antidepressão a revolucionária terapia do bem-estar(1)(1)

adilio.mouracosta
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9. MEDO DO SUCESSODevido à sua falta de confiança, o sucesso pode parecer até mais perigoso queo fracasso, pois você tem certeza de que ele é fruto do acaso. Portanto, está convencidode que não conseguiria mantê-lo e sente que suas realizações vão criar falsasexpectativas nos outros. Então, quando a terrível verdade de que você é “um fracassado”finalmente vier à tona, a decepção, a rejeição e a dor serão ainda mais amargas.Como você tem certeza de que vai acabar caindo do penhasco, parece mais seguronão escalar montanha alguma.Você também pode ter medo do sucesso por prever que as pessoas exigirão aindamais de você. Como está convencido de que precisa e não consegue atingir asexpectativas delas, o sucesso o colocaria numa situação perigosa e impossível. Poresse motivo, você tenta manter o controle evitando qualquer compromisso ou envolvimento.10.MEDO DE DESAPROVAÇÃO OU CRÍTICAVocê imagina que, se tentar algo novo, qualquer erro ou falha será recebido comgrande desaprovação e crítica porque as pessoas com quem você se importa não oaceitarão se for humano e imperfeito. O risco de rejeição parece tão perigoso que,para se proteger, você adota uma postura o mais discreta possível. Se não meter-se afazer nada, não vai fazer nenhuma besteira!11.COERÇÃO E RESSENTIMENTOUm inimigo mortal da motivação é a sensação de estar sendo coagido. Vocêsente-se sob forte pressão ‒ que vem de dentro e de fora ‒ para fazer alguma coisa.Isso acontece quando tenta se motivar com cobranças moralistas do tipo “eu devia”ou “eu tenho de”. Você diz a si mesmo, “Eu devia fazer isso” e “Eu tenho de fazeraquilo”. Depois sente-se obrigado, sobrecarregado, tenso, ressentido e culpado. Sente-secomo uma criança delinquente sob a disciplina de um oficial tirânico. Cadatarefa ganha tons tão desagradáveis que você não consegue enfrentá-las. Então, quandopassa a deixar tudo para depois, você se condena como se fosse um preguiçoso,um vagabundo sem valor. Isso esgota ainda mais suas energias.12.POUCA TOLERÂNCIA À FRUSTRAÇÃOVocê presume que deveria ser capaz de resolver seus problemas e atingir suasmetas de maneira fácil e rápida, por isso entra num estado frenético de pânico e raiva

quando a vida apresenta-lhe algum obstáculo. Em vez de persistir pacientementepor algum tempo quando as coisas ficam difíceis, você prefere fazer retaliação contraessa “injustiça” e acaba desistindo completamente. Também chamo isso de “síndromedo direito”, porque você sente e age como se tivesse direito a sucesso, amor,aprovação, saúde perfeita, felicidade etc.Sua frustração resulta do seu hábito de comparar a realidade com um ideal existentena sua cabeça. Quando as duas coisas não batem, você condena a realidade.Não lhe ocorre que pode ser infinitamente mais fácil simplificar suas expectativasdo que distorcer a realidade.Essa frustração, muitas vezes, é gerada por cobranças. Durante uma corrida,você pode se queixar, “Depois de ter corrido tantos quilômetros, eu já devia estar emmelhor forma”. É mesmo? Por quê? Talvez você tenha a ilusão de que essas cobrançaspunitivas e exigentes ajudarão a fazer que se empenhe e se esforce mais. Dificilmenteisso acontece. A frustração só aumenta sua sensação de inutilidade e sua vontade dedesistir e não fazer nada.13.AUTOACUSAÇÃO E SENTIMENTO DE CULPASe você está preso à convicção de que não é bom ou decepcionou alguém, naturalmentevai sentir-se desmotivado para a vida cotidiana. Recentemente, tratei deuma senhora idosa solitária que passava o dia na cama, embora se sentisse melhorquando fazia compras, cozinhava e se encontrava com as amigas. Por quê? Essa amávelsenhora se considerava responsável pelo divórcio de sua filha, cinco anos antes.Ela explicou: “Quando os visitei, devia ter sentado e conversado com o meu genro.Devia ter perguntado como andavam as coisas. Talvez pudesse ter ajudado. Eu gostaria,mas não aproveitei a oportunidade. Agora sinto que falhei com eles.”. Depois deanalisarmos o quanto seu pensamento não tinha lógica, ela imediatamente sentiu-semelhor e voltou a ser uma pessoa ativa. Pelo fato de ser humana e não Deus, ela nãopodia ser capaz de prever o futuro nem saber exatamente como intervir.A essa altura você pode estar pensando, “E daí? Eu sei que minha vontade denão fazer nada é meio ilógica e autodestrutiva. Posso reconhecer-me em váriosdesses modelos de pensamento que você descreveu. Mas me sinto como se estivessetentando atravessar uma piscina cheia de mel. Não consigo me mexer. Você podedizer que toda essa opressão resulta apenas das minhas atitudes, mas é como sepesasse uma tonelada. Então, o que posso fazer?”.Você sabe por que praticamente qualquer atividade tem uma boa chance demelhorar seu humor? Se não fizer nada, você vai ficar preocupado com a avalanche

