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AnuarioAdvogados WEB

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2023<br />

QUEM É QUEM<br />

ADVOGADOS


EDITORIAL<br />

ESG,<br />

atração de talento e digital trazem novos<br />

desafios à advocacia<br />

Acabou de chegar às suas mãos o Anuário de Advocacia de Negócios, distribuído com a revista Executive Digest<br />

e que apresenta conteúdos extensos e aprofundados, tais como análises, reportagens e entrevistas. Aqui<br />

os leitores poderão encontrar temas como o apoio das firmas aos clientes na sua jornada de sustentabilidade,<br />

de acordo com critérios ESG (Environmental, Social, Governance); como pode a inovação transformar as<br />

Sociedades de Advogados ou o desafios da captação e retenção de talento.<br />

Este ponto é fundamental. Ninguém quer perder os melhores jovens para as sociedades concorrentes e todas<br />

elas se esforçam em ter um plano de carreira para cada um deles: ser team player é mais importante do que<br />

ser a “estrela da equipa”. Ou seja, não deve ser apenas o melhor candidato a ser escolhido, mas sim aquele<br />

que mais potencial tem para dar à organização. O investimento em formação, o desenvolvimento de uma<br />

cultura de meritocracia, a progressão na carreira e, claro, a atribuição de uma remuneração justa são fatores<br />

fundamentais para os líderes das firmas, que procuram garantir o bem dos colaboradores num mercado cada<br />

vez mais competitivo.<br />

Também a adoção de ferramentas tecnológicas constitui um importante diferencial em termos de eficiência,<br />

segurança e organização dos serviços e, por isso, assiste-se a um interessante desenvolvimento e aperfeiçoamento<br />

das ferramentas de Legal Tech. Tecnologias como a blockchain, IA e machine-learning oferecem<br />

disrupção e eficiência aos processos, mas também trazem desafios.<br />

A entrada de novos concorrentes no mercado tem sido perspectivada, nomeadamente através da criação de<br />

sociedades multidisciplinares, o que vai obrigar os escritórios a estimular a sua criatividade, preparando-os<br />

para uma maior concorrência. E, tal como diz um dos protagonistas ouvidos no Fórum de Líderes a propósito<br />

deste último factor, «o setor começa a movimentar-se no sentido de se adaptar a uma realidade que, para o<br />

bem e para o mal, irá alterar profundamente a essência da advocacia portuguesa».<br />

Em relação ao mercado de fusões e aquisições, os especialistas consideram que irá continuar dinâmico ao<br />

longo deste ano. As áreas de Tecnologia, Media & Comunicações (TMC), Agroindustrial, Energia, Lazer e<br />

Hotelaria e o mercado Imobiliário continuarão a ser setores relativamente aos quais os investidores internacionais<br />

estarão particularmente atentos.<br />

O Anúario é composto por duas partes: na primeira fazemos uma análise sobre os grandes temas e temos<br />

um Fórum com a opinião de alguns dos principais líderes do sector. Na segunda parte apresentamos um<br />

directório das instituições que operam em Portugal, com fichas individuais e uma listagem geral, de maneira<br />

a que os nossos leitores fiquem a conhecer as principais instituições e respectivos responsáveis do sector da<br />

Advocacia de Negócios em Portugal.<br />

António Sarmento,<br />

jornalista<br />

// FICHA TÉCNICA<br />

DIRECTOR Ricardo Florêncio (ricardo.florencio@executivedigest.pt) • REDAÇÃO António Sarmento (antonio.sarmento@multipublicacoes.pt)<br />

• ARTE Sofia Marques • IMAGENS Getty Image • COMERCIAL E PUBLICIDADE (publicidade@multipublicacoes.pt) • MARKETING E COMUNICAÇÃO<br />

(marketing@multipublicacoes.pt) • PERIODICIDADE Anual • TIRAGEM MÉDIA 17.000 exemplares • PROPRIEDADE | SEDE | EDITOR Multipublicações,<br />

LDA, Rua Cidade de Rabat, nº 41B, 1500-159 Lisboa, NIPC: 506 012 905, CRCL: 11061 • IMPRESSÃO E ACABAMENTO Lidergraf - Sustainable Printing,<br />

Rua do Galhano, nº 15, 4480-089 Vila do Conde<br />

Anuário distribuido gratuitamente com a Executive Digest Julho 2023


ÍNDICE<br />

// 06 ANÁLISE<br />

Advogados apostam cada<br />

vez mais na compreensão<br />

das métricas ESG<br />

A implementação de um plano<br />

Ambiental, Social e de Governação pode<br />

trazer uma série de mudanças positivas para<br />

as empresas portuguesas<br />

// 16 ENTREVISTA<br />

«O aconselhamento jurídico é<br />

essencial»<br />

Num contexto empresarial e social em<br />

constante mudança, falamos com José Luís<br />

Moreira da Silva, Presidente do Conselho<br />

Diretivo da Associação das Sociedades de<br />

Advogados de Portugal (ASAP) por forma a<br />

conhecer melhor a advocacia em Portugal<br />

// 12 ANÁLISE<br />

Como a inovação está a transformar o<br />

panorama jurídico global?<br />

A adopção de ferramentas tecnológicas<br />

constitui um importante diferencial em termos<br />

de eficiência, segurança e organização dos<br />

serviços<br />

// 20 FORMAÇÃO<br />

Aliança entre academia e advocacia e<br />

a importância da formação<br />

A formação é um elemento crucial para o<br />

desenvolvimento profissional em diversas<br />

áreas, nomeadamente o sector da advocacia,<br />

uma profissão que exige conhecimento jurídico<br />

aprofundado, habilidades de comunicação<br />

eficazes e uma compreensão sólida do sistema<br />

legal.<br />

// 15 OPINIÃO<br />

Os Advogados e a (distância da)<br />

Sociedade Civil<br />

Filipa Mendes Pinto, Sócia da FIND<br />

4<br />

EXECUTIVE DIGEST \ QUEM É QUEM NOS ADVOGADOS \ 2023


ÍNDICE<br />

// 26 TRABALHO<br />

O desafio da atracção e retenção<br />

de talento<br />

Num mundo onde o paradigma do<br />

trabalho se alterou drasticamente<br />

em poucos anos, todos os sectores<br />

enfrentam o desafio de captar e<br />

reter os melhores talentos, incluindo<br />

o da advocacia.<br />

38<br />

FÓRUM DE LÍDERES<br />

1<br />

Quais os principais<br />

desafios para<br />

o sector da<br />

advocacia em<br />

Portugal?<br />

2<br />

Face a estes desafios e<br />

também oportunidades,<br />

como se posiciona a sua<br />

Sociedade?<br />

// 32 ENTREVISTA<br />

«Os contribuintes contam<br />

connosco para resolver os seus<br />

problemas»<br />

O Centro de Arbitragem<br />

Administrativa (CAAD) é bastante<br />

relevante para as empresas e<br />

contribuintes individuais.<br />

60<br />

DIRETÓRIO<br />

Sociedades<br />

que se destacam<br />

A advocacia<br />

é uma área<br />

fundamental para<br />

o funcionamento<br />

do sistema jurídico<br />

em Portugal e em<br />

qualquer país do<br />

mundo.<br />

EXECUTIVE DIGEST \ QUEM É QUEM NOS ADVOGADOS \ 2023 5


ANÁLISE<br />

ADVOGADOS APOSTAM CADA<br />

VEZ MAIS NA COMPREENSÃO<br />

DAS MÉTRICAS<br />

esg<br />

A implementação de um plano Ambiental, Social e de Governação pode<br />

trazer uma série de mudanças positivas para as empresas portuguesas<br />

por António Sarmento<br />

A<br />

s matérias ESG são responsabilidade<br />

de toda a organização, e mudar hábitos<br />

e rotinas é sempre o mais difícil.<br />

Assim, um dos principais desafios é<br />

a integração no dia-a-dia dos conceitos<br />

ESG, o que só é possível através<br />

de formação contínua. «No nosso caso, só assim poderemos<br />

gerar conhecimento jurídico e melhorar a<br />

nossa própria prática de ESG, nas relações internas<br />

e externas, com colegas, clientes e fornecedores. Para<br />

além do investimento na formação, pode ser necessária<br />

a contratação de quadros específicos, e a constituição<br />

de equipas próprias, o que pode constituir<br />

um segundo desafio. Por fim, é necessário também<br />

ter em conta um certo equilíbrio entre as políticas a<br />

adotar dentro de cada uma das áreas, não descurando<br />

nenhuma das três componentes que compõem a<br />

sigla ESG, ou seja, o ambiente, o social e o governance»,<br />

explica Nuno Sá Carvalho, managing partner da<br />

Cuatrecasas em Portugal.<br />

Cada vez mais empresas têm consciência da importância<br />

da sustentabilidade empresarial, que passa<br />

pelo impacto do seu negócio no meio ambiente<br />

e até aos desafios existentes a nível social e de governance.<br />

«Vemos cada vez mais empresas a nomear<br />

responsáveis de ESG e de sustentabilidade, as universidades<br />

disponibilizam MBA e outras formações<br />

sobre esta área e há organizações que para se candidatarem<br />

a determinados programas têm obrigatoriamente<br />

de ter já incorporados critérios ESG.<br />

Na Cuatrecasas, foi lançada uma unidade ESG em<br />

julho de 2019, com o objetivo de investigar, debater<br />

e apoiar em questões ambientais, sociais e de governo<br />

corporativo todos os grupos de prática da firma.<br />

Esta unidade tem contribuído também para abordar<br />

de uma forma mais estruturada os compromissos<br />

internos que a Cuatrecasas mantém em matéria de<br />

ESG», acrescenta Nuno Sá Carvalho.<br />

O que é que muda com a criação de um plano de<br />

ESG? A adopção de políticas ambientais, de políticas<br />

ligadas aos direitos humanos, inclusão, diversidade<br />

e equidade, e de políticas relacionadas com o governo<br />

da sociedade, incluindo a gestão das compras e<br />

a transparência, levam a alterações ao nível organizacional.<br />

«Têm de ser criadas estruturas dentro de<br />

uma organização que pensem estas políticas e que as<br />

executem, envolvendo todos. No âmbito da unidade<br />

ESG da Cuatrecasas, existem gestores ao nível da<br />

administração da cadeia de fornecimento, ambiente,<br />

ação social, e prestação de contas e contabilidade, e<br />

que têm como objetivo implementar o sistema de<br />

gestão concebido para cada área. Ao mesmo tempo,<br />

todos os pilares que constituem o nosso plano estratégico<br />

estão em linha com as políticas ESG. Se houve<br />

6<br />

EXECUTIVE DIGEST \ QUEM É QUEM NOS ADVOGADOS \ 2023


ANÁLISE<br />

algo que aprendemos depois da crise<br />

pandémica recente, foi a necessidade<br />

de refocalizar a nossa atividade económica<br />

colocando as pessoas e o planeta<br />

no centro da nossa estratégia», explica<br />

o managing partner.<br />

As métricas de ESG são muito importantes<br />

para estabelecer metas,<br />

medir progressos, assinalar marcos,<br />

comparar desempenhos e ajustar<br />

procedimentos. É medindo que se podem<br />

gerir e otimizar o impacto. «Na<br />

Cuatrecasas, medimos os impactos<br />

económicos, ambientais e sociais mais<br />

significativos da organização e que fatores<br />

influenciam substancialmente<br />

as avaliações e decisões das partes interessadas<br />

em relação à nós. Para tal,<br />

integramos desde 2000 o United Nations<br />

Global Compact e seguimos as<br />

recomendações da Global Reporting<br />

Initiative (GRI) de identificação e priorização<br />

das questões mais relevantes<br />

para a sociedade e para as partes interessadas<br />

e na aferição do seu impacto<br />

no modelo de negócio e vice-versa. A<br />

GRI é uma organização não-governamental<br />

que visa fomentar os relatórios<br />

de sustentabilidade como ferramenta<br />

para o planeamento dos impactos<br />

EXECUTIVE DIGEST \ QUEM É QUEM NOS ADVOGADOS \ 2023 7


ANÁLISE<br />

As empresas portuguesas<br />

precisam de utilizar<br />

cada vez mais métricas<br />

de ESG para garantir<br />

a credibilidade do seu<br />

compromisso com a<br />

sustentabilidade e<br />

assegurar o progresso ao<br />

longo da "rota verde”<br />

económico, sociais e ambientais das<br />

empresas. Como parte deste compromisso,<br />

fazemos uma análise de materialidade,<br />

preparamos anualmente a<br />

nossa informação não financeira e publicamos<br />

o nosso relatório de sustentabilidade.<br />

Neste relatório, revelamos<br />

os indicadores e mecanismos através<br />

dos quais marcamos o nosso compromisso<br />

para com os princípios do Pacto<br />

Mundial das Nações Unidas e com os<br />

Objetivos de Desenvolvimento Sustentável<br />

da Agenda 2030. São métricas<br />

que evidenciam a responsabilidade<br />

que assumimos em desenvolver uma<br />

atividade que contribua para a justiça<br />

social e a luta contra as alterações climáticas,<br />

e sempre colocando no centro<br />

as pessoas, dando prioridade à saúde<br />

e segurança dos profissionais, progredindo<br />

ao nível da investigação, inovação<br />

e desenvolvimento, fomentando<br />

a formação contínua e favorecendo a<br />

igualdade e paridade de género, entre<br />

outras linhas de atuação ESG».<br />

Os advogados cada vez mais apostam<br />

nestas áreas por duas razões:<br />

«primeiro porque os clientes estão<br />

a fazê-lo, o que traz uma série de<br />

questões jurídicas que nós, enquanto<br />

advogados, devemos saber como contribuir,<br />

acrescentando valor à nossa<br />

assessoria. O nosso objetivo como<br />

sociedade de advogados é também<br />

assessorar os nossos clientes nos seus<br />

compromissos ESG. Em segundo, porque<br />

é importante que nós, como uma<br />

organização responsável, melhoremos<br />

a nossa própria gestão ESG», conclui<br />

Nuno Sá Carvalho, managing partner<br />

da Cuatrecasas em Portugal.<br />

EMPRESAS<br />

Segundo o primeiro relatório do Observatório<br />

dos ODS nas empresas<br />

8<br />

EXECUTIVE DIGEST \ QUEM É QUEM NOS ADVOGADOS \ 2023


ANÁLISE<br />

portuguesas do Center for Responsible<br />

Business da Católica Lisbon, publicado<br />

em Outubro de 2022, Portugal<br />

é um país relativamente avançado no<br />

progresso da Agenda 2030, embora<br />

se notem duas velocidades diferentes<br />

nesta matéria em Portugal. Enquanto<br />

as grandes empresas estão num estado<br />

de maior maturidade em relação à ambição<br />

e actuação em relação aos ODS,<br />

na maioria das PMEs, que são 99,3%<br />

do nosso tecido empresarial, nota-se<br />

um estado de menor desenvolvimento<br />

do tema, quer ao nível da identificação<br />

dos ODS e impacto da Agenda<br />

2030 na sua atividade e estratégia de<br />

negócio e actuação, quer ao nível da<br />

implementação da estratégia relativa<br />

aos ODS.<br />

«Na verdade, não existe ainda uma<br />

definição de estratégia empresarial na<br />

maioria das empresas (quer grandes,<br />

quer PMEs) que tenha como critério<br />

norteador ou como ponto de partida<br />

os ODS, mas o contrário – a identificação<br />

de ODS que estejam alinhados<br />

com a estratégia e core business da<br />

empresa», afirma Maria Figueiredo,<br />

Nuno Sá Carvalho,<br />

managing partner<br />

da Cuatrecasas em<br />

Portugal<br />

Maria Figueiredo,<br />

Of Counsel da CMS<br />

Portugal<br />

Lucila de Almeida,<br />

Abreu Chair in ESG<br />

Impact, NOVA School<br />

of Law<br />

Of Counsel da CMS Portugal. Ainda<br />

de acordo com o relatório do Observatório,<br />

a grande barreira apontada<br />

pelas empresas incluídas no mesmo<br />

é a falta de conhecimento e recursos<br />

sobre como operacionalizar os ODS.<br />

«Outras dificuldades apontadas são<br />

a falta de conhecimento da Agenda<br />

2030 por parte dos colaboradores e<br />

a dificuldade em aplicar a linguagem<br />

dos ODS à linguagem empresarial<br />

bem como dificuldade em medir métricas<br />

e metas. Ou seja, embora sejam<br />

os ODS uma linguagem universal para<br />

empresas, Governos e cidadãos, falta<br />

um dicionário para a tradução de boas<br />

práticas em business case e, acima de<br />

tudo, educação / capacitação para a temática»,<br />

acrescenta Maria Figueiredo.<br />

Um plano ESG é um plano de mitigação<br />

de riscos para o negócio. «Logo,<br />

uma empresa torna-se mais capaz de<br />

se adaptar e resistir a riscos, mais resiliente<br />

e, portanto, como se demonstra<br />

por vários estudos recentes, normalmente<br />

tem melhores desempenhos<br />

financeiros e uma melhor perceção do<br />

seu valor pelo mercado. Poderá ter, por<br />

via de exigências legais de cumprimento<br />

de métricas ESG, externalidades positivas<br />

não só internamente como para<br />

outros stakeholders», sublinha.<br />

De uma outra perspectiva, segundo<br />

Maria Figueiredo, um plano de<br />

sustentabilidade que não se limite<br />

às métricas ESG, mas que se traduza<br />

num processo interno de estratégia de<br />

sustentabilidade a longo prazo, com<br />

criação de valor, passando também<br />

pelo ESG como compliance e gestão<br />

de risco, tem o potencial de abrir novos<br />

horizontes a qualquer empresa – pode<br />

ser verdadeiramente transformador<br />

do propósito e da cultura de uma casa,<br />

com impactos muito positivos não só<br />

internamente mas também na comunidade<br />

mais alargada.<br />

Em relação ao caminho das empresas<br />

portuguesas na “rota verde”,<br />

a especialista considera que existem<br />

duas velocidades em Portugal nesta<br />

matéria. «Por um lado, as grandes<br />

empresas que já estão obrigadas a divulgar<br />

informação não financeira (as<br />

chamadas métricas ESG) e que sentem<br />

maior pressão de stakeholders<br />

para maior transparência de atuação.<br />

Por outro, por inexistência de obrigação<br />

legal (ainda) um universo maior<br />

de PMEs que não se sente pressionada<br />

pelas métricas ESG. Há sempre empresas<br />

que quebram este molde, por<br />

convicção e visão da liderança ou por<br />

exigências específicas do mercado por<br />

exemplo. É para nivelar o estado da<br />

arte e tornar a aplicação das métricas<br />

ESG mais transversal (na medida das<br />

possibilidades de cada um) que existem<br />

duas alavancas para ir dirigindo<br />

cada vez mais empresas no caminho<br />

da sustentabilidade: por um lado, a<br />

nova Diretiva sobre Divulgação de Informação<br />

de Sustentabilidade (CSRD)<br />

da União Europeia que alargam as<br />

obrigações de divulgação de informação<br />

não financeira a empresas com<br />

mais de 250 trabalhadores e volume<br />

de negócios superior a 40 milhões de<br />

Euros (entre outros requisitos alternativos),<br />

a qual deverá ser transposta<br />

em Portugal dentro de sensivelmente<br />

um ano, e por outro as exigências a que<br />

o setor financeiro está e estará sujeito<br />

nesta matéria e que irão cada vez mais<br />

condicionar o acesso a financiamento<br />

– nomeadamente nos termos também<br />

de legislação europeia como o Regulamento<br />

Taxonomia e o Regulamento<br />

relativo a Divulgação de Informação<br />

de Sustentabilidade (ou SFDR). A<br />

pressão do mercado (e.g., clientes) será<br />

também cada vez maior. Neste âmbito<br />

destaca-se também a Diretiva sobre<br />

Deveres de Diligência nas Cadeias de<br />

Fornecimento (CSDD) que responsabiliza<br />

administradores de empresas<br />

pelo cumprimento de deveres de diligência<br />

quanto a cumprimento de direitos<br />

humanos, por exemplo, nas suas<br />

cadeias de fornecimento. O espartilho<br />

EXECUTIVE DIGEST \ QUEM É QUEM NOS ADVOGADOS \ 2023 9


ANÁLISE<br />

aperta – esperemos que proporcionalmente<br />

e com o efeito motivador pretendido!»,<br />

considera Maria Figueiredo,<br />

Of Counsel da CMS Portugal.<br />

ESTRATÉGIAS<br />

Um dos principais obstáculos na implementação<br />

de estratégias de ODS<br />

das empresas é a falta de recursos<br />

financeiros ou a dificuldade de acesso<br />

a fundos para o financiamento de<br />

projetos para a efetiva implementação<br />

de projetos de sustentabilidade.<br />

Esta foi a conclusão da Comissão<br />

Europeia na proposta de reforma do<br />

setor elétrico publicada no dia 14 de<br />

março. «Para a Comissão, o aumento<br />

da produção de energia renováveis<br />

para autoconsumo via PPA – Power<br />

Purchase Agreements – é tímido em<br />

razão da dificuldade das empresas<br />

em financiar tais projetos, sugerindo<br />

que a reforma do setor elétrico imponha<br />

aos Estados-Membros obrigações<br />

de adotar garantias financeiras<br />

às empresas. Além disso, existem<br />

barreiras sociais, culturais e económicas<br />

que precisam de ser abordadas<br />

para que as empresas implementem<br />

eficazmente as suas estratégias para<br />

alcançar os ODS, de forma efetiva.<br />

Estas barreiras incluem, por exemplo,<br />

acesso limitado a informação e<br />

dados sobre sustentabilidade, falta<br />

de compreensão dos consumidores<br />

e investidores, ou uma melhor Governance<br />

para integrar os OD transversalmente<br />

em todas as áreas de<br />

atuação da empresa, da produção,<br />

transporte, comercialização e recursos<br />

humanos», explica Lucila de Almeida,<br />

Abreu Chair in ESG Impact,<br />

NOVA School of Law.<br />

Para a especialista, a implementação<br />

de um plano Ambiental, Social e<br />

de Governação (plano de ESG) pode<br />

trazer uma série de mudanças positivas<br />

para as empresas portuguesas.<br />

«Um plano ESG ajuda não só a promover<br />

objetivos de sustentabilidade,<br />

mas também a identificar estratégias<br />

e objetivos específicos a cada um dos<br />

ODS relevantes na atuação empresarial<br />

específica. Ou seja, estratégias<br />

focadas no E de ambiental (como<br />

ODS 6– Água Potável e Saneamento;<br />

7 - Energia Limpa e Acessível;<br />

12 - Consumo e Produção Responsável;<br />

13 -Ações Contra Mudanças<br />

Climáticas; 14 e 15 – Proteção da<br />

Biodiversidade na Água e na Terra)<br />

não devem sobrepor-se aos objetivos<br />

do S de social (como ODS 3 - Saúde e<br />

Bem-Estar; 5 -Igualdade de Género e<br />

10 - Redução das Desigualdades), ou<br />

vice-versa. Além disso, os planos da<br />

ESG devem servir como uma oportunidade<br />

para aumentar a confiança<br />

10<br />

EXECUTIVE DIGEST \ QUEM É QUEM NOS ADVOGADOS \ 2023


ANÁLISE<br />

pública nos procedimentos e operações<br />

das empresas, proporcionando<br />

uma maior legitimidade empresarial.<br />

Para isso, as empresas precisam adotar<br />

objetivos palpáveis em números, possíveis<br />

de constante quantificação, e a<br />

identificação de métricas de como medi-los.<br />

A razão desse apelo decorre do<br />

aumento no índice de desconfiança dos<br />

cidadãos nos planos de ESG de empresas,<br />

que em nada ajuda para o avanço<br />

da Agenda 2030. Esse facto foi um dos<br />

destaques do último COP 27, quando<br />

foi apresentado o relatório que destacou<br />

os malefícios de ´greenwashing´, e<br />

vem reforçar propostas legislativas que<br />

combatem tais práticas, como a recente<br />

proposta da Diretivas da Comissão<br />

Europeia sobre combate à falsas proposições<br />

de objetivos sustentáveis».<br />

Neste sentido, as empresas portuguesas<br />

precisam de utilizar cada vez<br />

mais métricas de ESG para garantir<br />

a credibilidade do seu compromisso<br />

com a sustentabilidade e assegurar<br />

o progresso ao longo da "rota verde".<br />

À medida que as<br />

questões dos ESG<br />

se tornam mais<br />

importantes em<br />

todos os aspetos das<br />

operações empresariais,<br />

os profissionais<br />

jurídicos precisam de<br />

compreender como<br />

implementar estas<br />

normas<br />

«As métricas dos ESG especificamente<br />

relacionados a rota ´verde´ fornecem<br />

dados sobre o desempenho ambiental.<br />

Existem múltiplas ferramentas disponíveis<br />

para ajudar as empresas a comparar<br />

o desempenho dos seus ESG com<br />

outras organizações e a desenvolver<br />

melhores estratégias para a sua melhoria.<br />

As métricas de ESG para avaliação<br />

de metas ambientais mais utilizadas<br />

pelas empresas portuguesas incluem<br />

índices quanto a:<br />

(i) emissões de carbono para medir,<br />

não apenas, a quantidade de dióxido<br />

de carbono que uma empresa emite<br />

para a atmosfera, mas também sua<br />

cadeia produtiva;<br />

(ii) eliminação de resíduos, para monitorizar<br />

não apenas a quantidade de<br />

resíduos que uma empresa elimina,<br />

como também onde são eliminados<br />

e se são possíveis de reutilização ou<br />

reciclagem,<br />

(iii) consumo de água, para avaliar<br />

não apenas a quantidade de água que<br />

uma empresa consome, mas também<br />

monitorização da forma como esta é<br />

tratada; e – por fim - (iv) índices de<br />

eficiência energética e consumo de<br />

energia renováveis, para avaliar não<br />

apenas a eficiência da utilização da<br />

energia nos processos de produção,<br />

mas também garantir que a certificação<br />

de origem da energia consumida<br />

de facto advém de fontes renováveis»,<br />

destaca Lucila de Almeida, Abreu<br />

Chair in ESG Impact, NOVA School<br />

of Law.<br />

A especialista sublinha também que os<br />

advogados apostam cada vez mais na<br />

compreensão das métricas ambientais,<br />

sociais e de governance (ESG) como<br />

forma de aconselhar as empresas sobre<br />

sustentabilidade, governance empresarial,<br />

e conformidade com os regulamentos<br />

internacionais, europeus e nacionais.<br />

«À medida que as questões dos<br />

ESG se tornam mais importantes em<br />

todos os aspetos das operações empresariais,<br />

os profissionais jurídicos precisam<br />

de compreender como implementar<br />

estas normas. Ao mesmo tempo, as<br />

universidades devem prestar atenção<br />

aos tópicos dos ESG e incorporá-los<br />

nos seus planos curriculares.<br />

Compreender o regulamento jurídico<br />

que impõe obrigações de ESG e<br />

as suas métricas é essencial para profissionais<br />

instruídos em diferentes indústrias.<br />

Por essa razão, não é possível<br />

falar sobre a inclusão do tema da<br />

sustentabilidade nas Universidades<br />

sem levar em consideração a Interdisciplinaridade<br />

inerente ao tema. Ter um<br />

conhecimento fundacional das normas<br />

e das métricas ajuda os estudantes<br />

a tornarem-se mais bem preparados<br />

para tomarem decisões éticas quando<br />

entram no mundo profissional. Além<br />

disso, incorporar o ESG no currículo<br />

pode ajudar a assegurar que os licenciados<br />

entram no mercado de trabalho<br />

com um maior sentido de consciência<br />

ambiental e responsabilidade social<br />

- duas qualidades que são altamente<br />

valorizadas pelos empregadores, atualmente».<br />

<br />

EXECUTIVE DIGEST \ QUEM É QUEM NOS ADVOGADOS \ 2023 11


ANÁLISE<br />

COMO A INOVAÇÃO ESTÁ A TRANSFORMAR<br />

O PANORAMA JURÍDICO<br />

GLOBAL?<br />

A adopção de ferramentas tecnológicas constitui um importante diferencial<br />

em termos de eficiência, segurança e organização dos serviços<br />

por António Sarmento<br />

A<br />

tecnologia já está a transformar o panorama<br />

jurídico global – assim como a indústria<br />

legal portuguesa - de uma forma<br />

que poucos estiveram dispostos a acreditar.<br />

As palavras são de Nuno da Silva<br />

Vieira, Sócio responsável pela área de<br />

Digital Economy da Antas da Cunha ECIJA. «Tal como<br />

a imprensa de Gutenberg democratizou o acesso à informação<br />

no século XV, a tecnologia actual está a reformar<br />

a advocacia. A Inteligência Artificial e o blockchain, por<br />

exemplo, estão a tornar o direito mais acessível e eficiente,<br />

transformando as práticas burocráticas em processos<br />

ágeis e precisos. Esta evolução, comparável à revolução<br />

da imprensa, está a democratizar o acesso ao direito,<br />

inaugurando uma nova era para a Justiça, potencialmente<br />

mais acessível e equitativa para todos. Apesar<br />

dos receios – e dos velhos do restelo – recordemos como<br />

a internet revolucionou os media e como os media nos<br />

abrem, hoje, as janelas para o mundo», explica Nuno da<br />

Silva Vieira.<br />

Muitos escritórios já concebem a Inteligência Artificial<br />

(IA) a assumir tarefas mais monótonas e rotineiras,<br />

como a revisão rigorosa de contratos ou gestão documental,<br />

proporcionando aos advogados mais tempo<br />

para se dedicarem à estratégia processual ou ao acompanhamento<br />

mais personalizado do cliente. «Não posso<br />

deixar de mencionar o potencial revolucionário do<br />

blockchain na autenticação e rastreabilidade de documentos.<br />

Este avanço poderá ser elementar no combate à<br />

fraude documental e à produção de prova digital junto<br />

dos tribunais», acrescenta o especialista.<br />

A tecnologia também está a abrir caminho ao trabalho<br />

colaborativo e ao trabalho remoto. As videoconferências,<br />

por exemplo, permitiram que a prática da advocacia<br />

ficasse menos restrita à localização geográfica e<br />

mais adaptável a um mundo cada vez mais globalizado.<br />

«Por fim, acredito que a tecnologia poderá democratizar<br />

o acesso ao direito, tornando-o mais eficiente e mais<br />

acessível a todos. Em jeito de “big picture”, antevejo uma<br />

indústria legal portuguesa mais digital, mais conectada<br />

e, potencialmente, mais colaborativa com os cidadãos»,<br />

sublinha Nuno da Silva Vieira.<br />

Em 2023, o Sócio responsável pela área de Digital<br />

Economy da Antas da Cunha ECIJA afirma que os escritórios<br />

de advogados devem abraçar proactivamente a<br />

tecnologia. Devem promover uma cultura digital contínua,<br />

e criar equipas que acompanhem, permanentemente,<br />

o ritmo da inovação tecnológica. Recordemos a<br />

rapidez com que as companhias ferroviárias se adaptaram<br />

à revolução industrial no século XIX, e como, ainda<br />

hoje, se conseguem identificar as consequências para<br />

quem ficou para trás – o caso português é um indulgente<br />

exemplo. «Mas, de nada servirá uma advocacia motivada<br />

sem clientes que a reclamem. A economia digital<br />

em Portugal ainda é incipiente, quando comparada com<br />

as médias europeia e mundial. Um esforço tecnológico<br />

12<br />

EXECUTIVE DIGEST \ QUEM É QUEM NOS ADVOGADOS \ 2023


ANÁLISE<br />

também é um passo na busca de novos<br />

mercados, no sentido da exportação<br />

de serviços jurídicos “made in”<br />

Portugal».<br />

Neste sentido, os advogados terão<br />

de ser multidisciplinares e cidadãos<br />

do mundo. «Já lá vai o tempo em<br />

que um cliente entrava no escritório<br />

de advogados e o advogado era um<br />

cidadão com conhecimentos médios<br />

elevados. Hoje os clientes entram nos<br />

escritórios de advogados e têm conhecimentos<br />

médios muito superiores.<br />

Num mundo cada vez mais digital e<br />

conectado, os advogados não podem<br />

apenas dominar as leis. Têm de dominar<br />

as ferramentas tecnológicas e<br />

compreender os novos paradigmas<br />

do relacionamento social e humano.<br />

Hoje um contrato já não é a palavra<br />

ou a assinatura de alguém. Hoje o<br />

código informático já cria factos jurídicos<br />

e emaranha negócios», destaca<br />

Nuno da Silva Vieira.<br />

Um escritório inovador é aquele<br />

que é construído em cima do desafio,<br />

da curiosidade e da ética. Não basta<br />

comprar tecnologia para ser inovador.<br />

«Os clientes procuram escritórios<br />

inovadores por acreditarem que as<br />

suas respostas são diferentes e mais<br />

apropriadas ao “main stream” – seja<br />

esse “main stream” comercial ou de<br />

relacionamento com os tribunais.<br />

Um escritório aconselhar a melhor<br />

tecnologia para aposição de assinatura<br />

digital num documento. Mas se<br />

esse escritório não souber desenhar<br />

uma matriz de risco para o cliente<br />

na utilização de uma assinatura digital<br />

– por exemplo, com recurso a<br />

dados biométricos - as consequências<br />

podem ser catastróficas, quer para<br />

o negócio, quer para a produção de<br />

prova», considera o Sócio responsável<br />

pela área de Digital Economy da Antas<br />

da Cunha ECIJA.<br />

ESTRATÉGIA DE INOVAÇÃO<br />

A transformação digital e tecnológica<br />

tem vindo, já há algum tempo, a<br />

constituir uma realidade no sector.<br />

Já é uma necessidade, não uma mera<br />

opção. «No entanto, não me canso de<br />

afirmar que, ainda assim, temos que<br />

EXECUTIVE DIGEST \ QUEM É QUEM NOS ADVOGADOS \ 2023 13


ANÁLISE<br />

ter em mente que a advocacia continua<br />

a ser exercida por pessoas e para<br />

pessoas, e que os principais activos<br />

vão continuar a ser os advogados.<br />

A adopção de ferramentas tecnológicas<br />

constitui um importante diferencial<br />

em termos de eficiência,<br />

segurança e organização dos serviços»,<br />

diz João Leitão Figueiredo,<br />

Sócio de TMC da CMS.<br />

Assiste-se assim a um interessante<br />

desenvolvimento e aperfeiçoamento<br />

das ferramentas de Legal Tech. Ferramentas<br />

que permitem automatizar as<br />

tarefas de menor valor acrescentado,<br />

repetitivas e mecanizadas permitindo<br />

às equipas um maior foco nos serviços<br />

de valor acrescentado. «Essa tem<br />

sido a grande revolução operada nos<br />

últimos anos. Mais recentemente, o<br />

debate em torno desta temática ficou<br />

mais intenso pelo “aparecimento” do<br />

ChatGPT. É provável que o buzz relativo<br />

ao ChatGPT resulte, sobretudo,<br />

da sua disponibilização gratuita à generalidade<br />

do público, num formato<br />

de chat, e, por isso, mais facilmente<br />

acessível. Acredito que ferramentas<br />

destas serão, já “amanhã”, utilizadas<br />

de forma generalizada. Por ora, ainda<br />

o deverão ser de forma calculada e<br />

muito previdente», acrescenta o especialista<br />

da CMS.<br />

Para João Leitão Figueiredo, existem<br />

actualmente múltiplas tendências<br />

tecnológicas relevantes para o<br />

sector. «Não obstante, admitimos que<br />

Nuno da Silva Vieira<br />

sócio responsável pela<br />

área de Digital Economy<br />

da Antas da Cunha<br />

ECIJA<br />

João Leitão Figueiredo<br />

Sócio de TMC<br />

da CMS<br />

Num mundo cada<br />

vez mais digital e<br />

conectado, os advogados<br />

não podem apenas<br />

dominar as leis. Têm de<br />

dominar as ferramentas<br />

tecnológicas e<br />

compreender os<br />

novos paradigmas do<br />

relacionamento social<br />

e humano<br />

a temática de cibersegurança assume<br />

actualmente particular relevo no<br />

sector da advocacia. Igualmente relevante,<br />

será a continua automação de<br />

processos, de produção documental,<br />

e o desenvolvimento de ferramentas<br />

baseadas em inteligência artificial<br />

verdadeiramente úteis e relevantes<br />

para o exercício da advocacia».<br />

Sobre qual é a estratégia que deve<br />

seguir uma sociedade de advogados<br />

para se manter ou se tornar inovadora<br />

em 2023, João Leitão Figueiredo<br />

afirma que «primeiro de que tudo,<br />

não pensar ser inovadora em 2023,<br />

mas no curto, médio e longo prazo».<br />

Ou seja, não se cingir ao imediato e<br />

ter uma estratégia para hoje, amanhã<br />

e depois de amanhã. «Só assim não<br />

irá perder o comboio do Legal Tech.<br />

Se hoje os clientes estão mais exigentes,<br />

estando eles equipados com tecnologia<br />

de vanguarda, e exigindo que<br />

as Sociedades com quem trabalham<br />

estejam também elas equipadas com<br />

tecnologia de nível, imaginemos dentro<br />

de uma década...», afirma.<br />

Para o Sócio de TMC da CMS, “os<br />

advogados de hoje, têm de aprender<br />

mais sobre tecnologia”. «Por isso<br />

mesmo, na CMS, efectuamos uma<br />

forte aposta na formação contínua<br />

dos nossos advogados, de uma forma<br />

coordenada e progressiva, em<br />

colaboração com os nossos parceiros<br />

externos. Essa é a única maneira<br />

de garantir que as ferramentas são<br />

sustentáveis. Cremos que, só assim,<br />

poderemos extrair os melhores resultados<br />

da adopção destas ferramentas,<br />

as quais têm um objectivo claro:<br />

prestar um serviço de excelência aos<br />

nossos Clientes».<br />

De acordo com João Leitão Figueiredo,<br />

um escritório inovador<br />

caracteriza-se por ter objectivos definidos,<br />

que saiba o caminho que<br />

pretende trilhar e tenha identificados<br />

os melhores parceiros para realizar a<br />

jornada. Ou seja, que saiba que objectivos<br />

quer atingir, que ferramentas<br />

terá que adquirir e, acima de tudo,<br />

que tenha as pessoas certas para o<br />

fazer. «No caso da CMS, temos feito<br />

uma grande aposta nas tecnologias<br />

aplicadas à prestação de serviços jurídicos<br />

de excelência e à satisfação<br />

dos seus clientes. O recurso a plataformas<br />

colaborativas de trabalho<br />

como o Lupl, desenvolvido pela CMS,<br />

em pareceria com a Cooley e a Rajah<br />

& Tann, não foi alheio aos desafios<br />

que a aplicação destas novas formas<br />

de trabalhar implicam, em particular,<br />

na conciliação com os princípios<br />

deontológicos. O Lupl visa facilitar<br />

o trabalho conjunto de clientes e advogados,<br />

promovendo a eficiência<br />

e segurança na gestão de processos<br />

e partilha de informação. Não tem<br />

como objectivo substituir os sistemas<br />

existentes, mas antes congregar<br />

os mesmos numa única plataforma<br />

que permite, em tempo real, dar um<br />

overview 360º de todos os assuntos,<br />

independentemente do local onde se<br />

esteja a trabalhar», conclui. <br />

14<br />

EXECUTIVE DIGEST \ QUEM É QUEM NOS ADVOGADOS \ 2023


OPINIÃO<br />

OS ADVOGADOS<br />

E A (DISTÂNCIA DA)<br />

SOCIEDADE CIVIL<br />

Pode ser que este não seja o tipo de artigo de que se<br />

esteja à espera de ler num “Quem é quem dos advogados”.<br />

Talvez se preferisse que trouxesse uma<br />

visão do mercado da advocacia em Portugal, uma<br />

perspetiva da sua evolução nos próximos tempos<br />

ou uma análise sobre a dinâmica do recrutamento, as dúvidas<br />

constantes que assolam os mais novos e quais as melhores<br />

estratégias de atração e de retenção.<br />

Lamento se desiludo alguns – espero que não muitos –<br />

mas não será sobre isso que me debruçarei nas próximas<br />

linhas. O momento que atravessamos neste planeta Terra<br />

mas, muito em particular, o momento que Portugal atravessa<br />

impõe, parece-me, que todos voltemos a assumir mais<br />

algum compromisso com a nossa condição de cidadãos. E,<br />

neste campo, julgo que aos Advogados pode (e deve?) caber<br />

um papel mais relevante.<br />

Se olharmos para trás, quer no regime vivido entre 1933 e<br />

1974, quer no regime democrático em que vivemos após este<br />

ano, aos Advogados sempre coube um espaço de intervenção<br />

cívica, evidente e natural.<br />

Na realidade, os homens e as mulheres das leis sempre<br />

primaram por estar na linha da frente das grandes mudanças<br />

ocorridas no nosso País, independentemente da respetiva<br />

cor política ou da sua condição social, económica ou<br />

cultural.<br />

Grandes nomes da advocacia nacional fizeram questão,<br />

numa e noutra época, de assumir a sua voz enquanto cidadãos<br />

e defender aquilo que, no seu entender, eram os interesses<br />

de Portugal. Alguns destes - dos mais respeitados e<br />

consensuais na opinião geral pela sua coragem e inequívoco<br />

legado, de pensamento e de ação -, já partiram, infelizmente.<br />

É certo que há sempre espaço para crítica. É certo que,<br />

ao longo dos tempos se foi assistindo a situações que não<br />

se reputam de felizes e muito menos de corretas. Mas havia<br />

alma na luta pela defesa das opiniões, esgrimidas calorosa<br />

mas elevadamente, com base em valores fundamentais e,<br />

acima de tudo, havia algo que faz toda a diferença: um muito<br />

maior respeito pelas coisa e causa públicas.<br />

A forma como se deteriorou a vida política em geral, diz<br />

muito da sociedade civil que hoje domina não só o nosso<br />

País, mas também muitos outros.<br />

É também certo que a advocacia se tornou mais complexa,<br />

com maior exigência de dedicação e de compatibilização<br />

com diferentes áreas do saber. Mas não é menos verdade<br />

que, desde há algum tempo, os Advogados dispõem de<br />

condições de trabalho que outrora não existiam, as quais<br />

ajudam e muito na realização das diversas tarefas a que são<br />

chamados. Receio, porém, que aquelas possam ter contribuído,<br />

pelo conforto que trouxeram, para o esvaziar do ímpeto<br />

de participação cívica o que, a par com a forma como<br />

hoje se expõe, e se está sujeito a ver exposta, a vida reduz<br />

muito o leque dos bons Advogados - daqueles com mundo,<br />

saber e alma - que se disponibiliza para intervir de modo<br />

mais proativo.<br />

Justiça deve ser feita àqueles que, embora poucos, não<br />

desistem dessa sua responsabilidade e continuam a combater<br />

a atrofia gerada pela ausência de dissonância no debate<br />

sério. Mas são precisos mais, muitos mais e é pena que os<br />

Advogados não queiram voltar a assumir esta lide.<br />

Filipa Mendes Pinto,<br />

Sócia da FIND<br />

EXECUTIVE DIGEST \ QUEM É QUEM NOS ADVOGADOS \ 2023 15


ENTREVISTA<br />

«O ACONSELHAMENTO<br />

JURÍDICO É ESSENCIAL»<br />

Num contexto empresarial e social em constante mudança, falamos com José<br />

Luís Moreira da Silva, Presidente do Conselho Diretivo da Associação das<br />

Sociedades de Advogados de Portugal (ASAP) e também Sócio da SRS Legal,<br />

por forma a conhecer melhor a advocacia em Portugal, as oportunidades, os<br />

desafios, e o papel ativo que estão a ter e a importância do aconselhamento<br />

