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Quem é Quem na Sustentabilidade 2023 - Green Savers

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QUEM É QUEM NA<br />

SUSTENTABILIDADE<br />

II


QUEM É QUEM NA<br />

SUSTENTABILIDADE<br />

II<br />

<strong>2023</strong>


Saiba mais em<br />

www.greensavers.pt<br />

A REVISTA QUE<br />

DÁ VOZ A TODOS<br />

OS QUE LUTAM POR<br />

UM MUNDO MAIS<br />

SUSTENTÁVEL


\\ EDITORIAL \\<br />

5<br />

A <strong>é</strong>tica compensa!<br />

A frase atribuída à mulher de C<strong>é</strong>sar “não basta ser honesta, deve parecer honesta”, assenta que nem uma luva aos<br />

temas de ESG, sigla inglesa para os temas de ambiente, social e gover<strong>na</strong>nça, afi<strong>na</strong>l evidencia a responsabilidade,<br />

em termos de imagem, de quem está sujeito ao escrutínio dos consumidores, investidores, trabalhadores, e opinião<br />

pública. Por isso, muitas empresas podem cair <strong>na</strong> tentação de passar para o mercado práticas sustentáveis que <strong>na</strong><br />

realidade não têm, fazendo greenwashing. Pintar a sua reputação de verde, criando assim uma falsa imagem de<br />

sustentabilidade.<br />

E, porque fariam isso? Porque quem não for sustentável tem a espada de Dâmocles, flamejante e afiada em cima<br />

do negócio, pronta a dilacerá-lo se não cumprir as m<strong>é</strong>tricas e as metas da sustentabilidade. Porque serem vistas<br />

como empresas <strong>é</strong>ticas impulsio<strong>na</strong> as vendas, logo o lucro. Segundo o Nielson`s Global Corporate Sustai<strong>na</strong>bility<br />

Report, 66% dos consumidores não se importariam de pagar mais por um produto de uma marca sustentável.<br />

No caso dos millennials (geração Y), o número sobe para 73%. Esta procura funcio<strong>na</strong> como a cenoura que faz as<br />

empresas correrem atrás das siglas ESG, sendo, por isso, um dos motivos que faz com que desejem ser sustentáveis,<br />

ou aparentem ser. Por<strong>é</strong>m, <strong>é</strong> tamb<strong>é</strong>m preciso salientar que algumas não sabem que estão a fazer greenwashing,<br />

cometendo deslizes sem intenção.<br />

Podemos encontrar os sete pecados capitais em estrat<strong>é</strong>gias de greenwashing, como refere uma análise da enciclo,<br />

começando pelo custo ambiental camuflado; anunciam o produto como verde, levando ape<strong>na</strong>s em consideração<br />

um tipo de impacto ambiental ou uma etapa do ciclo de vida do produto. Segundo, falta de provas; quando não<br />

têm um relatório, um selo ou um estudo que afiance a veracidade do que comunicam. Terceiro, a desconfiança;<br />

quando se lê “produto 100% <strong>na</strong>tural”. Quarto, ser ultrapassado; isto acontece quando anunciam algo que já não tem<br />

importância para o tema. Quinto, quando faz parte de uma categoria que todos sabemos que faz mal ao planeta.<br />

Sexto, rótulos falsos. Por fim, a mais grave, mentir relativamente aos seus produtos.<br />

Para ajudar o planeta a ser mais sustentável, como consumidor, todos podemos fazer a nossa parte. Podemos ler os<br />

rótulos com cuidado. Esta <strong>é</strong> uma forma de apanhar os prevaricadores, isto porque uma marca pode dizer <strong>na</strong> embalagem<br />

que <strong>é</strong> produzida de forma ecologicamente correta, mas tem de explicar como. Pode sempre verificar se a<br />

embalagem tem os selos a sustentar a sua comunicação. É preciso tamb<strong>é</strong>m perceber se há omissão <strong>na</strong>s características<br />

dos produtos, se sim, fique com a pulga atrás da orelha. Se a marca usar termos vagos, como amiga do ambiente,<br />

sem explicar o real significado do que isso implica tamb<strong>é</strong>m <strong>é</strong> para desconfiar. As redes sociais, fazendo jus ao nome<br />

funcio<strong>na</strong>m como uma esp<strong>é</strong>cie de redes de pesca onde se pode apanhar quem não comunica com seriedade. Compare<br />

os discursos com a prática diária da empresa. Por fim, apoie quem faz a diferença. Podemos contar consigo?<br />

