado

livre e espontaneamente. John se sentirá esgotado, preso e controlado. O ressentimento

que ele vem acumulando fará pressão para sair. Quando parar de aceitar essa

crença da esposa de que precisa ceder às exigências dela, seu desejo de liberdade irá

dominá-lo e ele vai explodir. Os efeitos destrutivos do que se faz passar por amor

nunca deixam de me espantar!

Se os seus relacionamentos são caracterizados por essa tensão e tirania cíclicas,

talvez seja melhor você reescrever as regras. Se adotar uma atitude mais realista, é

possível acabar com a sua frustração. É bem mais fácil do que tentar mudar o mundo.

Sue decidiu rever sua “regra do amor” da seguinte maneira: “Se eu me comportar de

maneira positiva com o John, ele vai reagir de forma afetuosa boa parte do tempo.

Mesmo quando ele não fizer isso, posso continuar a me respeitar e agir de forma

produtiva.”. Essa formulação de suas expectativas foi mais realista e não deixou seu

humor e sua autoestima à mercê de seu marido.

As regras que colocam-no em dificuldades interpessoais, muitas vezes, não parecem

fazer mal. Pelo contrário, elas parecem extremamente humanitárias e carregadas

de moral. Recentemente, tratei de uma mulher chamada Margaret cuja opinião

era a de que “os casamentos deviam ser meio a meio. Cada um devia fazer pelo outro

em igual medida”. Ela aplicava essa regra a todos os relacionamentos humanos. “Se eu

faço coisas boas para os outros, eles deviam retribuir.”

E o que há de errado nisso? Certamente, parece “razoável” e “justo”. É uma espécie

de variação da Regra de Ouro ‒ tratar os outros da forma como queremos ser tratados.

Aqui está o erro: é um fato incontestável que as relações humanas, incluindo

os casamentos, quase nunca são espontaneamente “recíprocos”, porque as pessoas

são diferentes. A reciprocidade é um ideal passageiro e inerentemente instável do

qual só é possível aproximar-se por meio de esforço constante. Isso envolve consenso

mútuo, comunicação, compromisso e crescimento. Exige negociação e empenho.

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