jurídico atualmente.<br />

por André Manuel Mendes<br />

V<br />

ivemos um período marcado por grandes<br />

desafios, no contexto socioeconómico mais<br />

conturbado da última década, e onde todos<br />

os sectores de atividade são colocados à prova<br />

e são chamados a ter um papel ativo neste<br />

processo de transformação e adaptação.<br />

Um dos sectores que tem contribuído para apoiar esta<br />

adaptação por parte das empresas e da sociedade em geral<br />

é o da advocacia, que tem sido visto como pedra basilar no<br />

aconselhamento e resolução de diversas problemáticas associadas<br />

à crise económica que o mundo atravessa.<br />

Em mensagem aos associados, José Luís Moreira da Silva<br />

sublinhou que “é tempo de retomar e tentar melhorar o<br />

caminho antes trilhado e assumir a liderança da discussão<br />

e defesa dos grandes temas que as sociedades de advogados<br />

necessitam de ver discutidos, assumindo um papel fundamental<br />

de esclarecimento e de divulgação do trabalho feito<br />

pelas sociedades de advogados junto da opinião pública,<br />

destruindo ideias feitas e preconceituosas”.<br />

Qual a missão e o trabalho desenvolvido pela Associação<br />

de Sociedades de Advogados de Portugal?<br />

A ASAP tem assumido, ao longo dos 20 anos que leva de<br />

vida, a missão de auxiliar ao desenvolvimento das sociedades<br />

de advogados, e nos últimos tempos também a sua defesa.<br />

Para isso, aprovou um Código Deontológico e realiza anualmente<br />

Encontros Anuais onde debate o futuro da advocacia<br />

societária, novas formas de trabalhar, novos edifícios, novas<br />

tecnologias, regime fiscal, a internacionalização, o relacionamento<br />

com entidades públicas, entre outros.<br />

Realizamos regularmente um grande Inquérito às Sociedades<br />

de Advogados, realizado por uma entidade independente,<br />

sobre a realidade da advocacia societária em Portugal,<br />

já na sua 3.ª edição.<br />

Teve a oportunidade no ano passado de publicar um caderno<br />

dos 20 Anos da ASAP, com depoimentos de 20 personalidades<br />

da advocacia societária, especialmente dos seus<br />

pioneiros, lembrando como se fizeram as grandes sociedades<br />

hoje existentes.<br />

Ainda no âmbito das Comemorações dos seus 20 anos, a<br />

ASAP atribuiu 10 Prémios de Carreira na Advocacia Societária<br />

a outros tantos Senadores da nossa advocacia, Agostinho<br />

Pereira de Miranda, Augusto Aguiar Branco, Daniel Proença<br />

de Carvalho, João Nuno Azevedo Neves, Jorge de Abreu,<br />

José Manuel Galvão Teles, José Manuel Sérvulo Correia, José<br />

Miguel Júdice, Luís Sáragga Leal e Vasco Vieira de Almeida,<br />

personalidades que marcaram e marcam o nascimento e a<br />

brilhante evolução das sociedades de advogados em Portugal.<br />

16<br />

EXECUTIVE DIGEST \ QUEM É QUEM NOS ADVOGADOS \ 2023


ENTREVISTA<br />

Temos também sido parceiros junto<br />

da Assembleia da República e da<br />

Ordem dos Advogados para a reforma<br />

da legislação referente à advocacia.<br />

Qual o retrato que faz actualmente<br />

do sector em Portugal e quais os<br />

principais desafios?<br />

O sector da advocacia societária está<br />

forte e capaz de aconselhar todos os<br />

que necessitam de apoio jurídico nos<br />

seus investimentos e nos seus litígios,<br />

tem mesmo evoluído em linha com as<br />

tendências mais modernas do mundo,<br />

sabendo integrar novas formas de<br />

trabalho e novas tecnologias.<br />

Não fica atrás das maiores sociedades<br />

anglo-saxónicas ou globais, tendo<br />

também sabido exportar os seus serviços<br />

para outros países, designadamente<br />

os de expressão portuguesa.<br />

Tem também enormes desafios,<br />

que são todos aqueles que enfrentam<br />

as empresas hoje no mundo: desafios<br />

tecnológicos, de retenção de talentos,<br />

entre outros. Mas, em Portugal, enfrentam-se<br />

hoje mais alguns desafios,<br />

como os de mudanças do regime fiscal,<br />

das sociedades multidisciplinares,<br />

do regime de segurança social, e<br />

outros vários.<br />

O futuro pode ser entusiasmante<br />

e veem-se aparecer sempre novas sociedades,<br />

a par do crescimento das já<br />

existentes.<br />

Qual o impacto que o cenário económico<br />

e geopolítico atual está a<br />

ter no sector da advocacia? Quais<br />

as áreas mais afectadas?<br />

O impacto é igual que em todos os<br />

restantes sectores da sociedade. As<br />

sociedades de advogados tiveram de<br />

se adaptar à pandemia e ao desafio<br />

da inflação e da guerra, à nova ordem<br />

mundial, com menos globalização,<br />

aos receios do investidor e a uma<br />

EXECUTIVE DIGEST \ QUEM É QUEM NOS ADVOGADOS \ 2023 17


ENTREVISTA<br />

O futuro pode ser<br />

entusiasmante e<br />

veem-se aparecer<br />

sempre novas<br />

sociedades<br />

maior litigância e a uma permanente<br />

necessidade de estar a par com mundo<br />

e o futuro.<br />

As incertezas atuais sobre o futuro<br />

têm posto pressão sobre grandes investimentos,<br />

sobre fusões e aquisições<br />

societárias. Esta incerteza tornou o<br />

mundo mais litigante e a necessitar<br />

de permanentes atenções à força de<br />

trabalho e ao financiamento da sua<br />

actividade.<br />

Se alguma coisa as incertezas actuais<br />

do mundo trouxeram, foi a demonstração<br />

evidente que o aconselhamento<br />

jurídico é essencial, não se<br />

podendo investir sem um bom apoio<br />

de advogados.<br />

Longe vão os tempos em que só<br />

se chamavam os advogados para resolver<br />

conflitos, hoje é evidente que<br />

prevenir conflitos é essencial para o<br />

sucesso de qualquer investimento.<br />

Quais as principais dificuldades<br />

das empresas portuguesas e em<br />

que áreas mais recorrem a apoio<br />

jurídico?<br />

As empresas portuguesas não são<br />

exceção. Cada vez mais recorrem ao<br />

apoio jurídico preventivo e pedem<br />

18<br />

EXECUTIVE DIGEST \ QUEM É QUEM NOS ADVOGADOS \ 2023


ENTREVISTA<br />

conselhos antes de iniciarem qualquer<br />

investimento. Societário, ambiental,<br />

laboral, fiscal, resolução de<br />

litígios, estão sempre presentes.<br />

Desde o início da pandemia que o<br />

paradigma do mundo do trabalho<br />

e da sociedade se alterou. Quais as<br />

principais alterações que se verificam<br />

e permanecem, tanto do lado<br />

dos advogados como dos clientes?<br />

Existe hoje uma nova forma de encarar<br />

a relação de trabalho. O home<br />

office veio para ficar. Qualquer sociedade<br />

de advogados tem um programa<br />

que permite o home office, em simultâneo<br />

com o trabalho no escritório.<br />

Os novos escritórios já espelham essa<br />

situação.<br />

A tecnologia é outro dos novos paradigmas.<br />

A pandemia forçou a uma<br />

aceleração da digitalização no mundo<br />

empresarial e cada vez são mais<br />

utilizadas novas ferramentas, estando<br />

a Inteligência Artificial também<br />

a entrar rapidamente no mundo da<br />

advocacia.<br />

A interação entre a advocacia e<br />

os clientes é hoje muito mais digital<br />

também, exigindo um relacionamento<br />

muito mais próximo entre ambos.<br />

Nos últimos 3 anos também assistimos<br />

um rápido acelerar da<br />

transformação digital. Como analisa<br />

a adoção de novas tecnologias<br />

por parte das sociedades de advogados<br />

e de que forma têm potenciado<br />

os negócios?<br />

É impossível pensar na advocacia<br />

hoje sem digitalização. É uma exigência<br />

do mundo moderno.<br />

O problema ainda é o seu custo.<br />

Para se estar a par com as mais recentes<br />

ferramentas que em muito<br />

ajudam o nosso trabalho, chega-se a<br />

gastar algumas centenas de milhares<br />

de euros, o que é só acessível ainda a<br />

poucos. Este paradigma vai alterar-se<br />

e a democratização do acesso às novas<br />

tecnologias não vai tardar a chegar,<br />

estou confiante.<br />

Algo que antes demorava meses a<br />

fazer, hoje é feito em poucos segundos,<br />

permitindo economias enormes<br />

ao cliente e uma certeza muito maior.<br />

A contrapartida de tudo isto é a necessidade<br />

de criar regras seguras de<br />

utilização do digital, evitando ciberataques<br />

e intrusões me dados confidenciais<br />

dos clientes. Aqui também o<br />

investimento é fundamental.<br />

Um dos problemas que vários setores<br />

enfrentam é o da escassez de talento.<br />

Assiste-se a esta realidade no<br />

setor da advocacia? O que podem<br />

as empresas fazer para reter o melhor<br />

talento?<br />

Todas as sociedades de advogados<br />

lutam para encontrar e reter os melhores.<br />

O conjunto de fringe benefits<br />

atribuídos tem vindo a aumentar cada<br />

vez mais. Não se trata de pagar mais,<br />

mas de saber o que os novos talentos<br />

apreciam no conjunto das condições<br />

de trabalho. Aqui o ESG e a formação<br />

têm uma parte relevante.<br />

Os advogados, mesmo integrados<br />

em sociedades, são sempre profissionais<br />

liberais, tecnicamente autónomos,<br />

que almejam o melhor ambiente<br />

para se desenvolverem e poderem<br />

prestar um melhor serviço ao liente.<br />

Não é só ter um bom escritório,<br />

com refeitórios e tecnologia, mas<br />

também impacta a política de responsabilidade<br />

social e a governance.<br />

Tudo tem o seu papel hoje na retenção<br />

de talento e vemos isso acontecer.<br />

O que caracteriza um bom advogado<br />

e uma boa sociedade de<br />

advogados?<br />

Obviamente é prestar um excelente<br />

aconselhamento jurídico ao seu<br />

cliente. É esse sempre o objetivo<br />

último. É isso que levou, aliás, ao<br />

nascimento das sociedades de advogados,<br />

com uma forma de prestar<br />

um melhor apoio ao cliente, dada a<br />

crescente especialização jurídica e à<br />

impossibilidade de conseguir apoiar<br />

um cliente 24 horas por dia, 365 dias<br />

por ano. Só em conjunto, é possível<br />

esse apoio. Como só em conjunto é<br />

possível reter os melhores e realizar<br />

os investimentos necessários nos<br />

dias de hoje.<br />

Há excelentes advogados em sociedades<br />

e em prática individual, há<br />

sempre lugar para todos, os clientes<br />

também não querem nem necessitam<br />

todos do mesmo, mas em sociedade<br />

há mais apoio para o exercício<br />

da nossa exigente profissão.<br />

Quais as previsões para o sector<br />

para o ano de 2023?<br />

É um ano difícil, em que não é possível<br />

prever com muito tempo de antecedência<br />

o que vai suceder, como<br />

a situação geopolítica internacional<br />

e a económica vão evoluir. É preciso<br />

por isso ser flexível e adaptável. Pode<br />

ser um grande ano, esperemos que<br />

assim seja. É a nossa esperança, com<br />

o fim da guerra e com melhores condições<br />

de vida para todos.<br />

As sociedades de advogados cá estarão<br />

para apoiar todos os que necessitam<br />

de apoio jurídico. E a ASAP cá<br />

estará para apoiar as sociedades de<br />

advogados. <br />

EXECUTIVE DIGEST \ QUEM É QUEM NOS ADVOGADOS \ 2023 19


FORMAÇÃO<br />

Aliança<br />

ENTRE ACADEMIA E ADVOCACIA<br />

E A IMPORTÂNCIA DA FORMAÇÃO<br />

20<br />

EXECUTIVE DIGEST \ QUEM É QUEM NOS ADVOGADOS \ 2023


FORMAÇÃO<br />

A formação é um elemento crucial para o desenvolvimento profissional em<br />

diversas áreas, nomeadamente o sector da advocacia, uma profissão que exige<br />

conhecimento jurídico aprofundado, habilidades de comunicação eficazes e uma<br />