Teresa Cotrim, jor<strong>na</strong>lista<br />

// FICHA TÉCNICA<br />

DIRETOR GERAL Rog<strong>é</strong>rio Junior • DIRETOR EDITORIAL António Sarmento • COLABORADORES E REDAÇÃO A<strong>na</strong> Filipa Rego, Filipe Rações, Teresa Cotrim • DIREÇÃO<br />

DE COMUNICAÇÃO Marisa Silvestre • DIREÇÃO DE ARTE Sofia Marques • IMAGENS Getty Images • PUBLICIDADE Mário Serra (mario.serra@greensavers.pt) • PERIO-<br />

DICIDADE Anual • TIRAGEM MÉDIA 15.000 exemplares • PROPRIEDADE | SEDE | EDITOR <strong>Green</strong> News Editora, LDA, Rua Cidade de Rabat, 41B, 1500-159 Lisboa, NIPC:<br />

516292412, geral@greensavers.pt • IMPRESSÃO E ACABAMENTO Jorge Fer<strong>na</strong>ndes, LDA - Rua Quinta do Conde de Mascarenhas, 9, 2820-652 Charneca da Caparica<br />

• Revista distribuída gratuitamente com a <strong>Green</strong> <strong>Savers</strong> nº 11


6 \\ ÍNDICE \\<br />

16<br />

SUSTENTABILIDADE EMPRESARIAL<br />

ESG<br />

UM CAMINHO SEM RETORNO!<br />

Temos cidades exemplo a nível europeu,<br />

massa crítica e capacidade tecnológica<br />

para nos destacarmos <strong>na</strong> União Europeia.<br />

16<br />

ABC DO ESG<br />

A LONGA MARCHA DO S<br />

A pandemia deu um novo fôlego a esta<br />

letra. Mas será que foi S de pouca<br />

dura?<br />

20<br />

ABC DO ESG<br />

O PAPEL DO G<br />

Definir uma conduta <strong>é</strong>tica e de responsabilidade<br />

com toda a cadeia produtiva<br />

<strong>é</strong> o desafio desta letra. Estarão as<br />

empresas <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is preparadas?<br />

