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MANEJO<br />
ajudar nas lacunas da legislação que ainda existem para<br />
crescermos na produção e melhorarmos as condições de exploração<br />
com muita responsabilidade”, destacou Soraya.<br />
ÁREAS MAPEADAS<br />
As concessões florestais, atualmente concentradas no<br />
Amapá, Pará e Rondônia, ainda representam muito pouco<br />
da produção florestal, ressaltaram debatedores. Hoje há<br />
cerca de 1,4 milhão de hectares sob concessão, mas existem<br />
áreas mapeadas que indicam a possibilidade de ampliação<br />
das concessões, o que aumentaria a participação do Brasil<br />
na parcela global de demanda de madeira. Os EUA (Estados<br />
Unidos da América), Europa e China são os maiores compradores<br />
da madeira brasileira.<br />
Deryck Pantoja Martins, diretor técnico da CONFLORES-<br />
TA (Associação Brasileira de Empresas Concessionárias Florestais),<br />
diretor técnico da Aimex (Associação das Indústrias<br />
Exportadores da Madeira do Estado do Pará) e representante<br />
da CNI (Confederação Nacional da Indústria), apontou<br />
que o Brasil tem mais de 450 milhões de ha (hectares) de<br />
floresta, no entanto representa apenas 6% do suprimento<br />
industrial de madeira, pois o restante vem de floresta plantada.<br />
“O Brasil é o segundo país no mundo em extensão<br />
florestal, mas corresponde a parcela muito pequena do<br />
mercado mundial de madeira, o que demonstra que temos<br />
espaço para crescer, potencializar essa produção e participar<br />
de forma mais efetiva nesse mercado crescente”, destacou<br />
Deryck.<br />
O representante da CONFLORESTA ressaltou que o<br />
manejo florestal é a melhor estratégia de conservação das<br />
florestas e da biodiversidade. A madeira, segundo ele, é o<br />
produto mais rastreável da economia rural dentre os principais<br />
produtos da balança comercial, por meio de sistema<br />
altamente eficaz que permite garantir que o produto é originário<br />
de floresta licenciada devidamente autorizada pelos<br />
órgãos competentes, a partir de plataforma de sistemas públicos<br />
acessíveis a qualquer cidadão de forma efetiva.<br />
Ainda segundo Deryck, menos de 5% do suprimento de<br />
madeira vem das concessões florestais, e o país ainda tem<br />
grande parte das áreas privadas. Um dos grandes desafios é<br />
ampliar as concessões florestais. Se o país atingir 20 milhões<br />
de ha em concessão de florestas, poderá aumentar em R$<br />
3,3 bilhões o PIB (Produto Interno Brasileiro). “Isso poderá<br />
gerar uma arrecadação de impostos da ordem de R$ 250 milhões,<br />
um impacto positivo superior a R$ 85 milhões, a geração<br />
de mais de 170 mil empregos, um valor da produção<br />
em 2030 equivalente a R$ 6,3 bilhões, além de um potencial<br />
de receita projetado em R$ 357 milhões”, sublinhou Deryck.<br />
Dentre os principais desafios do Brasil no setor, segundo<br />
Deryck, estão a atuação nos mercados externo e interno; a<br />
substituição da madeira por plástico e gesso; os ataques deliberados<br />
ao produto madeira, associada a desmatamento;<br />
o acesso ao crédito; a reestruturação e fortalecimento dos<br />
órgãos ambientais; a sistematização dos processos autorizativos;<br />
e a garantia de fiscalização no campo. Derick sugeriu<br />
ainda a ampliação da atividade e a simplificação da gestão<br />
florestal; o uso de tecnologias e formas inteligentes de monitoramento<br />
já existentes; a garantia de segurança jurídica<br />
às concessões florestais; incentivos à produção florestal por<br />
meio de compras públicas e programas de casas populares;<br />
a diversificação da produção madeireira; e a promoção do<br />
produto madeira no Brasil e no mundo.<br />
DESINFORMAÇÃO<br />
Presidente do FNBF (Fórum Nacional das Atividades de<br />
Base <strong>Florestal</strong>), Frank Rogieri de Souza Almeida ressaltou<br />
que é preciso combater a desinformação e a ideologia desenfreada,<br />
que se implantou no Brasil, além da discrimina-<br />
94 www.referenciaflorestal.com.br