compreensão sólida do sistema legal. Nesse contexto, a formação adequada<br />

e contínua desempenha um papel fundamental na capacitação dos futuros<br />

advogados e na atualização dos profissionais em exercício.<br />

por André Manuel Mendes<br />

Ao longo deste artigo, especialistas tanto<br />

do sector do ensino como dos escritórios<br />

de advogados avaliam a qualidade da<br />

formação no nosso país, como a formação<br />

contribui para a construção de uma<br />

base sólida de conhecimento jurídico, o<br />

que procuram os empregadores nos advogados, o que<br />

procuram os advogados nos empregadores, e quais as<br />

principais dificuldades de ambas as partes num cenário<br />

tão desafiador como o de hoje.<br />

No contexto actual, marcado por avanços tecnológicos<br />

e mudanças rápidas no campo jurídico, a formação<br />

assume uma relevância ainda maior. Os advogados que<br />

procuram destacar-se no mercado jurídico devem estar<br />

preparados para lidar com as exigências de uma sociedade<br />

em constante transformação, utilizando ferramentas<br />

tecnológicas e adquirindo competências necessárias<br />

para dar resposta às necessidades dos clientes de forma<br />

eficiente e ética.<br />

Assim, falamos com Miguel Correia, Professor da Faculdade<br />

de Direito da Universidade Católica Portuguesa,<br />

Nuno Cerejeira Namora, sócio fundador da Cerejeira<br />

Namora, Marinho Falcão, e Gonçalo Gama Lobo, sócio<br />

da Gama Lobo Xavier, Luís Teixeira e Melo e Associados<br />

- Sociedade de Advogados, para nos debruçarmos sobre<br />

um tema tão premente no mundo da advocacia.<br />

OS NOVOS ADVOGADOS E A ENTRADA NO MERCA-<br />

DO DE TRABALHO<br />

Gonçalo Gama Lobo considera que as muitas universidades<br />

que leccionam o curso de Direito em Portugal estão<br />

habilitadas a formar juristas com os conhecimentos teóricos<br />

necessários para ingressar na profissão de advogado.<br />

No entanto, refere, «estamos em crer que o desenvolvimento<br />

das competências práticas da profissão, que tem de<br />

ser adquirido necessariamente em contexto profissional,<br />

pode e deve ser potenciado durante a licenciatura, o que,<br />

na maior parte das vezes, infelizmente não sucede».<br />

Nuno Cerejeira Namora aponta também que, apesar<br />

da excelente qualidade formativa e curricular, que não se<br />

pode ocultar, existe «uma certa puerilidade dos candidatos<br />

que outrora não era tão frequente na entrada da vida<br />

activa. Cremos, contudo, ser tendência ‘dos novos tempos’,<br />

certamente também sentida pelas próprias faculdades».<br />

No entanto, destaca que à formação jurídica obtida nos<br />

bancos da faculdade acresce a aquisição de soft skills durante<br />

os anos de licenciatura e que, ao longo dos anos se<br />

tem constatado que o currículo dos recém-licenciados se<br />

tem diversificado, com uma clara aposta na formação em<br />

línguas, mas sobretudo numa tentativa de especialização<br />

cada vez mais antecipada.<br />

No que respeita à qualidade da formação em Direito no<br />

nosso país, o sócio fundador da Cerejeira Namora, Marinho<br />

Falcão considera que a formação jurídica ministrada<br />

em Portugal se encontra no mesmo padrão de qualidade<br />

de outras instituições europeias.<br />

O advogado sublinha que as faculdades têm sabido<br />

«adaptar-se às necessidades do mercado, reequacionando<br />

o seu plano de estudos em conformidade com a descoberta<br />

(ou procura pelo mercado) de novas (e por vezes não tão<br />

novas) áreas jurídicas».<br />

Apesar de uma realidade promissora, destaca que ainda<br />

existe um «apego excessivo ao estudo dogmático e conceitual»,<br />

deixando para trás, por vezes, a componente prática,<br />

o que resulta em algumas dificuldades futuras na transição<br />

da vida académica para a vida laboral.<br />

EXECUTIVE DIGEST \ QUEM É QUEM NOS ADVOGADOS \ 2023 21


FORMAÇÃO<br />

«Para um advogado se<br />

poder destacar neste<br />

mercado, exige-se dele<br />

um esforço e empenho<br />

considerável»<br />

Nuno Cerejeira Namora,<br />

sócio fundador da Cerejeira<br />

Namora, Marinho Falcão<br />

«Naturalmente que continua a haver<br />

instituições de referência que, por<br />

via de regra, são verdadeiros selos de<br />

qualidade. Quer as que dão ao mercado<br />

uma garantia de sólidos conhecimentos<br />

dogmáticos e domínio das<br />

bases do conhecimento e raciocínio<br />

jurídico, quer as que têm a habilidade<br />

(e possibilidade) de transmitir conhecimentos<br />

já vocacionados para os candidatos<br />

que enveredarão pela via da<br />

advocacia», sublinha.<br />

Gonçalo Gama Lobo reforça ainda<br />

que existem hoje alguns casos, «infelizmente<br />

excecionais», em que as<br />

Universidades estão a fazer um esforço<br />

de aproximação às exigências da<br />

vida profissional, com a realização de<br />

estágios curriculares e de unidades letivas<br />

de aplicação dos conhecimentos,<br />

designadamente em Processo Civil e<br />

Processo Penal, dando o exemplo da<br />

Universidade Católica Portuguesa.<br />

QUEM SÃO OS NOVOS<br />

ADVOGADOS?<br />

Num cenário em constante evolução<br />

do sector da advocacia, os novos<br />

advogados estão a emergir com uma<br />

abordagem renovada e uma perspectiva<br />

diferenciada. Esses profissionais<br />

são parte de uma geração que cresceu<br />

num mundo cada vez mais conectado<br />

e globalizado, trazendo consigo novas<br />

habilidades, ideias e aspirações para a<br />

prática do Direito.<br />

«Não podemos negar que o desenvolvimento<br />

tecnológico associado<br />

às novas áreas do direito e ao informalismo<br />

generalizado das relações,<br />

impõe uma crescente demanda na<br />

procura de profissionais que se diferenciam<br />

do advogado tradicional»,<br />

diz Gonçalo Gama Lobo, alertando,<br />

no entanto, que não convém perder<br />

de vista o essencial, pois «aquilo<br />

que define a excelência do advogado<br />

tradicional será sempre o domínio<br />

técnico das matérias, a confiança de<br />

que consegue fazer-se depositário e<br />

os elevados padrões deontológicos<br />

pelos quais norteia a sua atuação. O<br />

resto são ferramentas».<br />

Já Nuno Cerejeira Namora considera<br />

que a prática individual está<br />

«em vias de extinção», e que os clientes<br />

têm cada vez mais procurado a<br />

especialização técnica em detrimento<br />

do anterior modelo do advogado<br />

com conhecimentos em todas as<br />

áreas, o generalista.<br />

O advogado acredita que o modelo<br />

de advocacia em sociedade vai acabar<br />

por monopolizar o mercado, e que as<br />

pequenas e médias sociedades tendem<br />

a fundir-se ou serem adquiridas por<br />

sociedades maiores.<br />

«O melhor conselho que podemos<br />

dar a qualquer recém-licenciado é o<br />

de procurar uma especialização numa<br />

área pela qual tenha interesse. Para os<br />

melhores, seja em que área for, haverá<br />

sempre lugar», aconselha.<br />

O QUE PROCURAM OS ESCRITÓ-<br />

RIOS? E OS ADVOGADOS?<br />

Ser advogado é uma vocação que envolve<br />

desafios constantes e exigências<br />

complexas. Os advogados são confrontados<br />

com uma série de obstáculos ao<br />

longo das suas carreiras, que vão além<br />

do conhecimento jurídico. Desta forma,<br />

podemos considerar a advocacia<br />

como uma profissão desafiadora que<br />

requer uma combinação de habilidades<br />

técnicas, emocionais e estratégicas.<br />

Actualmente, as dificuldades com<br />

que os novos advogados se deparam no<br />

mundo do trabalho são as mais diversas,<br />

desde logo a questão do aumento<br />

da concorrência, decorrente da saturação<br />

do mercado com um número sempre<br />

crescente de novos profissionais.<br />

“Somos já mais de 35 mil”, sublinha<br />

Nuno Cerejeira Namora, clarificando<br />

que basta confrontar os dados da<br />

Ordem dos Advogados, os quais revelam<br />

um crescimento exponencial de<br />

profissionais num mercado que, pela<br />

dimensão da nossa economia, é necessariamente<br />

limitado.<br />

“Para um advogado se poder destacar<br />

neste mercado, exige-se dele<br />

um esforço e empenho considerável”,<br />

sublinha.<br />

Para além disso, Gonçalo Gama<br />

Lobo sublinha que uma das maiores<br />

dificuldades no acesso destes jovens<br />

ao mundo do trabalho é a concorrência<br />

que se faz sentir, a rede de<br />

networking limitada, a pressão associada<br />

à responsabilidade e as expectativas<br />

remuneratórias.<br />

O advogado sublinha que os novos<br />

advogados podem ser definidos<br />

como tendencialmente mais tecnológicos,<br />

com mais sentido de self development,<br />

mais confiantes, menos<br />

resistentes à mudança, mais preocupados<br />

com a sustentabilidade e, cada<br />

vez mais, cientes da importância do<br />

equilíbrio entre a vida pessoal e profissional,<br />

algo que dão actualmente<br />

um valor acrescido.<br />

«Na linha dos valores que pautam a<br />

nossa atuação, o nosso escritório procura<br />

pessoas com elevado rigor técnico,<br />

responsáveis e confiáveis, criativas<br />

na busca de soluções e que, complementarmente,<br />

sejam dotados das soft<br />

skills necessárias para se relacionarem<br />

com os seus pares e clientes. Como<br />

contrapartida, procuramos criar uma<br />

22<br />

EXECUTIVE DIGEST \ QUEM É QUEM NOS ADVOGADOS \ 2023


FORMAÇÃO<br />

cultura organizacional positiva (de<br />

respeito, colaboração, entreajuda e inclusão)<br />

e um ambiente de transparência<br />

de comunicação aberta», refere.<br />

Do lado dos novos advogados, Nuno<br />

Cerejeira Namora acredita que, além<br />

das questões remuneratórias, estes têm<br />

justamente vindo a reclamar melhores<br />

condições de trabalho, sobretudo no<br />

que respeita à conciliação entre a vida<br />

laboral e a vida pessoal e familiar. «Os<br />

permanentes relatos de exaustão, de<br />

stress e burnout na nossa profissão, sobretudo<br />

relativamente a profissionais<br />

jovens, envergonham-nos enquanto<br />

classe. Temos de dar cada vez maior<br />

atenção à saúde mental», alerta.<br />

A TECNOLOGIA COMO ALIADA<br />

DOS NOVOS ADVOGADOS<br />

Ao contrário das gerações anteriores,<br />

os novos advogados estão mais familiarizados<br />

com as tecnologias digitais<br />

e as ferramentas tecnológicas disponíveis.<br />

Eles entendem a importância da<br />

transformação digital no sector jurídico<br />

e estão dispostos a incorporar essas<br />

novas ferramentas nas suas práticas,<br />

em busca de uma maior eficiência e<br />

agilidade nos processos.<br />

Na questão da formação, a Escola<br />

de Lisboa da Faculdade de Direito<br />

da Universidade Católica tem vindo a<br />

implementar a digitalização, tanto na<br />

definição dos conteúdos formativos,<br />

como nos métodos de ensino.<br />

No que respeita aos conteúdos, foram<br />

criadas nos últimos anos cadeiras,<br />

programas e linhas de investigação<br />

que exploram em profundidade a interacção<br />

entre a Economia Digital, a<br />

Tecnologia e o Direito. Em particular,<br />

foi introduzida, nos últimos anos, na<br />

Licenciatura em Direito a cadeira optativa<br />

de Direito e Inteligência Artificial,<br />

onde são abordadas as principais<br />

questões que a Inteligência Artificial<br />

coloca ao Direito (Law for AI), bem<br />

como as transformações que IA provoca<br />

na prática jurídica (AI for Law).<br />

Para além disso, o plano curricular<br />

internacional designado por Transnational<br />

Law Curriculum, inclui diversas<br />

cadeiras e seminários que abordam<br />

temas centrais e actuais de natureza<br />

tecnológica.<br />

Outro exemplo dado por Miguel<br />

Correia, Professor da Faculdade de Direito<br />

da Universidade Católica Portuguesa,<br />

é referente ao curso de Mestrado<br />

em Direito e Gestão, leccionado em<br />

parceria com a Católica Lisbon School<br />

of Business and Economics, onde<br />

leccionada a cadeira de Plataformas<br />

EXECUTIVE DIGEST \ QUEM É QUEM NOS ADVOGADOS \ 2023 23


FORMAÇÃO<br />

Digitais, ou no âmbito do Mestrado em<br />

Direito Fiscal onde existe a disciplina<br />

de Fiscalidade das Indústrias Digitais.<br />

O docente destaca ainda que na<br />

Católica Global School of Law foi lançada<br />

em 2021 a cátedra em Digital<br />

Governance, com o apoio da sociedade<br />

de advogados Vieira de Almeida &<br />

Associados, ocupada actualmente pelo<br />

«Na nossa escola tem-se<br />

vindo a exigir de forma<br />

crescente que os alunos<br />

e os docentes trabalhem<br />

com recurso a novas<br />

tecnologias»<br />

Miguel Correia, Professor<br />

da Faculdade de Direito<br />

da Universidade Católica<br />

Portuguesa<br />

Professor Miguel Poiares Maduro.<br />

No que respeita à investigação, existe<br />

também uma linha dedicada especificamente<br />

ao estudo do Direito e Inteligência<br />

Artificial, que congrega investigadores<br />

nacionais e estrangeiros<br />

de diferentes áreas do saber, nomeadamente<br />

direito, engenharia e neurociências,<br />

explica.<br />

«Já no que respeita aos métodos<br />

de ensino, na nossa escola tem-se<br />

vindo a exigir de forma crescente que<br />

os alunos e os docentes trabalhem<br />

com recurso a novas tecnologias, em<br />

rede, através de plataformas como o<br />

Moodle (para partilha agilizada de<br />

conteúdos e para interação acrescida<br />

entre docentes e discentes); o TestWe<br />

(para realização de exames); e ferramentas<br />

de controlo de plágio», destaca<br />

Miguel Correia.<br />

Tendo em conta este testemunho<br />

e a realidade desta instituição de<br />

ensino, o docente acredita que a tecnologia<br />

pode ser um aliado dos advogados,<br />

pois agiliza a comunicação<br />

nas profissões jurídicas, facilitando a<br />

interação mais célere e desmaterializada<br />

com a administração e os tribunais.<br />

Possibilita, também, a execução<br />

de tarefas simples e mecânicas, destituídas<br />

de análise jurídica.<br />

No entanto, alerta, a má utilização<br />

destas ferramentas coloca sérios riscos<br />

para o Direito e para a proteção<br />

da justiça que este visa assegurar.<br />

24<br />

EXECUTIVE DIGEST \ QUEM É QUEM NOS ADVOGADOS \ 2023


FORMAÇÃO<br />

Gonçalo Gama Lobo,<br />

sócio da Gama Lobo<br />

Xavier, Luís Teixeira e Melo<br />

e Associados - Sociedade<br />

de Advogados<br />

Miguel Correia,<br />

Professor da Faculdade<br />

de Direito da Universidade<br />

Católica Portuguesa<br />

Nuno Cerejeira Namora<br />

sócio fundador da<br />

Cerejeira Namora,<br />

Marinho Falcão<br />

APOSTA CONTÍNUA NA FORMAÇÃO<br />

No sector da advocacia, a formação contínua<br />

é mais do que uma opção, é uma<br />

necessidade fundamental para advogados<br />

que desejam se manter relevantes,<br />

actualizados e competitivos num cenário<br />

jurídico em constante evolução.<br />

Gonçalo Gama Lobo concorda com<br />

esta premissa e explica que na sua sociedade<br />

de advogados investem na formação<br />

e aprendizagem contínuas, “de<br />

forma a proporcionar a todos os nossos<br />

sócios e associados oportunidades de<br />

crescimento profissional”.<br />

O docente da Faculdade de Direito da<br />

Universidade Católica Portuguesa explica,<br />

neste contexto, que a instituição de<br />

ensino, através do seu departamento de<br />

ensino pós-graduado (Católica NEXT),<br />

coloca à disposição dos advogados e de<br />

outros profissionais na área do Direito<br />

uma oferta variada de Pós-Graduações<br />

e Cursos Breves nas mais diversas áreas,<br />

desde a formação em Contencioso Contratual,<br />

Mediação e Arbitragem, passando<br />

pela Corporate Finance, Corporate<br />

Governance e ESG, Direito do Deporto,<br />

Fiscalidade, entre muitos outros.<br />

Já Nuno Cerejeira Namora considera<br />

que a exigência do mercado pressupõe<br />

um estudo contínuo, tendo em<br />

conta principalmente que nos encontramos<br />

num ambiente de especial volatilidade<br />

legislativa.<br />

«Os profissionais deverão ser capazes<br />

de permanentemente actualizarem<br />

os seus conhecimentos. Às sociedades,<br />

naturalmente, assiste a incumbência de<br />

promoverem tais atividades formativas,<br />

facultando aos seus profissionais os instrumentos<br />

necessários à aquisição de<br />

novos conhecimentos”, comenta.<br />

O advogado sublinha ainda que, do<br />

lado das sociedades de advogados, tem<br />

havido uma aposta clara e concertada<br />

em conferências e outros eventos formativos,<br />

na colaboração com instituições<br />

de ensino, na criação de centros<br />

de estudo, na publicação de obras técnicas<br />

e no apoio na formação académica<br />

pós-graduada.<br />

«A aliança entre a academia e a advocacia<br />

é benéfica para todos, sobretudo<br />

para os nossos clientes».<br />

E O QUE ESPERAR DO FUTURO DA<br />

FORMAÇÃO?<br />

«No nosso entender, a formação em Direito<br />

continua a ser muito atractiva, desde<br />

que se mantenha a par da evolução<br />

do mercado. Na nossa perspectiva, essa<br />

adaptação assenta em três pilares fundamentais:<br />

especialização, internacionalização<br />

e multidisciplinaridade», afirma<br />

Miguel Correia.<br />

Neste sentido, destaca que a Escola de<br />

Lisboa da Faculdade de Direito da Universidade<br />

Católica disponibiliza aos seus<br />

alunos, há vários anos, um plano curricular<br />

diversificado, internacional e crescentemente<br />

interdisciplinar, e que «está<br />

firmemente comprometida com a oferta<br />

de conteúdos inovadores que acompanhem<br />

as transformações societais e os<br />

desafios que elas colocam ao Direito».<br />

Miguel Correia destaca, por exemplo,<br />

que no domínio das novas competências<br />

na área da tecnologia, foi<br />

introduzida, nos últimos anos, na Licenciatura<br />

em Direito a cadeira optativa<br />

de Direito e Inteligência Artificial,<br />

onde são abordadas as principais questões<br />

que a IA, ou ainda diversas disciplinas<br />

inovadoras da escola como as de<br />

Blockchain and the Law, Introduction<br />

to Law in a Digital Economy, e Technology<br />

and the Laws of War.<br />

«Neste sentido, o número de candidatos<br />

aos diversos programas tem crescido<br />

de forma consistente nos últimos anos,<br />

mantendo-se essa expectativa de crescimento<br />

nos próximos anos. A elevada<br />

taxa de empregabilidade dos estudantes<br />

constitui neste âmbito um motivo importante<br />

de procura dos cursos, juntamente<br />

com a sua qualidade e reputação<br />

reconhecidas amplamente no mercado<br />

jurídico», destaca<br />

Num terreno tão competitivo e desafiador<br />

como o da advocacia, a formação<br />

contínua é o alicerce para o desenvolvimento<br />

de uma carreira sólida e bem-<br />

-sucedida. Ao abraçar a formação contínua,<br />

os advogados estão preparados<br />

para enfrentar os desafios, aproveitar<br />

as oportunidades e destacarem-se como<br />

profissionais altamente qualificados e<br />

atualizados. A formação é um investimento<br />

valioso, tanto para o progresso individual<br />

quanto para o avanço do sector<br />

jurídico como um todo. <br />

EXECUTIVE DIGEST \ QUEM É QUEM NOS ADVOGADOS \ 2023 25


TRABALHO<br />

O DESAFIO DA<br />

ATRACÇÃO<br />

E RETENÇÃO<br />

DE TALENTO<br />

Num mundo onde o paradigma do trabalho se<br />

alterou drasticamente em poucos anos, todos os<br />

sectores enfrentam o desafio de captar e reter os<br />

melhores talentos, incluindo o da advocacia. Mas<br />

o que é preciso fazer para os cativar? Quais as<br />

estratégias? Os especialistas respondem.<br />

por André Manuel Mendes<br />

Aretenção de talento tem sido um dos principais<br />

desafios de diversos sectores de actividade<br />

e em diversas áreas profissionais, e a<br />

advocacia não é excepção. Com um mercado<br />

altamente competitivo e uma procura cada<br />

vez maior por serviços jurídicos especializados,<br />

os escritórios de advocacia enfrentam a difícil tarefa<br />

de atrair e manter os advogados mais talentosos nas suas<br />

equipas.<br />

Reter talentos na área dos advogados é, assim, essencial<br />

para garantir a qualidade e rigor na prestação de serviços jurídicos,<br />

a satisfação dos clientes e o sucesso a longo prazo das<br />

organizações jurídicas.<br />

Mas quais são as principais dificuldades? Quais as principais<br />

características que deve ter um candidato no sector da<br />

advocacia? Qual o papel dos escritórios de advogados para<br />

atrair e reter talento nas suas empresas?<br />

Em primeiro lugar é importante que as firmas entendam<br />

a importância da retenção de talento e, para tal, poderão<br />

tomar medidas proativas para criar um ambiente de trabalho<br />

atraente, desenvolver oportunidades de crescimento e<br />

estabelecer uma cultura organizacional que incentive a permanência<br />

dos melhores profissionais.<br />

A capacidade de reter talentos não fortalece apenas a posição<br />

competitiva de um escritório de advogados, mas permite<br />

também que ela mantenha um alto padrão de excelência<br />

e consiga dar resposta a um mundo em constante mutação.<br />

«Todas as sociedades de advogados lutam para encontrar<br />

e reter os melhores. O conjunto de fringe benefits atribuídos<br />

tem vindo a aumentar cada vez mais. Não se trata de pagar<br />

mais, mas de saber o que os novos talentos apreciam no conjunto<br />

das condições de trabalho», diz José Luís Moreira da<br />

Silva, Presidente da Associação das Sociedades de Advogados<br />

de Portugal.<br />

DIFICULDADES NA ATRACÇÃO E RETENÇÃO<br />

O sector da advocacia encontra-se numa fase bastante<br />

dinâmica, e por se tratar de um mercado de certa forma<br />

26<br />

EXECUTIVE DIGEST \ QUEM É QUEM NOS ADVOGADOS \ 2023


TRABALHO<br />

competitivo, enfrenta permanentes<br />

desafios, não dificuldades, considera<br />

a Directora de Recursos Humanos<br />

da Evesheds Sutherland, Filipa Moreira<br />

Braga.<br />

«No que respeita à captação de talento,<br />

verificamos uma enorme procura<br />

do nosso escritório, com especial<br />

destaque para uma grande adesão aos<br />

programas de Estágio Profissional<br />

e de Estágios de Verão, por parte de<br />

alunos e recém-licenciados. Já no que<br />

diz respeito à retenção de pessoas,<br />

acreditamos que onde há talento,<br />

existe sempre um desafio grande das<br />

organizações em valorizá-lo e retê-<br />

-lo», explica.<br />

Para esta valorização, considera<br />

que é importante a implementação<br />

de várias iniciativas que pretendem<br />

reforçar a motivação das pessoas no<br />

trabalho, entre as quais a organização<br />

regular de eventos de team building,<br />

a promoção e patrocínio de formação<br />

contínua dos advogados, prática do<br />

teletrabalho como forma de melhorar<br />

o equilíbrio entre a vida pessoal e profissional<br />

promovendo a saúde mental,<br />

atribuição de benefícios atractivos,<br />

entre outros.<br />

José Luís Moreira da Silva explica<br />

que os advogados, mesmo integrados<br />

em sociedades, são sempre profissionais<br />

liberais, tecnicamente autónomos,<br />

que almejam o melhor ambiente<br />

para se desenvolverem e poderem<br />

prestar um melhor serviço ao cliente.<br />

«Não é só ter um bom escritório, com<br />

refeitórios e tecnologia, mas também<br />

impacta a política de responsabilidade<br />

social e a governance. Tudo tem o<br />

seu papel hoje na retenção de talento<br />

e vemos isso acontecer».<br />

A rotatividade de profissionais entre<br />

escritórios de advogados é elevada<br />

e potenciada pelos inúmeros processos<br />

de recrutamento das sociedades<br />

de maiores dimensões, considera Joana<br />

Duarte, advogada da Dantas Rodrigues<br />

& Associados, que explica que<br />

estas sociedades tendem a oferecer<br />

vencimentos mais elevados, ainda<br />

que associados a uma maior carga horária,<br />

o que, naturalmente, condiciona<br />

a escolha dos candidatos.<br />

A esta realidade somam-se movimentos<br />

trabalhistas atuais, como<br />

explica, tais como o ‘Quiet Quitting'<br />

e uma constante busca pela conciliação<br />

entre a vida profissional e a vida<br />

pessoal, os quais, especialmente no<br />

sector da advocacia, dificultam a captação<br />

de talentos para o exercício tradicional<br />

da profissão e, posteriormente,<br />

a sua retenção no sector.<br />

ATRAÇÃO: QUAIS OS INGREDIEN-<br />

TES DE UM BOM ADVOGADO<br />

«Para além de toda a formação exigida,<br />

é imprescindível que o candidato<br />

seja interessado, resiliente, com excelentes<br />

capacidades interpessoais e<br />

dotado de responsabilidade e rigor»,<br />

considera Joana Duarte.<br />

Já para a Directora de Recursos<br />

Humanos da Evesheds Sutherland,<br />

o «mais imediato requisito é uma<br />

formação jurídica sólida, que muitas<br />

vezes se traduz numa boa média de<br />

Licenciatura/Mestrado».<br />

No entanto, alerta, para além da<br />

formação, são cada vez mais valorizados<br />

num candidato outro tipo de atributos<br />

que vão para além da média de<br />

curso e que muitas vezes podem fazer<br />

a diferença na vida profissional.<br />

Mas um bom advogado não é necessariamente<br />

alguém que obteve<br />

uma boa classificação no seu percurso<br />

formativo, e os escritórios de advogados<br />

têm essa perceção clara. Nesse<br />

sentido, confirma que são valorizados<br />

atributos como a liderança, a comunicação,<br />

a empatia e capacidade de<br />

resolução de conflitos, o empenho, a<br />

integridade, a responsabilidade, a determinação,<br />

a iniciativa, a forma de se<br />

relacionar com os outros ou o modo<br />

de pensar temas não jurídicos.<br />

EXECUTIVE DIGEST \ QUEM É QUEM NOS ADVOGADOS \ 2023 27


TRABALHO<br />

«Onde há talento, existe<br />

sempre um desafio<br />

grande das organizações<br />

em valorizá-lo e retê-lo»<br />

Estas características humanas desempenham<br />

um papel determinante<br />

uma vez que os candidatos são, acima<br />

de tudo, pessoas que se vão relacionar<br />

com outras pessoas, clientes ou colegas,<br />

e as soft skills são fundamentais<br />

para lidar com as situações de forma<br />

eficaz. Além disso, vão impactar de<br />

forma decisiva não só as equipas de<br />

trabalho, onde se pretende que exista<br />

um ambiente saudável, de confiança e<br />

entreajuda, mas também a construção<br />

de relações duradouras com clientes.<br />

SOFT SKILLS VS HARD SKILLS<br />

Filipa Moreira Braga começou a sublinhar<br />

a importância das soft skills<br />

dos colaboradores, no entanto, e em<br />

primeiro ligar, é necessário entender<br />

o que são soft skills e hard skills, termos<br />

frequentemente utilizados para<br />

descrever diferentes tipos de habilidades<br />

e competências que são importantes<br />

em contexto laboral.<br />

As hard skills são habilidades técnicas<br />

e específicas que podem ser medidas<br />

e ensinadas. Elas são adquiridas<br />

através da formação e as habilidades<br />

estão relacionadas a conhecimentos<br />

específicos de uma área, ferramentas,<br />

técnicas e processos.<br />

Por outro lado, as soft skills são<br />

habilidades pessoais, comportamentais<br />

e socioemocionais, que não estão<br />

necessariamente ligadas a um campo<br />

específico ou conhecimento técnico.<br />

Elas são mais difíceis de quantificar e<br />

medir, mas são altamente valorizadas<br />

pelas empresas.<br />

Essas habilidades são mais relacionadas<br />

com a forma como comunicamos,<br />

interagimos com os outros,<br />

resolvemos problemas e fazemos a<br />

gestão do nosso próprio crescimento<br />

e desenvolvimento.<br />

Tanto as soft skills quanto as hard<br />

skills são essenciais para o sucesso<br />

profissional, sendo que as soft skills<br />

estão a ser cada vez mais valorizadas<br />

pelos empreendedores que procuram<br />

uma combinação equilibrada de ambas<br />

as habilidades, que consideram<br />

fundamental para um desempenho<br />

eficaz no ambiente de trabalho.<br />

«Hoje, a análise do perfil dos candidatos<br />

passa também, em grande medida,<br />

pelas soft skills que os candidatos<br />

sejam capazes de revelar nas entrevistas.<br />

Na verdade, estas características<br />

humanas são muitas vezes factores<br />

distintivos na hora de recrutar. Para<br />

além dos conhecimentos académicos,<br />

há toda uma forma de ser e estar que<br />

pode fazer a diferença. Neste campo<br />

‘equilíbrio’ é a palavra chave», considera<br />

Filipa Moreira Braga.<br />

A advogada da Dantas Rodrigues<br />

& Associados também partilha da<br />

mesma opinião, e sublinha que as soft<br />

skills demonstram-se imprescindíveis<br />

para o exercício da advocacia.<br />

Joana Duarte relembra que qualquer<br />

advogado pode melhorar e aprimorar<br />

as suas hard skills, através de<br />

formação contínua e da experiência<br />

inerente ao exercício da profissão,<br />

no entanto, as soft skills, enquanto<br />

características relacionadas com o<br />

comportamento humano, são de mais<br />

difícil aquisição.<br />

«Não é suficiente um currículo<br />

imaculado, com frequência das me-<br />

28<br />

EXECUTIVE DIGEST \ QUEM É QUEM NOS ADVOGADOS \ 2023


TRABALHO<br />

lhores instituições de ensino, é vital<br />

que o candidato tenha características<br />

pessoais adequadas ao exercício da<br />

profissão, tais como proactividade,<br />

resiliência e excelentes capacidades<br />

de comunicação», destaca.<br />

Joana Duarte,<br />

advogada da Dantas<br />

Rodrigues & Associados<br />

Filipa Moreira Braga<br />

Directora de Recursos<br />

Humanos da Evesheds<br />

Sutherland<br />

COMO APROVEITAR O POTENCIAL<br />

DOS NOVOS TALENTOS<br />

Os escritórios de advogados devem<br />

estar atentos aos movimentos da sociedade<br />

e às características das gerações<br />

em que se inserem os seus colaboradores.<br />

«À semelhança do que referi relativamente<br />

às dificuldades de captação<br />

e retenção de talentos na advocacia,<br />

também aqui os escritórios de advogados<br />

devem fazer uso das ferramentas<br />

que permitam enquadrar o sector<br />

da advocacia na realidade do século<br />

XXI, quer a nível de desenvolvimento<br />

tecnológico, quer a nível dos movimentos<br />

da sociedade», considera Joana<br />

Duarte.<br />

A advogada destaca, por exemplo,<br />

o teletrabalho, o qual permite uma<br />

maior conciliação da vida pessoal<br />

com a vida profissional, bem como a<br />

deslocação dos grandes centros populacionais,<br />

onde, actualmente, surgem<br />

problemas estruturais, como o da habitação,<br />

que dificultam a captação e<br />

retenção de talentos.<br />

Também o constante acesso a formação<br />

profissional e o enquadramento<br />

dos profissionais nas suas áreas de<br />

especialização demonstra ser uma<br />

ferramenta de grande importância.<br />

É fundamental aproveitar o potencial<br />

dos novos talentos e os escritórios<br />

devem começar por fazê-lo logo no<br />

momento do acolhimento e integração<br />

para que possa surgir um sentimento<br />

de pertença e de identificação<br />

com os seus princípios e pessoas.<br />

A Directora de Recursos Humanos<br />

explica que no escritório da<br />

Eversheds Sutherland valorizam os<br />

talentos e procuram reconhecê-los e<br />

proporcionar-lhes as melhores condições<br />

de progressão e realização<br />

pessoal e profissional.<br />

Filipa Moreira Braga exemplifica<br />

algumas das formas de o fazer: i) oferecer<br />

oportunidades de crescimento<br />

e valorização profissional. «No nosso<br />

escritório existe uma aposta na formação<br />

contínua, através do patrocínio<br />

de formações (pós-graduações,<br />

mestrados, doutoramentos) e de programas<br />

internos de desenvolvimento<br />

de advogados»; ii) proporcionar experiências<br />

de trabalho nos escritórios<br />

de outros países do grupo Eversheds;<br />

iii) transmitir regularmente feedback<br />

relativamente ao trabalho desempenhado,<br />

motivando e incentivando<br />

para que continuem a desenvolver-se;<br />

iv) valorizar as suas opiniões e ideias,<br />

incentivando a partilhar sugestões,<br />

na medida em que tenham uma perspetiva<br />

diferente que pode revelar-se<br />

interessante para o escritório; v) promover<br />

o teletrabalho como forma de<br />

conciliação entre a vida pessoal e vi)<br />

recompensar o bom desempenho, o<br />

que pode incluir a atribuição de certos<br />

prémios ou benefícios.<br />

RECEITA PARA O SUCESSO NA<br />

ADVOCACIA<br />

Os desafios, como lemos neste artigo,<br />

são diversos e colocam à prova<br />

todas as organizações, e também as<br />

sociedades de advogados, que têm em<br />

palavras como agilidade ou adaptação<br />

o seu mote diário de trabalho.<br />

Mas qual a receita para o sucesso<br />

na advocacia? Joana Duarte sintetiza:<br />

“O rigor e a responsabilidade do advogado,<br />

associado a alguma transversalidade,<br />

proactividade e resiliência<br />

constantes”.<br />

Por sua vez, Filipa Moreira Braga<br />

considera que não existe uma receita<br />

que garanta o sucesso de um advogado<br />

mas identifica alguns “ingredientes<br />

indiscutíveis” no caminho para<br />

o sucesso, tais como a qualidade e<br />

rigor no trabalho; profissionalismo e<br />

integridade que permitam construir<br />

uma reputação sólida; visão transversal<br />

dos problemas e apresentação de<br />

soluções concretas, orientadas para<br />

as necessidades do cliente; a atenção<br />

e disponibilidade para o cliente, ser<br />

capaz de comunicar com clareza e de<br />

ouvir atentamente as suas necessidades<br />

e assim construir uma relação de<br />

confiança mútua; investir na formação<br />

para se manter atualizado; e manter<br />

o equilíbrio entre a vida profissional<br />

e pessoal que permite alcançar o<br />

sucesso a longo prazo.<br />

A atração e retenção de talento no<br />

sector da advocacia são desafios prementes<br />

que os escritórios de advogados<br />

enfrentam actualmente. Com<br />

um mercado altamente competitivo<br />

e uma procura crescente por serviços<br />

jurídicos especializados, é essencial<br />

que as organizações adoptem estratégias<br />

eficazes para atrair e manter<br />

os advogados mais talentosos nas<br />

suas equipas.<br />

Ao superar os desafios do mercado,<br />

as empresas jurídicas podem diferenciar-se<br />

e tornar-se empregadores<br />

de eleição para os advogados mais<br />

talentosos. Além disso, a retenção de<br />

talento não só fortalece a qualidade<br />

e a reputação dos serviços jurídicos<br />

prestados, mas também promove a<br />

continuidade do conhecimento e a fidelização<br />

dos clientes. <br />

EXECUTIVE DIGEST \ QUEM É QUEM NOS ADVOGADOS \ 2023 29


ENTREVISTA<br />

«OS CONTRIBUINTES CONTAM<br />

CONNOSCO PARA RESOLVER<br />

OS SEUS PROBLEMAS»<br />

O Centro de Arbitragem Administrativa (CAAD) é bastante<br />

relevante para as empresas e contribuintes individuais.<br />

por António Sarmento<br />

O<br />

CAAD nasceu para dar resposta a um problema<br />

evidente nos tribunais administrativos<br />

e fiscais: as pendências, os casos que<br />

não andavam para a frente, a preocupação<br />

ou, nalguns casos, até o desespero das<br />

pessoas e das empresas perante tantos<br />

atrasos. Nesta entrevista, o presidente Nuno Villa-Lobos<br />

explica os principais desafios do Centro para o futuro.<br />

Tem-se discutido muito sobre a arbitragem nos últimos<br />

tempos. Compreende as críticas?<br />

Estou certo que conhece a diferença entre a arbitragem<br />

ad-hoc e a regulada, a que fazemos no CAAD. Partilhamos<br />

o nome arbitragem, mas somos de famílias diferentes. As<br />

regras que seguimos, os mecanismos de fiscalização interna<br />

que adotamos, as obrigações de transparência que nos<br />

auto-impomos e nos abrem em permanência ao escrutínio<br />

do Tribunal de Contas e da Procuradoria-Geral da República…<br />

além da disciplina férrea na identificação daquilo<br />

que julgamos serem potenciais conflitos de interesse dos<br />

árbitros… tudo isto procura blindar o trabalho do CAAD.<br />

Eu compreendo a sua pergunta, mas chegados aqui seria de<br />

elementar justiça que não metesse tudo no mesmo saco. A<br />

generalização empobrece-nos a todos e, de certa forma, beneficia<br />

quem adota critérios mais laços.<br />

Deixe-me voltar atrás: podemos dizer que a arbitragem<br />

regulada surgiu para tentar resolver um problema e acabou<br />

por ficar?<br />

A arbitragem do CAAD, ou melhor, o CAAD nasceu para<br />

dar resposta a um problema evidente nos tribunais administrativos<br />

e fiscais: as pendências, os casos que não andavam<br />

para a frente, a preocupação ou, nalguns casos, até o<br />

desespero das pessoas e das empresas perante tantos atrasos.<br />

Repare: tratava-se de milhões e milhões de euros parados<br />

nos tribunais. Era preciso agir. E foi isso que aconteceu<br />

e continua a acontecer, embora com outra escala.<br />

Foi o antigo secretário de Estado, João Tiago Silveira,<br />

quem teve a ideia de criar o CAAD. Pouco mais de uma<br />

década depois, esses pressupostos que levaram à sua<br />

criação mantêm-se?<br />

Nascemos pela mão do Estado e de um grupo de sindicatos.<br />

Hoje, a situação não é a mesma, mas penso que ainda<br />

hoje temos um papel relevante a desempenhar. Veja bem,<br />

o número de contribuintes, sejam pessoas ou empresas,<br />

que recorrem ao CAAD é muito significativo e estável, isto<br />

é, repete-se de ano para ano, o que significa que passámos<br />

a fazer parte integrante do sistema. Não somos um corpo<br />

ocasional. Os contribuintes contam connosco para resolver<br />

os seus problemas, confiam no que fazemos nos pequenos<br />

processos ou nos maiores. A generalidade dos actores da<br />

32<br />

EXECUTIVE DIGEST \ QUEM É QUEM NOS ADVOGADOS \ 2023


ENTREVISTA<br />

Justiça reconhece este trabalho. Claro,<br />

esta análise tem de ser feita por<br />

outros e não significa que não existam<br />

problemas… Penso que há hoje um<br />

debate estimulante sobre a justiça e<br />

este debate alargado também toca na<br />

arbitragem.<br />

Está a dizer-me que os tribunais<br />

do Estado continuam a arrastar os<br />

pés? É o que ouço os empresários<br />

dizerem…<br />

Eu compreendo que, jornalisticamente,<br />

se procure simplificar as questões.<br />

Acontece que a realidade tem matizes,<br />

sombras, tem detalhes que nos<br />

obrigam a olhar com precisão para<br />

os factos e para a sua evolução. Respondo-lhe<br />

assim: tem sido feito um<br />

grande esforço na recuperação das<br />

pendências, isso é inegável, apesar<br />

de a herança ser, digamos, pesada.<br />

Além disso, a atual Ministra da Justiça<br />

enfatizou a necessidade de melhorar<br />

os tribunais administrativos<br />

e fiscais, o que só pode ser positivo.<br />

Acresce que os Juízes têm feito um<br />

esforço pronunciado para resolver os<br />

atrasos. Isto raramente é dito, mas é<br />

a verdade, é factual. Apesar de ser um<br />

trabalho da máxima complexidade, os<br />

juízes portugueses têm uma produtividade<br />

assinalável. Penso também<br />

que a presidente do Supremo Tribunal<br />

Administrativo tem realmente<br />

procurado as melhores soluções, não<br />

tem parado, tem sido consequente e<br />

exigente, o que confere a esta jurisdição<br />

uma dinâmica progressivamente<br />

ajustada às necessidades. E os dados<br />

provisórios de 2022 confirmam uma<br />

tendência clara no sentido da recuperação<br />

das pendências nos processos<br />

de impugnação fiscal na ordem dos<br />

36% por referência aos números de<br />

EXECUTIVE DIGEST \ QUEM É QUEM NOS ADVOGADOS \ 2023 33


ENTREVISTA<br />

Os dados provisórios<br />

de 2022 confirmam<br />

uma tendência clara no<br />

sentido da recuperação<br />

das pendências<br />

nos processos de<br />

impugnação fiscal na<br />

ordem dos 36% por<br />

referência aos números<br />

de 2016, ou seja, há<br />

menos 8 mil processos<br />

de impugnação<br />

pendentes<br />

2016, ou seja, há menos 8 mil processos<br />

de impugnação pendentes.<br />

Não respondeu à minha pergunta…<br />

A justiça administrativa e fiscal constitui<br />

a ligação entre o cidadão e o<br />

Estado quando as coisas não correm<br />

bem ou quando existem dúvidas que<br />

têm de ser resolvidas. Esta relação<br />

tem, portanto, de ser melhorada.<br />

É vital que seja melhorada. A atual<br />

ministra da Justiça sinalizou esta importante<br />

reforma, isto é, assumiu esse<br />

objetivo político. Esta é uma área de,<br />

digamos, abastecimento argumentativo<br />

dos partidos de protesto e dos<br />

movimentos populistas, logo temos<br />

todos a ganhar se a concretização for<br />

lesta e eficaz. Subsistem ainda vários<br />

problemas, claro, a mudança leva algum<br />

tempo, sendo por isso importante<br />

a existência da arbitragem regulada<br />

para poder acelerar os procedimentos.<br />

Trata-se de defender as pessoas e<br />

as empresas, mas também o Estado.<br />

Proteger o Estado?<br />

Se um processo ficar em trânsito pelos<br />

tribunais do Estado durante anos<br />

e se, no fim, o Estado perder a querela,<br />

então terá de pagar juros que,<br />

no final, desviam milhões de euros<br />

do erário público. Ora bem, se em<br />

vez disso o CAAD decidir em quatro<br />

meses, como é nossa prática e missão,<br />

então ganham todos. Mesmo perdendo,<br />

o Estado de certa forma ganha<br />

porque não engordou a conta surda…<br />

a que lhe chegaria anos depois. Como<br />

vê, a rapidez ajuda-nos a todos.<br />

Quantos processos decide por ano?<br />

O IRC pesa quanto?<br />

A análise das decisões por tipologia<br />

de imposto indica que do total de 815<br />

processos, no valor global de 223 milhões<br />

de euros, a maior parcela diz<br />

respeito a questões relacionadas com<br />

o IRC. Este imposto representa 250<br />

34<br />

EXECUTIVE DIGEST \ QUEM É QUEM NOS ADVOGADOS \ 2023


ENTREVISTA<br />

processos no valor de 118 milhões de<br />

euros. Somos muito relevantes para<br />

as empresas, embora também para os<br />

contribuintes individuais.<br />

E quem ganhou mais processos de<br />

IRC, a Autoridade tributária ou os<br />

contribuintes?<br />

Eu vou responder-lhe com detalhe,<br />

mas antes deixe-me deixar duas notas.<br />

A primeira: quando um contribuinte<br />

envolve o CAAD isso significa<br />

que, provavelmente, pensa ter mais<br />

hipótese de ganhar do que de perder,<br />

caso contrário deixava o tempo correr<br />

nos tribunais do Estado em vez de o<br />

acelerar via CAAD. Segunda nota: a<br />

qualidade e o mérito das nossas decisões<br />

não podem ser aferidos através<br />

da percentagem de vitórias ou de derrotas,<br />

tem de ser analisado olhando<br />

para cada um dos acórdãos. Olhar só<br />

para as percentagens, que estão aliás<br />

em linha com o que acontece nos tribunais<br />

do Estado, é um erro perigoso<br />

que leva a leituras demagógicas.<br />

Compreendo… mas quem ganhou<br />

mais em 2022?<br />

A decisão de mérito foi favorável<br />

aos contribuintes quer em número<br />

de processos (71,1%), quer em valor<br />

económico — 54,8% do bolo em disputa,<br />

o equivalente a 64,7 milhões de<br />

euros. Dito isto, se olharmos para os<br />

processos acima de um milhão de euros,<br />

os com maior impacto financeiro<br />

comutativo, verificamos que os processos<br />

com decisão favorável para a AT<br />

representam 49,3%, isto é, metade, o<br />

que traduz um reforço nas decisões<br />

favoráveis ao fisco por comparação<br />

com 2021, ano em que o valor destes<br />

processos totalizou 120,17 milhões de<br />

euros, com os ganhos pela AT a representarem<br />

39,8% deste montante, isto<br />

é, menos 10 pontos percentuais. Note<br />

bem, trata-se de um salto relevante. A<br />

AT coloca as suas equipas a trabalhar<br />

afincadamente nas áreas de maior retorno,<br />

o que me parece legítimo, sem<br />

que isto traduza desinvestimento nos<br />

processos de pequenos montantes,<br />

como o ISV.<br />

E no IRS?<br />

Também no IRS, com 197 processos<br />

no valor de 31,3 milhões de euros, os<br />

nossos dados revelam que o desfecho<br />

foi favorável ao contribuinte quer<br />

em número (72,1%) quer em valor<br />

(65,2%). Repito, as pessoas recorrem<br />

ao CAAD porque provavelmente julgam<br />

ter bons argumentos para ganhar<br />

a disputa.<br />

Estes números fortalecem ou enfraquecem<br />

a reputação do CAAD?<br />

Infelizmente, por vezes faz-se uma<br />

leitura em sprint, em vez de se olhar<br />

para cada caso e depois para os números<br />

agregados. Dois exemplos: sabe<br />

que tivemos centenas de decisões de<br />

processos de ISV em que a decisão é<br />

forçosamente favorável ao contribuinte<br />

por imposição do TJUE e que nos<br />

processos acima de um milhão de euros,<br />

o fisco obteve 53,6% do número<br />

de decisões favoráveis e 49,3% em valor<br />

económico?<br />

Repare: uma decisão não é boa<br />

ou má em função de quem ganha. As<br />

EXECUTIVE DIGEST \ QUEM É QUEM NOS ADVOGADOS \ 2023 35


ENTREVISTA<br />

A justiça administrativa<br />

e fiscal constitui a<br />

ligação entre o cidadão<br />

e o Estado quando as<br />

coisas não correm bem<br />

ou quando existem<br />

dúvidas que têm de ser<br />

resolvidas. Esta relação<br />

tem, portanto, de ser<br />

melhorada<br />

nossas regras operacionais asseguram<br />

a independência dos árbitros. Como<br />

lhe disse no início desta conversa, as<br />

normas que temos evitam ao máximo<br />

os conflitos de interesses, sendo este<br />

trabalho de fiscalização e melhoria<br />

permanentes. Procuramos ser muito<br />

rigorosos. Compreendemos bem<br />

a responsabilidade pública que nos é<br />

atribuída e confiada. Por outro lado,<br />

a maioria das críticas que nos são dirigidas,<br />

na verdade são dirigidas genericamente<br />

à arbitragem, embora o<br />

alvo não seja a arbitragem regulada,<br />

mas a ad-hoc, que tem os seus próprios<br />

procedimentos.<br />

Na área administrativa estranho<br />

o CAAD não ter, por exemplo, os<br />

grandes processos das PPP. Já tiveram<br />

algum?<br />

Zero. Nada.<br />

Nenhum? Qual a explicação que<br />

encontra?<br />

Esses processos não nos chegam. A<br />

minha função não é certamente avaliar<br />

o trabalho dos outros ou o que<br />

não nos chega.<br />

…Os outros… refere-se à arbitragem<br />

ad-hoc?<br />

Posso apenas dizer-lhe que para o<br />

bem das várias arbitragens e da justiça<br />

seria talvez conveniente que o<br />

legislador definisse padrões de exigência<br />

regulamentar e operacional, o<br />

que passaria por impor normas sobre<br />

conflitos de interesse e transparência,<br />

sempre niveladas por cima.<br />

E as normas do CAAD seriam um<br />

bom ponto de partida, é isso?<br />

O CAAD está apenas disponível para<br />

discutir e reforçar tudo o que possa<br />

tornar o sistema mais justo, mais<br />

aberto e mais transparente.<br />

Recebem muitas pressões?<br />

Pressões? Olhe, temos um conselho<br />

deontológico que gere, trata e centraliza<br />

as nomeações dos árbitros. Este<br />

conselho é presidido por um antigo<br />

presidente do Supremo Tribunal Administrativo.<br />

Todas as pessoas sabem<br />

isso. Sabem também que os árbitros<br />

são sorteados e que o sorteio é público,<br />

bem como as nossas audiências.<br />

Logo, se houvesse qualquer tipo de<br />

pressão sobre o CAAD o sistema de,<br />

digamos, limpa-neves que temos alisaria<br />

o terreno. Usando uma linguagem<br />

usada para os vírus informáticos,<br />

temos uma firewall poderosa e<br />

que é constantemente fiscalizada e<br />

fortalecida. Sendo essa fiscalização<br />

interna, mas também externa, ou<br />

seja, via Tribunal de Contas e PGR. O<br />

debate aceso que temos tido ao longo<br />

do último ano tem tido o mérito de<br />

tornar estes assunto acessível a todos,<br />

a todas as pessoas.<br />

Se um dia os tribunais administrativos<br />

e fiscais derem conta do recado,<br />

o que faz o CAAD, acaba?<br />

Se acabasse porque já não há problemas,<br />

já viu que grande notícia seria<br />

para todos os portugueses? Penso<br />

que seja este a atitude certa. Claro,<br />

não me esqueço que temos equipas e<br />

pessoas diligentes com um invulgar<br />

capital de conhecimento nesta área,<br />

logo penso que a utilidade pública<br />

do CAAD acabaria por encontrar<br />

um caminho de continuidade nalguma<br />

área… Mas não conte com isso<br />

para já.<br />

36<br />

EXECUTIVE DIGEST \ QUEM É QUEM NOS ADVOGADOS \ 2023


TÊXTEIS<br />

O novo capítulo numa história de sedução.<br />

vistaalegre.com


FÓRUM DE ADVOGADOS<br />

FÓRUM DE ADVOGADOS<br />

1<br />

2<br />

QUAIS OS PRINCIPAIS DESAFIOS<br />

PARA O SECTOR DA ADVOCACIA<br />

EM PORTUGAL?<br />

FACE A ESTES DESAFIOS E TAMBÉM<br />

OPORTUNIDADES, COMO SE<br />

POSICIONA A SUA SOCIEDADE?<br />

Nos últimos anos, Portugal tem-se destacado como um destino promissor para profissionais<br />

do Direito e, em particular, para as sociedades de advogados. O nosso país caracteriza-se por<br />

um ambiente jurídico robusto e estável, baseado em princípios democráticos e no Estado de<br />

Direito, e uma economia em crescimento, o que oferece um leque de oportunidades para<br />

aqueles que desejam estabelecer as suas carreiras jurídicas numa sociedade de advogados.<br />

Para além disso, Portugal tem uma localização estratégica no Sul da Europa, o que oferece um<br />

acesso fácil aos mercados europeus, africanos e sul-americanos, e permite que as Sociedades<br />

de advogados consigam expandir a sua actividade a uma ampla gama de clientes internacionais<br />

e se envolvam em transações transfronteiriças.<br />

Como referido anteriormente, o crescimento económico do nosso país tem atraído investimentos<br />

estrangeiros e visto um aumento no empreendedorismo e nas startups. Esta realidade<br />

resulta numa maior procura por serviços jurídicos especializados, criando oportunidades<br />

para as sociedades de advogados expandirem as suas áreas de actuação.<br />

Portugal tem-se ainda destacado em sectores em ascensão, como é o caso do turismo, imobiliário,<br />

tecnologia, energias renováveis ou indústria criativa. O exponencial crescimento destes<br />

sectores oferece oportunidades significativas para as Sociedades se especializarem e prestarem<br />

serviços jurídicos específicos, como fusões e aquisições, direito imobiliário, protecção de<br />

propriedade intelectual, entre outros.<br />

Mas não só de vantagens vive o scetor da advocacia em Portugal, são muitas as barreiras e os<br />

desafios com que se deparam os advogados e as sociedades do nosso país.<br />

A evolução legislativa constante, a competição crescente e os clientes cada vez mais informados<br />

e exigentes são desafios constantes e que têm que ser ultrapassados pelos intervenientes<br />

deste sector que, na primeira voz, falam sobre os desafios e as oportunidades das suas sociedades<br />

no mercado.<br />

38<br />

EXECUTIVE DIGEST \ QUEM É QUEM NOS ADVOGADOS \ 2023


FÓRUM DE ADVOGADOS<br />

EXECUTIVE DIGEST \ QUEM É QUEM NOS ADVOGADOS \ 2023 39


FÓRUM DE ADVOGADOS<br />

INÊS SEQUEIRA MENDES<br />

Managing Partner, Abreu Advogados<br />

1 O mercado da advocacia está naturalmente ligado<br />

ao contexto internacional em que vivemos e há ainda<br />

uma grande indefinição sobre o que poderá acontecer<br />

ao longo deste ano. A guerra na Ucrânia, a crise energética,<br />

a subida da inflação, as ambiciosas metas europeias<br />

para combater as alterações climáticas e o caudal legislativo<br />

que emana da União Europeia, são alguns dos fatores<br />

que irão influenciar os nossos clientes e implicar<br />

uma capacidade de resposta por parte do nosso sector.<br />

A dupla transição – energética e digital – em curso e<br />

a necessidade de adaptação dos modelos de negócio às<br />

crescentes preocupações com a sustentabilidade (nas<br />

suas três vertentes, ambiente, social e de governação)<br />

que têm e terão crescente tradução jurídica, continuarão<br />

a ter um impacto profundo em todos os sectores. A<br />

advocacia terá que estar especialmente desperta para<br />

esta realidade, e para antecipar e acompanhar as oportunidades<br />

e os desafios que esta coloca.<br />

A minha expectativa é que, à semelhança do que aconteceu<br />

nos últimos três anos, o sector da advocacia continue<br />

a conseguir responder da melhor forma. Estou<br />

confiante de que, no tocante à Abreu Advogados, manteremos<br />

a dinâmica e a tendência de crescimento que<br />

temos vindo a registar apesar da especial adversidade<br />

do período que atravessamos.<br />

Quanto a tendências de mercado, com o aumento dos<br />

custos de funcionamento e de produção das empresas,<br />

é expectável que a área de Reestruturação e Insolvência<br />

cresça, assim como a de Infraestruturas, sobretudo<br />

caso os mais de 16 mil milhões de euros do PRR comecem<br />

a ser alocados aos respetivos projetos à velocidade<br />

devida. A área da Energia, em especial das Energias<br />

Renováveis - face à crise energética e ao aumento do<br />

preço do gás e da eletricidade -, deverá assumir uma<br />

relevância ainda maior. A aposta europeia na independência<br />

energética face aos combustíveis fósseis russos,<br />

que conheceu uma aceleração significativa por via do<br />

Plano REPowerEU, terá de ter tradução concreta à escala<br />

nacional<br />

2 Manteremos o nosso posicionamento de crescimento<br />

e de consolidação sustentados, baseados na<br />

especialização, no reforço da nossa capacidade de<br />

adaptação e de antecipação, e numa forte aposta na digitalização.<br />

Reforçámos em 2022, e já em 2023, algumas áreas de<br />

prática e continuaremos atentos a oportunidades. Temos<br />

uma equipa coesa, motivada e altamente qualificada,<br />

que nos permite assegurar com a maior confiança<br />

um acompanhamento e assessoria da maior qualidade<br />

e rigor técnicos aos nossos clientes.<br />

O ano de 2022 foi mais um ano de sucesso, com resultados<br />

que continuam a espelhar o crescimento e<br />

consolidação da Abreu. Somos hoje uma das quatro<br />

principais sociedades de advogados independentes nacionais,<br />

uma marca na advocacia internacional e uma<br />

das sociedades mais inovadoras da Europa, segundo o<br />

Financial Times.<br />

2023 é também um ano especial para a Abreu: cumprimos<br />

30 anos de serviço aos nossos clientes, sem esquecer<br />

a nossa missão perante a Sociedade, assentes num<br />

forte sentido de compromisso com e por parte da nossa<br />

equipa. Vamos celebrá-lo com a energia e a criatividade<br />

do primeiro dia, demonstrando, em simultâneo, toda a<br />

experiência que acumulámos em cada um dos dias que<br />

se lhe seguiram.<br />

Na Abreu Advogados investimos no estudo e antecipação<br />

dos cenários e dos desafios que estão por vir. A<br />

transformação digital “in-house”, a promoção dos critérios<br />

ESG ou o desenvolvimento de novos serviços que<br />

acompanhem as tendências de mercado serão medidas<br />

fundamentais para continuarmos na liderança e para<br />

ajudarmos as lideranças as empresas nossas clientes<br />

na tomada de decisões estratégicas.<br />

40<br />

EXECUTIVE DIGEST \ QUEM É QUEM NOS ADVOGADOS \ 2023


FÓRUM DE ADVOGADOS<br />

PEDRO MADEIRA DE BRITO<br />

P.O. Principal Officer / partner<br />

BAS -Sociedade de Advogados SP, RL<br />

1 A advocacia enfrenta sobretudo três importantes<br />

desafios em Portugal:<br />

1. A digitalização da atividade da advocacia e aplicação<br />

de todas as ferramentas tecnológicas tendo por<br />

base o algoritmo, como a Inteligência Artificial a fazer<br />

algumas tarefas dos advogados que os libertam<br />

para outras funções.<br />

2. A questão das sociedades multidisciplinares que<br />

caso avance irá redesenhar toda a atividade da advocacia<br />

e o papel dos advogados<br />

3. Redefinição das fronteiras da atividade da advocacia<br />

para além do ato próprio dos advogados. Será<br />

preciso repensar as fronteiras, o papel dos advogados,<br />

o que estes irão ser e fazer. Este tópico está<br />

relacionado com a relação de trabalho entre advogados,<br />

se serão de um lado trabalhadores e do outro<br />

lado patrões?<br />

2Na BAS não existe uma estrutura hierárquica formal<br />

e tradicional da advocacia. Os serviços jurídicos<br />

que prestamos têm correspondido à exigente procura<br />

internacional e nacional e aos desafios que se apresentam<br />

para a Advocacia. A resolução de questões suscitadas<br />

em matéria de Direito do Trabalho associadas aos<br />

efeitos da pandemia e à inflação, continuam a determinar<br />

uma resposta exigente nesta área do direito.<br />

Posicionamo-nos no apoio jurídico em matéria de Direito<br />

Público nas áreas estratégicas do Direito da Saúde<br />

e do Direito do Trabalho, em que somos reconhecidos<br />

interpares e pelos clientes. Prestamos assessoria<br />

em todas as áreas de atuação como o Direito Administrativo<br />

e a Contratação Pública, e temos vindo a apostar<br />

na diversificação com a Proteção de Dados, o Direito<br />

Fiscal, o Direito Comercial e o Direito Societário.<br />

A proteção dos nossos Advogados, das condições sociais<br />

e de trabalho do potencial humano constitui para<br />

nós uma prioridade a BAS.<br />

CATARINA BELIM & LUÍS CASTILHO<br />

Sócios, BELIM CASTILHO<br />

1 Entendemos que serão 2 desafios, não em matérias de direito,<br />

mas em matérias fundamentais para o exercício de boa<br />

advocacia: adaptação às novas tecnologias e multidisciplinariedade.<br />

2Relativamente à adaptação às novas tecnologias, a BELIM<br />

CASTILHO nasceu já com uma mentalidade digital e por<br />

isso vemos com naturalidade a prestação de serviços com<br />

uma presença cada vez mais digital, com incorporação de<br />

ferramentas tecnológicas quer na recolha de informação via<br />

aplicações e plataformas web, quer na entrega dos trabalhos<br />

jurídicos. Na entrega dos trabalhos jurídicos o desafio será<br />

transmitir a informação jurídica em formatos cada vez mais<br />

inovadores:<br />

Através de visual law que combina software e design para facilitar<br />

a visualização das informações em peças jurídicas;<br />

Através de smart contracts, necessitando de incorporar as<br />

informações das peças jurídicas em código de programação;<br />

Através de ferramentas de inteligência artificial que permitam<br />

aos utilizadores respostas quase instantâneas.<br />

Neste campo, a oportunidade para a BELIM CASTILHO é evidente<br />

já que a sociedade é especializada em direito fiscal com<br />

foco também em matérias de aduaneiro, áreas que são, por<br />

natureza, ultra especializadas e sempre em mudança e que<br />

demorarão muito mais tempo a ser padronizadas pelos motores<br />

da inteligência artificial e mecanismos de automação.<br />

Relativamente à multidisciplinariedade, nem vemos como é<br />

que o direito fiscal se pode fazer sem a contabilidade e a economia:<br />

o resultado é sempre melhor para o Estado e para os<br />

contribuintes quando a solução legal casa com a contabilidade<br />

e com a economia. No caso particular da BELIM CASTI-<br />

LHO, vemos que o desafio de coordenar as diversas disciplinas<br />

e o sigilo associado a cada profissão dentro dos serviços da<br />

fiscalidade (advogado, contabilista, economista, auditor, consultor)<br />

será reduzido quando comparado com a oportunidade<br />

de melhorar o resultado dos serviços associados à fiscalidade<br />

como um todo (vertente legal, contabilística e de compliance).<br />

EXECUTIVE DIGEST \ QUEM É QUEM NOS ADVOGADOS \ 2023 41


FÓRUM DE ADVOGADOS<br />

FÉLIX BERNARDO<br />

Managing Partner,<br />

Caldeira Pires & Associados<br />

1 O ano de 2023 vem acompanhado de muitas incertezas,<br />

seja a escalada das taxas de juro, seja a inflação<br />

que apesar de ter desacelerado a verdade é que<br />

ainda assim se manterá num nível relativamente alto.<br />

Esta conjuntura cria bastantes desafios para o sector<br />

que será condicionado pelo ciclo económico em que<br />

vivemos. Se por um lado, algumas das operações de<br />

investimento poderão ficar suspensas, assistindo-se<br />

a uma retração das áreas de M&A, com as empresas<br />

e os investidores a adoptar uma postura mais cautelosa,<br />

por outro lado, é expectável que aumentem os<br />

litígios e os incumprimentos, o que significará um<br />

aumento das áreas de contencioso, de insolvências<br />

e restruturações e de laboral. O imobiliário deverá<br />

continuar a demonstrar algum dinamismo, tratando-se<br />

de uma área que continua a beneficiar de liquidez.<br />

Apesar das incertezas, o sector terá de continuar<br />

a lidar com um conjunto transformações que já se<br />

encontram em curso, nomeadamente a digital, que<br />

veio para ficar.<br />

2Temos vindo a acompanhar o mercado e as suas<br />

constantes alterações, de forma a conseguirmos responder<br />

aos problemas dos nossos clientes e antevendo,<br />

sempre que possível, as suas necessidades. Estamos a<br />

apostar nas áreas que vão inevitavelmente crescer por<br />

força das circunstâncias, como é o caso das áreas de<br />

contencioso, insolvências e restruturações e laboral,<br />

reforçando a nossa capacidade de resposta, através de<br />

um investimento significativo, em recursos humanos<br />

especializados. No caso do imobiliário, estamos a estabelecer<br />

parcerias, fora da zona de Lisboa, para conseguirmos<br />

estar mais próximos dos nossos clientes.<br />

Quanto à transição digital, temos vindo a apostar na<br />

melhoria dos nossos softwares de gestão actuais que<br />

permitem uma maior eficiência e resposta.<br />

JOÃO CAVALEIRO<br />

Managing Partner,<br />

Cavaleiro & Associados<br />

1 Dois grandes desafios: i) ajudar os nossos Clientes a ter ganhos numa<br />

fase de incerteza, concretizando boas oportunidades e ii) alinhar a equipa<br />

para momentos de profunda incerteza. Na Advocacia de Empresas e Negócios,<br />

em corporate e na compra e venda de empresas, o início de 2023 tem<br />

sido uma agradável surpresa. Esperava-se a retracção que vem de Agosto<br />

de 2022 e a verdade é que voltou a verificar a reanimação do forte interesse<br />