14<br />

ABC DO ESG<br />

NÃO BASTA PENSAR NO E<br />

Mais do que nunca <strong>é</strong> preciso ação<br />

consciente e coorde<strong>na</strong>da. De todos.<br />

28<br />

ENTREVISTA<br />

Não basta ser o melhor do mundo.<br />

Tem de ser o melhor para o mundo!<br />

A missão do BCSD Portugal <strong>é</strong> desafiante.<br />

Ajudar as empresas portuguesas a<br />

serem sustentáveis.<br />

QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ <strong>2023</strong>


\\ ÍNDICE \\<br />

7<br />

30<br />

ANÁLISE<br />

AS START-UPS<br />

PODEM MUDAR O MUNDO<br />

As que já <strong>na</strong>sçam verdes têm tudo para<br />

vingar. Podem, inclusive, apanhar boleia de<br />

gigantes que estão a transformar-se para<br />

sobreviver<br />

34<br />

FÓRUM DE LÍDERES<br />

1<br />

Qual a importância da <strong>Sustentabilidade</strong><br />

2<br />

para a sua área/setor?<br />

O que a sua empresa está a fazer para<br />

tor<strong>na</strong>r Portugal um país mais sustentável?<br />

60<br />

DIRETÓRIO<br />

Compromisso com<br />

a sustentabilidade<br />

Em tempos de instabilidade e incerteza quanto ao futuro da<br />

economia, as empresas enfrentarão desafios inesperados.<br />

QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ <strong>2023</strong>


8<br />

\\ SUSTENTABILIDADE EMPRESARIAL \\<br />

ESG<br />

UM CAMINHO SEM RETORNO!<br />

VÊM AÍ NOVAS DIRETIVAS, OU AS EMPRESAS INVESTEM EM SUSTENTABILIDADE, OU<br />

AO NÃO ACOMPANHAREM AS MUDANÇAS, ARRISCAM PERDER MERCADO E TALENTO.<br />

CONHEÇA AS LEIS QUE TEM DE CUMPRIR EM PORTUGAL E A NÍVEL EUROPEU.<br />

\\ Por Teresa Cotrim<br />

Três letras domi<strong>na</strong>m o panorama de negócios a nível mundial:<br />

o ESG, sigla inglesa para ambiente, responsabilidade<br />

social e gover<strong>na</strong>nça que no mercado fi<strong>na</strong>nceiro sintetiza<br />

uma s<strong>é</strong>rie de crit<strong>é</strong>rios de conduta que as empresas têm de<br />

seguir para serem sustentáveis. Nuno Moreira da Cruz, Executive Director<br />

do Center For Responsible Business & Leadership da Católica-Lisbon<br />

tem alguns mantras sobre o tema da sustentabilidade que defende, convicto:<br />

“Não acredito em estrat<strong>é</strong>gias de sustentabilidade. A sustentabilidade<br />

<strong>é</strong> a “estrat<strong>é</strong>gia”, não há outra! Senão <strong>é</strong> brincar ao greenwashing. “Há<br />

que colocar a sustentabilidade no centro da estrat<strong>é</strong>gia de negócio. Ou se<br />

entende isto, ou então não se metam no tema”, aconselha. Al<strong>é</strong>m disso, a<br />

sustentabilidade envolve tudo. Uma agenda de sustentabilidade abarca<br />

estrat<strong>é</strong>gia, marketing, operações, recursos humanos... Tudo deve ser feito<br />

de forma consistente. “Que interessa andar a plantar árvores e a fazer<br />

doações <strong>na</strong> luta contra a fome se se mant<strong>é</strong>m uma cadeia de fornecimento<br />

onde se exploram crianças, ou se se continua a pagar bónus meramente<br />

em função de resultados fi<strong>na</strong>nceiros?”.<br />

O segundo mantra de Nuno Moreira da Cruz <strong>é</strong> que sem lucro não há<br />

preocupações de sustentabilidade. Dito de outra forma, “sem sustentabilidade<br />

económica, raramente há preocupações sociais e ambientais. Mas<br />

<strong>é</strong> tamb<strong>é</strong>m cada vez mais verdade que sem essas preocupações não haverá<br />

lucro no futuro”. Na sua opinião, o desafio está <strong>na</strong> capacidade da gestão<br />

de entender esse círculo virtuoso. Uma esp<strong>é</strong>cie de pescadinha de rabo <strong>na</strong><br />

boca. “A questão que se levanta agora <strong>é</strong> como fazer isto <strong>na</strong>s empresas?<br />

Como a sustentabilidade <strong>é</strong> implementada como estrat<strong>é</strong>gia”.<br />

E como se posicio<strong>na</strong>m as empresas em Portugal? Nuno Moreira da Cruz<br />