quando a vida apresenta-lhe algum obstáculo. Em vez de persistir pacientemente

por algum tempo quando as coisas ficam difíceis, você prefere fazer retaliação contra

essa “injustiça” e acaba desistindo completamente. Também chamo isso de “síndrome

do direito”, porque você sente e age como se tivesse direito a sucesso, amor,

aprovação, saúde perfeita, felicidade etc.

Sua frustração resulta do seu hábito de comparar a realidade com um ideal existente

na sua cabeça. Quando as duas coisas não batem, você condena a realidade.

Não lhe ocorre que pode ser infinitamente mais fácil simplificar suas expectativas

do que distorcer a realidade.

Essa frustração, muitas vezes, é gerada por cobranças. Durante uma corrida,

você pode se queixar, “Depois de ter corrido tantos quilômetros, eu já devia estar em

melhor forma”. É mesmo? Por quê? Talvez você tenha a ilusão de que essas cobranças

punitivas e exigentes ajudarão a fazer que se empenhe e se esforce mais. Dificilmente

isso acontece. A frustração só aumenta sua sensação de inutilidade e sua vontade de

desistir e não fazer nada.

13.

AUTOACUSAÇÃO E SENTIMENTO DE CULPA

Se você está preso à convicção de que não é bom ou decepcionou alguém, naturalmente

vai sentir-se desmotivado para a vida cotidiana. Recentemente, tratei de

uma senhora idosa solitária que passava o dia na cama, embora se sentisse melhor

quando fazia compras, cozinhava e se encontrava com as amigas. Por quê? Essa amável

senhora se considerava responsável pelo divórcio de sua filha, cinco anos antes.

Ela explicou: “Quando os visitei, devia ter sentado e conversado com o meu genro.

Devia ter perguntado como andavam as coisas. Talvez pudesse ter ajudado. Eu gostaria,

mas não aproveitei a oportunidade. Agora sinto que falhei com eles.”. Depois de

analisarmos o quanto seu pensamento não tinha lógica, ela imediatamente sentiu-se

melhor e voltou a ser uma pessoa ativa. Pelo fato de ser humana e não Deus, ela não

podia ser capaz de prever o futuro nem saber exatamente como intervir.

A essa altura você pode estar pensando, “E daí? Eu sei que minha vontade de

não fazer nada é meio ilógica e autodestrutiva. Posso reconhecer-me em vários

desses modelos de pensamento que você descreveu. Mas me sinto como se estivesse

tentando atravessar uma piscina cheia de mel. Não consigo me mexer. Você pode

dizer que toda essa opressão resulta apenas das minhas atitudes, mas é como se

pesasse uma tonelada. Então, o que posso fazer?”.

Você sabe por que praticamente qualquer atividade tem uma boa chance de

melhorar seu humor? Se não fizer nada, você vai ficar preocupado com a avalanche

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