pelas empresas Portuguesas por investidores estrangeiros. Será expectável<br />

que áreas conexas com as restruturação dos grupos empresariais<br />

se mantenham, com forte pendor no direito laboral. O sector imobiliário<br />

assiste a um reajuste em termos de números de transacção, mantendo a<br />

intensidade das transações, com um perfil diferente. No sector público/<br />

projectos energia - central para nós - é expectável que 2023 seja um ano<br />

de crescimento pela necessidade desenvolver soluções energéticas alternativas<br />

em projetos de hidrogénio, biocombustíveis, híbridos conjugados<br />

com solar/eólico. Na área de Private Clients and Wealth nota-se em private<br />

clientes alguma retracção fruto do aumento do custo de vida das pessoas<br />

e na área de Wealth assiste-se a um momento de reorganização dos patrimónios<br />

familiares.<br />

2Numa Sociedade exclusiva como a nossa, muito centrada no tecido<br />

empresarial do Norte e Centro do País, em regra líderes dos seus sectores,<br />

que colocam muito pendor na Confiança, a resposta será manter o foco. A<br />

nossa boutique opera em três áreas centrais: Direito das Empresas e Negócios,<br />

Direito Público/Energia e em Private Clients and Wealth(com muito<br />

pendor internacional). Assim temos de nos manter sempre sintonizados<br />

com o alinhamento que os Clientes e as suas organizações tenham, numa<br />

equipa nuclear que se mantém igual há vários anos, num posicionamento<br />

de proximidade, que assumimos ser uma das nossas grandes vantagens.<br />

É preciso demonstrar Flexibilidade, num exercício permanente de auscultação.<br />

Só se consegue cuidando muito da equipa, alargando competências<br />

extra-jurídicas, enraizando relações com as Universidades e Centros de<br />

saber. A melhor figura que encontro para 2023 é uma manha de nevoeiro,<br />

quando passamos um túnel cheio de luz – 2022- e ao sair do túnel encontramos<br />

nevoeiro cerrado. Aos Advogados pede-se que tenham sempre de<br />

ter um plano B, e o nosso está em colocar os Clientes no centro da decisões,<br />

cuidando dos nossos Advogados.<br />

42<br />

EXECUTIVE DIGEST \ QUEM É QUEM NOS ADVOGADOS \ 2023


FÓRUM DE ADVOGADOS<br />

RAQUEL CANIÇO<br />

Advogada, Caniço Advogados<br />

1 A pandemia acelerou a adopção ou intensificação<br />

do uso de novas tecnologias para muitas empresas<br />

e pessoas, onde naturalmente se insere a<br />

advocacia. Essa mudança é significativa e deverá<br />

moldar as expectativas do cliente em relação também<br />

aos escritórios dos advogados. Sendo certo<br />

que, já eram utilizadas muitas dessas ferramentas<br />

antes da pandemia.<br />

A conveniência e rapidez trazidas por soluções com<br />

acesso online e na nuvem/cloud, a dados referentes<br />

aos seus processos ou a relatórios obtidos praticamente<br />

em tempo real, por exemplo, deverá incentivar<br />

um futuro da advocacia com cada vez menos papel<br />

e mais tecnologia para atender às necessidades<br />

do cliente do futuro.<br />

Isso resulta em diversas vantagens. A mais evidente<br />

é, sem dúvida, a agilidade nos processos. Essa automatização<br />

permite que trabalhos burocráticos<br />

sejam colocados em segundo plano, pois essa tarefa<br />

caberá ao software. Basta dar a instrução correcta<br />

para que ele se encarregue de elaborar a resposta,<br />

reduz as falhas e dá-nos uma leitura de tendências,<br />

por palavra ou por expressão.<br />

Com efeito, há muito que em matéria de contencioso<br />

cível e penal, sobretudo na gestão de prazos,<br />

propostas, procurações, identificação percentual de<br />

decisões em determinada matéria, através do cruzamento<br />

de informação entre diferentes aplicações<br />

informáticas que a gestão e a sistematização de<br />

dados já é utilizado designadamente, em processos<br />

de grande complexidade, uma vez que essas ferramentas<br />

contribuem para a obtenção mais rápida de<br />

dados e com uma ínfima probabilidade de erro.<br />

O futuro da advocacia também vai ser marcado por<br />

uma era de força de trabalho mais distribuída, ou<br />

partilhada, quer isto dizer, que as funções remotas,<br />

temporárias ou permanentes independentemente<br />

do vínculo profissional do advogado deverão, no<br />

futuro, complementar uma equipa multidisciplinar,<br />

facilitando e flexibilizando a escalabilidade dos negócios<br />

jurídicos, de acordo com a nova lei das associações<br />

profissionais.<br />

O advogado ao despender menos tempo em tarefas<br />

administrativas ou burocráticas partilhando informação<br />

noutras áreas, vai ter mais tempo para se<br />

dedicar a funções analíticas dos processos e para o<br />

atendimento aos clientes.<br />

2O nosso escritório de advogados tem procurado<br />

actualizar-se, fazendo formação cada mais especializada<br />

e modificar sistemas de atendimento e de<br />

tratamento de informação. O objectivo é procurar<br />

ser mais célere na resposta ao cliente, sempre de<br />

forma próxima e por isso personalizada e ainda na<br />

capacidade de resolver o problema de forma efectiva.<br />

Esse é o grande desafio face ao “status quo” da<br />

Justiça.<br />

Assistimos cada vez mais a uma desjudicialização<br />

crescente da Justiça com o recurso a tribunais arbitrais<br />

e julgados de paz, mas isso advém da necessidade<br />

premente dos clientes em conseguir resolver<br />

de forma célere os seus problemas e há-que compreender<br />

isso. O nosso foco é, e será sempre, a solução<br />

real dos problemas das empresas e das pessoas,<br />

por isso o recurso aos meios alternativos de resolução<br />

de litígios é muitas vezes uma solução. Também<br />

optamos por fazer uma advocacia preventiva nas<br />

empresas onde colaboramos, seja ministrando formação<br />

aos seus funcionários, seja alertando sistematicamente<br />

para as alterações legislativas, ou até<br />

propondo a adequação de procedimentos, dentro<br />

das empresas, às novidades legislativas.<br />

EXECUTIVE DIGEST \ QUEM É QUEM NOS ADVOGADOS \ 2023 43


FÓRUM DE ADVOGADOS<br />

CARLOS PINTO DE ABREU<br />

Sócio Fundador,<br />

Carlos Pinto de Abreu e Associados<br />

1 A Inteligência Artificial (através do<br />

ChatGPT!) respondeu que “no curto prazo,<br />

os desafios para a advocacia em Portugal<br />

incluem a adaptação às mudanças<br />

tecnológicas e às exigências regulatórias<br />

em constante evolução, assim como<br />

a concorrência com outras formas de<br />

prestação de serviços jurídicos. No médio<br />

prazo, é importante garantir a modernização<br />

da profissão, incluindo a formação<br />

contínua e a especialização, a fim de atender<br />

às necessidades crescentes do mercado.<br />

No longo prazo, a advocacia precisa<br />

garantir sua relevância e valor para a<br />

sociedade, mantendo altos padrões éticos<br />

e profissionais e respondendo às demandas<br />

da justiça social. À excepção das<br />

outras formas de prestação de serviços<br />

jurídicos (num futurismo que assusta),<br />

tudo isto até parece fazer algum sentido,<br />

mas não deixa de ser um conjunto de generalidades,<br />

sem prejuízo da verdadeira<br />

necessidade de adaptação aos desenvolvimentos<br />

tecnológicos: i) criando e usando<br />

tecnologia para apoiar a actividade<br />

humana e para maximizar a “produtividade”<br />

global; ii) priorizando a prestação<br />

dos serviços que não podem ser substituídos<br />

por processos tecnológicos simples<br />

(IA), pois todos os outros vão ser, a<br />

curto prazo, automatizados, sob pena de<br />

perda de competitividade; (iii) mantendo<br />

a contenção e a competitividade dos custos<br />

versus a optimização ou o acréscimo<br />

do valor dos serviços para o cliente; (iv)<br />

sendo [a advocacia] muito mais interventiva,<br />

desde logo interna e internacionalmente,<br />

na defesa dos reais interesses<br />

das pessoas e da comunidade, com isso<br />

mostrando o especial valor acrescentado<br />

da profissão e a importância fulcral<br />

da sua total independência, contrariando<br />

visões enviesadamente negativas, posições<br />

extremadas e fundamentalistas ou<br />

imposições puramente economicistas; e<br />

(v) respondendo aos desafios dos recursos<br />

humanos: adaptando as estruturas<br />

da profissão e o seu enquadramento pessoal<br />

e institucional, bem como as formas<br />

de trabalho, à diferente mentalidade das<br />

diversas gerações mais novas, mantendo<br />

a atractividade da profissão.<br />

2A Inteligência Artificial (ChatGPT!)<br />

respondeu “que aqui [nesta matéria] poderão<br />

ser seguidas várias estratégias:<br />

Investimento em tecnologia: a utilização<br />

de ferramentas tecnológicas pode ajudar<br />

a automatizar processos e aumentar a<br />

eficiência, garantindo que a sociedade esteja<br />

sempre actualizada.<br />

• Formação contínua e especialização:<br />

a formação em áreas específicas,<br />

mesmo dentro do direito criminal,<br />

pode ajudar a garantir que a equipa<br />

esteja preparada para atender às exigências.<br />

• Ética profissional: é importante garantir<br />

que a sociedade mantenha<br />

altos padrões éticos e profissionais<br />

para garantir a sua reputação, credibilidade<br />

e a confiança dos clientes.<br />

• Atendimento personalizado: a prestação<br />

de serviços jurídicos de qualidade,<br />

com atendimento personalizado<br />

e soluções criativas, que garanta a<br />

satisfação dos clientes e a fidelização.”<br />

Mais uma vez qualquer um de nós podia<br />

dizer isto. Nada de muito inovador,<br />

é certo, mas tudo relevante e, até, muito<br />

adequado, embora por uma ordem arbitrária<br />

e não coerente ou, pelo menos,<br />

congruente. Mas vejamos mais alguns<br />

tópicos essenciais: (i) Deontologia: manter<br />

e reforçar a defesa da ética e da absoluta<br />

independência no exercício da nossa<br />

profissão; (ii) Missão: continuar e reforçar<br />

a intervenção interna e internacional em<br />

causas de interesse geral e de contencioso<br />

penal estratégico, com impacto e visibilidade,<br />

contribuindo para a defesa dos<br />

interesses relevantes das pessoas e da<br />

sociedade; (iii) Evolução tecnológica: selecção<br />

criteriosa dos mandatos, em função<br />

da viabilidade futura de certo tipo de<br />

tarefas (que só se manterá com poderosas<br />

ferramentas tecnológicas, em caso de<br />

tarefas rotineiras ou massificadas, sem<br />

real diferenciação); (iv) Eficácia e eficiência:<br />

investir na especialização e na internacionalização,<br />

que permite oferecer trabalho<br />

de valor único ou particularmente<br />

diferenciado, optimizando critérios económicos<br />

que adaptem os custos à realidade<br />

do cliente e do litígio; e (v) Atenção<br />

e equilíbrio: planificar e agir continuamente<br />

para a melhoria dos processos de<br />

trabalho e colaborativos, das condições<br />

de vida dos sócios, dos associados e dos<br />

colaboradores, com crescente conciliação<br />

de vida pessoal e profissional.<br />

44<br />

EXECUTIVE DIGEST \ QUEM É QUEM NOS ADVOGADOS \ 2023


FÓRUM DE ADVOGADOS<br />

DOMINGOS CRUZ<br />

Managing Partner,<br />

CCA Law Firm<br />

1 O setor da advocacia tem atualmente desafios estruturais, e outros,<br />

conjunturais, que prometem mudar a profissão tal como a conhecemos.<br />

LegalTech3 - A advocacia, tal como qualquer outro setor, está a passar uma<br />

profunda mudança alimentada pela disrupção tecnológica e digital, a automatização<br />

dos processos e o ganho de eficiências tem posto alguma pressão<br />

no modelo de negócio tradicional, tal como o conhecemos.<br />

Propósito - O facto de mais de 50% das equipas dos escritórios de advogados<br />

ser, provavelmente, composta por pessoas pertencentes à geração<br />

millennial e/ou Z, tem-nos obrigado a uma importante reflexão sobre diferentes<br />

formas de trabalhar, de compensar e de reconhecer o mérito, numa<br />

tentativa de adaptar a esta nova realidade para, fundamentalmente, reter<br />

talento.<br />

E depois eram 2 - A multidisciplinariedade que se adivinha para amanhã,<br />

vai obrigar os escritórios de advogados a estimular a sua criatividade, preparando-os<br />

para uma maior concorrência, tal como sucedeu em outros<br />

países, nomeadamente em Espanha.<br />

O Futuro Inventa-se - A conjuntura económica e política atual é um desafio<br />

apaixonante, prever e antecipar o futuro com a informação de hoje,<br />

por forma a corretamente aconselhar os nossos clientes, é construir uma<br />

ponte entre o incerto e o desconhecido.<br />

Na CCA Law Firm os desafios estão sempre presentes, de um ou outro<br />

modo, eles irão sempre existir e assumir diferentes características. A questão<br />

que sempre nos colocamos é “Como fazer diferente?”.<br />

2Cada vez mais agregamos ao nosso modelo de negócio ferramentas digitais<br />

e tecnológicas que nos permitem revolucionar processos internos e<br />

de interação com os clientes. Como é o caso do Legaü, que permite o acesso<br />

a documentos num único local; a Opinio, que nos permite capitalizar o<br />

nosso know-how e difundi-lo internamente; ou a nossa solução de intake<br />

de clientes desenvolvida num formato totalmente digital.<br />

A mais recente sede da CCA Lisboa nas Docas de Alcântara é também<br />

exemplo de como nos temos adaptado às necessidades das novas gerações.<br />

A criação de um espaço colaborativo que permite a interação entre as equipas,<br />

mas que, também, permite a existência de locais de foco e concentração,<br />

e que elimina barreiras pré-concebidas. Esta realidade existe, não por<br />

si só, mas aliada a políticas de home-office e de equilíbrio da vida pessoal/<br />

profissional que pretendem incentivar e cuidar de todos os colaboradores.<br />

NUNO CEREJEIRA NAMORA<br />

Sócio Fundador,<br />

Cerejeira Namora, Marinho Falcão<br />

1 Os três maiores desafios que as sociedades de advogados<br />

enfrentam são a multidisciplinaridade, a retenção<br />

de talentos e a preservação da identidade corporativa.<br />

Começando pelo fim, é inegável que a partida ou o fosso<br />

geracional entre os fundadores das organizações e os<br />

novos profissionais coloca desafios interessantes devido à<br />

dificuldade em transmitir a mensagem e os princípios que<br />

estiveram na base da fundação para assegurar a sua continuidade.<br />

Por outro lado, num sector altamente profissionalizado<br />

e competitivo, a retenção de talentos é naturalmente<br />

cada vez mais complexa, exigindo não só políticas<br />

salariais progressivas, mas também um compromisso<br />

claro com outros benefícios cada vez mais valorizados<br />

para melhorar as condições de vida e o equilíbrio com a<br />

vida pessoal. Finalmente, a multidisciplinaridade - que já<br />

é uma realidade inevitável na maioria dos Estados-Membros<br />

da UE - continuará a ser “o desafio”, tanto devido aos<br />

obstáculos éticos e regulamentares existentes como às<br />

crescentes exigências do mercado a este respeito.<br />

2Acredito que a sociedade permanecerá a mesma, com<br />

os mesmos valores e princípios, com mais profissionais,<br />

mais clientes, mais áreas de prática, mas sobretudo, com<br />

o mesmo espírito de missão que nos define. Temos a força<br />

e a vontade de continuar a trabalhar com a ambição de<br />

manter o crescimento acelerado que temos experimentado<br />

nos últimos anos, sempre de uma forma sustentada e<br />

independente. Os dois grandes eixos que delineamos para<br />

o futuro - e estão já a ser executados a uma velocidade<br />

assinável - passam por continuar a aumentar a nossa rede<br />

de serviços e parcerias estratégicas, bem como pela internacionalização.<br />

Os mercados internacionais e os clientes<br />

estrangeiros têm cada vez mais impacto e representatividade<br />

no nosso sector, o que implica uma adequação<br />

das organizações para corresponder às expectativas, bem<br />

como um investimento e estímulo das relações e presença<br />

em hubs e eventos de networking sectoriais.<br />

EXECUTIVE DIGEST \ QUEM É QUEM NOS ADVOGADOS \ 2023 45


FÓRUM DE ADVOGADOS<br />

NUNO PEREIRA DA CRUZ<br />

Managing Partner,<br />

CRS Advogados<br />

JOSÉ LUÍS ARNAUT<br />

Managing Partner,<br />

CMS<br />

MAFALDA BARRETO<br />

Managing Partner,<br />

Gómez-Acebo & Pombo<br />

1 A adaptação ao mundo tecnológico e à nova<br />

forma de estar e de relacionar das novas gerações<br />

e empresas são os grandes desafios. Temos<br />

também os desafios que a própria economia nos<br />

coloca e, em especial na área do imobiliário, como<br />

é um exemplo o recente pacote “Mais Habitação”<br />

apresentado pelo Governo, mas também nas<br />

áreas de Direito laboral, fiscal e de reestruturações.<br />

Apesar de 2023 ser um ano complicado,<br />

pois continuamos com uma guerra na Europa e<br />

com uma grande instabilidade financeira, acreditamos<br />

que Portugal continuará a ser procurado<br />

por estrangeiros para viver e que se manterá<br />

como um dos destinos preferidos para se lançar<br />

uma Start-up. Sendo um dos desafios da advocacia<br />

ajudar estrangeiros a estabelecerem-se em<br />

Portugal e apoiar as Start-ups a serem grandes<br />

empresas, precisamos de agilizar processos e de<br />

mais apoio à economia.<br />

2A CRS Advogados posiciona-se como uma<br />

sociedade moderna, com serviços jurídicos inovadores<br />

e devidamente adaptada ao mundo tecnológico<br />

em que vivemos. Acreditamos que o<br />

caminho que estamos a fazer é a concretização<br />

plena da transformação digital e o uso de inteligência<br />

artificial ao serviço da profissão e, dessa<br />

forma, responder às necessidades dos nossos<br />

clientes. Mas a atualização tecnológica não é a<br />

única reposta. É a combinação da tecnologia com<br />

o conhecimento profundo dos negócios dos nossos<br />

clientes e a ligação real a estes. Por essa razão<br />

nos últimos anos, para além do nosso escritório<br />

em Lisboa, abrimos novos escritórios no Porto<br />

e no Algarve para estarmos mais próximos dos<br />

nossos clientes. E, ainda este ano, abriremos o<br />

quarto escritório nos Açores.<br />

1 A recuperação da pandemia e a guerra na<br />

Ucrânia, entre outros fatores, têm motivado<br />

uma espiral inflacionária que todos conhecemos<br />

e sentimos no nosso dia-a-dia. A inflação<br />

tem atingido níveis altíssimos, o que tem impactado<br />

o desenvolvimento da economia a nível<br />

global. Também a inteligência artificial é, mais<br />

do que um desafio, um paradigma com que nos<br />

deparamos. Mais recentemente, com o foco<br />

dado ao Chatgpt, a discussão sobre a substituição<br />

de advogados por ferramentas de IA voltou<br />

a estar em cima da mesa. Não podemos olhar<br />

para o lado e fingir que nada do que atrás é descrito<br />

não impacta o nosso setor. A Advocacia,<br />

como costumo dizer, não é uma ilha. Este cenário,<br />

com os desafios que comporta, leva-nos a<br />

ser prudentes, mas, ao mesmo tempo, fazer dos<br />

desafios oportunidades.<br />

2O nosso enquadramento enquanto Sociedade<br />

Global, presente em 70 cidades e 45 países,<br />

permite-nos atenuar algum do impacto negativo.<br />

Por outro lado, e referindo-me ao plano tecnológico,<br />

na CMS temos feito um investimento<br />

sério e sistemático em tecnologia. É o caso<br />

do Lupl, uma plataforma colaborativa, que foi<br />

lançada no âmbito de uma parceria entre três<br />

grandes escritórios de advogados: CMS, Cooley<br />

e Rajah & Tann Asia, e que está disponível para<br />

download em iOS e Android. Também temos<br />

feito um investimento nos nossos Advogados<br />

de modo a que estejam, sempre, dotados do conhecimento<br />

necessário para lidar com as novas<br />

ferramentas tecnológicas. A advocacia é uma<br />

profissão de pessoas para pessoas, pelo que se<br />

não investirmos nos nossos Advogados, estaremos<br />

a dar um passo ao lado.<br />

1 Entre os vários desafios com que<br />

o setor se depara destaco a digitalização<br />

e introdução de AI no dia a dia<br />

dos serviços jurídicos, que é um tema<br />

especialmente trendy após o sucesso<br />

e avanços do Chat GPT, e cuja capacidade<br />

de resposta será crucial para o<br />

futuro das sociedades de advogados.<br />

2Na Gómez-Acebo & Pombo desde<br />

há vários anos que contamos com um<br />

departamento de desenvolvimento<br />

tecnológico, que nos ajuda a selecionar<br />

e desenvolver as ferramentas<br />

que mais se adequam ao nosso modelo<br />

de negócio, contribuindo para<br />

a otimização da forma como prestamos<br />

serviços aos nossos clientes.<br />

De qualquer forma, é expectável que<br />

os próximos anos sejam de um pico<br />

de transformação neste domínio, ao<br />

qual o mercado da advocacia não irá<br />

ficar indiferente. Será crucial seguir<br />

atentamente as novas tendências e<br />

conquistas e ver como as incorporar<br />

na prestação de serviços jurídicos.<br />

Não acredito que a máquina venha<br />

a substituir o advogado, nomeadamente<br />

no segmento de alto valor<br />

acrescentado, mas irá seguramente<br />

tornar redundantes muitas tarefas<br />

atualmente desempenhadas por advogados,<br />

obrigando a um ajustamento<br />

profundo na dinâmica do setor,<br />

nomeadamente na forma como se<br />

forma e incorporam os advogados<br />

mais jovens na profissão.<br />

46<br />

EXECUTIVE DIGEST \ QUEM É QUEM NOS ADVOGADOS \ 2023


FÓRUM DE ADVOGADOS<br />

JOSÉ COSTA PINTO<br />

Sócio Fundador, Costa Pinto<br />

1 Depois de um 2021 histórico, o agravamento das taxas de<br />

juro, a inflação e a guerra da Ucrânia contribuíram para o arrefecimento<br />

do mercado transacional em 2022. Porque os referidos<br />

fatores ainda estão substancialmente presentes, todos perspetivavam<br />

o ano 2023 com grande desconfiança.<br />

A verdade, porém, é que estando nós (praticamente) no final primeiro<br />

semestre de 2023, as nuvens mais negras que pairavam<br />

sobre este “novo ano” estão claramente ultrapassadas.<br />

Sem prejuízo, continuo a pensar que um dos principais desafios<br />

para 2023 é o da manutenção das taxas de rentabilidade das equipas<br />

e a gestão dos recursos humanos.<br />

Com efeito, não bastará em 2023 manter os níveis de trabalho<br />

dos anos anteriores. É necessário igualmente aumentar o seu<br />

valor real, para garantir taxas de rentabilidade que permitam<br />

crescer e, mais ainda, continuar a dar primazia à evolução real<br />

das condições de vida de todos os que estão na advocacia. Tudo<br />

isto só se consegue com a prestação de uma assessoria jurídica<br />

de elevado rigor, qualidade e disponibilidade, o que exige equipas<br />

motivadas e alinhadas nos seus propósitos.<br />

Por outro lado, não podemos deixar de ter em consideração as<br />

alterações regulatórias relativas à advocacia aprovadas no final<br />

de 2022 Caso venham a avançar, teremos todos um desafio grande<br />

em perceber como proteger os valores essenciais da profissão<br />

num quadro regulatório que demonstra total ignorância sobre<br />

os mesmos.<br />

2Estes desafios convocam uma permanente reflexão sobre a<br />

forma como organizamos as nossas Equipas, alinhamos os seus<br />

interesses e as motivamos para os desafios comuns que nos<br />

unem.<br />

De uma perspetiva mais operacional, destacaria o reforço recente<br />

da nossa sociedade na nossa Equipa que se dedica aos temas<br />

de regulatório, compliance e ESG, com a integração de uma nova<br />

sócia para liderar estas áreas. É indiscutível a importância destes<br />

temas quer em contexto transacional, quer na assessoria mais<br />

de dia-a-dia dos nossos clientes. Quisemos com esta integração<br />

mostrar o nosso compromisso em liderar igualmente essas áreas.<br />

JOSÉ CALEJO GUERRA<br />

Managing Partner,<br />

CCSL Advogados<br />

1 Para o futuro vemos essencialmente 3 desafios, sendo 1 de<br />

natureza conjuntural e 2 de natureza estrutural.<br />

O conjuntural prende-se com a incerteza económica para os<br />

próximos anos, em resultado de inflação, taxas de juros e incertezas<br />

geo-políticas que, impactando a mobilidade de pessoas,<br />

bens e valores, tem especial impacto em economias como Portugal.<br />

Já do ponto de vista estrutural, a previsível introdução da regra<br />

da multidisciplinariedade no setor e a crescente importância<br />

da tecnologia importarão uma profunda adaptação dos advogados<br />

no médio prazo.<br />

No que respeita à multidisciplinariedade, embora já existam<br />

situações conhecidas em que, na prática, sociedades de advogados<br />

operam conjuntamente com outro tipo de sociedades<br />

(de profissionais ou comerciais), a verdade é que a formalização<br />

trará desafios próprios bem como uma concorrência acrescida<br />

No que respeita à tecnologia, ferramentas baseadas em IA e<br />

blockchain estão já a ser usadas com enorme potencial na atividade<br />

jurídica.<br />

2Temos discutido os desafios acima identificados, adotando<br />

posturas diferentes em relação a cada um e agindo de forma<br />

mais expressiva nos que melhor podemos controlar.<br />

Assim, quanto ao cenário macro-económico para os próximos<br />

anos a nossa posição tem sido de alguma expetativa, orientando<br />

o reforço da equipa para áreas onde prevemos maior atividade.<br />

No que respeita ao tema da multidisciplinariedade, temos procurado<br />

discutir com os nossos parceiros internacionais as implicações<br />

do tema em outras jurisdições, sendo que não esperamos<br />

uma especial alteração da configuração atual do mercado,<br />

embora possamos assistir a operações ocasionais de consolidação<br />

de práticas jurídicas com outras atividades de consultoria.<br />

Em relação aos aspetos tecnológicos, o nosso foco tem sido o de<br />

(i) dotar a sociedade dos meios que permitam a otimização dos<br />

processos e de (ii) acompanhar os desenvolvimentos em curso<br />

em áreas de ponta para com melhorar a experiência do cliente<br />

e a eficiência dos serviços prestados.<br />

EXECUTIVE DIGEST \ QUEM É QUEM NOS ADVOGADOS \ 2023 47


FÓRUM DE ADVOGADOS<br />

ANTÓNIO BORGES PIRES<br />

Managing Partner, ABPA<br />

1 Os principais e grandes desafios que a advocacia em Portugal<br />

enfrenta no imediato são de enorme importância, terão um<br />

efeito muito relevante no exercício da actividade, sobretudo para<br />

as sociedades de pequena e média dimensão, e situam-se em dois<br />

planos distintos.<br />

O primeiro diz respeito aos impactos das recentes alterações introduzidas<br />

no regime jurídico do exercício da profissão, em particular,<br />

a criação de sociedades multidisciplinares, a possibilidade<br />

que se pretende consagrar de outros profissionais, que não advogados,<br />

passarem a poder praticar actos próprios dos advogados e<br />

também a alteração das regras e requisitos de acesso à profissão.<br />

O segundo grande desafio prende-se com a enorme evolução<br />

tecnológica a que estamos a assistir, designadamente ao nível da<br />

inteligência artificial, e as repercussões no exercício concreto da<br />

advocacia.<br />

Apesar destas novas realidades, estamos convictos e confiantes<br />

que a prática de determinados actos por não advogados ou por<br />

plataformas tecnológicas, não poderão substituir satisfatoriamente<br />

o exercício da actividade por Advogados.<br />

2Os novos desafios obrigam a uma reflexão sobre o posicionamento<br />

da ABPA no mercado, e a uma análise crítica do seu modelo<br />

de funcionamento.<br />

A ABPA pretende manter-se como uma sociedade composta apenas<br />

por advogados, focada na prestação de serviços de assessoria<br />

jurídica e de contencioso nas áreas do direito laboral, comercial /<br />

societário e civil.<br />

Para melhor responder aos actuais desafios, a ABPA tem em curso<br />

o reforço das actuais parcerias com consultoras nas áreas fiscais,<br />

de reestruturação de empresas e de M&A, continuando a apostar<br />

no seu envolvimento com sociedades estrangeiras, em particular<br />

no âmbito da rede de escritórios da IBLC, que integra há quase<br />

duas décadas.<br />

A ABPA pretende implementar novas soluções tecnológicas que<br />

permitam uma maior eficiência e capacidade de prestação de serviços<br />

de excelência aos seus clientes, sem perder o contacto e a<br />

disponibilidade pessoal dos seus advogados.<br />

NUNO SÁ CARVALHO<br />

Managing Partner,<br />

Cuatrecasas Portugal<br />

1 O cenário socioeconómico para 2023, que continua envolto<br />

num conjunto de incertezas que recomendam alguma cautela,<br />

é um dos principais desafios para o sector da advocacia em<br />

2023, em Portugal. Outros desafios continuam a ser a captação<br />

e retenção de talento, numa altura em que o mercado se<br />

apresenta muito competitivo e em que os mais jovens têm expectativas<br />

muito distintas das do passado; a inovação aliada à<br />

tecnologia, que cada vez mais diferenciará as várias sociedades;<br />

e a sustentabilidade, dentro de um quadro mais vasto de responsabilidades<br />

corporativas em matéria de ESG (Environmental,<br />

Social and Governance).<br />

2Estamos confiantes de que entrámos em 2023 mais preparados<br />

do que nunca para ajudar os nossos clientes a enfrentar<br />

os desafios quanto a um eventual abrandamento do investimento<br />

e uma provável recessão económica. Além de estarmos<br />

agora totalmente adaptados às funcionalidades da nova sede,<br />

desenhada para ser um espaço essencialmente digital e ao modelo<br />

de trabalho híbrido, reforçámos no início deste ano a nossa<br />

equipa, confiando que a qualidade da equipa que resultará da<br />

integração em muito contribuirá para a nossa capacidade para<br />

enfrentar as incertezas de 2023. Ao nível da captação e retenção<br />

de talento, temos priorizado a realização profissional dos<br />

nossos colaboradores no quadro de um ambiente de trabalho<br />

saudável, investindo no chamado “well being” e na formação<br />

contínua, quer em temas técnico-jurídicos, quer em áreas complementares<br />

como os “soft-skills”. Quanto a tecnologia, temos<br />

uma vasta equipa de engenheiros e consultores da área das<br />

Tecnologias da Informação e programas constantes de formação<br />

e capacitação tecnológica dos nossos advogados, o que nos<br />

garante que a nossa sociedade não só se mantém atualizada<br />

no campo da inovação tecnológica, como segue no pelotão da<br />

frente das sociedades mais inovadoras. Por fim, temos não só<br />

um grupo dedicado a ESG como, ao nível da sustentabilidade,<br />

reconhecemos e assumimos a responsabilidade por gerir de<br />

forma proativa o impacto ambiental da nossa atividade e por<br />

minimizar e mitigar os impactos adversos.<br />

48<br />

EXECUTIVE DIGEST \ QUEM É QUEM NOS ADVOGADOS \ 2023


FÓRUM DE ADVOGADOS<br />

EDUARDO CASTRO MARQUES<br />

Managing Partner,<br />

Dower Law Firm<br />

1 A advocacia tem de necessariamente mudar com o Mundo. Destacaria três<br />

eixos fundamentais: tecnologia, retenção de talento e multidisciplinariedade. A<br />

utilização de inteligência artificial na nossa profissão é iminente, como a criação<br />

do ChatGPT nos ensinou. Várias são as ferramentas já disponíveis no mercado<br />

que permitem uma eficiência e otimizaçao dos processos de trabalho que<br />

serão uma firme certeza no quotidiano da prestação de serviços jurídicos. Não<br />

pensemos que os advogados poderão ser substituídos, mas serão seguramente<br />

mais produtivos e com maior capacidade de resposta. Por outro lado, a geração<br />

Z, a chamada geração nativa da internet, que chegou ao mercado de trabalho<br />

há menos de meia década, não se compadecerá com métodos de trabalho desatualizados.<br />

Os novos advogados procuram afirmação, um ambiente de trabalho<br />

dinâmico e positivo, menos hierarquizado e um equilíbrio saudável entre a vida<br />

pessoal e a vida profissional. A tecnologia poderá ser um meio para a obtenção<br />

de todos estes objetivos. Antecipo que a competitividade pelo talento irá estar no<br />

topo das nossas agendas. A pandemia e a guerra trouxeram também desafios e<br />

oportunidades, já que levaram ao destaque de novas áreas do Direito e à necessidade<br />

renovação e otimização nas principais áreas de prática. Quanto à multidisciplinariedade<br />