<strong>é</strong> claro: “Em Portugal somos todos PME e não há ponto de retorno. Nem<br />

podemos pensar que esta realidade não vai afetar as nossas empresas,<br />

porque vai. Por exemplo, veja-se o IKEA, acabou de decidir que qualquer<br />

empresa do mundo que queira distribuir os seus móveis só o poderá fazer<br />

se tiver uma frota de carros el<strong>é</strong>tricos”. Mas há mais: prove que paga o<br />

mesmo a homens e mulheres, que não tem trabalho infantil, que devolve<br />

à comunidade o que tira dela, que os ca<strong>na</strong>is com os clientes são transparentes,<br />

que os seus fornecedores alinham <strong>na</strong> mesma bitola de sustentabilidade<br />

e poder-se-ia continuar a enumerar tudo o que aí vem. “É disto<br />

que trata a sustentabilidade. <strong>Quem</strong> pensar alheado desta realidade, ficará<br />

de fora”, vatici<strong>na</strong>.<br />

Nas inúmeras formações que dá, lamenta que algumas empresas portuguesas<br />

ainda empurrem com a barriga os temas de sustentabilidade,<br />

contando um episódio sobre as novas regras de reporting em ESG em<br />

que duas empresas francesas já estavam alinhadas no tema, enquanto<br />

algumas <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is admitiram que ainda faltava algum tempo, pelo que<br />

poderiam começar mais tarde a pensar no assunto. “Erro crasso! Estamos<br />

num ponto sem retorno. Independetemente de a lei obrigar ou não, e<br />

QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ <strong>2023</strong>


\\ SUSTENTABILIDADE EMPRESARIAL \\<br />

9<br />

quanto, a reportar, quem está a concorrer para<br />

fornecer as grandes empresas, quem pensam que<br />

elas vão escolher? As que já têm reporte transparente,<br />

ou as que ainda não o fazem?”. <strong>Quem</strong> não<br />

perceber isto, perde o comboio!”<br />

Uma opinião partilhada por A<strong>na</strong> Filipa Morais<br />

Antunes, Professora Auxiliar da Escola de Lisboa<br />

da Faculdade de Direito da Universidade<br />

Católica Portuguesa. “O tema do ESG tem implicações<br />

práticas relevantes, não <strong>é</strong> um problema<br />

transitório e não pode ser assumido como uma<br />

mera questão de “moda”, como tal, passageira<br />

e ou cíclica”. Na sua opinião o ESG tem, <strong>na</strong> sua<br />

base, uma componente <strong>é</strong>tica relevante, mas <strong>é</strong>,<br />

hoje, simultaneamente, um crit<strong>é</strong>rio de atuação e<br />

de decisão empresarial que, sendo inobservado,<br />

determi<strong>na</strong>rá consequências jurídicas. “Pelo que<br />

<strong>é</strong> fundamental transcender a mera “propaganda”<br />

de sustentabilidade, porque não basta parecer<br />

ter preocupações sociais e ambientais; <strong>é</strong> fundamental<br />

assumir um modelo de negócio alinhado,<br />

efetivamente, com o respeito pelos direitos humanos,<br />

pelas comunidades locais, e pelo clima e<br />

meio ambiente”. Pelo que, cabe aos órgãos decisórios<br />

da empresa a responsabilidade primária de<br />

incluir os novos parâmetros decisórios no dia a<br />

dia empresarial, levar os temas da sustentabilidade<br />

às agendas das reuniões, e criar comissões<br />

especializadas de sustentabilidade, nos diferentes<br />

domínios relevantes (social e ambiente)”.<br />

O Presidente do Conselho de Administração da<br />

Carregosa Sociedade Gestora de Organismos e<br />

Investimento Coletivo, Jos<strong>é</strong> Marques, realça que<br />

todas as medidas tomadas pela Comissão Europeia;<br />

começando nos Acordos de Paris, em 2015,<br />

passando pelo <strong>Green</strong> Deal de 2018, pela taxonomia<br />

em 2021 e mais recentemente, em 2022, pela<br />

obrigação de reporte, são medidas que fazem<br />

com que já não seja possível senão encarar as mat<strong>é</strong>rias<br />

de ESG. O executivo reforça que <strong>é</strong> fundamental<br />

ter um plano no tempo para saber o que<br />

se vai fazer, onde e o quê. “É fundamental efetuar<br />

ações com mais impacto e que sejam comportáveis<br />

a nível económico, sabendo que estas mat<strong>é</strong>rias<br />

já não podem ser vistas como um custo<br />

porque tamb<strong>é</strong>m se sabe que <strong>é</strong> <strong>na</strong> área fi<strong>na</strong>nceira,<br />

