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antidepressão a revolucionária terapia do bem-estar(1)(1)

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David: Vamos supor que as pessoas fizessem mesmo pouco caso de você. E daí?

Eric: Eu me sentiria péssimo.

David: Por quê? Por que você precisaria se sentir péssimo se as pessoas fizessem

pouco caso de você?

Eric: Bom, isso significaria que eu não tenho valor. Além disso, pode estragar

minha carreira. Eu tiraria notas baixas e talvez nunca conseguisse ser

advogado.

David: Suponhamos que você não se tornasse advogado. Vamos supor, a título de

discussão, que você fosse reprovado. Por que isso o incomodaria tanto?

Eric: Isso significaria que fracassei numa coisa que sempre desejei em toda a

minha vida.

David: E o que isso representaria para você?

Eric: A vida perderia a graça. Significaria que eu sou um fracasso. Não sirvo

para nada.

Nesse breve diálogo, Eric mostrou que considerava uma coisa terrível ser menosprezado,

cometer um erro ou fracassar. Ele parecia convencido de que, se alguém

fizesse pouco caso dele, todos fariam o mesmo. Era como se, de repente, a palavra

REJEITADO ficasse estampada em sua testa para que todos vissem. Ele parecia não

ter o menor senso de autoestima que não estivesse condicionado à aprovação e/ou

ao sucesso. Avaliava a si mesmo pela forma como os outros o viam e pelo que havia

conquistado. Se os seus anseios de aprovação e realização não fossem satisfeitos,

Eric achava que não seria nada, pois não haveria apoio sincero vindo de dentro dele.

Se você acha que a busca perfeccionista de Eric por realização e aprovação é

autodestrutiva e pouco realista, tem razão. Mas, para Eric, essa busca era realista e razoável.

Se você está ou já esteve deprimido, pode achar bem mais difícil reconhecer os

padrões de pensamento irracionais que fazem-no menosprezar a si mesmo. Na verdade,

provavelmente está convencido de que é mesmo inferior ou indigno. E qualquer

sugestão do contrário deve soar tola e desonesta.

Infelizmente, quando você está deprimido, pode não ser o único a estar convicto

da sua incompetência. Em muitos casos, será tão persuasivo e persistente em sua

crença inadequada de que é deficiente e não tem nada de bom que pode levar seus

amigos, sua família e até seu terapeuta a aceitarem essa ideia de si mesmo. Durante

muitos anos, os psiquiatras tendiam a “embarcar” no sistema de autoavaliação negativo

dos pacientes com depressão sem comprovar a coerência do que esses pacientes

diziam sobre si mesmos. Isso é ilustrado nos escritos de um observador atento como

Sigmund Freud em seu tratado “Luto e melancolia”, que constitui a base da aborda-

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