– e com o processo legislativo já bem adiantado – sentimos já<br />

que o setor começa a movimentar-se no sentido de se adaptar a uma realidade<br />

que, para o bem e para o mal, irá alterar profundamente a essência da advocacia<br />

portuguesa.<br />

2Novos tempos trazem novas vontades. Procuramos novas formas de gerir<br />

e captar talento e clientes, bem como constante mudança e transformação na<br />

forma como prestamos os nossos serviços. Somos uma Sociedade de Advogados<br />

que pretende que os seus profissionais se possam realizar tanto profissionalmente<br />

como pessoalmente. Sentimos que hoje é essencial quebrar as fronteiras<br />

corporativas e ter um posicionamento cada vez mais transparente. Só com essa<br />

postura é que mantemos relações genuínas e comprometidas. Por isso mesmo é<br />

que procuramos quem pretenda cumprir, em conjunto com a Dower, a sua carreira,<br />

os seus sonhos e os seus desejos. Incentivamos relações de proximidade,<br />

fomentando parcerias ativas nas mais diversas esferas de atuação, procurando<br />

criar mais-valia. Temos tido a preocupação de estimular um ambiente fértil para<br />

criatividade e desenvolvimento do pensamento científico, critico e jurídico. Pretendemos<br />

ser uma incubadora de inovação e de talento, nunca ignorando o equilíbrio<br />

pessoal e psíquico. De resto, comprometemo-nos a encarar a incerteza com<br />

otimismo, e de receber a mudança e a transformação de braços abertos.<br />

FERNANDO ANTAS DA CUNHA<br />

Managing Partner,<br />

Antas da Cunha ECIJA<br />

1 Historicamente, quando falamos em crises<br />

ao nível global, Portugal acaba por não sentir<br />

os respetivos efeitos ao mesmo tempo que<br />

a maior parte dos países mais relevantes da<br />

Zona Euro.<br />

Para o bem e para o mal, já tivemos de nos habituar<br />

a gerir com base em incertezas e com<br />

imponderáveis a surgirem no dia a dia. Neste<br />

contexto, o maior desafio que se coloca é a capacidade<br />

que cada um dos nossos escritórios<br />

tem em adaptar-se e a ser flexível.<br />

Quando falamos de um setor de serviços profissionais,<br />

temos de ter em consideração que<br />

estamos a falar, essencialmente, de pessoas,<br />

neste caso, de advogados. Ora, para superarmos<br />

o desafio de resiliência, temos de ser capazes<br />

de atrair e formar um talento, também ele,<br />

resiliente e flexível. Se o conseguirmos fazer,<br />

seremos capazes de nos adaptar a cada momento<br />

do mercado.<br />

2A Antas da Cunha Ecija, face a estes desafios<br />

tem mantido uma postura de, por um lado,<br />

manter esta tónica da capacidade de adaptação,<br />

e por outro, de tentar antecipar o que vai<br />

acontecer no curto médio prazo. Através de<br />

dados em concreto, tentamos manter uma capacidade<br />

de resposta alinhada com a nossa capacidade<br />

instalada, de forma a estarmos aptos<br />

a servir os nossos clientes nas reestruturações<br />

que se impõem a cada momento.<br />

Adicionalmente, a nossa aposta e posicionamento<br />

naquilo que apelidamos de “Direito<br />

Digital” tem vindo a produzir, cada vez mais<br />

frutos. Hoje temos um conhecimento muito<br />

profundo de todas estas novas temáticas e os<br />

clientes reconhecem isso mesmo.<br />

EXECUTIVE DIGEST \ QUEM É QUEM NOS ADVOGADOS \ 2023 49


FÓRUM DE ADVOGADOS<br />

MIGUEL LORENA BRITO<br />

Sócio, Eversheds Sutherland<br />

JOÃO MIRANDA DE SOUSA<br />

Managing Partner, Garrigues Portugal<br />

1 A dispersão e complexidade de matérias e a crescente<br />

produção legislativa (com sucessivas alterações de regimes<br />

estruturantes), conduzem a uma cada vez maior necessidade<br />

de especialização dos advogados e exigem uma<br />

adaptação da organização interna das sociedades.<br />

Por outro lado, o crescimento da actividade e das sociedades<br />

de advogados tem sido acompanhada por uma maior<br />

procura de jovens profissionais com melhores aptidões.<br />

Este aumento da procura e da concorrência na contratação<br />

de talentos exige que os escritórios dediquem uma<br />

particular atenção aos processos de recrutamento.<br />

Por último, o avanço da inteligência artificial e o acesso a<br />

sistemas e ferramentas cada vez mais avançadas colocam<br />

desafios que ainda não são bem conhecidos, mas que terão<br />

um impacto, não só ao nível da produtividade dos advogados,<br />

mas sobretudo ao nível dos padrões de eficiência (em<br />

termos de tempo e custo) esperados por parte dos clientes.<br />

2Para a ESFCB, a resposta aos desafios que se colocam<br />

às sociedades de advogados passa, em primeiro lugar, por<br />

assegurar a qualidade dos serviços prestados pelas suas<br />

equipas. Trabalhamos com esse objectivo desde o momento<br />

do recrutamento, para o que temos investido na estrutura<br />

de recursos humanos e no desenvolvimento de processos<br />

de recrutamento mais adequados e eficazes, que<br />

conduzam à contratação de candidatos bem qualificados<br />

e com boa capacidade de integração e de relacionamento<br />

com colegas e clientes.<br />

Seguidamente, é essencial apostar na formação dos advogados,<br />

sobretudo dos mais jovens, procurando, ao mesmo<br />

tempo, que todos se sintam integrados numa mesma<br />

equipa e que contribuem, à sua medida, para o sucesso<br />

do escritório. A ESFCB tem também procurado que estas<br />

acções sejam acompanhadas por uma organização de<br />

equipas adequada a aproveitar da melhor forma os recursos<br />

disponíveis e a assegurar a prestação de serviços de<br />

qualidade<br />

1 É sempre difícil prever o futuro, e agora mais do que nunca. Mas nesta<br />

fase, e apesar do óbvio, o primeiro desafio será enfrentar o contexto de incerteza<br />

com o qual iniciamos o ano. Desta forma, os próximos meses serão<br />

um desafio para a economia portuguesa, quer empresas como investidores<br />

e todos os que nela operam.<br />

Mas, contudo, haverá, setores que continuarão a apresentar oportunidades<br />

de investimento, como o agroalimentar, saúde e energia, e em particular<br />

relacionado com a área das energias renováveis. Desta forma, as áreas de<br />

Fiscal, Laboral, M&A, Reestruturações e de Propriedade Intelectual, muito<br />

pelo sector digital, vão ter uma intensa atividade devido à procura de<br />

aconselhamento, por parte das empresas, de como se adaptarem ao novo<br />

ambiente.<br />

Por outro lado, para as sociedades de advogados será mais necessário do<br />

que nunca gerir a atração e retenção de talentos, assegurar a realização de<br />

uma transformação digital adequada e acompanhar as exigências quer do<br />

mercado como do nosso próprio setor em termos de sustentabilidade. Estes<br />

são desafios comuns a todos e a sua gestão adequada fará, sem dúvida,<br />

uma grande diferença no setor.<br />

2Na Garrigues, sentimo-nos preparados para enfrentar estes desafios.<br />

Estamos numa posição sólida graças à nossa diversificação por áreas de<br />

prática e países, o que nos dá uma clara vantagem competitiva para podermos<br />

lidar com situações incertas.<br />

Fiéis à nossa essência e valores, e sempre com o cliente no centro da nossa<br />

estratégia, demos passos importantes para estarmos na vanguarda. A nossa<br />

transformação digital está a ser fundamental em termos de melhoria da<br />

eficiência e da rentabilidade.<br />

Nos últimos cinco anos investimos 60 milhões em projetos de inovação, e o<br />

nosso plano trienal de sistemas leva-nos a uma nova fase de digitalização.<br />

Sobre os desafios de ESG, há vários anos que a sustentabilidade é parte<br />

integrante da nossa estratégia e do modelo empresarial.<br />

Portanto, é claro para nós que, se quisermos ajudar os nossos clientes nos<br />

seus desafios sustentáveis, temos de ser um exemplo não só como consultores,<br />

mas também como uma organização, fortemente empenhada na<br />

Agenda 2030 e nas ODS, com um enfoque nos nossos recursos humanos<br />

para assegurar o melhor ambiente profissional, caracterizado pela colaboração,<br />

formação contínua, igualdade de oportunidades e diversidade.<br />

50<br />

EXECUTIVE DIGEST \ QUEM É QUEM NOS ADVOGADOS \ 2023


FÓRUM DE ADVOGADOS<br />

FREDERICO ASSUNÇÃO<br />

Advogado Sénior,<br />

Dantas Rodrigues & Associados<br />

1 Em Portugal, como no resto do mundo, os principais desafios da próxima década<br />

serão motivados por fatores ligados ao desenvolvimento do mundo digital,<br />

onde se incluem as evoluções registadas na inteligência artificial, que necessitará<br />

de um direto que a acompanhe, bem como de novas realidades que surgem de<br />

dia para dia no mundo digital.<br />

Basta pensar que há 10 anos atrás praticamente ninguém sabia o que era uma bitcoin,<br />

ou que ainda nos dias que correm que poucos sabem o que é um token não<br />

fungível (NFT). Porém, estes novos ativos do mundo digital, não regulamentados,<br />

movimentam biliões de dólares/euros mundialmente e geram outros tantos milhões<br />

de conflitos.<br />

Não acreditamos que a relação advogado-cliente, a empatia e a confiança que se<br />

criam sejam substituídas, pelo menos num futuro próximo, pelo que não existe<br />

grande perigo que a advocacia seja executada por robots inteligentes que consigam<br />

responder a qualquer questão jurídica em segundos. De todo o modo, temos<br />

de ter noção que será inevitável, que em poucos anos, comecemos a ter inteligências<br />

artificiais nos nossos escritórios, mais que não sejam de apoio à atividade<br />

dos advogados, tais como ferramentas de trabalho.<br />

Inclusivamente já existe uma aplicação móvel que usa inteligência artificial para<br />

fornecer serviços jurídicos, com um determinado custo de assinatura, disponível<br />

no Reino Unido e nos Estados Unidos.<br />

Assim, o Direito não pode ficar para trás e deve acompanhar todos estes avanços<br />

da tecnologia, ainda que não seja fácil essa rápida resposta ou adaptação da Lei.<br />

2Os advogados devem seguir o caminho da inovação, da modernização, da digitalização<br />

e eficiência, procurando adaptar-se velozmente às novas realidades,<br />

sobretudo do mundo digital.<br />

A nossa sociedade trabalha diariamente para ser líder nesse sector, posicionando-se<br />

na proa da inovação.<br />

Por um lado, ao nível da gestão do escritório, procuramos automatizar os procedimentos,<br />

introduzindo novas tecnologias que melhorem a eficiência e ao mesmo<br />

tempo a redução de custos, catalogação de informação, a utilização de cloud,<br />

entre outros, sem comprometer a segurança informática, porquanto os clientes<br />

confiam-nos as suas informações mais valiosas e é nosso dever proteger esses<br />

dados ao mais alto nível. Por outro lado, e não menos importante, procuramos<br />

reunir e formar profissionais de excelência, diferenciadores e sobretudo qualificados<br />

para lidar com os desafios desta era digital, integrando equipas especializadas<br />

nesta matéria.<br />

RITA MALTEZ<br />

Sócia, PARES ADVOGADOS<br />

1 O principais desafios que hoje encontramos<br />

resultam, por um lado, da prevalência de clientes,<br />

muitas vezes de origem internacional, com solicitações<br />

cada vez mais sofisticadas, seja do ponto<br />

de vista do próprio negócio seja do ponto de vista<br />

jurídico, com realidades e exigências muito diversas<br />

e, por outro, uma relativa incerteza decorrente<br />

da constante produção legislativa, que se impõe<br />

acompanhar.<br />

Da nossa perspectiva, a melhor resposta aos desafios<br />

que se nos colocam é a qualidade do nosso<br />

trabalho. A garantia de qualidade que podemos<br />

dar é que a nossa actividaden é suportada por uma<br />

formação jurídica sólida e actualizada e é desenvolvida<br />

por advogados experientes e comprometidos<br />

com os interesses e objectivos dos clientes.<br />

2O mercado vai sofrendo oscilações, normalmente<br />

em função das conjunturas económicas ou<br />

das indústrias que estão mais em voga. O nosso<br />

papel é garantir ao cliente que, nas diversas conjunturas,<br />

actividades ou modo de as exercer, mantemos<br />

uma forma sólida e constante de olhar para<br />

os diversos aspectos jurídicos de cada questão que<br />

nos é colocada, e acrescentamos valor.<br />

A transmissão e partilha interna de conhecimentos,<br />

com uma colaboração próxima de todos os<br />

advogados, com formações internas e externas,<br />

permitem-nos ter um olhar integrado na análise<br />

de cada assunto. O modo como nos relacionamos<br />

e interagimos com os nossos clientes é de estrita<br />

e mútua confiança, e acreditamos que é a razão<br />

do nossa estabilidade e crescimento. O mercado é<br />

difícil e muito disputado, porém, acreditamos que<br />

a melhor forma de responder aos desafios não são<br />

as nossas instalações ou slogans, mas sim sermos<br />

bons e sólidos advogados.<br />

EXECUTIVE DIGEST \ QUEM É QUEM NOS ADVOGADOS \ 2023 51


FÓRUM DE ADVOGADOS<br />

GONÇALO GAMA LOBO<br />

Sócio Gama Lobo Xavier,<br />

Luís Teixeira e Melo e Associados<br />

1 A evolução legislativa é uma constante, um dado adquirido.<br />

A competição é crescente e os clientes são cada<br />

vez mais informados e exigentes. Os avanços tecnológicos,<br />

em especial a acessibilidade a ferramentas de inteligência<br />

artificial, consubstanciarão o desafio do século.<br />

A par destes, integram o acervo dos desafios a inflação, a<br />

crise da energia e das cadeias de aprovisionamento, a sustentabilidade,<br />

as alterações climáticas, a guerra e, noutra<br />

perspetiva, a necessidade de garantir um pelo menos razoável<br />

aproveitamento dos recursos financeiros vindos<br />

da União Europeia. Ademais, a disrupção anunciada com<br />

o processo legislativo em curso relacionado com as ordens<br />

profissionais, se for avante, poderá vir a revelar-se<br />

uma condicionante relevante na atividade das sociedades<br />

de advogados, com a questão da multidisciplinariedade a<br />

assumir uma importância crucial que, a nosso ver, mais<br />

do que a pura defesa corporativa de quotas de mercado,<br />

deverá de ser debatida na perspetiva de longo prazo dos<br />

interesses do cidadão e/ou empresas que procuram os<br />

serviços de advocacia. A pergunta para a qual se deverá<br />

procurar resposta é se a implantação da multidisciplinariedade<br />

é algo que, sob uma perspetiva holística, traz vantagens<br />

que justifiquem os riscos acrescidos.<br />

2No desafiante cenário que se faz sentir, estamos a implementar<br />

uma estratégia de capacitação digital, capaz<br />

de melhorar a nossa eficiência operacional, proporcionar<br />

uma melhor resposta aos clientes e oferecer-lhes novos<br />

e mais diferenciados serviços (sempre salvaguardando,<br />

note-se, a confiança e a interação humana).<br />

A par disto, apostaremos na nossa formação nas áreas de<br />

direito mais promissoras, tais como a energia, saúde, fintech<br />

e ESG e, por outro lado, propomo-nos adotar mais<br />

e melhores políticas de sustentabilidade, menorizando o<br />

impacto ambiental da nossa atividade e promovendo a<br />

responsabilidade social corporativa, o diálogo entre gerações<br />

e a diversidade de pensamento.<br />

CARLOS LAGES<br />

Sócio e Advogado,<br />

Horácio Lages & Carlos Lages Sociedade de Advogados<br />

1 A revolução tecnológica experienciada nos últimos anos está a transformar<br />

todos os setores de atividade e a advocacia não é exceção. É inegável que vivemos<br />

hoje um momento de disrupção nas mais variadas áreas de atuação que<br />

acarreta não só novos e complexos desafios ao exercício da advocacia, mas também<br />

novas oportunidades para quem estiver na vanguarda da transformação.<br />

A respeito dos desafios, são evidentes as dificuldades em acompanhar o continuum<br />

crescente da complexidade dos litígios com que diariamente os advogados<br />

são confrontados e que deles exigem, cada vez mais, uma superespecialização.<br />

Entre outros motivos que o justificam, serão de destacar as repercussões<br />

provocadas por essa revolução tecnológica nos mercados, que impulsionaram<br />

novos modelos de negócio. Exige-se hoje dos profissionais do setor um acompanhamento<br />

próximo e capaz sobre as implicações práticas da inteligência artificial,<br />

por força de inovações como o chatGPT e outros avanços tecnológicos<br />

como deepfake.<br />

Contudo, tais desafios podem converter-se em oportunidades para todos aqueles<br />

que consigam prestar serviços especializados, altamente qualificados e<br />

adaptados às circunstâncias atuais do mercado global.<br />

2A sociedade de advogados “Horácio & Horácio Lages - Sociedade de Advogados<br />

RL” está na vanguarda da transição e revolução tecnológica do sector jurídico,<br />

tendo vindo a participar e acompanhar projetos nas áreas mais inovadoras<br />

e complexas, onde se incluem o acompanhamento de startup´s nacionais e europeias,<br />

o recorrente aconselhamento a projetos nas áreas de fintech, gamming<br />

com recurso a inteligência artificial, blockchain e web 3.<br />

A sociedade continuará também a primar por manter nos seus escritórios equipas<br />

altamente qualificadas, em constante formação e especialização, por forma<br />

a responder, com sucesso, às necessidades de cada Cliente, projeto ou operação,<br />

assegurando um aconselhamento e acompanhamento jurídico atualizado nas<br />

mais diversas áreas do Direito.<br />

A manutenção de elevados padrões de excelência, ética, rigor e proximidade<br />

dos serviços prestados desde que foi fundada, no ano de 1988, tem vindo a merecer<br />

o forte reconhecimento por parte dos seus clientes do Direito Bancário<br />

e Financeiro, do Direito dos Seguros, do Direito Societário e Compliance, do<br />

Contencioso e da Privacidade e Proteção de Dados.<br />

O acompanhamento próximo da evolução de projetos destacadamente tecnológicos<br />

e a aposta na transição digital continuarão a fazer parte dos grandes<br />

objetivos da sociedade nos próximos anos.<br />

52<br />

EXECUTIVE DIGEST \ QUEM É QUEM NOS ADVOGADOS \ 2023


FÓRUM DE ADVOGADOS<br />

NUNO GALVÃO TELES<br />

Managing Partner, Morais Leitão<br />

NUNO FONSECA ALVES<br />

Sócio fundador, NFS Advogados<br />

1 O sector da advocacia é particularmente competitivo e sofisticado para a dimensão<br />

da nossa jurisdição. Depois da entrada das sociedades internacionais há<br />

alguns anos, assistimos hoje ao crescimento das consultoras, na expectativa de<br />

um novo enquadramento regulatório, e a movimentos de concentração. Há várias<br />

razões para esta evolução, que não é exclusiva do mercado português. O volume<br />

de negócios acaba por ser um factor preditivo relevante para o investimento em<br />

inovação, permitindo o desenvolvimento de novos produtos e serviços, por um<br />

lado, e a aposta segura em cibersegurança, por outro. A necessária transição para<br />

um ambiente de trabalho digital exige uma almofada financeira robusta, condicionando<br />

as escolhas estratégicas das sociedades.<br />

Em termos de desafios, destaca-se ainda a pressão dos preços, num cenário de<br />

custos crescentes, e, também, a pressão do próprio mercado de trabalho, que nunca<br />

foi tão dinâmico.<br />

2Temos tentado antecipar, na medida do possível, os desafios. Julgo que a Morais<br />

Leitão de hoje, em termos de gestão, pouco tem a ver com a Morais Leitão de<br />

há dez anos, mantendo embora a mesma matriz cultural, com uma proposta de<br />

valor que se vai atualizando.<br />

Internamente, as nossas pessoas têm sido uma prioridade, concretizada, por<br />

exemplo, em reorganizações da estrutura, políticas de bem-estar e conciliação,<br />

permanente formação jurídica e não jurídica, nos mais diversos temas e revisão<br />

das carreiras e remunerações. A nossa cultura, a nossa maneira de estar institucional,<br />

sempre foi profundamente humanista, indo ao encontro das necessidades<br />

e bem-estar de todos. Hoje, os padrões são – e bem – cada vez mais exigentes.<br />

Nunca as sociedades tiveram tantas entradas e saídas de pessoas, tanto advogados<br />

como colaboradores na gestão, com enorme procura nacional e internacional.<br />

Ainda assim, o nosso saldo é bastante positivo, com um equilíbrio de crescimento<br />

orgânico e contratação lateral, que em parte se deve às condições humanas, pessoais<br />

e profissionais que oferecemos.<br />

Estamos inseridos num mercado global, onde competimos com os melhores<br />

players internacionais, com recursos infinitamente mais vastos. Ainda assim, há<br />

muito caminho por fazer que permite nivelar este aparente abismo. Podemos falar<br />

do profundo trabalho desenvolvido sobre a revisão do próprio modelo de negócio<br />

e do cálculo da rentabilidade, ou do investimento que fazemos consistentemente<br />

em inovação e digitalização, avançando com tecnologias que melhoram a eficiência<br />

e permitem uma relação diferente com o cliente, mais proativa e cada vez mais<br />

colaborativa, mas também facilitadoras de processos e métodos de trabalho.<br />

1 A prática da advocacia vê-se confrontada com uma série<br />

de desafios, devido a mudanças nas bases de exercício da<br />

profissão e a alterações legislativas de elevado impacto em<br />

diversas áreas de Direito.<br />

Por um lado, o diploma que altera o regime das associações<br />

públicas profissionais, que obrigará à alteração do Estatuto<br />

da Ordem dos Advogados. Por outro, a recém-chegada<br />

tecnologia de Inteligência Artificial (IA), com modelos de<br />

machine learning, que em pouco tempo trouxe um caminho<br />

novo para o exercício da profissão e que começa a chegar ao<br />

setor público (com a iniciativa Estratégia GovTech Justiça).<br />

Colocam-se desafios em áreas como a Imigração, com a passagem<br />

de testemunho do SEF para a Agência Portuguesa<br />

para as Migrações e Asilo (APMA); a Laboral, com as recém-<br />

-publicadas alterações ao Código; a Administrativa e Fiscal,<br />

com a previsível apresentação do pacote legislativo de reforma<br />

da Justiça Administrativa e a do Imobiliário, com o<br />

pacote de medidas anunciado para o setor da Habitação.<br />

2Optar por exercer advocacia com a máxima exigência<br />

obriga a uma especial atenção às necessidades dos clientes<br />

e à melhor forma de combinar tecnologia e conhecimento<br />

para as conseguir atender. A este propósito, a NFS Advogados<br />

antecipa a chegada ao setor da advocacia do recurso a<br />

software baseado em IA, e a necessidade de ter presente este<br />

tipo de soluções na articulação com as entidades públicas.<br />

Na área da Imigração acautelamos as recentes alterações legislativas<br />

e preparamos as melhores formas de atuação face<br />

à extinção do SEF. Na área laboral, preparamos a entrada em<br />

vigor das mais de 150 normas alteradas. No âmbito administrativo<br />

e fiscal (com os diplomas de reforma anunciados),<br />

e no setor imobiliário (com o pacote legislativo agora em<br />

discussão pública), esperam-se tempos tempestuosos, que<br />

estamos já a antecipar.<br />

Como sempre, a NFS Advogados estará preparada para<br />

manter os mesmos padrões de rigor e profissionalismo no<br />

exercício da profissão.<br />

EXECUTIVE DIGEST \ QUEM É QUEM NOS ADVOGADOS \ 2023 53


FÓRUM DE ADVOGADOS<br />

PEDRO MALTA DA SILVEIRA<br />

Sócio Co-fundador, SPS Advogados<br />

RUI NEVES FERREIRA<br />

Co-Founder e Managing Partner, NOVA Legal<br />

1 2023 está já a ser marcado por perturbações<br />

económicas decorrentes da alta das<br />

taxas de juro a nível mundial e pelo período<br />

de guerra que se vive no leste da Europa (e<br />

também por algum impacto que ainda se sente<br />

por via da Covid-19), o que terá, necessariamente,<br />

efeitos reflexos no setor jurídico.<br />

Em face desta conjuntura, acreditamos que algumas<br />

áreas irão enfrentar grandes desafios<br />

durante 2023, tais como o Contencioso, Seguros,<br />

Bancário e Financeiro (ao nível de vendas<br />

de carteiras de NPL´s, ESG, regulatório, direct<br />

lending e sistemas de pagamento) e Laboral.<br />

Em matéria de M&A, os desafios colocam-se<br />

ao nível das reestruturações e consolidações<br />

empresariais.<br />

Alguns sectores preveem-se que se mantenham<br />

estabilizados em alta, como é o caso dos<br />

do imobiliário, construção e turismo, com os<br />

mesmos níveis de procura e investimento (nacional<br />

e estrangeiro), de anos anteriores.<br />

Atendendo às necessidades do sector, o próximo<br />

ano poderá ainda aprofundar a discussão e<br />

análise do conceito das estruturas societárias<br />

multidisciplinares.<br />

2A SPS Advogados encara os atuais desafios<br />

como uma oportunidade de crescimento<br />

e fortalecimento, com vista a acompanhar<br />

as tendências e necessidades futuras, quer<br />

através de uma aposta ainda maior no investimento<br />

em novas tecnologias e no digital, e<br />

também no desenvolvimento de políticas internas<br />

de diversidade, flexibilidade e sustentabilidade,<br />

com foco na importância de criar<br />

ambientes que reforcem o fator humano e o<br />

“work life balance”.<br />

1 São vários os desafios a enfrentar - alguns a subsistirem quase desde sempre - visando<br />

uma efetiva flexibilidade e capacidade de adaptação à mudança.<br />

Desde a dificuldade em contratar e reter advogados talentosos e com um mindset diferenciado,<br />

a gestão da ascensão da tecnologia e como esta impacta na prestação de serviços<br />

jurídicos e a própria exigência do cliente por serviços mais rápidos, eficientes e com melhor<br />

custo-benefício.<br />

A Advocacia precisa, mais do que nunca, de abraçar a transformação digital e a inovação<br />

para se manter a par da mudança que os próprios clientes estão a fazer acontecer e da qual<br />

não pode ficar de fora.<br />

Outro desafio significativo é o aumento da carga regulatória - a implementação de novas<br />

regulamentações, como o RGPD ou as diretivas AML – traz consigo custos e complexidade<br />

no cumprimento, exigindo investimentos a diferentes níveis.<br />

Além disso, a concorrência (real) no setor jurídico está a aumentar, sobretudo quando falamos<br />

da existência cada vez mais visível dos ALSP’s (alternative legal services providers).<br />

Este ponto, associado às recentes e previsíveis alterações ao estatuto das ordens profissionais<br />

e a abertura a sociedades multidisciplinares acarretarão profundas evoluções no<br />

mercado da advocacia tradicional a que fomos habituados.<br />

2Na NOVA Legal, assumimo-nos como um alternative legal services provider. Uma visão<br />

alternativa apoiada em 5 pontos-chave:<br />

Primeiro: uma mentalidade centrada no cliente atuando – desde o primeiro dia - de forma<br />

proativa e não de forma reativa, junto da gestão e do negócio.<br />

Segundo: tecnologia - a tecnologia está a mudar o mundo e pode garantir ao legal a vanguarda<br />

para se tornar mais flexível, rápido e data-oriented.<br />

Terceiro: Legal Design e comunicação. Pensamos e estruturamos a nossa comunicação,<br />

documentos legais e contratos de forma a que estes possam ser lidos e realmente compreendidos<br />

pelo cliente.<br />

Quarto: Pricing. Deixamos a hourly-billing e passamos a estar focados no value-billing,<br />

refletindo o valor que os nossos serviços efetivamente transferem para o cliente.<br />

Quinto e último: Empatia e humanidade. Somos e queremos ser advogados humanos a<br />

lidar com clientes humanos, envolvendo-nos com o negócio do cliente, como se fosse nosso.<br />

Empatia e confiança, é como compartilhamos o verdadeiro valor da nossa expertise e<br />

criamos relacionamentos de longo prazo.<br />

Estas são as nossas bases para uma alternativa na prestação de serviços jurídicos, considerando<br />

que fazer face à mudança é um dos desafios mais importantes que todos nós<br />

precisamos de enfrentar nas nossas vidas, sendo esta uma verdadeira oportunidade para o<br />

legal acompanhar esta mudança.<br />

54<br />

EXECUTIVE DIGEST \ QUEM É QUEM NOS ADVOGADOS \ 2023


FÓRUM DE ADVOGADOS<br />

MIGUEL TORRES<br />

Managing Partner, TELLES<br />

PEDRO RAPOSO<br />

Chairman, PRA - Raposo, Sá Miranda & Associados<br />

1 Atração e retenção de talento, fruto da necessidade de equilíbrio<br />

entre trabalho e vida pessoal, do aumento da rotação de colegas, da<br />

contratação de in house lawyers, de movimentos de concentração<br />

e de “abertura” de novos escritórios e, ainda, da “entrada” de novos<br />

players no sector por força da multidisciplinaridade.<br />

Aumento da concorrência entre sociedades de advogados que acontece<br />

sempre em períodos de menor desempenho económico, mas<br />

também por força da multidisciplinaridade, que trará consequências<br />

negativas ao nível dos rates e rentabilidade.<br />

Eficiência e produtividade que passa necessariamente pelo processo<br />

de inovação tecnológica de maneira a atingir um crescimento sustentado<br />

numa economia cada vez mais digital. De destacar a importância<br />

das novas ferramentas de IA, garantindo padrões altos de qualidade,<br />

proximidade ao cliente e de rapidez de resposta.<br />

Manutenção das margens de rentabilidade que permitam manter o<br />

crescimento sustentável e continuar a investir nos recursos humanos,<br />

na sua formação e no seu conforto e felicidade, e nos clientes.<br />

2A TELLES continuará a apostar nos seus stakeholders, no desenvolvimento<br />

da sua marca e no reconhecimento dos clientes, dos seus<br />

colaboradores e dos demais colegas de profissão, mantendo intocada<br />

a sua cultura, missão e valores.<br />

Continuará, ainda, como sempre, atenta às novas oportunidades que<br />

sempre surgem em ciclos económicos menos exuberantes, mantendo<br />

sobretudo o foco nos seus clientes e potenciais clientes.<br />

Tendo já decorrido quase dois meses de 2023, e apesar dos desafios<br />

derivados, entre outros, de alterações geopolíticas, da guerra, do aumento<br />

das taxas de juro e do desemprego e, ainda, da inflação, estamos<br />

mais confiantes do que estávamos em 2022 quando trabalhamos<br />

as previsões e o orçamento para este ano.<br />

Como o mundo muda vertiginosamente a cada dia e os mercados são<br />

extremamente dinâmicos, irão surgir modelos de negócio inovadores,<br />

novas oportunidades. Atualmente, as áreas de prática de M&A, imobiliário,<br />

energia, financeiro, private equity, digital, empresas familiares,<br />

laboral, contração pública, ambiente, contencioso e fiscal têm estado<br />

muito ativas. Algumas das referidas têm ultrapassado as nossas melhores<br />

expectativas.<br />

1 Desde logo, a adaptação à realidade das sociedades multidisciplinares.<br />

Os advogados, e as sociedades de advogados<br />

em particular, têm sofrido ao longo dos últimos anos sucessivos<br />

processos de desenvolvimento e crescimento, sendo, hoje<br />

em dia, estruturas profissionais com um grau de sofisticação<br />

elevada. Mas a verdade é que têm estado, por um lado,<br />

protegidas e, por outro, limitadas. Protegidas, porque em<br />

função da lei dos atos próprios tinham o exclusivo de uma<br />

atividade, limitadas por, em função desse mesmo exclusivo,<br />

lhes estar vedado o desenvolvimento em simultâneo de outras<br />

atividades. Será pois curioso ver, desde logo, qual a posição<br />

que as sociedades vão assumir: manter-se numa posição<br />

stand a lone, integrar outras atividades ou ser integradas<br />

noutras entidades. Estas mudanças vão trazer diferentes e<br />

novos players, sendo por isso importante ver qual o comportamento<br />

das sociedades tradicionais e dos clientes, nomeadamente<br />

se estes vão valorizar entidades independentes ou<br />

se, pelo contrário, vão procurar agrupar serviços numa única<br />

entidade. Curioso também será perceber qual o impacto de<br />

fenómenos como a AI ou como a automatização de processos,<br />

ferramentas fundamentais para o aumento da rapidez e<br />

segurança do serviço.<br />

2Não temos um caminho definido quanto à multidisciplinaridade,<br />

entendemos que o nosso modelo de negócio, nomeadamente<br />

o facto de sermos a sociedade com o maior número<br />

de escritórios próprios em Portugal (sete), nos traz uma<br />

vantagem competitiva, não sentimos a urgência do tema,<br />

pelo que esperamos para ver quais os movimentos do mercado<br />

e nessa altura tomaremos a melhor opção. Já no que respeita<br />

à automatização de processos, temos vindo a proceder<br />

à implementação de várias ferramentas que têm melhorado<br />

substancialmente a nossa produtividade e capacidade de resposta.<br />

Por fim, no que respeita à AI estamos pontualmente a<br />

usar a ferramenta, testando a mesma e a sua fiabilidade, sempre<br />

numa lógica de instrumento de trabalho para os nossos<br />

advogados e não como um produto em si mesmo.<br />

EXECUTIVE DIGEST \ QUEM É QUEM NOS ADVOGADOS \ 2023 55


FÓRUM DE ADVOGADOS<br />

ÁLVARO ROQUETTE MORAIS<br />

Managing Partner, Broseta Portugal<br />

MANUEL MAGALHÃES<br />

Managing Partner, Sérvulo & Associados<br />

1 A Broseta - Portugal encara o setor da Advocacia<br />

portuguesa com a expectativa de importantes<br />

desafios no futuro próximo.<br />

Antes de mais, a captação e retenção de talento<br />

levanta uma série de reptos aos escritórios<br />

de advogados portugueses que começa na<br />

definição dos perfis que, pouco ou nada, têm<br />

que ver com os que até agora predominaram.<br />

Nesse sentido, impõe-se uma política de recrutamento<br />

de recursos humanos cada vez<br />

mais intensa, focada, personalizada e criativa,<br />

de forma a garantir a captação dos talentos<br />

mais adequados, sempre numa lógica de investimento<br />

a médio prazo.<br />

Outro desafio, o mais relevante, é o da inteligência<br />

artificial (IA), que deitará por terra<br />

toda a arquitectura da prática da advocacia<br />

nos escritórios médios e grandes, ocupando<br />

também o espaço de advogados em prática individual<br />

e as pequenas sociedades.<br />

Até agora a IA tem sido um útil instrumento<br />

interno das sociedades, mas amanhã fará<br />

grande parte do trabalho que os advogados<br />

menos séniores hoje executam.<br />

E isto não acontecerá gradualmente, mas será<br />

repentino como o são todos os saltos tecnológicos<br />

que são precedidos por uma fase longa<br />

(por vezes muito longa) de maturação ocorrendo,<br />

subitamente, uma adopção quase maciça.<br />

Veremos que, num curto espaço de tempo, os<br />

clientes não institucionais (particulares e pequenas<br />

empresas) passarão a recorrer menos<br />

aos advogados por terem ferramentas que dão<br />

respostas adequadas a questões de pequena<br />

e média complexidade. Veremos os clientes<br />

institucionais a continuarem a recorrer, em<br />

parte, aos advogados em quem confiam, às<br />

marcas que lhes dão confiança embora, gradualmente,<br />

só para assuntos de alguma complexidade.<br />

Prever o futuro, em matéria de tecnologia, é<br />

relativamente fácil. Extraordinariamente difícil<br />

é determinar “quando” e “quanto”!<br />

A substituição parcial do homem pelo algoritmo<br />

(parcial, enquanto não confiamos numa<br />

espécie de carro autodirigido da justiça), para<br />

além de trazer o desafio da adaptação, levanta,<br />

contudo, questões deontológicas muito importantes.<br />

São tempos em que o ritmo da mudança não<br />

tem precedentes na história da advocacia<br />

e, por isso, contêm enormes oportunidades<br />

de nos reinventarmos, evoluirmos para uma<br />

prática mais estimulante e, paradoxalmente,<br />

mais humana, deixando ao homem o que só<br />

este pode fazer.<br />

2Estamos cada vez mais centrados na definição,<br />

captação e retenção de talentos.<br />

Procuramos encontrar perfis com grande capacidade<br />

de evolução, e estruturar a nossa<br />

sociedade para ser um campo fértil onde desenvolvam<br />

as suas capacidades e encontrem o<br />

equilíbrio óptimo da vida pessoal e profissional.<br />

Os desafios tecnológicos são por nós enfrentados<br />

estando em permanente actualização<br />

e inovação e, sobretudo, reforçando a nossa<br />

relação com o cliente através da superação<br />

das suas expectativas. É “por e para” o Cliente<br />

que existimos e a nossa obsessão é conhecer<br />

o seu negócio, as suas necessidades actuais e<br />

futuras, e acrescentar valor através do conhecimento<br />

jurídico.<br />

1 Atualmente, são inúmeros os desafios<br />

para o setor da advocacia em Portugal.<br />

A globalização, o abrandamento da<br />

economia, com o risco, ainda presente,<br />

de uma recessão económica, a complexidade<br />

cada vez maior dos ordenamentos<br />

jurídicos e da regulamentação, a<br />

multidisciplinariedade e a inteligência<br />

artificial aliadas a uma certa tendência,<br />

criticável, para ver a advocacia com<br />

uma mera prestação de serviços indiferenciados<br />

e massificados, são, sem<br />

dúvida, desafios importantes com o que<br />

setor se vai debater nos próximos tempos.<br />

Acredito que para o futuro da profissão<br />

será essencial saber lidar com todos<br />

estes desafios num quadro de uma<br />

profissão independente e prestigiada.<br />

2A Sérvulo é uma sociedade de referência<br />

que se distingue pela excelência<br />

e inovação, com uma forte ligação à<br />

academia, vocacionada para assessorar<br />

assuntos complexos e de grande<br />

dimensão. Face aos desafios e oportunidades<br />

que o setor enfrenta, a Sérvulo<br />

posiciona-se como uma sociedade independente,<br />

com ligações internacionais<br />

e globais crescentes, com uma estrutura<br />

profissional, atenta a todas as novidades<br />

tecnológicas e a todas as tendências<br />

da economia e da sociedade, com a<br />

missão de transformar o conhecimento<br />

em soluções jurídicas inovadoras que<br />

ajudem os nossos Clientes prestando-<br />

-lhes um serviço diferenciado e de valor<br />

acrescentado.<br />

56<br />

EXECUTIVE DIGEST \ QUEM É QUEM NOS ADVOGADOS \ 2023


FÓRUM DE ADVOGADOS<br />

BRUNO FERREIRA<br />

Managing Partner, PLMJ<br />

JOSÉ A. NOGUEIRA,<br />

Managing Partner, RSN Advogados.<br />

1 Quando falamos de advocacia, especialmente dos grandes escritórios,<br />

temos de ter em conta que a assessoria jurídica não é particularmente<br />

pró-cíclica. É claro que um contexto macroeconómico adverso<br />

como o que vivemos pode vir a alterar ligeiramente o tipo de trabalho<br />

que nos é pedido pelos clientes, no entanto não existe uma reação direta<br />

nem imediata. Principalmente, se encararmos este ciclo da mesma<br />

forma que os observadores económicos mundiais o antecipam, ou seja,<br />

de que estamos perante um padrão contracionista que revela tendência<br />

para uma duração mais curta do que vimos acontecer em cenários de<br />

crise anteriores. Desta forma, iremos seguir seguramente – e o arranque<br />

do ano permite-nos antever isso mesmo - uma trajetória de crescimento<br />

sólido de resultados, tendência que mantemos ao longo dos<br />

últimos anos.<br />

Diria que firmas com maior exposição a grandes operações e com um<br />

perfil mais transacional estarão numa posição especialmente robusta<br />

para enfrentar o que possam vir a ser uns meses ou ano de um ciclo<br />

mais contracionista.<br />

2Não estamos negativos, mas sim realistas em relação a 2023. O core<br />

da PLMJ é a área transacional que na passagem para 2022 assistiu a<br />

um salto histórico, que Portugal também acompanhou. No entanto, não<br />

seriamos realistas se esperássemos assistir novamente a este acontecimento<br />

na passagem do ciclo com a mesma intensidade. O que esperamos<br />

é que, sobretudo na segunda metade de 2023, se verifique uma<br />

recuperação resultante da normalização do contexto macroeconómico.<br />

Relativamente às tendências e oportunidades, vamos continuar a assistir<br />

ao incremento do mercado das energias renováveis, crescimento do<br />

setor da saúde e, no fundo, de tudo o que diga respeito à transição digital<br />