que se pode levar a cabo modificações de comportamentos,<br />

afi<strong>na</strong>l no futuro, os bancos terão<br />

dificuldade em fi<strong>na</strong>nciar projetos que não sejam<br />

sustentáveis em termos de ESG”. As empresas do<br />

setor fi<strong>na</strong>nceiro desempenham um papel crítico<br />

facilitador nesta transição. A OCDE estima que,<br />

globalmente, 6,35 triliões de euros sejam necessários<br />

para cumprir o Acordo de Paris, at<strong>é</strong> 2030.<br />

E para onde pensa que irá este dinheiro? O Será<br />

dirigido ape<strong>na</strong>s para atividades sustentáveis.<br />

DE QUE LADO DA BARRICADA QUER FICAR?<br />

Nuno Moreira da Cruz dá dicas concretas: “primeiro<br />

<strong>é</strong> preciso identificar o problema ambiental<br />

ou social como, por exemplo, quer produzir calças<br />

de ganga? Então tem de se preocupar com os<br />

5 mil litros de água que irá consumir para produzir<br />

cada uma delas. Consegue reduzir este volume?<br />

Se sim, então terá uma vantagem competitiva<br />

face à concorrência” O segundo pensamento<br />

QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ <strong>2023</strong>


10<br />

\\ SUSTENTABILIDADE EMPRESARIAL \\<br />

deverá ser: como vou ganhar dinheiro com isso? A resposta,<br />

pronta do executivo: “Atrav<strong>é</strong>s da sustentabilidade!<br />

Há que entender o business case for action, como vamos<br />

criar valor com estes novos desafios”. Ou para os mais c<strong>é</strong>ticos,<br />

talvez seja mais revelador que façam a pergunta ao<br />

contrário: o que me vai acontecer se não me preocupar<br />

com estes temas?” A<strong>na</strong> Filipa Morais Antunes, tem a<br />

resposta. “A não observância dos parâmetros de sustentabilidade<br />

pode determi<strong>na</strong>r o desvio de clientes, com a<br />

consequente redução das margens negociais e de volume<br />

de vendas. Se o cliente perder a confiança <strong>na</strong> marca ou<br />

no tipo de produto, determi<strong>na</strong>rá decerto prejuízos relevantes<br />

para a empresa”.<br />

Já para João Dias da Silva, Associate Partner, Sustai<strong>na</strong>bility<br />

& ESG, da Crowe, mukti<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l especialista em<br />

serviços de consultoria e auditoria, o papel das empresas<br />

<strong>é</strong> fundamental. “Desde logo os problemas ambientais e<br />

sociais conhecidos são tão grandes, à escala global que<br />

já não <strong>é</strong> possível resolvê-los — ou pelo menos contê-los,<br />

ape<strong>na</strong>s com recursos públicos, ou via ONGs e de outras<br />

formas de filantropia e voluntariado. Ou seja, al<strong>é</strong>m da<br />

vontade política, precisamos mesmo do capital privado<br />

para operacio<strong>na</strong>lizar de forma consistente e economicamente<br />

viável as transformações necessárias.”<br />

Por outro lado, João Dias da Silva, alerta ainda que as<br />

empresas são elementos fundamentais dos processos de<br />

inovação, atrav<strong>é</strong>s da implementação — numa perspetiva<br />

comercial de novos produtos, serviços e novos modelos<br />

de negócio. “Com a inovação <strong>é</strong> possível criar nos consumidores<br />

e <strong>na</strong> sociedade em geral, novos hábitos e novas<br />

formas de pensar. No limite, novas crenças e novos valores,<br />

o que <strong>é</strong> fundamental para a transformação sustentável<br />

de que todos precisamos.”<br />

As empresas são ainda entidades com uma cultura organizacio<strong>na</strong>l<br />

