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SUSTENTABILIDADE<br />
a divisão de lucros com os empregados. Além disso, o<br />
sistema pecuário é focado apenas na engorda do gado,<br />
aproveitando as pastagens consorciadas com o milho.<br />
A fazenda colhe três safras ao longo do ano agrícola,<br />
sendo duas de grãos (soja e milho) e um período de<br />
três meses de engorda dos animais na mesma área. A<br />
propriedade apresentou o segundo maior lucro (969,91<br />
dólares por hectare) entre as 22 fazendas analisadas e<br />
um desempenho ambiental similar à fazenda com IPF,<br />
particularmente quanto a reduzida perda de solo superficial,<br />
ao uso de fertilizantes e a emissões de GEE (gases<br />
do efeito estufa).<br />
Por outro lado, os pesquisadores também encontraram<br />
desempenhos desequilibrados mesmo em propriedades<br />
com sistemas de integração, com elevados<br />
resultados nos indicadores econômico e ambiental, e<br />
mais baixo desempenho social, o que comprometeu o<br />
seu IS. Uma delas, com sistema de ILP, apresentou baixas<br />
escolaridade e atratividade do emprego; já outra,<br />
também com ILP, obteve baixos valores para treinamentos<br />
e cursos e qualidade do emprego.<br />
Segundo os autores, os diferentes resultados entre<br />
os sistemas de integração demonstram que é difícil<br />
estabelecer uma conclusão geral sobre os benefícios da<br />
intensificação sustentável, pois eles são específicos para<br />
cada contexto. Geraldo Stachetti, da Embrapa Meio<br />
Ambiente, afirma que o simples fato de as fazendas utilizarem<br />
sistemas de integração não garante um elevado<br />
IS. “Elas precisam ter um desempenho elevado e equilibrado<br />
entre as três dimensões da sustentabilidade”,<br />
destaca Geraldo.<br />
Na categoria A (desempenho alto) há apenas três<br />
fazendas – a com IPF e duas com ILP, que apresentaram<br />
bom desempenho econômico e excelente desempenho<br />
ambiental, porém desempenho mediano no indicador<br />
social.<br />
A categoria B (desempenho mediano) contempla<br />
quase todas as fazendas de grãos e apenas duas com<br />
sistemas de integração e foi dividida em dois subgrupos:<br />
B1, composto, em geral, por aquelas que apresentaram<br />
bom desempenho econômico associado a<br />
indicadores social e ambiental medianos; e B2, formado<br />
por fazendas que apresentaram baixo desempenho<br />
econômico associado a indicadores social e ambiental<br />
medianos.<br />
Já a categoria C (desempenho baixo) reúne todas<br />
as fazendas de pecuária e duas de grãos, e também<br />
foi dividida em dois subgrupos: C1, com propriedades<br />
caracterizadas por valores muito baixos em duas ou nas<br />
três dimensões da sustentabilidade; e C2, com as três<br />
fazendas que obtiveram resultados muito baixos nas<br />
três dimensões e, consequentemente, com os piores IS.<br />
Os sistemas exigem um alto grau<br />
de gerenciamento e consciência<br />
ambiental para aumentar a<br />
eficiência no uso dos recursos,<br />
o que, em consequência, leva<br />
também a melhores desempenhos<br />
econômicos e sociais<br />
Inácio de Barros, pesquisador da<br />
Embrapa Gado de Leite<br />
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