e, claro, a manutenção da aposta na transição por parte dos grandes<br />

players no Oil&Gas. Para a segunda parte de 2023, antecipamos uma<br />

retoma mais global e cross sector, destacando-se aí certamente o investimento<br />

em infraestruturas.<br />

Olhando ainda para tendências de fundo do setor, numa lógica menos<br />

cíclica, o tema da necessidade de se dar um salto na eficiência. As equipas<br />

jurídicas inhouse têm vindo a crescer e a sofisticar-se e o valor que<br />

os escritórios têm para somar tem de ser pensado numa lógica diferente,<br />

que valorize o talento dessas equipas e seja estratégico.<br />

1 Em meu entendimento, para além de uma transição digital,<br />

onde cada vez mais o uso correto de ferramentas de IA são preponderantes<br />

para uma resposta em tempo e qualificada, considero que<br />

o maior desafio que a advocacia irá enfrentar é o da redefinição dos<br />

termos em como passará a ser exercida em Portugal.<br />

O Decreto da Assembleia 30/XV, com a alteração à Lei 53/2015 de<br />

11 de Junho, que estabelece o regime jurídico das sociedade profissionais,<br />

veio a consagrar a possibilidade de existência de sociedades<br />

multidisciplinares. Não sendo o escopo desta pergunta nem<br />

o fórum próprio para aferir do valor desta opção, o facto é que os<br />

escritórios multidisciplinares vão ser uma realidade e, estou certo,<br />

isso vai trazer novos desafios às sociedades de advogados que se<br />

colocam no segmento de mercado da RSN.<br />

Por outro lado, sinto pessoalmente, com tristeza, devo confessar,<br />

que estamos em claro decréscimo civilizacional, quanto a valores<br />

essenciais do funcionamento do Estado de Direito, de uma sociedade<br />

livre, democrática e promotora da igualdade de oportunidades.<br />

É cada vez mais difícil ser-se advogado. Há cada vez mais demagogia<br />

no tratamento de questões essenciais da Justiça, e as soluções<br />

apresentadas quase sempre caminham para o sacrifício das liberdades<br />

e dos direitos dos cidadãos, em nome de uma eficácia social,<br />

de grupo, abstrata.<br />

2Não haja dúvida de que, de tédio, um advogado não morre em<br />

Portugal!. A RSN continuará fiel aos seus valores, que não se alterarão<br />

face à conjuntura do momento.<br />

Servir o Cliente e ter os seus interesses como o centro da motivação<br />

da nossa atuação, manter-se-á o nome lema.<br />

Sendo assim, toda a instabilidade vivida é uma oportunidade de<br />

prestarmos os nossos serviços, e os nossos Clientes sabem que podem<br />

contar connosco incondicionalmente para os ajudar a melhor<br />

decidir, a melhor se preparem e a melhor se defenderem.<br />

Continuaremos focados em manter uma dimensão, onde a personalização<br />

dos serviços jurídicos é muito importante.<br />

Continuaremos focados no tecido empresarial Português, onde<br />

áreas como Private Equity, ESG, Corporate e Laboral terão certamente<br />

enorme procura no ano que se avizinha.<br />

EXECUTIVE DIGEST \ QUEM É QUEM NOS ADVOGADOS \ 2023 57


FÓRUM DE ADVOGADOS<br />

LUÍS COUTO E<br />

FRANCISCO MONTEIRO PACHECO<br />

Sócios, Lopes Cardoso & Associados Advogados<br />

1 O maior desafio, transversal a todos<br />

quanto exercem a advocacia, designadamente<br />

os que o fazem em estruturas societárias<br />

de pequena e média dimensão, será<br />

dotar-se de capacidade técnica e organizacional<br />

para fazer face às exigências decorrentes<br />

da cada vez maior necessidade<br />

de especialização, competindo com outros<br />

players, que não prestam exclusivamente<br />

serviços jurídicos, se a Lei das Ordens<br />

Profissionais for promulgada permitindo a<br />

constituição de sociedades multidisciplinares,<br />

possibilidade que não foi colocado em<br />

causa pelo pedido de fiscalização ao Tribunal<br />

Constitucional<br />

2A LC&A tem vindo a fazer um trabalho<br />

de reorganização e afirmação no mercado,<br />

valorizando a sua já longa e notória história<br />

e desenvolvendo a sua actividade em ramos<br />

do direito em que tem tradição e know how<br />

reconhecido, designadamente nas área do<br />

trabalho, administrativo e fiscal, imobiliário<br />

e societário, privilegiando um acompanhamento<br />

personalizado e próximo do cliente,<br />

por equipas multidisciplinares e com senioridade.<br />

PEDRO REBELO DE SOUSA<br />

Managing Partner, SRS Legal<br />

1 Alguns dos principais desafios para o sector da advocacia em Portugal incluem o investimento<br />

constante e progressivo em tecnologia; a hipótese de mais consolidação no setor; o<br />

desafio das sociedades multidisciplinares; a falta de regulamentação clara para a prática da<br />

advocacia digital; a necessidade de uma presença forte e ativa na imprensa e redes sociais<br />

para promoção dos nossos serviços; e a capacidade para reter e atrair talento, sobretudo nas<br />

novas gerações. Isto sem esquecer um instrumento de gestão tão mal dominado pelo setor,<br />

que é o Business Development.<br />

Existe, ainda, um desafio múltiplo e interligado, que é o da pressão para reduzir custos mantendo<br />

a qualidade dos serviços prestados. Isto tem levado as sociedades a repensar os seus<br />

modelos de negócio, adotando novas estratégias e formas de organização de trabalho. Também<br />

há a necessidade de fornecer serviços mais eficientes e personalizados, num ambiente<br />

onde os clientes estão cada vez mais exigentes e bem informados.<br />

Por fim, a crescente regulação e complexidade jurídica no país tem colocado pressão adicional<br />

sobre as sociedades de advocacia, obrigando-as a investir em recursos e especializações, para<br />

que possam oferecer aos seus clientes soluções jurídicas atuais, abrangentes e integradas.<br />

2Depois de, em 2022, termos completado 30 anos de atividade, transformado a marca,<br />

revisto os valores e refletido no que queremos para o futuro, estamos agora em transição<br />

no modelo de governo e processo sucessório, que deverá estar concluído até final de 2023.<br />

Segundo as guidelines definidas em Conselho de Administração, o nosso posicionamento passará<br />

por:<br />

• Reforço do investimento em tecnologia e inovação, adotando novas formas de trabalho que<br />

melhorem a eficiência, qualidade e personalização dos serviços prestados;<br />

• Foco na abordagem centrada no cliente, fornecendo serviços personalizados para as necessidades<br />

específicas dos clientes, num relacionamento e comunicação constantes;<br />

• Manutenção e elevação dos já rigorosos padrões da SRS, para que continuemos a gozar de<br />

reputação sólida e credibilidade, com uma cultura empresarial voltada para a ética e qualidade<br />

dos serviços prestados.<br />

• Aposta na especialização em áreas-chave do Direito, desenvolvendo expertise em áreas setores<br />

e geografias específicos, para que os clientes saibam que possam contar com conhecimento<br />

real.<br />

• Parcerias estratégicas com sociedades, empresas e instituições que possam agregar valor<br />

aos serviços que prestamos, ao mesmo tempo que ampliam a nossa rede de relacionamentos.<br />

• Monitorização e track record sobre as tendências e atualizações do mercado, acompanhando<br />

de perto as mudanças, antecipando desafios e aproveitando oportunidades que possam<br />

surgir.<br />

58<br />

EXECUTIVE DIGEST \ QUEM É QUEM NOS ADVOGADOS \ 2023


DIRETÓRIO<br />

SOCIEDADES<br />

QUE SE DESTACAM<br />

A advocacia é uma área fundamental para o funcionamento do sistema<br />

jurídico em Portugal e em qualquer país do mundo. No entanto, o sector<br />

da advocacia enfrenta uma série de desafios, como todos as outras áreas de<br />

atividade, que podem influenciar significativamente a prática da profissão e<br />

o acesso à justiça.<br />

Um dos principais desafios enfrentados pelos advogados em Portugal é<br />

a crescente competitividade do sector. Nos últimos anos, o número de<br />

profissionais da advocacia tem aumentado significativamente, o que resulta<br />

num mercado cada vez mais competitivo, e o que exige aos advogados que<br />

estes se destaquem e ofereçam serviços de qualidade para atrair e reter<br />

clientes.<br />

A evolução tecnológica é também outro desafio “barra” oportunidade que o<br />

sector enfrenta actualmente. A tecnologia tem impactado todos os sectores e<br />

o campo jurídico não é excepção. A digitalização de processos e documentos,<br />

bem como o surgimento de ferramentas de Inteligência Artificial para<br />

pesquisa jurídica, têm mudado a forma como os advogados trabalham.<br />

E aqui surge um grande desafio ou oportunidade, dependendo da forma<br />

como é encarado: Aqueles que não se adaptam a essas novas tecnologias<br />

podem enfrentar dificuldades para acompanhar o ritmo do mercado.<br />

Além dos desafios internos, o sector da advocacia em Portugal também<br />

enfrenta desafios externos, sendo um dos principais a morosidade da justiça.<br />

Os processos judiciais podem levar anos para serem concluídos, o que<br />

prejudica tanto os advogados quanto os seus clientes.<br />

A acessibilidade à justiça é também colocada em causa constantemente,<br />

com as condições financeiras de muitas famílias a dificultar o acesso devido<br />

aos altos custos de contratação dos serviços. Embora existam serviços de<br />

assistência jurídica gratuita disponíveis, nem sempre são suficientes para dar<br />

resposta às necessidades, o que gera desigualdade.<br />

Perante este cenário, é essencial que os advogados em Portugal estejam<br />

preparados para se adaptar e enfrentar as exigências do mercado. É<br />

importante investir em actualização constante, tanto em termos de<br />

conhecimento jurídico quanto de habilidades tecnológicas. Além disso, é<br />

fundamental que o sistema judiciário trabalhe para agilizar os processos e<br />

garantir o acesso à justiça para todos os cidadãos, independentemente de sua<br />

condição financeira.<br />

60<br />

EXECUTIVE DIGEST \ QUEM É QUEM NOS ADVOGADOS \ 2023


DIRETÓRIO<br />

EXECUTIVE DIGEST \ QUEM É QUEM NOS ADVOGADOS \ 2023 61


DIRETÓRIO<br />

CO-MANAGING PARTNERS<br />

UMA REFERÊNCIA EM<br />

PORTUGAL E NO MUNDO<br />

Miguel Castelo<br />

Branco<br />

Gonçalo<br />

da Cunha<br />

Rodrigo<br />

Almeida Dias<br />

CONTACTOS<br />

Lisboa<br />

Av. da Liberdade, nº 249 - 1º 1250-143 Lisboa<br />

t. +351 213 587 500<br />

e. fcb@eversheds-sutherland.net<br />

w. www.eversheds-sutherland.pt<br />

Porto<br />

Av. da Boavista, nº 3265 - 2.8 4100-137 Porto<br />

t. +351 228 346 740<br />

e. porto@eversheds-sutherland.net<br />

Faro<br />

Av. 5 de Outubro, nº 14 - 4º 8000-076 Faro<br />

t. +351 289 096 278<br />

e. algarve@eversheds-sutherland.net<br />

AEversheds Sutherland FCB é<br />

uma sociedade de advogados,<br />

com mais de 30 anos de história<br />

e consolidada no mercado português.<br />

Composta por mais de 60 advogados<br />

com know-how e experiência em várias<br />

áreas de atuação, disponibiliza o apoio<br />

de vários departamentos especializados<br />

e presta um serviço integrado, eficaz e<br />

personalizado, oferecendo sempre as<br />

soluções mais eficientes para uma negociação<br />

bem-sucedida dos complexos<br />

aspetos do mundo empresarial.<br />

Está integrada na Eversheds Sutherland,<br />

uma das top 10 sociedades de<br />

advogados globais. Presta serviços jurídicos<br />

a clientes internacionais, desde<br />

pequenas e médias empresas a grandes<br />

multinacionais, representando 61 das<br />

100 FTSE, 70 das Fortune 100 e 128<br />

das Fortune 200.<br />

Com mais de 3000 profissionais, a<br />

Eversheds Sutherland tem 74 escritórios<br />

em 25 países, em África, Ásia, Europa,<br />

Médio Oriente e Estados Unidos<br />

da América.<br />

Adicionalmente, conta com mais de<br />

200 sociedades de advogados integradas<br />

na rede Eversheds Sutherland, com<br />

alianças formalizadas na América Latina,<br />

na região do Pacífico Asiático e em<br />

África, prestando serviços jurídicos por<br />

todo o mundo.<br />

Ser membro da rede Eversheds Sutherland<br />

permite à Eversheds Sutherland<br />

FCB dar uma resposta ainda mais<br />

abrangente às necessidades dos clientes<br />

em múltiplas jurisdições, criando<br />

grupos dinâmicos e multidisciplinares<br />

e trabalhando em conjunto com as<br />

equipas Eversheds Sutherland a nível<br />

global.<br />

Para além dos escritórios que tem<br />

em Portugal - Lisboa, Porto e Faro - tem<br />

ainda parcerias com a EVC Advogados<br />

Eversheds Sutherland, em Luanda, Angola<br />

e com a Eversheds Sutherland AG,<br />

em Maputo, Moçambique.<br />

Angola - Luanda | EVC Advogados<br />

Edifício Kaluanda, Rua José da Silva Lameira<br />

Piso 2, Escritório 2001, Luanda<br />

t. +244 937 406 057<br />

e. angola@eversheds-sutherland.net<br />

Moçambique - Maputo | AG Advogados<br />

Edifício Millennium Park, Av. Vladimir Lenine,<br />

nº 174 - 1º, Maputo<br />

t. +258 21 359 520 // t. +258 21 359 501<br />

e. mozambique@eversheds-sutherland.net<br />

SÓCIOS<br />

Paula Teixeira da Cruz<br />

Pedro Guimarães<br />

Miguel Lorena Brito<br />

Diogo Bernardo Monteiro<br />

João Robles<br />

João Couceiro<br />

Inês Albuquerque e Castro<br />

Margarida Roda Santos<br />

Rodrigo Barbosa Souto<br />

João Osório de Castro<br />

Gonçalo Mexia<br />

Bruno Arez Martins<br />

Sofia Ferreira Enriquez<br />

António Cid<br />

Luís Falcão Ramos<br />

ÁREAS DE ATUAÇÃO<br />

» Direito Societário e Comercial<br />

» Direito Público, Administrativo e do Ambiente<br />

» Direitos Reais, Imobiliário e Construção<br />

» Contencioso & Arbitragem<br />

» Direito Fiscal<br />

» Direito Laboral e da Segurança Social<br />

» Direito Bancário e Mercado de Capitais<br />

» Energia e Recursos Naturais<br />

» Life Sciences<br />

» Propriedade Intelectual<br />

» Direito da Concorrência e da União Europeia<br />

» Direito dos Seguros<br />

» Direito dos Transportes<br />

» Angola Desk<br />

» Moçambique Desk<br />

62<br />

EXECUTIVE DIGEST \ QUEM É QUEM NOS ADVOGADOS \ 2023


DIRETÓRIO<br />

LISTA DE EMPRESAS<br />

A<br />

ABPA é uma sociedade<br />

de advogados que teve<br />

na sua origem a longa<br />

experiência de trabalho conjunto<br />

dos seus sócios fundadores<br />

a que se juntou a ousadia e<br />

a capacidade de inovar, característica<br />

dos advogados mais<br />

novos, que aceitaram partilhar este desafio.<br />

A experiência, o saber e a capacidade de inovar uniram-se para o<br />

exercício de uma advocacia de rigor e competência, no respeito pelos<br />

valores intemporais, mas sempre atenta aos novos tempos e às novas<br />

exigências.<br />

A ABPA é uma sociedade independente, que aposta na qualidade dos<br />

serviços que presta, procurando uma actuação preventiva, através do<br />

acompanhamento efectivo e presencial dos nossos clientes satisfazendo<br />

as suas necessidades.<br />

No âmbito do direito societário e laboral, a ABPA presta regularmente<br />

relevantes serviços de assessoria em todas as áreas relacionadas com<br />

direito societário (nomeadamente nas áreas de fusões, aquisições,<br />

transmissões de participações societárias, processos de due diligence)<br />

e, no âmbito do direito laboral, apoia os seus Clientes em todas as matérias<br />

que requeiram uma assessoria especializada, seja basicamente<br />

no que respeita às contratações e cessações de vínculos contratuais,<br />

independentemente da forma que revistam.<br />

A ABPA é uma firma recomendada pelo guia “Global Law Experts”,<br />

tendo vindo a ser reconhecida desde 2018 como Labour Law Firm of<br />

the year.<br />

A ABPA é membro do International Business Law Consortium<br />

(IBLC) que integra escritórios de mais 100 países.<br />

CONTACTOS<br />

Rua Tierno Galvan, Amoreiras, Torre 3,<br />

5.º Piso, 511, 1070-274 Lisboa<br />

t. +351 212 454 262<br />

e. geral@abpa.pt // w. www.abpa.pt<br />

ÁREAS DE ATUAÇÃO<br />

» Direito do Trabalho e da Segurança<br />

Social<br />

» Direito Público<br />

» Direito Comercial<br />

» Direito Societário<br />

BOARD<br />

António Borges<br />

Pires<br />

Managing Partner<br />

» Direito Civil<br />

» Direito Imobiliário<br />

» Contenciosos Comercial e Societário<br />

» Contencioso Civil<br />

» Arbitragem<br />

A. Neto Brandão & Associados, RL<br />

Av. Dr. Lourenço Peixinho, 87, 3º Dtº<br />

3800-165 Aveiro<br />

t. +351 234 423 459<br />

e. nb.advogados@mail.telepac.pt<br />

w. www.anetobrandao.com<br />

A. Sousa Pinto, Carla A. Sousa, Casimiro<br />

José Ribeiro<br />

Rua Professor Egas Moniz, 387<br />

4810-027 Guimarães<br />

t. +351 253 520 940<br />

e. spinto.advogados@mail.telepac.pt<br />

AAA Advogados<br />

Av. Engº Duarte Pacheco, nº26<br />

1070-110 Lisboa<br />

t. +351 213 309 300<br />

e. advogados@aaa.pt<br />

w. www.aaa.pt<br />

AAMM Abecasis, Moura Marques<br />

& Associados<br />

Avenida da Liberdade, nº190, 1ºB,<br />

Ed. Avenida 190, 1250-147 Lisboa<br />

t. +351 211 940 538<br />

e. geral@aamm.pt<br />

w. www.aamm.pt<br />

ABC LEGAL Soc. de Advogados<br />

Avenida Conselheiro Fernando<br />

de Sousa, 19B-C, 1070-072 Lisboa<br />

t. (+351) 213 584 480<br />

e. abclegal@abclegal.com.pt<br />

w. abclegal.com.pt<br />

Abel Cardoso & António José<br />

Martins – Soc. Adv. R.L.<br />

Rua Sra. Da Piedade, Lt. 1 - 1º<br />

6000-279 Castelo Branco<br />

t. +351 272 339 420<br />

e. acamsolawyers@acamsolawyers.com<br />

w. www.acamsolawyers.com.pt<br />

Abel Cardoso, Catarina Carvalho,<br />

Esteves Aguiar & Associados<br />

Rua Joaquim António de Aguiar, 33<br />

2º E, 1070-149 Lisboa<br />

t. +351 213 712 327<br />

e. abel.marques.associados@gmail.com<br />

Abílio Aranha e Associados, Soc.<br />

Advogados<br />

R. de Ceuta, 118 - 2º, Sala 14<br />

4050-190 Porto<br />

t. +351 222 051 920<br />

e. aniros@abilioaranhaassociados.mail.pt<br />

ABPA - A. Borges Pires, Santos<br />

Pereira, Pires Pereira & Associados<br />

Rua Tierno Galvan, Amoreiras, Torres 3,<br />

5º Piso, 511, 1070-274 Lisboa<br />

t. +351 212 454 262<br />

e. geral@abpa.pt<br />

w. www.abpa.pt<br />

ABPD - Amaral Blanco Portela Duarte<br />

& Associados<br />

Avenida da República, Nº 84, 5º Esq.<br />

1600-205 Lisboa<br />

t. +351 217 932 430<br />

e. abpd.lx@abpd.pt<br />

w. www.abpd.pt<br />

Abranches Namora & Associados<br />

Av. Sidónio Pais, 16, 2º Dto.<br />

1050-215 Lisboa<br />

t. +351 213 170 990<br />

e. geral@abranches.pt<br />

w. www.abranches.pt<br />

Abreu Advogados<br />

Av. Infante D. Henrique, 26<br />

1149-096 Lisboa<br />

t. +351 21 723 18 00<br />

e. lisboa@abreuadvogados.com<br />

w. www.abreuadvogados.com<br />

Abreu & Marques & Associados – Soc.<br />

Avogados, R.L.<br />

R. Filipe Folque, Nr. 2 - 4º<br />

1069-121 Lisboa<br />

t. +351 213 307 100<br />

e. amsa@amsa.pt<br />

w. www.amsa.pt<br />

ACFA – C. Ferreira e Associados<br />

Av. Fontes Pereira de Melo, 3, 11º Esq.<br />

1050-115 Lisboa<br />

t. +351 210 170 470<br />

e. mail@acfa.pt<br />

w. www.acfa.pt<br />

ACRLEX Advogados<br />

Largo do Adro 9, 4050-016 Porto<br />

t. +351 226 076 800<br />

e. dp@acrlex.com<br />

w. www.acrlex.com<br />

ACM-Vale de Andrade, Nunes Capoulas,<br />

Almeida Morgado & Associados<br />

Av. Fontes Pereira de Melo, 30 - 4º<br />

1050-122 Lisboa<br />

t. +351 213 567 090<br />

e. geral@acm-advogados.pt<br />

w. www.acm-advogados.pt<br />

Afonso, Lema e Sousa & Associados<br />

Soc. Advogados, RL<br />

Rua Dr. Ricardo Jorge, 55 - 3º E<br />

4050-514 Porto<br />

t. +351 222 081 611<br />

e. jose.afonso-1264p@advogados.oa.pt<br />

AFMA - António Frutuoso de Melo e<br />

Associados Sociedade de Advogados,<br />

SP,RL<br />

Av. da Liberdade, nº 38 – 1º<br />

1450-145 Lisboa<br />

e. afma@afma.pt<br />

w. www.afma.pt<br />

EXECUTIVE DIGEST \ QUEM É QUEM NOS ADVOGADOS \ 2023 63


DIRETÓRIO<br />

VALORIZAR OS INTERESSES<br />

DO CLIENTE<br />

APares | Advogados é uma sociedade de Advogados que reúne<br />

uma equipa experiente e versátil, focada no estabelecimento de<br />

relações de longo prazo com os seus clientes.<br />

A base da nossa sociedade é uma partilha de princípios e valores e<br />

uma forma comum dever a profissão e o seu exercício na sociedade contemporânea,<br />

espelhada na manutenção de uma equipa estável e comprometida<br />

com o nosso projeto e na qual os nossos clientes se reconhecem.<br />

O nosso objetivo é proteger e valorizar os interesses legítimos dos<br />

nossos clientes, ajudando-os no planeamento e estruturação dos seus<br />

negócios e interesses e, defendendo os seus direitos, tentando compreender<br />

e resolver as suas preocupações, sempre com integral respeito<br />

pelas nossas regras profissionais. Tudo isto, pugnando pela boa aplicação<br />

das leis, pela rápida administração da justiça e pelo aperfeiçoamento<br />

da cultura e instituições jurídicas.<br />

O planeamento e montagem de negócios, o acompanhamento de<br />

negociações, em matérias tão diversas quanto o direito societário, o ordenamento<br />

do território e o urbanismo, a arbitragem, os mercados de<br />

capitais, o contencioso de todas as naturezas, desde o societário ao penal,<br />

