antidepressão a revolucionária terapia do bem-estar(1)(1)

adilio.mouracosta
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13.08.2023 Views

valor ao que você já possui. Na verdade, a grande maioria das pessoas com depressãosão muito amadas, mas isso não ajuda em nada porque estão faltando amor-próprioe autoestima. No fim das contas, só o valor que você dá a si mesmo determina omodo como se sente.“Então”, você pode estar se perguntando com certa irritação, “como faço paraadquirir valor próprio? O fato é que me sinto muito incompetente e estou convictode que não sou mesmo tão bom quanto os outros. Não acho que possa fazer nadapara mudar esses sentimentos horríveis porque, no fundo, é assim que eu sou.”.Uma das características fundamentais da terapia cognitiva é que ela recusa-seterminantemente a embarcar na sua sensação de inutilidade. Na minha clínica, levomeus pacientes a fazer uma reavaliação sistemática de sua autoimagem negativa. Eulevanto várias vezes a mesma questão: “Você está mesmo certo quando insiste que,no fundo, é essencialmente um fracassado?”.O primeiro passo é examinar mais atentamente o que você diz sobre si mesmoquando insiste que não tem nada de bom. As evidências que as pessoas apresentamem defesa de sua inutilidade dificilmente ‒ para não dizer nunca ‒ fazem sentido.Essa opinião é baseada num estudo dos doutores Aaron Beck e David Braff queindicou que, na verdade, existe um distúrbio formal de pensamento nos pacientescom depressão. Indivíduos deprimidos foram comparados com pacientes esquizofrênicose com pessoas sem depressão em sua capacidade de interpretar o significadode alguns provérbios, como “É melhor prevenir do que remediar”. Tanto ospacientes esquizofrênicos como os deprimidos cometeram vários erros de lógica etiveram dificuldade para extrair o significado dos provérbios. Eles eram demasiadoespecíficos e não conseguiam fazer generalizações precisas. Embora a gravidade dodefeito nos pacientes deprimidos fosse, obviamente, menos grave e grotesca do queno grupo dos esquizofrênicos, os indivíduos com depressão eram claramente anormaiscomparados às pessoas normais.Em termos práticos, o estudo indicou que, durante os períodos de depressão,você perde parte de sua capacidade de pensar claramente; tem dificuldade de colocaras coisas na perspectiva correta. Os fatos negativos ganham uma importânciacada vez maior até ao ponto de dominarem toda a sua realidade ‒ e você não podedizer, realmente, que os fatos estão distorcidos. Tudo parece bastante real para você.Essa ilusão de inferno que você cria é muito convincente.Quanto mais deprimido e infeliz você se sente, mais distorcido torna-se o seupensamento. Por outro lado, na ausência da distorção mental, você não tem falta devalor próprio nem depressão!Quais são os erros mentais mais comuns que você comete quando se menospreza?Um bom ponto de partida é a lista de distorções que começou a dominar no

valor ao que você já possui. Na verdade, a grande maioria das pessoas com depressão

são muito amadas, mas isso não ajuda em nada porque estão faltando amor-próprio

e autoestima. No fim das contas, só o valor que você dá a si mesmo determina o

modo como se sente.

“Então”, você pode estar se perguntando com certa irritação, “como faço para

adquirir valor próprio? O fato é que me sinto muito incompetente e estou convicto

de que não sou mesmo tão bom quanto os outros. Não acho que possa fazer nada

para mudar esses sentimentos horríveis porque, no fundo, é assim que eu sou.”.

Uma das características fundamentais da terapia cognitiva é que ela recusa-se

terminantemente a embarcar na sua sensação de inutilidade. Na minha clínica, levo

meus pacientes a fazer uma reavaliação sistemática de sua autoimagem negativa. Eu

levanto várias vezes a mesma questão: “Você está mesmo certo quando insiste que,

no fundo, é essencialmente um fracassado?”.

O primeiro passo é examinar mais atentamente o que você diz sobre si mesmo

quando insiste que não tem nada de bom. As evidências que as pessoas apresentam

em defesa de sua inutilidade dificilmente ‒ para não dizer nunca ‒ fazem sentido.

Essa opinião é baseada num estudo dos doutores Aaron Beck e David Braff que

indicou que, na verdade, existe um distúrbio formal de pensamento nos pacientes

com depressão. Indivíduos deprimidos foram comparados com pacientes esquizofrênicos

e com pessoas sem depressão em sua capacidade de interpretar o significado

de alguns provérbios, como “É melhor prevenir do que remediar”. Tanto os

pacientes esquizofrênicos como os deprimidos cometeram vários erros de lógica e

tiveram dificuldade para extrair o significado dos provérbios. Eles eram demasiado

específicos e não conseguiam fazer generalizações precisas. Embora a gravidade do

defeito nos pacientes deprimidos fosse, obviamente, menos grave e grotesca do que

no grupo dos esquizofrênicos, os indivíduos com depressão eram claramente anormais

comparados às pessoas normais.

Em termos práticos, o estudo indicou que, durante os períodos de depressão,

você perde parte de sua capacidade de pensar claramente; tem dificuldade de colocar

as coisas na perspectiva correta. Os fatos negativos ganham uma importância

cada vez maior até ao ponto de dominarem toda a sua realidade ‒ e você não pode

dizer, realmente, que os fatos estão distorcidos. Tudo parece bastante real para você.

Essa ilusão de inferno que você cria é muito convincente.

Quanto mais deprimido e infeliz você se sente, mais distorcido torna-se o seu

pensamento. Por outro lado, na ausência da distorção mental, você não tem falta de

valor próprio nem depressão!

Quais são os erros mentais mais comuns que você comete quando se menospreza?

Um bom ponto de partida é a lista de distorções que começou a dominar no

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