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antidepressão a revolucionária terapia do bem-estar(1)(1)

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e não havia mesmo nada a temer. Mas o esforço de sua mãe acabou tendo o efeito

oposto. Lamentavelmente, a mensagem que ficou gravada na mente de Stevie foi:

“Eu preciso de um empurrão antes de fazer alguma coisa arriscada. Não consigo

pular sozinho como as outras crianças”. Sua mãe e seu pai tiveram a mesma ideia;

eles começaram a pensar: “Se deixássemos por conta dele, Stevie jamais se atreveria

a entrar na água. Se não o incentivarmos o tempo todo, ele nunca vai fazer nada

sozinho. Vai dar trabalho educá-lo”.

Certamente, conforme Steve crescia, esse drama repetiu-se inúmeras vezes. Ele

precisou ser convencido e incentivado a ir para a escola, a entrar para o time de beisebol,

a ir às festas e assim por diante. Raramente tomava alguma iniciativa por conta

própria. Quando me foi encaminhado, aos 21 anos, ele estava com depressão crônica,

morava com os pais e não fazia quase nada da vida. Continuava esperando que

as pessoas dissessem-lhe o que fazer, e de que maneira. Só que seus pais já estavam

fartos de tentar motivá-lo.

Após cada sessão de terapia, ele saía do consultório cheio de entusiasmo para

realizar qualquer tarefa de autoajuda que tivéssemos combinado. Por exemplo, numa

semana ele decidiu cumprimentar ou sorrir para três pessoas que não conhecesse,

como um primeiro passo para romper seu isolamento. Mas, na semana seguinte,

quando chegou ao meu consultório de cabeça baixa e encabulado, eu já sabia que ele

tinha “esquecido” de cumprimentar qualquer um. Numa outra semana, sua tarefa

era ler um artigo de três páginas que escrevi para uma revista sobre um homem

solteiro que aprendeu a superar sua solidão. Steve voltou na semana seguinte e disse

que havia perdido o manuscrito antes que conseguisse ler. Toda semana, quando ia

embora, ele sentia-se muito ansioso para ajudar a si mesmo, mas, quando chegava

no elevador, já “sabia” no fundo do seu coração que a tarefa da semana, por mais

simples que fosse, seria difícil demais para ele!

Qual era o problema de Stevie? A explicação remonta àquele dia na piscina.

Ainda está fortemente gravada em sua mente a ideia “Eu não consigo fazer nada

sozinho. Sou o tipo de cara que precisa de um empurrão”. Como nunca lhe ocorreu

questionar essa crença, ela continuou a funcionar como uma profecia autorrealizável,

e mais de 15 anos de procrastinação reforçavam sua crença de que ele “era

mesmo” assim.

Qual era a solução? Primeiro, Stevie precisava ter consciência dos dois erros

mentais que constituíam a chave do seu problema: filtro mental e rotulagem. Sua mente

era dominada por pensamentos sobre as várias coisas que deixava de fazer, e ele

simplesmente ignorava as centenas de coisas que fazia toda semana para as quais não

precisava ser incentivado por ninguém.

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