passando naturalmente pelo civil e pelo administrativo, o direito do<br />

trabalho e segurança social, o direito da família e sucessório e o direito<br />

da insolvência e recuperação de empresas, são algumas das áreas em<br />

que assessoramos os nossos clientes.<br />

Todos nós temos gosto pela profissão, assegurando total disponibilidade<br />

e empenho nos assuntos que nos são trazidos pelos nossos clientes.<br />

BOARD<br />

ÁREAS DE ATUAÇÃO<br />

» Imobiliário, Urbanismo e<br />

Ordenamento do Território;<br />

» Direito Público<br />

» Contencioso e Arbitragem;<br />

» Comercial;<br />

» Insolvência e Recuperação de<br />

Empresas;<br />

CONTACTOS<br />

Rita<br />

Maltez<br />

João de<br />

Freitas<br />

e Costa<br />

» Bancário e Financeiro;<br />

» Laboral e Segurança Social;<br />

» Direito Fiscal;<br />

» Penal e Contra-Ordenacional;<br />

» Propriedade Intelectual, Direitos<br />

de Autor, Propriedade Industrial.<br />

Rua Alexandre Herculano, n.º 23, 2.º piso, 1250-008 Lisboa<br />

t. +351 210 936 404<br />

e. geral@paresadvogados.com<br />

w. www.paresadvogados.com<br />

João<br />

Malhadas<br />

Teixeira<br />

Aguiar-Branco & Associados<br />

Rua da Restauração nº 329 - 1º<br />

4050-506 Porto<br />

t. +351 220 112 220<br />

e. info@aguiarbranco.pt<br />

w. www.aguiarbranco.pt<br />

Albuquerque & Almeida Advogados<br />

Calçada Bento Rocha Cabral, 1<br />

1250-047 Lisboa<br />

t. +351 213 431 570<br />

e. geral@aalegal.pt<br />

w. www.aalegal.pt<br />

Alcides Martins, Bandeira, Simões &<br />

Associados - Soc. Advogados, RL<br />

Av. Duque de Loulé, 22 - 6º<br />

1050-090 Lisboa<br />

t. +351 213 535 372<br />

e. advogados@amartins.pt<br />

w. www.amartins.pt<br />

Alípio Regadas, Carlos Rico Palhão e<br />

Rui Costa – Soc. Adv.<br />

Av. da Republica, 885, 2ºs.C - 8/9<br />

4450-243 Matosinhos<br />

t. +351 229 375 250<br />

e. ruicosta-1619p@adv.oa.pt<br />

Almeida Correia, Ney da Costa &<br />

Associados - Soc. Advog.<br />

Av. da República, 872 - 3º, Salas 3.6,3.7<br />

E 3.8, 4430-190 Vila Nova De Gaia<br />

t. +351 223 770 860<br />

e. geral@aneyadvogados.net<br />

w. www.alneyadvogados.net<br />

Almeida e Paiva & Associados – Soc.<br />

Advogados, R.L.<br />

Av. Marginal, 6068 - S.João Do Estoril<br />

2765-585 S. João Do Estoril<br />

t. +351 214 669 317<br />

e. mail@apalawyers.pt<br />

w. www.apalawyers.pt<br />

Almeida Ribeiro & Assoc. Mário<br />

jorge Menezes – Advogados<br />

Rua Joaquim António de Aguiar, 66<br />

1º, 1070-153 Lisboa<br />

t. +351 213 714 490<br />

e. geral@arealaw.pt<br />

w. www.almeidaribeiro.pt<br />

Alves Ferreira, Batista, Santos<br />

Costa, Aires Santos & Assoc.<br />

Av. Álvares Cabral, 47 - R/C<br />

1250-015 Lisboa<br />

t. +351 213 814 640<br />

e. geral@fbcs.pt<br />

Alves Henriques, Ademar Batista &<br />

Associados – Soc.Adv.,RL<br />

Rua Miguel Bombarda, 47 - 1º<br />

3510-090 Viseu<br />

t. +351 232 483 380<br />

e. escritorio@ahab-socadvogados.pt<br />

Alves Mendes & Jardim Gonçalves<br />

Soc. Advogados<br />

Rua Tierno Galvan, 10 - Torre 3,<br />

Piso 2, Sala 201 - Amoreiras<br />

1070-274 Lisboa<br />

t. +351 213 812 690<br />

e. sa@amjg.com<br />

w. www.amjg.com<br />

Alves Pereira & Teixeira de<br />

Sousa, RL<br />

Av. da Liberdade, 38 - 3º,<br />

1250-145 Lisboa<br />

t. +351 213 700 190<br />

e. info@alvespereira.com<br />

w. www.alvespereira.com<br />

AM Associados<br />

Rua Duque de Palmela, N.º 37, 4.º<br />

1250-097 Lisboa<br />

t. +351 213 879 450<br />

e. geral@am-associados.pt<br />

w. www.am-associados.pt<br />

Amaral Cabral & Associados Soc.<br />

Advogados<br />

Av. Sidónio Pais, N.º 26 – R/C Dto.<br />

1050 – 215 Lisboa<br />

t. +351 213 192 670<br />

e. geral@amaralcabraladvogados.pt<br />

w. www.amaralcabraladvogados.pt<br />

Amorim & Associados Soc.<br />

Advogados R.L<br />

Rua Pedro Homem de Mello,<br />

Nº 55, 5º Andar, Sala 5.05<br />

4150-599 Porto<br />

t. +351 226 177 850<br />

e. geral@amorimadvogados.pt<br />

w. www.amorimadvogados.pt<br />

Andrade Dias & Associados Soc.<br />

Advogados, R.L<br />

R. António Maria Cardoso, 25<br />

5º andar<br />

1200-026 Lisboa<br />

t. +351 213 468 134<br />

e. geral@diaslawyers.com<br />

w. www.diaslawyers.com<br />

Anselmo Vaz, Afra & Associados<br />

Rua Barata Salgueiro, 30<br />

4º Esq.<br />

1250-044 Lisboa<br />

t. +351 213 309 040<br />

e. info@avalegal.com<br />

w. www.avalegal.com<br />

Antas da Cunha ECIJA<br />

Edifício Amoreiras Squares<br />

Rua Carlos Alberto da Mota<br />

Pinto, nº17 – 2º<br />

1070-313 Lisboa<br />

t. +351 213 192 080<br />

e. geral@adcecija.pt<br />

w. www.adcecija.pt<br />

64<br />

EXECUTIVE DIGEST \ QUEM É QUEM NOS ADVOGADOS \ 2023


DIRETÓRIO<br />

Antonino Antunes, Mª Augusta Antunes<br />

& Assoc - Aoc. Adv, RL<br />

Av. Combatentes G. Guerra, 179<br />

4900-563 Viana Castelo<br />

t. +351 258 809 090<br />

e. antoninoantunes@mail.telepac.pt<br />

w. www.antunes-advogados.pt<br />

António Arribança & Associados Soc.<br />

Advogados, r.L.<br />

R. Professor Manuel J Ferreira, 14 - 1º E<br />

2040-998 Rio Maior<br />

t. +351 243 999 020<br />

e. arribancageral@mail.telepac.pt<br />

António Correia & Associados Soc.<br />

Advogados, R.L.<br />

Av. Conde Valbom, Nr. 18 B 1º A<br />

1050-068 Lisboa<br />

t. +351 213 192 280<br />

e. info@acadvogados.pt<br />

w. www.acadvogados.pt<br />

António M.G.Pereira, Miguel Lourenço -<br />

Soc. Advogados, RL<br />

Rua Júlio Dinis, Nr. 891 - 4º Esq.<br />

4050-327 Porto<br />

t. +351 226 008 002<br />

e. apml.porto@apml.pt<br />

w. www.apml.pt<br />

António Montalvão Machado &<br />

Associados - Soc. Advogados<br />

Praça Bom Sucesso, Ed. Península,<br />

127/31-5, 302/4, 4150-146 Porto<br />

t. +351 225 573 010<br />

e. geral@montalvaomachado.pt<br />

António Pragal Colaço & Associados -<br />

Soc. Advog., R.L.<br />

Av. da Igreja, 42 - 2º Dto.<br />

1700-239 Lisboa<br />

t. +351 213 553 940<br />

w. www.apcolaco.com<br />

António Viñal & Co. Abogados Sucursal<br />

em Portugal<br />

Av. Miguel Bombarda, 36 - 4ºC<br />

1050-165 Lisboa<br />

t. +351 213 550 187<br />

e. lisboa@avinalabogados.com<br />

w. www.avinalabogados.com<br />

Araújo & Associados Soc. Advogados<br />

Rua Fernão Vaz Dourado, 77/83<br />

4150-322 Porto<br />

t. +351 226 184 444<br />

e. geral@araujoassociados.pt<br />

w. www.araujo.pt<br />

Areias & Associados – Sociedade de<br />

Advogados, R.L.<br />

Rua Direita nº 188, 1º andar<br />

5400-220 Chaves<br />

t. +351 276 332 339<br />

e. geral@areiasadvogados.com<br />

w. www.areiasadvogados.com<br />

Armando Henriques, Ana Cristina<br />

Pimentel & Assoc-Soc. Ad.<br />

Av. Miguel Bombarda, Nr. 50 - 2º<br />

1050-166 Lisboa<br />

t. +351 217 819 990<br />

e. ah.acp@netcabo.pt<br />

Assis de Almeida e Associados Soc.<br />

de Advogados, R.L.<br />

Trav. da Trindade, 16 - 4º D<br />

1200-469 Lisboa<br />

t. +351 213 223 100<br />

e. aaadv@mail.telepac.pt<br />

w. assisalmeidaassociados.pt<br />

Athayde de Tavares & Assoc. Soc.<br />

Adv.,RL<br />

R. Joaquim António Augusto de Aguiar,<br />

Nº 66 - 5º, 1070-153 Lisboa<br />

t. +351 213 827 580<br />

e. atpr@ atpr.pt<br />

ATMJ Advogados<br />

Avenida da República , 49 – 2º andar<br />

1050-188 Lisboa<br />

Rua de Diu 414, salas 14 a17<br />

4150-272 Porto<br />

t. +351 213 584 119<br />

e. atmj@atmj.pt<br />

w. www.atmj.pt<br />

Augusta Bravo, Alves & Associados - Soc.<br />

Advogados, R.L.<br />

Av. República, Nr. 6 - 2º Dto.<br />

1050-191 Lisboa<br />

t. +351 213 500 200<br />

e abravo.aba@mail.telepac.pt<br />

w. www.abravoalves.pt<br />

AVLC Luís Cameirão & Associados -<br />

Soc. Advogados<br />

Rua de Ceuta, 118 - 1º, 4050-190 Porto<br />

t. +351 223 394 710<br />

e. avlc@avlc-advogados.com<br />

w. www.avlc-advogados.com<br />

AVM Advogados – Sociedade de<br />

Advogados, RL.<br />

Edifício Torre de Monsanto Rua Afonso<br />

Praça, 30, 5º Piso,<br />

1495-061 Algés - Lisboa<br />

t. +351 304 501 010 I +351 304 501 009<br />

e. lisboa@avm-advogados.com<br />

Baltazar Mendes, Duque Vieira & Associados<br />

- Sociedade de Advogados, R.L<br />

Av. da República, 6, 8º E 9º Esq.<br />

1050-191 Lisboa<br />

t. +351 213 149 517<br />

e. geral@bmdv.pt |<br />

w. www.bmdv.pt<br />

Batista, Monteverde & Associados<br />

Av. Álvares Cabral 47<br />

1250-015 Lisboa<br />

t. 213 806 530<br />

e. bma@bma.com.pt<br />

w. www.bma.com.pt<br />

Barrocas Advogados<br />

Amoreiras Torre 2, 15º andar<br />

1070-102 Lisboa<br />

t. +351 213 843 300<br />

w. www. barrocas.pt<br />

Barros Sales & Associados Soc.<br />

Advogados, R.L.<br />

Av. Fontes Pereira de Melo, 47 - 3º Esq.<br />

1050-120 Lisboa<br />

t. +351 213 152 642<br />

e. geral@bsadvogados.com<br />

w. www.bsadvogados.com<br />

Barros, Sobral, G.Gomes & Associados -<br />

Soc. Advogados, R.L.<br />

Edifício Castil, Rua Castilho, 39 - 12º B,<br />

1250-068 Lisboa<br />

t. +351 213 875 702<br />

e. law@bsgg.pt<br />

w. www.bsgg.pt<br />

BAS, Sociedade de Advogados<br />

Rua Artilharia 1, 51 - Páteo Bagatela,<br />

Edifício 1, 4º Andar<br />

1250-137 Lisboa<br />

t. +351 211 554 330<br />

e. geral@gmail.com<br />

w. www.bas.pt<br />

BCS Advogados - Baião, Castro &<br />

Associados - Soc. Adv, R.L<br />

Av. 5 de Outubro, 17 - 9º<br />

1050-047 Lisboa<br />

t. +351 213 190 640<br />

e. bcslaw@bcs.pt<br />

t. www.bcs.pt<br />

Belzuz Abogados S.L., Portugal<br />

Rua de Camões, 788 - 1º Dtº<br />

4000-142 Porto<br />

t. +351 229 389 452<br />

e. porto@belzuz.com<br />

w. www.belzuz.net<br />

Bernardino, Resende E Associados<br />

Rua Carlos Testa, 1 – 6º C<br />

1050-046 Lisboa<br />

t. +351 213 174 742<br />

e. info@bernardinoresende.com<br />

w. www.bernardinoresende.com<br />

Boino & Associados, Sociedade de<br />

Advogados, R.L<br />

Rua Castilho, 44 – 7º<br />

1250-071 Lisboa<br />

t. +351 213 894 280<br />

e. advogados@boino.pt<br />

w. www.boino.pt<br />

Borges da Ponte, Linhares Dias<br />

& Associados<br />

Rua Manuel Da Ponte, 2<br />

S. Miguel-Açores<br />

9500-085 Ponta Delgada<br />

t. +351 296 282 513<br />

e. geral@bpldadvogados.com<br />

w. www.bpldadvogados.com<br />

Caetano de Freitas e Associados – Soc.<br />

Advogados<br />

Av. 24 de Julho, Nº 68-E<br />

1200-869 Lisboa<br />

t. +351 213 170 620<br />

e.: lisboa@caetanodefreitas.com<br />

w. www.caetanodefreitas.com<br />

Calama V. Meneses Falcão & Associados<br />

Campo Grande, 28 - 5º B<br />

1700-093 Lisboa<br />

t. +351 217 995 040<br />

e. geral@cvmf.eu<br />

w. www.cvmf.eu<br />

Campos Lencastre & Associados Soc.<br />

Advogados, R.L.<br />

Prt. 25 de Abril, Nr. 90 – 1º D<br />

4430-257 Vila Nova De Gaia<br />

t. +351 223 798 764<br />

e. camposlencastre-983c@adv.oa.pt<br />

Cancela de Abreu Esteves & Associados<br />

- Soc. Advog, R.L<br />

Rua Rodrigo da Fonseca, 149 - 4º D<br />

1070-242 Lisboa<br />

t. +351 213 876 404<br />

e. cae@caeadvogados.pt<br />

w. www.caeadvogados.pt<br />

Candeias & Associados - Sociedade de<br />

Advogados<br />

R. Soeiro Pereira Gomes 1, 4º A,<br />

1600-196 Lisboa<br />

t. +351 211 455 415<br />

e. geral@candeias.pt<br />

w. www.candeias.pt<br />

Carita, Taborda, Barbas Homem – Soc.<br />

Avogados<br />

Rua Hermano Neves, 22 - 3º C<br />

1600-477 Lisboa<br />

t. +351 217 521 260<br />

e. advogados@ctbh.pt<br />

Carlos Aguiar, Ferreira de Lima &<br />

Associados, Soc. Adv., RL<br />

Av. Antonio Augusto de Aguiar, 27 - R/C<br />

1050-012 Lisboa<br />

t. +351 213 552 755<br />

e. cafl@cafl.pt<br />

w. www.cafl.pt<br />

Carlos Olavo e Associados Sociedade<br />

de Advogados, R.L<br />

Rua Victor Cordon, 7 - 3º<br />

1200-482 Lisboa<br />

t. +351 13 242 740<br />

e. olavolex@olavolex.pt<br />

w. www.olavolex.pt<br />

Carlos Rocha, Paulo Varzielas &<br />

Associados – Soc. Adv., R.L<br />

Av. de Berna, 30 - 2º C<br />

1050-042 Lisboa<br />

t. +351 217 817 230<br />

e. j.c.rocha@mail.telepac.pt<br />

EXECUTIVE DIGEST \ QUEM É QUEM NOS ADVOGADOS \ 2023 65


DIRETÓRIO<br />

BAPTISTA MONTEVERDE<br />

& ASSOCIADOS<br />

Fundada em 2008, a BMA rapidamente se<br />

tornou uma referência no setor jurídico em<br />

Portugal e conta como clientes algumas das<br />

empresas tecnologicamente mais avançadas<br />

e inovadoras do mundo em áreas como<br />

a química, life sciences, telecomunicações,<br />

media e tecnologias da informação. A BMA<br />

oferece uma vasta gama de serviços jurídicos<br />

e destaca-se em áreas que não são tradicionalmente<br />

tratadas por escritórios de<br />

advocacia. A BMA e sua equipa são reconhecidas<br />

internacionalmente em propriedade<br />

intelectual e contencioso comercial.<br />

CONTACTOS<br />

Carneiro Pacheco & Associados Soc.<br />

Advogados, R.L.<br />

Rua Tierno Galvan, Amoreiras,<br />

Torre 3, 503<br />

1070-274 Lisboa<br />

t. +351 213 864 466<br />

e. geral@cpassociados.pt<br />

w. www.cpassociados.pt<br />

Castanheira, Pereira, Almeida<br />

& Associados - Soc. Adv., R.L.<br />

Rua João Machado, Nº 19 - 2º C<br />

3000-226 Coimbra<br />

t. +351 239 842 730/1<br />

e. geral@capa-advogados.com<br />

w. www.capa-advogados.com<br />

SÓCIOS<br />

Filipe Baptista<br />

Paulo Monteverde<br />

Margarida Vaz<br />

Petra Fernandes<br />

Ricardo Silva<br />

ÁREAS DE ATUAÇÃO<br />

» Propriedade Intelectual<br />

» Life Sciences<br />

» Proteção de Dados e<br />

Cibersegurança<br />

» Tecnologia<br />

» Comercial<br />

» Contencioso<br />

» Publicidade<br />

» Administrativo e Concorrência<br />

Edifício Heron Castilho, Rua Braamcamp, 40 – 5 E,<br />

1250 – 050 Lisboa, Portugal<br />

t. +351 213 806 530<br />

e. bma@bma.pt // w. www.bma.pt<br />

CCA Advogados – Sociedade<br />

de Advogados R.L<br />

Rua Vítor Cordon, nº 10ª<br />

1249-202 Lisboa<br />

t. +351 213 223 590<br />

e. ccageral@cca-ontier.com<br />

w. https://pt.ontier.net<br />

CC AA - Costa Carvalho Advogados<br />

Associados, RL<br />

Alameda dos Oceanos,<br />

nº 142, 2º E<br />

1990-502 Lisboa<br />

t. +351 218 981 080<br />

e. ccaa@ccaa.pt<br />

w. www.ccaa.pt<br />

Cerqueira Alves & Associados –<br />

Sociedade de Advogados, RL<br />

Rua de S. Marcos, nº 101- 1º andar<br />

4700-328 Braga<br />

t. +351 253 201 570<br />

e. geral@cerqueiraalves.pt<br />

w. www.cerqueiraalves.pt<br />

Cerqueira Gomes & Associados Soc.<br />

Advogados, R.L.<br />

Rua de Ceuta, 53 - 6º<br />

4050-191 Porto<br />

t. +351 222 074 010<br />

e. cg@cerqueiragomes.pt<br />

w. www.cerqueiragomes.pt<br />

Cerejeira Namora, Marinho Falcão,<br />

Advogados Portugal<br />

Rua Dr. Joaquim Pires de Lima, 388<br />

4200-348 Porto<br />

t. +351 225 573 520<br />

e. geral@sociedadeadvogados.eu<br />

w. www.sociedadeadvogados.eu<br />

César d’Araújo & Associados Sociedade<br />

de advogados, R.L<br />

Av. Manuel da Maia, 36 - 1º Dto<br />

1000-201 Lisboa<br />

t. +351 218 478 311<br />

e. caa@casadvogados.com<br />

w. www.casadvogados.com<br />

César Pratas & Associados Soc.<br />

Advogados, R.L<br />

Rua Castilho, 211, 1º 1070-051 Lisboa<br />

t. +351 213 850 684<br />

e. geral@cesarpratas.com<br />

w. www.cesarpratas.com<br />

Chaves Roquette, Matos, Azevedo<br />

& Associados<br />

Rua das Amoreiras Nº 70 – 12º<br />

1269-105 Lisboa<br />

t. +351 213 826 000<br />

e. lawfirm@crma.pt |<br />

w. www.crma.pt Claudino Pereira<br />

Advogados Sociedade de Advogados<br />

Rua dos Clérigos, 46 - 1º<br />

4050-204 Porto<br />

t. +351 223 394 090<br />

e. claudinop@mail.telepac.pt<br />

CMS Rui Pena & Arnaut<br />

Rua Castilho, 50<br />

1250-071 Lisboa<br />

t. +351 210 958 100<br />

e. geral@cmsportugal.com<br />

w. www.cms-rpa.com<br />

CNCM – Curado, Nogueira, Costa<br />

Mendes & Assoc., Soc. Adv.,R.L<br />

Av. da Boavista, 3265 4 º 4 Ed. Oceanos<br />

4100-137 Porto<br />

t. +351 225 431 000<br />

e. cncm@cncm.pt<br />

w. www.cncm.pt<br />

Coelho, Ribeiro & Associados Soc. Civil<br />

de Advogados<br />

Av. Engº Duarte Pacheco Empreendimento<br />

Amoreiras, Torre 2 - 13º A<br />

1099-042 Lisboa<br />

t. +351 213 839 060<br />

e. cra@cralaw.com<br />

w. www.cralaw.com<br />

Correia Afonso, Archer & Assoc. – Soc.<br />

Adv., R.L.<br />

Rua do Noronha, Nr.1 - 1º, 1269-132 Lisboa<br />

t. +351 213 960 909<br />

e. geral@caa.pt<br />

w. www.caa.pt<br />

Correia Moniz & Associados<br />

Av. Fontes Pereira De Melo, 15 - 7º<br />

1050-115 Lisboa<br />

t. +351 229 407 563<br />

e. cma@cma.pt<br />

Costa Pinto Advogados<br />

Edifício Amoreiras Plaza, Rua Carlos<br />

Alberto da Monta Pinto, 9 – 7ºA<br />

1070-374 Lisboa<br />

t. +351 213 180 370<br />

e. geral@costapinto.pt<br />

w. www.costapinto.pt<br />

CRBA – Capitão, Rodrigues Bastos,<br />

Areia & Associados<br />

Av. Duque D’ávila 66, 5.º<br />

1069-075 Lisboa<br />

t. +351 213 564 301<br />

e. crba@crba.pt<br />

w. www.crba.pt<br />

Carvalho, Matias & Associados<br />

Rua Júlio de Andrade, 2<br />

1150-206 Lisboa<br />

t. +351 218 855 440<br />

e. info@cmasa.pt |<br />

w. www.cmasa.pt<br />

Cavaleiro & Associados<br />

Rua Pedro Homem de Mello,<br />

55, 6.º<br />

4150-599 Porto<br />

t. +351 220 945 361<br />

e. geral@cavaleiroadvogados.pt<br />

w. www.cavaleiroadvogados.pt<br />

CCSL Advogados<br />

Avenida da Liberdade, 262, 2º Esq.<br />

1250-149 Lisboa<br />

t. +351 215 835 196<br />

e. info@ccsllegal.com<br />

w. www. ccsllegal.com<br />

Celso Cruzeiro & Associados Sociedade<br />

de Advogados<br />

Rua Cap. Sousa Pizarro, 25 - 2º<br />

3810-076 Aveiro<br />

t. +351 234 377 862<br />

e. geral@ccadvogados.pt<br />

w. www.ccadvogados.pt<br />

CLT – Coelho Lima, Teixeira, Barreira,<br />

Cunha Ribeiro & Associados<br />

Av. de Londres, Ed. Luzaga, Nº540 - 3º<br />

4810-550 Guimarães<br />

t. +351 253 424 600<br />

e. geral@clt.pt |<br />

w. www.clt.pt<br />

CM & Associados - Sociedade de<br />

Advogados, R.L.<br />

Praça Rainha D. Leonor, n. 7, 1.º Esq.<br />

6000-117 Castelo Branco<br />

t. +351 272 346 715<br />

e. geral@cmadvogados.pt<br />

w. http://www.cmadvogados.pt<br />

CRS Advogados - Cruz Roque Semião<br />

Rua Abranches Ferrão n,º 10 15º D,<br />

1600-001 Lisboa<br />

t. +351 214 046 850<br />

e. crs@crs-advogados.com<br />

w. www.crs-advogados.com<br />

CSA – Correia, Seara, Caldas, Simões &<br />

Associados<br />

Avenida 5 de Outubro, N.º 17, 7º Andar<br />

1050-047 Lisboa<br />

t. +351 213 552 250<br />

e. csa_lisboa@csca.pt<br />

w. www. csca.pt<br />

66<br />

EXECUTIVE DIGEST \ QUEM É QUEM NOS ADVOGADOS \ 2023


DIRETÓRIO<br />

DCM Littler<br />

Rua Julieta Ferrão, 12, 204, 503 e 604<br />

1700-093 Lisboa<br />

t. +351 217 961 074<br />

e. mcv@dcm-lawyers.com<br />

w. www.dcm-lawyers.com/<br />

Esquível Advogados<br />

Avenida da República, N.º 43 – 2.º Dto.<br />

1050-187 Lisboa<br />

t. +351 213 845 310<br />

e. geral@esquiveladvogados.com<br />

w. www.esquivel.com.pt<br />

Fundada em abril de 2013 por José<br />

Costa Pinto e com uma equipa jovem<br />

e dinâmica, a missão da Costa<br />

Pinto é muito clara: fazer dos objetivos<br />

dos nossos Clientes, o nosso<br />

foco e ajudá-los a navegar no mundo<br />

dos negócios.<br />

Acreditamos numa prática jurídica<br />

que acompanha os clientes no seu<br />

dia-a-dia e que proporciona, em<br />

tempo útil, respostas firmes, práticas,<br />

criativas e ajustadas às suas<br />

necessidades.<br />

UNCOMPLICATED BUSINESS<br />

ÁREAS DE ATUAÇÃO<br />

» Fusões & Aquisições<br />

» Direito Comercial<br />

» Direito Societário<br />

» Corporate Governance<br />

» Reestruturação de Negócios<br />

CPGL Sociedade de Advogados Teix. da<br />

Costa, Nuno Paixão, Paulo Gonçalves<br />

Duarte, José Ribeiro, Paulo Brandão &<br />

Associados<br />

Av. do Ultramar, 15 – 1º E/F<br />

2750-506 Cascais<br />

t. +351 214 818 704<br />

e. geral@cpgl.pt<br />

w. www.cpgl.pt<br />

CSBA Advogados<br />

Rua Castilho, 44, 8º andar<br />

1250-071 Lisboa<br />

t. +351 213 846 200<br />

e. csba@csba-advogados.pt<br />

w. www.csba-advogados.pt<br />

CTSU<br />

Av. Eng. Duarte Pacheco 7, 7º piso<br />

1070-100 Lisboa<br />

t. +351 219 245 010<br />

e. geral@ctsu.pt<br />

w. www.ctsu.pt<br />

Cuatrecasas - Gonçalves Pereira<br />

& Associados<br />

Av. Fontes Pereira de Melo, 6<br />

1050-121 Lisboa<br />

t. +351 213 553 800<br />

e. cuatrecasasportugal@cuatrecasas.com<br />

w. www.cuatrecasas.com<br />

BOARD<br />

José Costa Pinto<br />

Sócio<br />

CONTACTOS<br />

Edifício Amoreiras, Plaza R. Carlos Alberto<br />

da Mota Pinto, nº 9, 7ºA 1070-374 Lisboa<br />

t. +351 213 180 370<br />

e. geral@costapinto.pt<br />

w. www.costapinto.pt<br />

Ana da Ponte Lopes<br />

Sócia<br />

» Operações de Reestruturação Fiscal<br />

» Direito Regulatório e Compliance<br />

» Revisão de Procedimentos e Modelos<br />

» Avaliação de Riscos<br />

» Regulamentos e Sistemas de Risco de<br />

Controlo Interno<br />

CVA – Cruz Vilaça Advogados<br />

Av. Duque de Ávila, 141<br />

4dto Edifício OMNI<br />

1050-081 Lisboa<br />

t. +351 211 609 524<br />

e. info@cruzvilaca.eu<br />

w. www.cruzvilaca.eu<br />

Dantas Rodrigues & Associados<br />

Soc. de Advogados, R.L.<br />

Av. Elias Garcia,<br />

162 - 7º A<br />

1050-102 Lisboa<br />

t. +351 217 995 050<br />

e. secretariado@dantasrodrigues.com<br />

w. www.dantasrodrigues.com<br />

Dário Freitas & Associados<br />

Rua Sá da Bandeira,<br />

567 - 1º Dto<br />

4000-437 Porto<br />

t. +351 222 087 065<br />

e. geral@dfassociados.com<br />

Delgado & Associados Sociedade<br />

de Advogados, R.L<br />

Av. Boavista, 1837 - 12º<br />

4100-133 Porto<br />

t. +351 220 114 100<br />

e. mail@delgado.pt<br />

w. www.delgado.pt<br />

Dinis Lucas & Almeida Santos<br />

Av. da República, 50 - 7º A<br />

1050-196 Lisboa<br />

t. +351 217 816 010<br />

e. geral@dlas.pt<br />

w. www.dlas.com.pt<br />

Diogo, Neto, Marques & Associados -<br />

Soc. Advog, R.L.<br />

Edifício Avenida, Av. Heróis Do Ultramar,<br />

52 - 2º Apartado 107<br />

3100-462 Pombal<br />

t. +351 236 209 650<br />

e. dnm@dnm-sadvog.com<br />

w. www.dnm-sadvog.com<br />

DLA Piper ABBC<br />

Largo de São Carlos, nº 3<br />

1200-410 Lisboa<br />

t. +351 213 583 620<br />

e. dlapiperabbc@dlapiper.com<br />

w. www.dlapiper.com<br />

Eduardo Paz Ferreira & Associados<br />

Avenida Duque de Loulé, N.º 106<br />

8.º Andar<br />

1050-093 Lisboa<br />

t. +351 213 510 050<br />

e. secretariado@eduardopazferreira.pt<br />

w. www.eduardopazferreira.pt<br />

Eduardo Pereira Sousa, Teresa Marques<br />

Guerra & Assoc.<br />

Rua da Boavista, 844-2º, Sala 2.2<br />

4050-106 Porto<br />

t. +351 223 390 773<br />

e. epsousatmguerra@iol.pt<br />

Eduardo Serra Jorge e Maria José<br />

Garcia - Soc. Adv, R.L.<br />

Av. António Augusto De Aguiar,<br />

Nº 183 R/C Dto.<br />

1050-014 Lisboa<br />

t. +351 213 845 390<br />

e. esjmjg@esjmjgadvogados.com<br />

w. www.esjmjgadvogados.com<br />

Elmiro de Sousa, Rosa Vasconcelos &<br />

Assoc. – Soc. Advog, RL<br />

Campo 24 De Agosto, 129 - 5º - Escr. 501<br />

4300-504 Porto<br />

t. +351 226 051 298<br />

e. elmirodesousa-2441p@adv.oa.pt<br />

Enes Cabral<br />

Av. Fontes Pereira de Melo, 25-2º Dtº<br />

1050-117 Lisboa<br />

t. +351 215 844 930<br />

e. ec@enescabral.com<br />

w. www.enescabral.com<br />

Espanha & Associados<br />

Rua Castilho, n.º 75, 8.º Dto.<br />

1250-068 Lisboa<br />

t. +351 213 538 705<br />

e. geral@espanhaassociados.pt<br />

w. www.espanhaassociados.pt<br />

Estúdio Jurídico Ejaso, H. Pardo, H.<br />

Larramendi y Asoc.<br />

Rua Castilho, 13D - 1º B,<br />

1250-066 Lisboa<br />

t. +351 213 528 133<br />

e. ejalisboa@ejaso.com<br />

w. www.ejaso.com<br />

Eversheds Sutherland FCB<br />

Av. da Liberdade, 249, 1º<br />

1250-143 Lisboa<br />

t. +351 213 587 500<br />

e. fcb@eversheds-sutherland.net<br />

w. www.eversheds-sutherland.pt<br />

FALM – Ferreira de Almeida, Luciano<br />

Marcos & Associados, Sociedade de<br />

Advogados, R.L<br />

Rua Abranches Ferrão, 10 - 5º F<br />

1600-001 Lisboa<br />

t. +351 217 224 200<br />

e. geral@falm.pt<br />

w.www.falm.pt<br />

Farinho Dias & Ana Cristina Dias Soc.<br />

Advogados<br />

Rua Braamcamp, Nr. 12 - 3º Dt.<br />

1250-050 Lisboa<br />

t. +351 213 826 880<br />

e. fd@farinhodias.pt<br />

FB&A<br />

Campo Grande, 28-9ºA<br />

1700-093 Lisboa<br />

t. +351 215 866 800<br />

e. geral@fbea.pt<br />

FCM - Ferreira da Conceição, Menezes<br />

& Associados, Sociedade de Advogados,<br />

S.P., R.L.<br />

Av. Avenida da República, n.º 44, 2.º Dto.<br />

1050-194 Lisboa, Portugal<br />

t. +351 217 950 555<br />

e. fcmg@fcmg.pt<br />

w. www.fcmg.pt<br />

FDR – Pinto Duarte, Côrte-real, Casado<br />

Neves & Assoc., R.L<br />

Rua Marquês de Fronteira, Nº 8, 1º Dto<br />

1070-296 Lisboa<br />

t. +351 213 710 700<br />

e. fdradvogados@fdr.pt<br />

w. www.fdr.pt<br />

EXECUTIVE DIGEST \ QUEM É QUEM NOS ADVOGADOS \ 2023 67


DIRETÓRIO<br />

Somos um escritório de advogados<br />

criado, em Guimarães, em 1978, que<br />

posteriormente deu lugar à sociedade<br />

de advogados Gama Lobo Xavier,<br />

Luís Teixeira e Melo e Associados,<br />

corporizando a sua génese uma longa e<br />

profunda relação profissional e pessoal<br />

criada pelos dois sócios fundadores<br />

Gama Lobo Xavier e Luís Teixeira e Melo.<br />

Na nossa prática, privilegiamos a relação<br />

de confiança e transparência para com<br />

os nossos Clientes, Colegas e demais<br />

parceiros, com quem partilhamos<br />

riscos e pretendemos manter relações<br />

duradouras. Com total independência,<br />

empenho é a nossa palavra de ordem<br />

na defesa intransigente dos direitos dos<br />

nossos clientes.<br />

Fernando Alberto, G.Alves, Marcos<br />

Silva, V.Castro e Assoc.<br />

Largo República do Brasil<br />

437 C - 4º<br />

4810-446 Guimarães<br />

t. +351 253 420 550<br />

e. fagamsvc.assoc@mail.telepac.pt<br />

Fernando Anastácio & Associados<br />

Soc. Advogados, R.L<br />

Av. da Liberdade, 93 - 2º<br />

Apartado 2235<br />

8200-002 Albufeira<br />

t. +351 289 586 447<br />

e. advogalgarve@cam-advogados.pt<br />

w. www.cam-advogados.pt<br />

Fernando Fraga & Associados Soc.<br />

de Advogados<br />

Av. da República, 24 - 9º<br />

1050-192 Lisboa<br />

t. +351 213 170 830<br />

e. advogados@ffa.pt<br />

w. www.ffa.pt<br />

Fernando Sobreira & Associados<br />

Soc. Advogados<br />

Rua Sampaio e Pina, 12 - 4º Dtº<br />

1070-249 Lisboa<br />

t. +351 213 841 220<br />

e. fs@fsadvogados.pt<br />

SÓCIOS<br />

Luís Teixeira e Melo, Gonçalo Gama<br />

Lobo, Luís Filipe Teixeira e Melo,<br />

Rui Teixeira e Melo, Hugo Costa e<br />

Silva, Maria Emília Meira, Margarida<br />

Machado, José Pinto de Almeida,<br />

Mónica Moreira Soares, José Carlos<br />

Campos<br />

ÁREAS DE ATUAÇÃO<br />

CONTACTOS<br />

Avenida General Humberto Delgado, 181, 4800-158 Guimarães<br />

t. +351 253 421 600<br />

e. geral@gamalobomelo.com / w. www.gamalobomelo.com<br />

» Arbitragem e Mediação<br />

» Direito Comercial<br />

» Direito do Desporto<br />

» Direito do Trabalho<br />

» Direito Fiscal<br />

» Direito Internacional<br />

» Direito Penal<br />

» Direito Privado<br />

» Direito Público e Administrativo<br />

» Propriedade Intelectual<br />

» Reestruturação de Empresas<br />

» Registos e Notariado<br />

» Proteção de Dados e Tecnologias<br />

de Informação<br />

Ferreira da Conceição, Menezes<br />

& Associados<br />

Av. da República, 44 - 2º Dto.<br />

1050-194 Lisboa<br />

t. +351 217 950 555<br />

e. fcmg@fcmg.pt<br />

w. www.fcmg.pt<br />

Filipe Azoia & Associados – Sociedade<br />

de Advogados, SP, RL.<br />

Av. Engenheiro Duarte Pacheco, Torre 1,<br />

Piso 6, Sala 1<br />

1070-101 Lisboa<br />

t. +351 211 319 684<br />

e. geral@fa-associados.pt<br />

w www.a-associados.pt<br />

Filipe Sequeira & Associados Soc.<br />

Advogados<br />

Av. Arriaga 44b, 5º, Sala 1<br />

9000-064 Funchal<br />

t. +351 291 214 100<br />

e. info@fsadvogados.com<br />

w. www.fsadvogados.com<br />

Fonseca, Barroso & Vicente Soc.<br />

Advogados, R.L.<br />

Av. de Berna, 24 - 2º Esq.127/31-5, 302/4<br />

1050-041 Lisboa<br />

t. +351 217 937 900<br />

e. fbv-lexberna@mail.telepac.pt<br />

Fontes Neves & Associados, Sociedade<br />

Advogados, R.L.<br />

R. António Augusto de Aguiar 112 – 2º Esq<br />

6200-050 Covilhã<br />

t. +351 275 320 710<br />

e. advogados.geral@fontesneves.pt<br />

w. www.fontesneves.pt<br />

Frederico Bonacho, António Falé Nobre<br />

& Assoc. – Soc. Adv.<br />

R. Bernardim Ribeiro, 12 A 1150-071 Lisboa<br />

t. +351 213 590 561<br />

e. geral@bna.pt<br />

Freitas, Giraldes, Leão & Associados -<br />

Soc. Advogados R.L<br />

Rua António Cardoso, 332<br />

4150-079 Porto<br />

t. +351 226 079 400<br />

e. fgl@fgl.pt<br />

w. www.fgl.pt<br />

Freitas de Carvalho Advogados<br />

Largo da República do Brasil, 437C – 2ºX<br />

4810-446 Guimarães<br />

t. (+351) 253 095 086<br />

e. info@freitascarvalho.pt<br />

w. www.freitascarvalho.pt<br />

Gabinete de Advogados J.C. Rufino<br />

Ribeiro & Associados, SPA, R.L<br />

R. Barbosa Resende, 16 - 3º Apartado 130<br />

2670-901 Loures<br />

t. +351 219 834 791<br />

e. rufino.gabinete.advogados@gmail.com<br />

Galhardo Vilao, Torres, Sociedade<br />

de Advogados<br />

Rua Castilho, Nr. 13 D - 7º A<br />

1250-066 Lisboa<br />

t. +351 213 193 930<br />

e. welcome@gvt.pt<br />

w. www.gvt.pt<br />

Galvão & Sacôto Associados Soc.<br />

Advogados, R.L.<br />

Av. Infante Santo, 23 - 8º B<br />

1350-177 Lisboa<br />

t. +351 213 965 818<br />

e. gsadvoga@netcabo.pt<br />

w. www.galvaosacotoassociados.pt<br />

Gama Glória<br />

Rua Alexandre Herculano, 38 – 4º<br />

1250-011 Lisboa<br />

t. +351 211 390 139<br />

e. gamagloria@gamagloria.com<br />

w. www.gamagloria.com<br />

Gama Lobo Xavier, Luis Teixeira e Melo<br />

e Associados<br />

Avenida General Humberto Delgado, 181<br />

4800-158 Guimarães<br />

t. +351 253 421 600<br />

e. geral@gamalobomelo.com<br />

w. www.gamalobomelo.com<br />

Gameiro e Associados Sociedade de<br />

Advogados, R.L<br />

Beloura Office Park, Edif.2 Escr. 2,<br />

Qta Beloura, 2710-694 Sintra<br />

t. +351 219 246 755<br />

e. smggameiroeassociados@lexactual.com<br />

w. www.gameiroassociados.com<br />

Garrigues<br />

Av. da República, 25 - 1.º Andar<br />

1050-186 Lisboa<br />

t. +351 213 821 200<br />

e. portugal@garrigues.com<br />

w. www.garrigues.com/pt<br />

GCCA – Guimarães, Correia, Cardoso<br />

& Associados – Soc. Adv., R.L.<br />

Rua Marquês Da Fronteira 8, 2º- E<br />

1070-296 Lisboa<br />

t. +351 213 715 370<br />

e. geral@gcca.pt<br />

GDP – Advogados Associados<br />

Av. 5 de Outubro, Nr. 176 - 5º Esq.<br />

1050-063 Lisboa<br />

t. +351 217 931 143<br />

e. mail@gdpalegal.com<br />

w. www.gdpalegal.com<br />

George Advogados<br />

Av. 5 de Outubro, n.º 70, 4.º andar<br />

1050-059 Lisboa<br />

t. +351 215 832 292 / +351 217 930 876<br />

e. lisboa@georgeadvogados.com<br />

w. https://lei-network.com/<br />

Gil Figueira & Devillet Lima – Sociedade<br />

de Advogados, SP, RL<br />

Rua Rodrigues Sampaio, 97 – 4º Andar<br />

1150-279 Lisboa<br />

t. +351 210 997 356 / +351 210 200 076<br />

e. hello@gfdl.legal<br />

w. www.gfdl.legal<br />

Gil Moreira Santos, Caldeira, Cernadas<br />

& Associados – Soc. Advogados R.L<br />

Rua 5 de Outubro, 446 - 466<br />

4100 - 173 Porto<br />

t. +351 226 076 020<br />

e. geral@gmscc.pt<br />

w. www.gmscc.pt<br />

Gómez – Acebo & Pombo<br />

Av. Duque de Ávila, n.º 46, 6.º<br />

1050-083 Lisboa<br />

t. +351 213 408 600<br />

e. advogados.lisboa@ga-p.com<br />

w. www.ga-p.com<br />

Gonçalo Leite Campos & Associados<br />

Rua Garret, 12, 1º Esq.<br />

1220-204 Lisboa<br />

t. +351 213 460 054<br />

e. geral@glc.pt<br />

w. www.glc.pt<br />

68<br />

EXECUTIVE DIGEST \ QUEM É QUEM NOS ADVOGADOS \ 2023


DIRETÓRIO<br />

Prestamos serviços jurídicos personalizados<br />

e pessoais, juntamente com a experiência e<br />

especialização em diferentes áreas de prática,<br />

sempre focada no núcleo de acrescer valor ao<br />

cliente.<br />

Com foco principalmente na assessoria<br />

jurídica a particulares e empresas, nacionais e<br />

multinacionais, devido à experiência e prática<br />

como assessores jurídicos corporativos<br />

pessoais.<br />

Trabalhamos lado a lado com os clientes, a<br />

fim de obter um serviço de excelência, que<br />

permita aos nossos clientes concentrarem-se<br />

neles mesmos e nos seus negócios. Queremos<br />

contar com eles todos os anos e que nos<br />

recomendem à sua rede.<br />

Os membros da equipa sabem que têm a<br />

autoridade, sem interferências, para tomar as<br />

decisões que melhor defendam os interesses<br />

dos clientes, e por isso mesmo temos “a nononsense<br />

approach to solving legal problems”.<br />

Gonçalves Lopes & Associados Soc.<br />

de Advogados, R.L.<br />

Rua Professor Correia de Araújo, 593 Pct.<br />

Privada, Ent. 3, Salas 1/2<br />

1050-047 Lisboa<br />

t. +351 225 020 635<br />

e. l.goncalves@mail.telepac.pt<br />

GPA Advogados – Gouveia Pereira,<br />

Costa Freitas & Associados Edifício<br />

Amoreiras Square Rua Carlos Alberto<br />

da Mota Pinto Nº 17 – 3º B<br />

1070-313 Lisboa<br />

t. +351 213 121 550<br />

e. gpa@gpasa.pt<br />

w. www.gpasa.pt<br />

Graça, Gonçalves & Associados –<br />

Sociedade de Advogados, SP, RL<br />

Rua Tenente Valadim, nº 7-A<br />

2750-502 Cascais<br />

t. +351 214 831 770<br />

e. mail@ggadvogados.pt<br />

w. www.ggadvogados.pt<br />

Guedes, Cruz Gonçalves & Associados –<br />

Soc.Adv, R.L.<br />

Av. Almirante Reis, 94-D-Rch E 1º Dtrº<br />

1150-022 Lisboa<br />

t. +351 218 163 110<br />

e. geral@gcg.pt<br />

ÁREAS DE ATUAÇÃO<br />

» Trabalho e Segurança Social<br />

» Fiscal e Comercial<br />

» Contratual (Nacional e<br />

Internacional)<br />

» Estrangeiros<br />

» Propriedade Industrial<br />

» Turismo e Real State<br />

» Contencioso e Resolução de<br />

Litígios<br />

» Recuperação de Créditos<br />

(Nacional e Internacional)<br />

» Insolvências<br />

» Distressed Assets<br />

» NPL’S Portfolios<br />

FICHA TÉCNICA<br />

Nº de Sócios: 4<br />

Nº Total de Advogados: 7<br />

Nº de Advogados Estagiários: 1<br />

Nº de Consultores: 7<br />

Outros Colaboradores: 7<br />

Hellmuth Diniz & P. R. Madeira Soc.<br />

Advogados<br />

Rua Visconde de Seabra, 22 - 8º<br />

1700-270 Lisboa<br />

t. +351 217 956 900<br />

e. p.r.madeira@hdprm-socadv.pt<br />

Henrique Abecasis, Andresen Guimarães<br />

& Associados Sociedade de<br />

Advogados, R.L.<br />

Av. Miguel Bombarda, Nr. 35<br />

1050-161 Lisboa<br />

t. +351 213 169 500<br />

e. geral@haaag.pt<br />

w. www.haaag.pt<br />

Horácio Lages & Carlos Lages<br />

Avenida da Liberdade Nr. 706, 2º andar<br />

4710-249 Braga<br />

t. +351 253 267 474<br />

e. carloslages.braga@sociedadeadvogados.mail.pt<br />

w. www.hcladvogados.com<br />

Ilime Portela & Associados Soc. Advogados,<br />

R.L.<br />

Av. Columbano Bordalo Pinheiro,<br />

7 6º Esq.<br />

1070-060 Lisboa<br />

t. +351 217 263 386<br />

w. www.ilimeportela-advogados.a-web.org<br />

Isabel Duarte & Associados Soc.<br />

Advogados, R.L.<br />

Av. António Augusto de Aguiar, 11 - 4º Esq.<br />

1050-010 Lisboa<br />

t. +351 213 515 520<br />

e. isabel.duarte@idlei.com<br />

Isabel Seuanes & Associados – Soc. de<br />

Advogados, R.L.<br />

Av. Duque D’ Avila, 185 - 7º<br />

1050-082 Lisboa<br />

t. +351 geral@isassociados.pt<br />

w. www.isassociados.pt<br />

J+Legal<br />

Edifício Amoreiras Square, Rua Joshua<br />

Benoliel, 1 – 6ºC, 1250-273 Lisboa<br />

t. +351 218 770 000<br />

e. geral@jlegal.pt<br />

w. www.jlegal.pt<br />

J. A. Pinto Ribeiro & Associados<br />

Rua Duque de Palmela, 27 - 5º Esq.<br />

1250-097 Lisboa<br />

t. +351 213 138 800<br />

e. geral@pintoribeiro.com<br />

Jardim, Sampaio, Magalhães e Silva<br />

Associados<br />

Av. Duque de Ávila, nº 141 Ed. OMNI<br />

4º Andar Dto.<br />

1050-081 Lisboa<br />

t. +351 213 564 300<br />

e. jsms@jsms.pt<br />

w. www.jsms.pt<br />

J. Plácido Santos & Associados Soc.<br />

Advogados, R.L.<br />

Lg. 5 de Outubro, 9/10 - 1º Apt. 186<br />

8401-903 Lagoa<br />

t. +351 282 340 250<br />

e. jpslaw@jpslaw.com.pt<br />

w. www.jpslaw.com.pt<br />

João Marcelo & Associados Sociedade<br />

de Advogados, R.L<br />

Av. 1º de Maio, 12 - 2º Andar<br />

6000-086 Castelo Branco<br />

t. +351 272 328 566<br />

e. jma@jma-advogados.com<br />

w. www.jma-advogados.com<br />

João Marques & Associados Soc.<br />

Advogados, R.L.<br />

Pç. Carlos Alberto, 123 - 3º, Sala 33/34<br />

4050-293 Porto<br />

t. +351 222 052 016<br />

e. info@jmadv.pt<br />

João Nabais & Associados Sociedade<br />

de Advogados, R.L<br />

Rua Fernando Palha, Nº 26<br />

1950-131 Lisboa<br />

t. +351 218 622 100<br />

e. advogados@jnabais-advogados.pt<br />

w. www.jnabais-advogados.pt<br />

João Norberto da Palma Carlos<br />

e Associados – Soc. de Advogados<br />

Av. 5 de Outubro,168<br />

1050-062 Lisboa<br />

t. +351 213 579 595<br />

e. palmacarlos@ip.pt<br />

João Pedroso & Associados<br />

Avenida Fontes Pereira de Melo 30<br />

1050-122 Lisboa<br />

t. +351 213 163 260<br />

e. geral@pedrosoadv.pt<br />

w. www.pedrosoadv.pt<br />

João Pinto Germano & Associados<br />

Avenida da Liberdade<br />

Nº 144, 8º Dto<br />

1250-146 Lisboa<br />

t. +351 213 406 050<br />

e. geral@jpg-associados.com<br />

w. www. jpg-associados.com<br />

Joaquim C.Santos & Associados<br />

Sociedade de Advogados<br />

Rua Mestre Roque Gameiro 29, 1º-E<br />

2700-577 Amadora<br />

t. +351 214 948 080<br />

e. joaquimcsantos-10034l@advogados.oa.pt<br />

Joaquim Petisca & Associados Sociedade<br />

de Advogados<br />

Rua Tierno Galvan<br />

Torre 3, 4º - S 402<br />

1070-274 Lisboa<br />

t +351 13 844 945<br />

e jpa.advogados@netcabo.pt<br />

Jorge Carneiro & Associados Soc.<br />

Advogados<br />

Rua Eugénio De Castro<br />

352, 2º, Sala 26<br />

4100-225 Porto<br />

t. +351 226 051 330<br />

e. lawfirm@jcassociados.pt<br />

w. www.jcassociados.pt<br />

Jorge Mota, Jorge Monteiro Santos<br />

& Associados<br />

Calçada Marques Abrantes, 38-3º-Esqº<br />

1200-719 Lisboa<br />

t. +351 213 969 684<br />

e. jms.socadv@clix.pt<br />

Jorge Pracana e Francisco José Martins<br />

& Associados<br />

R. Joaquim António de Aguiar, N. 66 - 3º Esq.<br />

1070-153 Lisboa<br />

t +351 213 806 210<br />

José Carlos de Oliveira & Associado<br />

Sociedade de Advogados R.L<br />

Avenida João Xxi 16,1º-D<br />

1000-302 Lisboa<br />

t. +351 218 400 316<br />

e. jco@jcoadvogados.pt<br />

EXECUTIVE DIGEST \ QUEM É QUEM NOS ADVOGADOS \ 2023 69


DIRETÓRIO<br />

Jose de Albuquerque & Associados,<br />

Soc. Adv. R.L.<br />

Rua Oliveira Martins 4 – 1º C<br />

2845-381 Amora<br />

t. +351 212 245 323<br />

e. advogados@josealbuquerque.com<br />

w. www.josealbuquerque.com<br />

José M. S. Moniz, Marçal Antunes,<br />

Ricardo Brazete e Associados<br />

Rua dos Combatentes da Grande<br />

Guerra, 17 - 1º<br />

3500-109 Viseu<br />

t. +351 232 480 390<br />

e. geral@jmmarb.com<br />

w. www.jmmarb.com<br />

José Macieirinha, Pedro Macieirinha<br />

& Associados Soc. Adv. R.L.<br />

Rua D. Pedro de Castro<br />

5000-911 Vila Real<br />

t. +351 259 371 949<br />

e. tmacieirinha@jmpm-advogados.pt<br />

w. www.jmpm-advogados.pt<br />

José Maria Calheiros & Associados,<br />

Soc. Adv. R.L.<br />

Av. António Augusto de Aguiar<br />

38 - 6º Andar<br />

1050-016 Lisboa<br />

t. +351 213 152 795<br />

e. advogados@jmclawyers.com<br />

JPAB – José Pedro Aguiar-Branco<br />

& Associados<br />

Rua de José Falcão, 110<br />

4050-315 Porto<br />

t. +351 210 958 100<br />

e. info@jpab.pt<br />

w. www.jpab.pt<br />

José Pimenta & Associados<br />

Sociedade de Advogados R.L<br />

Avenida 25 Abril<br />

Edifício Navegador 1011,1º-F<br />

2750-515 Cascais<br />

t. +351 214 848 860<br />

e. geral@jpassociados.pt<br />

José Serrão & Associados – Soc.<br />

Adv. R.L.<br />

Avenida Duque de Loulé,<br />

N.º 47º, 5º Esq<br />

1050-086 Lisboa<br />

t. +351 213 103 320<br />

e. geral@jsadvogados.com<br />

joseserrao@jsadvogados.com<br />

w. www.jsadvogados.com<br />

Júlio Corrêa Mendes<br />

& Associados<br />

Av. António José de Almeida,<br />

Nº 30 – 2º Andar<br />

1000-044 Lisboa<br />

t. +351 217 963 252<br />

e. advogados@jcorreamendes.pt<br />

w. www.jcorreamendes.pt<br />

KENNEDYS<br />

Avenida Engenheiro Duarte Pacheco<br />

Amoreiras, torre 1,<br />

piso 5, sala 5<br />

1070-101 Lisboa<br />

t. +351 213 243 690<br />

e. reception.portugal@kennedyslaw.com<br />

w. www. kennedyslaw.com<br />

Lamy & Alves – Sociedade de<br />

Advogados R.L<br />

Rua do Barranco 75<br />

8400-508 Carvoeiro Lga<br />

t. +351 282 357 276<br />

e. advogados@lamyalves.net<br />

w. www.lamyalves.pai.pt<br />

Leal, Faro, Ramos & Tentugal<br />

Rua Caldas Xavier,<br />

nº38, 5º Drt.<br />

4150-162 Porto<br />

t. +351 226 004 851<br />

e. geral@lfrt.pt<br />

w. www.lfrt.pt<br />

Lebre Sá Carvalho & Associados<br />

Soc. Advogados<br />

Rua Julio de Andrade, 2<br />

1150-206 Lisboa<br />

t. +351 218 855 440<br />

e. jlfreitas@lsca.pt<br />

Legalworks (Gomes Da Silva &<br />

Associados) Sociedade de<br />

Advogados R.L.<br />

Edifício Espaço Chiado,<br />

Rua da Misericórdia, Nº14,<br />

6º Andar, Escritórios 22 E 23<br />

1249-038 Lisboa<br />

t. +351 213 242 360<br />

e. geral@legalworks.pt<br />

w. www.legalworks.pt<br />

Leite, Campos, Soutelinho<br />

& Associados<br />

Avenida Casal Ribeiro,<br />

Nr. 14 - 9.º<br />

1000-092 Lisboa<br />

t. +351 213 309 060<br />

e. geral@lcsgsr.com<br />

w. www.leitecampossoutelinho.com<br />

LeggiTeam, S.L.P. – Sucursal em<br />

Portugal<br />

Av. António Augusto de Aguiar,<br />

nº 90 - 2º<br />

1050-018 Lisboa<br />

t. +351 211 341 469<br />

e. geralpt@leggiteam.com<br />

w. www.leggiteam.com<br />

LGP - Soc. Advogados R.L.<br />

Rua Pinheiro Chagas, 17 - 2º<br />

1050-174 Lisboa<br />

t. +351 213 182 700<br />

e. info@lgp.pt<br />

w. www.lgp.pt<br />

LINKLATERS LLP<br />

Avenida Fontes Pereira de Melo<br />

N. 14 - 15º<br />

1050-121 Lisboa<br />

t. +351 218 640 063<br />

e. lucia.ferreira@linklaters.com<br />

w. www.linklaters.com<br />

Lipari Garcia & Associados Sociedade<br />

de Advogados R.L.<br />

Avenida da República 56, 7º-E<br />

1050-196 Lisboa<br />

t. +351 217 962 151<br />

e. geral@liparigarcia.pt<br />

LJ & Associados – Soc.Adv, R.L.<br />

Rua Manuel Tiago, Nr. 83- R/C<br />

2870-353 Montijo<br />

t. +351 212 309 570<br />

e. geral@lj-advogados.pt<br />

Lobo, Vasques & Associados –<br />

Sociedade de Advogados, SP, RL<br />

Largo Vitorino Damásio, 4<br />

1º Santos-o-Velho<br />

1200-872 Lisboa<br />

t. +351 213971 314<br />

e. info@lobovasques.com<br />

w. www.lobovasques.com<br />

Lopes Barata & Associados Sociedade<br />

de Advogados R.L.<br />

Rua Poeta Bocage 2, 2º D<br />

1600 - 233 Lisboa<br />

t. +351 213 555 651<br />

e. gerallba@netcabo.pt<br />

w. www.lopesbarata.com<br />

Lopes Cardoso & Associados<br />

Sociedade de Advogados, R.L.<br />

Rua Júlio Dinis 247,4.º E/9<br />

4051-401 Porto<br />

t. +351 226 099 448<br />

e. lca@lopes-cardoso.pt<br />

w. www.lopes-cardoso.pt<br />

Lopes Dias & Associados Soc.<br />

Advogados R.L.<br />

Av.24 de Julho Nº 60 2º Esq<br />

1200-869 Lisboa<br />

t. +351 213 920 290<br />

e. lopesdias@ld-lawfirm.com<br />

w. www.ld-lawfirm.com<br />

Luís Barros Figueiredo, Sofia Louro<br />

& Associados Soc. Advogados<br />

Av. António Augusto de Aguiar,<br />

165, R/C Esq<br />

1050-014 Lisboa<br />

t. +351 213 715 310<br />

e. law@law.com.pt<br />

w. www.law.com.pt<br />

Luís Filipe Chaveiro & Associados<br />

Av. Duque D’ Ávila, 185, 1ºc<br />

1050-082 Lisboa<br />

t. +351 213 138 550<br />

e. lfchaveiro@lfc-associados.com<br />

Luís Laureano Santos & Associados,<br />

Sociedade de Advogados, R.L.<br />

Avenida Fontes Pereira de Melo, 19 - 3º<br />

1050-116 Lisboa<br />

t. +351 213 592 500<br />

e. geral@lsc.pt<br />

w. www.lsc.pt<br />

Luís Loureiro,João Gomes & Associados--Sociedade<br />

de Advogados R.L.<br />

Avenida Doutor António José Almeida<br />

23,4ºD, 3510-046 Viseu<br />

t. +351 232 431 368<br />

e. geral.lljg.adv@mail.telepac.pt<br />

Maltez,Amaro & Associados Sociedade<br />

de Advogados R.L.<br />

Av. Conde Valbom. Nr.1, Escr. B<br />

1050-066 Lisboa<br />

t. +351 213 147 313<br />

e. mman-law@mman-law.com<br />

MANO & RODRIGUES – Sociedade<br />

de Advogados, R.L.<br />

Edifício Mota-Galiza Rua Júlio Dinis,<br />

247 - 5º E 4<br />

4050-324 Porto – Portugal<br />

t. +351 226 069 913<br />

e. geral@mradvogados.com<br />

w. www.mradvogados.com<br />

Manuel Guerra Pinheiro, Paulo Reis &<br />

Associados Sociedade de Advogados,<br />

R.L.<br />

Rua Latino Coelho, Nº1, 6º Andar,<br />

Edf. Hi-Fly<br />

1050-132 Lisboa<br />

t. (+351) 210 010 640<br />

e. lisboa@g-advogados.com<br />

w. www.g-advogados.com<br />

Manuel José Guerreiro & Associados<br />

R. Comendador António Hipólito 6º B,<br />

2560-134 Torres Vedras<br />

t. +351 261 327 320 / 261 327 325<br />

e. soc.advogados@mjguerreiro.pt<br />

w. www.mjguerreiro.pt<br />

Manuel Rebanda, Pereira Monteiro &<br />

Associados Sociedade de Advogados<br />

Rua João Machado 100,5º-S 505<br />

3000-226 Coimbra<br />

t. +351 239 851 950<br />

e. geral@mrpmadv.pt<br />

Maria Ferreira, Fernandes Ferreira<br />

Alameda da Quinta de S. António, Nº<br />

13F, 1600-675 Lisboa<br />

t. (+351) 213 551 811<br />

e. geral@mfff.pt<br />

Marques Bom & Associados Soc.<br />

Advogados, R.L.<br />

Av. Duque de Loulé, 5 - 6º<br />

1050-085 Lisboa<br />

t. +351 213 504 510/1<br />

e. geral@marquesbom.com<br />

w. www.marquesbom.com<br />

70<br />

EXECUTIVE DIGEST \ QUEM É QUEM NOS ADVOGADOS \ 2023


DIRETÓRIO<br />

Martins Alfaro, Rui Teixeira & Associados<br />

Sociedade de Advogados, R.L.<br />

Av. da Républica, Nº 44, 7º Esq<br />

1050-194 Lisboa<br />

t. +351 217 803 010<br />

e. geral@lisbonlegal.com<br />

w. www.lisbonlegal.com<br />

Matos Ferreira & Associados Sociedade<br />

De Advogados<br />

Rua do Conde de Redondo, Nº 8,<br />

4º Dto, 1150-105 Lisboa<br />

t. +351 213 512 190<br />

e. pedromf@lis.ulusiada.pt<br />

MC&A - Sociedade De Advogados, R.L.<br />

Avenida da Liberdade, 262 – 4º Esq.<br />

1250-149 Lisboa<br />

t. +351 213 569 930<br />

e. vmc@legalmca.com<br />

w. www.legalmca.com<br />

MCJ Advogados<br />

Largo de Jesus, Nº 1-B<br />

2900-499 Setúbal<br />

t. +351 265 530 260<br />

e. mcj@mcjadvogados.com.pt<br />

w. www.mcjadvogados.com.pt<br />

Mendes Ferreira & Associados Soc.<br />

Advogados R.L.<br />

Av. da Boavista, 3477, 3521<br />

S. 308-309 Ed. Avis, 4100-139 Porto<br />

t +351 226 098 915<br />

e. info@mendesferreira.com<br />

w. www.mflaw.eu<br />

Messias Carvalho, Sónia de Carvalho<br />

& Associados – Sociedade de Advogados,<br />

R.L<br />

Rua de Vilar, Nº 235, 6º-Esq.<br />

Edifício Scala<br />

4050-626 Porto<br />

t. +351 226 076 070<br />

e. geral@mcsc.pt<br />

w. www.mcsc.pt<br />

MGRA & Associados, R.L.<br />

Avenida Praia da Vitória,<br />

Nº 48, 3º Andar Dt.º<br />

1050-184 Lisboa<br />

t. +351 213 595 090<br />

e. mgra@mgra.pt<br />

w. www.mgra.eu<br />

Miguel Veiga,Neiva Santos & Associados<br />

- Sociedade de Advogados<br />

Rua Picaria 75 4050-478 Porto<br />

t. +351 220 113 000<br />

e. mail@mvassoc.pt<br />

Miranda & Associados Sociedade<br />

de Advogados, SP, RL<br />

Av. Engenheiro Duarte Pacheco, 7<br />

1070-100 Lisboa<br />

t. +351 217 814 800 / +351 217 814<br />

w. www.mirandalawfirm.com<br />

MLA - Maricato, Lima & Associados -<br />

Sociedade de Advogados, R.L.<br />

Rua das Picoas, 12 - 2º andar<br />

1050-173 Lisboa<br />

t. +351 219 364 200<br />

e. mla@mla.pt<br />

w. www.mla.pt<br />

MLJ - Sociedade de Advogados R.L.<br />

Avenida Visconde Valmor<br />

Nº 41 - 2º Esq.<br />

1050-237 Lisboa<br />

t. +351 217 800 280/1<br />

e. mfreitas@mlj-advogados.com<br />

lneves@mlj-advogados.com<br />

w. www.mlj-advogados.com<br />

Monforte Calheiros & Associados<br />

Sociedade de Advogados<br />

Avenida Sidónio Pais 24, 5º- Dto<br />

1050-215 Lisboa<br />

t. +351 213 163 450<br />

e. mc@mc-law.com.pt<br />

Monereo Meyer Advogados<br />

Rua Filipe Folque n.º 10 J – 4º dto.<br />

1050 -113 Lisboa<br />

t. +351 210 203 478<br />

e. lis@mmmm.pt<br />

Montalvão Martins & Associados<br />

Sociedade de Advogados<br />

Avenida da República 64, 8º<br />

1050-197 Lisboa<br />

t. +351 217 827 120<br />

e. montalvaoassociados@gmail.com<br />

Monteiro Gomes Advogados<br />

Edificio Aviz<br />

Av. Fontes Pereira de Melo,<br />

nº 35 – 6º D<br />

1050-118 Lisboa<br />

t. +351 213 139 010<br />

e. geral@mgadvogados.pt<br />

w. www.mgadvogados.pt<br />

Monterroso & Associados Sociedade<br />

de Advogados, R.L.<br />

Avenida General Pedro Cardoso<br />

N. 1 Apartado 726<br />

2504-917 Caldas Da Rainha<br />

t. +351 262 249 030<br />

e. geral@madv.pt<br />

w. www.madv.pt<br />

Morais Leitão, Galvão Telles, Soares<br />

da Silva & Assoc.,R.L.<br />

Rua Castilho, 165 1070-050 Lisboa<br />

t. +351 213 817 400<br />

e. mlgtslisboa@mlgts.pt<br />

w. www.mlgts.pt<br />

MORE than lawyers<br />

Rua Castilho, 57, R/C Direito<br />

1250-068 Lisboa<br />

t. +351 213 147 150<br />

e. teresa@more.pt<br />

w. www.more.pt<br />

Mota Pereira & Associados Sociedade<br />

De Advogados RL<br />

Avenida Guerra Junqueiro 3, 2º-E<br />

1000-166 Lisboa<br />

t. +351 218 453 500<br />

e. advogados@motapereira.pt<br />

w. www.motapereira.pt<br />

MPABS - Menéres Pimentel, Ataíde<br />

Bailão, Sevivas & Associados Soc.<br />

Adv. R.L.<br />

Av. Guerra Junqueiro, 5 2º Dto<br />

1000-166 Lisboa<br />

t. +351 218 437 460<br />

e. mpabs@mpabs.pt<br />

w. www.mpabs.pt<br />

MRA - Miguel Reis & Associados<br />

Sociedade de Advogados RL<br />

Rua Marquês de Fronteira 76-5º<br />

1070-299 Lisboa<br />

t. +351 213 852 138<br />

e. info@lawrei.com<br />

w. www.lawrei.com/pt<br />

MSP ADVOGADOS - Matias Serra,<br />

Ferreira da Silva, Paulo Duarte, Sofia<br />

Pena, José Pedro Sousa<br />

Praça Pedro Nunes, 94<br />

4050-466 Porto<br />

t. +351 226 091 116<br />

e. mslawfirms@gmail.com<br />

w. www.mspadvogados.org<br />

N. Maldonado Sousa & Associados<br />

Sociedade de Advogados, R.L.<br />

Avenida Sidonio Pais<br />

16 2º. Esq.<br />

1050-215 Lisboa<br />

t. +351 213 512 760<br />

e. info@nmsadvogados.pt<br />

w. www.nmsadvogados.pt<br />

Nascimento Catarino & Associados<br />

Soc. Advogados, R.L.<br />

Av. Eng. Duarte Pacheco, Amoreiras,<br />

Torre 2, Piso 14.º - E<br />

1070-102 Lisboa<br />

t. +351 213 869 300<br />

e. info@ncadvogados.com<br />

w. www.ncadvogados.com<br />

Neto Mesquita E Associados<br />

Sociedade De Advogados<br />

Rua Marquês de Fronteira<br />

4-C, 3º-E<br />

1070-295 Lisboa<br />

t. +351 213 841 900<br />

e. geral.nmadvogados@netcabo.pt<br />

Neves Lima & Associados Soc.<br />

Advogados, R.L.<br />

Av. Marquês de Tomar, 44-3º<br />

1050-156 Lisboa<br />

t. +351 213 849 070<br />

e. geral@neveslima.com<br />

w. www.neveslima.com<br />

Neville De Rougemont &<br />

Associados - Soc. Advogados R.L.<br />

Av. Casal Ribeiro,<br />

Nr. 50, 6º Andar<br />

1000-093 Lisboa<br />

t +351 213 191 290<br />

e. info@ndr.pt<br />

w. www.nevillederougemont.com<br />

Nicolina Cabrita & Associados<br />

Sociedade de Advogados, R.L.<br />

Avenida Fontes Pereira de Melo<br />

Bloco A1-35, 18º-D<br />

1050-118 Lisboa<br />

t. +351 217 811 100<br />

e. ncacs.socadv@netcabo.pt<br />

w. www.ncacs.pt/pt<br />

Nobre Guedes, Mota Soares &<br />

Associados Sociedade de<br />

Advogados, RL.<br />

Rua Braamcamp, 90, 3º<br />

1250-052 Lisboa<br />

t. +351 210 900 300<br />

e. ngms@ngms.pt<br />

w. www.ngms.pt<br />

Noronha Advogados<br />

Av. António Augusto Aguiar,<br />

148 -4ºc/5ºc<br />

1050-021 Lisboa<br />

t. +351 213 894 178<br />

e. noadlis@noronhaadvogados.com.br<br />

w. www.noronhaadvogados.com.br<br />

Nova Advogados<br />

Av. General Humberto Delgado, 20-1º<br />

4800-158 Guimarães<br />

t. +351 253 774 461<br />

e. nova@novalegal.pt<br />

w. www.novalegal.pt<br />

Nuno Fonseca Alves, Fabiana<br />

Azevedo & Associados - Sociedade<br />

de Advogados, SP, RL<br />

Largo da Paz, 41,<br />

4050-460 Porto<br />

t. +351 222440820<br />

e. geral@nfs-advogados.com<br />

w. www.nfs-advogados.com Kore<br />

Partners<br />

Rua Garrett, 19-2ºC<br />

1200-203 Lisboa<br />

t. +351 215 849 530<br />

e. kore@korepartners.com<br />

w. www.korepartners.com<br />

PACC.V - Mendes Pinto, Cunha<br />

Araújo, Borges De Carvalho, Calçada,<br />

Vareiro & Associados Sociedade de<br />

Advogados, R.L.<br />

Rua Braamcamp, N.º 6, 1.º Esq.<br />

1250-050 Lisboa<br />

t. +351 213 802 620<br />

e. geral@paccv.com<br />

w. www.paccv.com<br />

EXECUTIVE DIGEST \ QUEM É QUEM NOS ADVOGADOS \ 2023 71


DIRETÓRIO<br />

Pacheco De Amorim, Miranda Blom<br />

& Associados Sociedade de<br />

Advogados, R.L.<br />

Avenida Dr. Antunes Guimarães,<br />

N. 628 4100-075 Porto<br />

t. +351 225 323 890<br />

e. sede@pa-advogados.pt<br />

w. www.pa-advogados.pt<br />

Pancada Fonseca, Costa Oliveira<br />

& Associados Sociedade de<br />

Advogados, R.L.<br />

Av. Defensores de Chaves<br />

Nº69, R/C Esq.<br />

1000-114 Lisboa<br />

t. +351 217 815 370/8<br />

e. fcostaoliveira@netcabo.pt<br />

w. www.pfco.pt<br />

Pares Advogados<br />

Rua Alexandre Herculano,<br />

Nº23, 2º<br />

1250-008 Lisboa<br />

t. +351 210 936 404<br />

e. geral@paresadvogados.com<br />

w. www.paresadvogados.com<br />

Paula Esteves Ecritório de<br />

Advogados<br />

Rua Camilo Castelo Branco, 30A<br />

8200-276 Albufeira<br />

t. +351 218 472 106<br />

e. pe@peadvogados.pt<br />

w. www.peadvogados.pt<br />

Paulo De Almeida & Associados<br />

Av. da Republica<br />

Nº 14 - 6º<br />

1050-191 Lisboa<br />

t. +351 213 584 700<br />

e. advogados@paasa.pt<br />

w. www.paulodealmeida.com<br />

Paulo Silva & Associados<br />

Rua Ramiro Ferrão,<br />

Nr. 13C<br />

2805-356 Almada<br />

t. +351 212 729 380<br />

e. psa@psa.pt<br />

w. www.psa.pt<br />

pbbr.a - Sociedade de Advogados,<br />

RL<br />

Avenida da Liberdade, 110-6,<br />

1250-146 Lisboa<br />

t. +351 213 264 747<br />

e. geral@pbbr.pt<br />

w. www.pbbr.pt<br />

Pedro Soares, Ana Mafalda Matos<br />

& Associados - Soc. Advogados<br />

Avenida da República 679, 4º-S 44-46<br />

4450-242 Matosinhos<br />

t. +351 229 373 165<br />

e. pedro.soares@pedrosoareseassociados.com<br />

w. www.pedrosoareseassociados.com<br />

Pereira da Cruz & Associados<br />

Sociedade de Advogados<br />

Rua Victor Cordon, nº 14<br />

1200-484 Lisboa<br />

t. +351 213 244 644<br />

e. info@pca-advogados.pt<br />

porto@pca-advogados.pt<br />

w. www.pca-advogados.pt<br />

Pereira de Almeida & Associados<br />

Av. António Augusto de Aguiar,<br />

nº21 – 5ºDtº, 1050-012 Lisboa<br />

t. +351 218 452 460<br />

e. geral@aapa-law.com<br />

w. www.aapa-law.com<br />

Pereira Fernandes & Associados<br />

Sociedade de Advogados<br />

Avenida António de Serpa, 34,<br />

8º C/D, 1050-027 Lisboa<br />

t. +351 217 996 180<br />

e. info@pfadvogados.com<br />

w. www.pfadvogados.com<br />

Pereira Pinto & Associados<br />

Av. das Descobertas, N. 15, 1.º D,<br />

Infantado, 2670-383 Loures<br />

t. +351 219 822 073<br />

e. geral@pereirapinto.pt<br />

w. www.pereirapinto.pt<br />

Pinheiro Torres, Cabral, Sousa e Silva<br />

& Associados<br />

Rua Mota Pinto, 42F, 1º, 1.09<br />

4100-353 Porto<br />

t. +351 226 052 140<br />

e. geral@ptcs.pt<br />

w. www.ptcs.pt<br />

Pinheiro Torres, Cabral, Sousa e Silva<br />

& Associados<br />

Rua Mota Pinto, 42F, 1º, 1.09<br />

4100-353 Porto<br />

t. +351 226 052 140<br />

e. geral@ptcs.pt<br />

w. www.ptcs.pt<br />

Pinto Ribeiro Advogados<br />

Rua Duque de Palmela, 27-1ºEsq<br />

1250-097 Lisboa<br />

t. +351 213 138 800<br />

e. geral@pintoribeiro.pt<br />

w. www.pintoribeiro.pt<br />

PJM Advogados Alameda da Guia<br />

Edifício Oceano, n.º 124-A<br />

2750-368 Cascais<br />

t. geral@pjmadvogados.com<br />

e. +351 915 276 878<br />

w. www.pjmadvogados.com<br />

PLA – Francisco Preto, Lia Araújo<br />

& Associados<br />

Ed. Sotto Mayor, 1.º E 2.º, Largo do<br />

Arrabalde, 5400-093 Chaves<br />

t. +351 276 340 680<br />

e. geral@pla-advogados.com<br />

w. www.pla-advogados.com<br />

PLEN – Deus Pinheiro, Ferreira de<br />

Lemos, Pita Negrão Sociedade de<br />

Advogados, R.L.<br />

Rua Castilho, Nr. 59, 4º Dto<br />

1250-068 Lisboa<br />

t. +351 213 513 580<br />

e. plen@plen.pt<br />

w. www.plen.pt<br />

PLMJ – Sociedade de Advogados, RL<br />

Av. Fontes Pereira de Melo, 43<br />

1050-119 Lisboa<br />

t. +351 213 197 300<br />

w. www.plmj.com<br />

PMBGR – Trocado Perry Durães<br />

Rocha & Associados Soc. de<br />

Advogados R.L.<br />

Av. Conselheiro Fernando de Sousa,<br />

Nº 19 – 18º<br />

1070-072 Lisboa<br />

t. +351 213 846 300<br />

e. pmbgr@pmbgr.pt<br />

w. www.pmbgr.pt<br />

PMC | José Pujol, Luís Marçal, Jorge<br />

Calisto & Associados<br />

Av. António Augusto Aguiar<br />

N. 11 - 1ºE<br />

1050-010 Lisboa<br />

t. +351 213 178 690<br />

e. geral@pmc-advogados.pt<br />

w. www.pmc-advogados.pt<br />

PMCG –Sociedade De Advogados,<br />

Sp, R.L.<br />

Avenida da Liberdade n.º 258, 9<br />

1250 -149 Lisboa<br />

t.+351 210 937 042<br />

e. geral@pmcg.pt<br />

w. www.pmcg.pt<br />

PMCM - Advogados<br />

Rua Castilho, 44, 3º Andar<br />

1250-071 Lisboa<br />

t. +351 213 845 220<br />

e. geral.lisboa@aport.pt<br />

w. www.pmcm.pt<br />

PRA – Raposo, Sá Miranda<br />

& Associados<br />

Rua Rodrigo da Fonseca,<br />

Nr. 82, 1.º Dt.º, 2.º Esq.º,<br />

2.º Dt.º e 4º Dt.º<br />

1250-193 Lisboa<br />

t. +351 213 714 940<br />

e. lisboa@pra.pt<br />

w. www.pra.pt<br />

Quintas Jardim Fernandes<br />

& Associados - Sociedade de<br />

Advogados<br />

Rua Ferreiros 260<br />

9000-082 Funchal<br />

t. +351 291 224 707<br />

e. qjfgeral@qjflegal.com<br />

w. www.qjflegal.com<br />

Ramirez & Advogados R.L.<br />

Av. 5 de Outubro Nº 12 - 3º Dtº<br />

1050-056 Lisboa<br />

t. +351 213 542 275<br />

e. geral@ramirez-advogados.pt<br />

w. www.ramirez-advogados.pt<br />

Raposo Bernardo & Associados<br />

Av. Fontes Pereira de Melo, 35, 18º<br />

1050-118 Lisboa<br />

t. +351 213 121 330<br />

e. lisboa@raposobernardo.com<br />

w. www.raposobernardo.com<br />

RCA – Colmonero & Associados Soc.<br />

Advogados R.L.<br />

Av. 5 de Outubro, N. 10 4º Esq.<br />

1050-056 Lisboa<br />

t. +351 213 513 380<br />

e. rca@colmonero.com<br />

w. www.colmonero.com<br />

Regal, Varela, Ramos & Associados –<br />

Sociedade de Advogados, R.L<br />

Av. Fontes Pereira de Melo,<br />

35, 1ºB<br />

1050-118 Lisboa<br />

t. +351 213 512 510<br />

e. geral@rvr.pt |<br />

w. www.rvr.pt<br />

RFF & Associados<br />

Praça Marquês de Pombal nº16 5º/6º<br />

1250-163 Lisboa<br />

t. +351 215 915 220<br />

e. contacto@rffadvogados.pt<br />

w. www.rffadvogados.com<br />

Rodl & Partner<br />

Rua João Chagas, 10 B Dtº<br />

1500-493Lisboa<br />

Telef. +351 212 472 688<br />

Site: www.roedl.com<br />

Rodrigues Alves & Associados<br />

Sociedade de Advogados<br />

Avenida António Augusto de Aguiar,<br />

11-R/C-E<br />

1050-010 Lisboa<br />

t. +351 213 515 210<br />

e. geral@rodriguesalvesadvogados.pt<br />

w. rodriguesalvesadvogados.pai.pt<br />

Rogério Alves & Associados<br />

Av. Álvares Cabral, 61 - 4º E 5º<br />

1250-017 Lisboa<br />

t. +351 213 911 040<br />

e. geral@raassociados.pt<br />

w. www.raassociados.pt<br />

Roldão Mendonça, Teresa Jorge &<br />

Associados – Soc. Advogados R.L.<br />

Rua Dr. Almada Guerra, Nº 28 E 30<br />

Portela De Sintra, 2710-417 Sintra<br />

t. +351 213 911 040<br />

e. advogados@rmtja.com<br />

w. www.advogados-rmtja.com<br />

72<br />

EXECUTIVE DIGEST \ QUEM É QUEM NOS ADVOGADOS \ 2023


DIRETÓRIO<br />

Roseira & Pereira Sociedade de<br />

advogados R.L<br />

Rua Álvares Cabral 235<br />

4050-041 Porto<br />

t. +351 223 390 106<br />

e. roseira.pereira@mail.telepac.pt<br />

RPP Advogados<br />

Rua Visconde de Seabra,<br />

3 – 1º Dtº<br />

1700-421 Lisboa<br />

t. +351 217 653 860<br />

e. rrp.lisboa@rrp.pt<br />

w. www.rrp.pt<br />

RSA – Raposo Subtil e Associados<br />

Rua Bernardo Lima, Nº 3 1150-074<br />

Lisboa<br />

t. +351 213 566 400<br />

e. geral@rsa-lp.com<br />

w. www.rsa-advogados.pt<br />

RSN – Remelgado Silva Nogueira &<br />

Associados<br />

Av. Dr. Antunes Guimarães, 423<br />

4100-080 Porto<br />

t. +351 222 089 491<br />

e. adm@rsnadvogados.com<br />

w. www.rsnadvogados.com Rui Pinto<br />

Duarte & Associados – Sociedade<br />

de Advogados R.L.<br />

Rua Castilho, 14-C, 5.º<br />

1250-069 Lisboa<br />

t. +351 213 170 460<br />

e. geral@rpdadvogados.pt<br />

w. www.rpdadvogados.pt<br />

Sampaio, Peres & Associados<br />

Avenida Elias Garcia 20,7º<br />

1000-149 Lisboa<br />

t. +351 217 970 014<br />

e. osa-5843l@adv.oa.pt<br />

Saraiva Lima & Associados<br />

Avenida António Augusto de Aguiar,<br />

nº 15 – 1º Direito<br />

1050-012 Lisboa<br />

t. +351 213 110 790<br />

w. www.saraivalima.com<br />

Saragoça da Matta & Silveiro de<br />

Barros – Soc. Advogados<br />

Rua Carlos Testa Nº 1 - 5 B<br />

1050-046 Lisboa<br />

t. +351 213 712 680<br />

e. info@smsb.pt |<br />

w. www.smsb.pt<br />

Seabra, Cunha, Marta & Associados<br />

R. Marquês de Fronteira,<br />

117- 3º Esq.<br />

1070-292 Lisboa<br />

t. +351 213 841 840<br />

e. advogados@sgfc-law.pt<br />

w. www.sgfc-law.pt<br />

Sérvulo & Associados - Sociedade de<br />

Advogados, SP, RL<br />

Rua Garrett, 64-<br />

1200-204 Lisboa<br />

t. +351 210 933 000<br />

e. servulo@servulo.com<br />

w. www.servulo.com<br />

Silva e Sousa & Associados - Soc.<br />

Advogados R.L.<br />

Av. Praia da Vitória 48 - 3º Esq<br />

1050-184 Lisboa<br />

t. +351 213 714 740<br />

e. secretariado@iberjuris.com<br />

w. www.iberjuris.com<br />

Simões Correia Associados –<br />

Sociedade de Advogados, R.L.<br />

Rua Rodrigo da Fonseca, 178, 1º Dto.<br />

1070-243 Lisboa<br />

t. +351 213 713 220<br />

e. geral@simoescoreeiaassociados.pt<br />

w. www.simoescorreiaassociados.pt<br />

SLCM//Serra Lopes, Cortes Martins<br />

& Associados Sociedade de Advogados,<br />

SP, RL<br />

Rua General Firmino Miguel, Nº3,<br />

Torre 2 10º B<br />

1600-100 Lisboa<br />

t. +351 217 234 000<br />

e. slcm@slcm.pt |<br />

w. www.slcm.pt<br />

Sottomayor & Associados<br />

Rua do Nogueiral, 9<br />

2350-724 Torres Novas<br />

t. +351 249 812 667<br />

e. geral@sottomayorassociados.com /<br />

sottomayorassociados@gmail.com<br />

w. www.sottomayorassociados.com<br />

Sousa Guedes, Oliveira Couto &<br />

Associados – Sociedade de<br />

Advogados R.L.<br />

Rua Ricardo Severo, 132<br />

4050-515 Porto<br />

t. +351 225 430 230<br />

e. sgoc@sgoc.pt<br />

w. www.sgoc.pt<br />

Sousa Machado, Ferreira da Costa &<br />

Associados – Soc. de Advogados R.L.<br />

Rua Castilho Nr. 5 - 4º<br />

1250-066 Lisboa<br />

t. +351 210 924 800<br />

e. mail@smfcnet.com<br />

w. www.smfc.pt<br />

SPS Advogados – Sociedadede<br />

Advogados<br />

Rua General Firmino Miguel,<br />

N.º 5 – 11º<br />

1600-100 Lisboa<br />

t. +351 217 803 640<br />

e. info@spsadvogados.com<br />

w. www.spsadvogados.com<br />

SRS Advogados<br />

R. Dom Francisco Manuel de Melo 21<br />

1070-085 Lisboa<br />

t. +351 213 132 000<br />

e. geral.portugal@srslegal.pt<br />

w. www.srslegal.pt<br />

Sternberg Galamba & Associados –<br />

Sociedade de Advogados R.L.<br />

Rua Nova da Trindade<br />

1, 5º-Porta S<br />

1200-301 Lisboa<br />

t. +351 213 219 900<br />

e. sga.advogados@stga.pt<br />

Tavares de Carvalho & Associados<br />

–Sociedade de Advogados, R.L<br />

Rua Tierno Galvan (Amoreiras)<br />

Torre 3, 17º Piso<br />

1070-274 Lisboa<br />

t .+351 213 825 820<br />

e. tca@tc-advogados.pt<br />

Teresa Patrício & Associados –<br />

Sociedade de Advogados R.L<br />

Av. Almirante Gago Coutinho, 96<br />

1700-031 Lisboa<br />

t. +351 217 981 030<br />

e. info@tpalaw.pt<br />

w. www.tpalaw.com<br />

Telles de Abreu Advogados<br />

Rua da Restauração, 348<br />

4050-501 Porto<br />

t. +351 220 308 800<br />

e. geral@telles.pt<br />

w. www.telles.pt<br />

TFRA – Sociedade de Advogados<br />

Av. da República, 32<br />

4.º Esq.<br />

1050-193 Lisboa<br />

t. +351 217 815 660<br />

e. lawfirm@tfra.pt<br />

w. www.tfra.pt<br />

TLCB Advogados<br />

Amorim Teixeira, Couto, Borgas &<br />

Associados – Sociedade de Advogados,<br />

R.L.<br />

Rua de Vilar, 235, 4º Andar , Sala 404<br />

4050-626 Porto<br />

t. +351 222 085 316<br />

e. geral@tlcb.pt<br />

w. www.tlcb.pt<br />

TMA<br />

Tenreiro Martins, Tomás &<br />

Associados – Sociedade de<br />

Advogados, R.L<br />

Av. da Liberdade<br />

N. 9, 5º<br />

1250-139 Lisboa<br />

t. +351 217 615 510<br />

e. tma@tma-advogados.pt<br />

w. www.tma-advogados.pt<br />

Uría Menéndez, Proença<br />

de Carvalho<br />

Edifício Rodrigo Uría<br />

Praça Marquês de Pombal, n.º 12<br />

1250-162 Lisboa<br />

t. +351 210 308 600<br />

e. lisboa@uria.com<br />

w. www.uria.com<br />

Vasconcelos, Arruda & Associados<br />

–Sociedade de Advogados. R.L.<br />

Rua Joshua Benoliel, 6 – 7º A<br />

1250-133 Lisboa<br />

t. +351 218 299 340<br />

te. geral@vaassociados.com<br />

w. www.vaassociados.com<br />

Vaz Serra & Associados – Sociedade<br />

de Advogados R.L.<br />

Av. Sidónio Pais 16 - 5º Dto<br />

1050-215 Lisboa<br />

t. +351 213 840 086<br />

e. awyers@vsa-law.net<br />

w. www.vsa-law.net<br />

Vieira de Almeida & Associados<br />

Rua Dom Luís I, 28<br />

1200-151 Lisboa<br />

t. +351 213 113 400<br />

e. isboa@vda.pt<br />

w. www.vda.pt<br />

Vespasiano Macedo & Associados<br />

Sociedade de Advogados, R.L<br />

Rua do Raio, 301<br />

4710-923 Braga<br />

t. +351 253 203 550<br />

e. vm-advogados@vm-advogados.pt<br />

w. www.vm-advogados.pt<br />

Victor Marques e Associados<br />

Sociedade de Advogados, R.L<br />

Rua Actor Taborda,<br />

Nº 27 – 4º Dto<br />

1000-007 Lisboa<br />

t. +351 213 521 545<br />

e. geral@vm-advogados.com<br />

w. www.vm-advogados.com<br />

Vieira Advogados<br />

Rua de Janes, 20,<br />

1º andar, sala 101<br />

4700-318 Braga<br />

t. +351 253 995 296<br />

e. braga@vieiralawfirm.eu<br />

w. www.vieiralawfirm.eu<br />

Vieira Conde & Associados<br />

Sociedade de Advogados, R.L<br />

Edifício Arnado, Business Center<br />

Piso 1, Sala 7,<br />

Rua João de Ruão, Nr. 12<br />

3000-229 Coimbra<br />

t. +351 239 854 610<br />

e. geral@vc-advogados.pt<br />

w. www.vc-advogados.pt<br />

NOTA: A listagem de empresas e organizações disponibilizadas neste guia é baseada nos dados do Directório Global das TIC pela APDC/IDC. Esta lista é meramente indicativa e uma amostra do universo existente<br />

EXECUTIVE DIGEST \ QUEM É QUEM NOS ADVOGADOS \ 2023 73


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