própria, que lidam com outras entidades<br />

a montante e a jusante <strong>na</strong> sua cadeia de valor, por isso<br />

acredita que “dessa forma, tamb<strong>é</strong>m conseguem exercer<br />

algum tipo de influência nos seus colaboradores e círculos<br />

sociais, bem como comunidades inter<strong>na</strong>s e envolventes<br />

das entidades com quem interagem”. O partner da<br />

Crowe termi<strong>na</strong>, alertando “precisamos de empresas que<br />

não pensem ape<strong>na</strong>s no seu futuro, mas pensem no futuro<br />

Quais as leis europeias?<br />

A Proposta de Diretiva sobre o dever de diligência das empresas em mat<strong>é</strong>ria de sustentabilidade,<br />

de 23 de fevereiro de 2022, <strong>é</strong> uma das leis destacadas por A<strong>na</strong> Filipa Morais Antunes,<br />

explicando que o objetivo fundamental da futura Diretiva sobre o dever de diligência empresarial<br />

<strong>é</strong> adotar uma matriz comum, de <strong>na</strong>tureza vinculativa e obrigatória, em mat<strong>é</strong>ria de<br />

sustentabilidade social, ambiental e de boa gover<strong>na</strong>ção, transcendendo o quadro assente<br />

<strong>na</strong> ideia de guidances e de normas de adesão e de observância voluntárias. “Para tal, impõe-se<br />

às empresas a obrigação de aprovarem planos que garantam um modelo de negócio<br />

e uma estrat<strong>é</strong>gia compatíveis com o Acordo de Paris, contribuindo, assim, para a transição<br />

para uma economia mais ecológica e sem impactos prejudiciais no clima”.<br />

O dever de diligência empresarial tem o sentido essencial de determi<strong>na</strong>r as empresas a<br />

definir uma estrat<strong>é</strong>gia adequada, assente num procedimento claro e estruturado, que garanta<br />

a: identificação; prevenção; comunicação; avaliação; mitigação; cessação e reparação<br />

dos efeitos adversos / prejudiciais, em mat<strong>é</strong>ria de direitos humanos e no ambiente. A título<br />

ilustrativo, podem considerar-se como efeitos adversos e prejudiciais, os seguintes:<br />

• Trabalho infantil<br />

• Escravatura<br />

• Exploração da mão de obra<br />

• Poluição da atmosfera<br />

• Degradação do meio ambiente<br />

• Perda da biodiversidade<br />

“A inobservância das obrigações impostas às empresas determi<strong>na</strong> consequências jurídicas,<br />

desig<strong>na</strong>damente, a responsabilidade civil da empresa, como resulta do artigo 22.º da Proposta<br />

de Directiva”, alerta. Uma das dúvidas que se suscita <strong>é</strong> a hipótese de cumular a via da<br />

responsabilidade direta das empresas visadas pela Proposta de Directiva sobre o dever de<br />

diligência empresarial com a responsabilização civil dos membros da administração, aguardando-se<br />

o texto definitivo e fi<strong>na</strong>l. “Em todo o caso, no Direito vigente, já existem regras que<br />

fundamentam a responsabilidade civil da administração por danos causados a terceiros, no<br />

exercício das funções, e que consubstanciem uma violação dos deveres dos administradores<br />

(artigos 79.º e 64.º do Código das Sociedades Comerciais)”, enumera.<br />

O pacote de medidas legislativas desig<strong>na</strong>do green deal (ou “Pacto Ecológico Europeu”), que<br />

agrega diferentes iniciativas estrat<strong>é</strong>gicas que pretendem assegurar a neutralidade climática<br />

at<strong>é</strong> 2050, em cumprimento da meta assumida no Acordo de Paris, assim como prevenir o<br />

branqueamento ecológico são outras leis a ficar atento. Entre elas, pode referir-se:<br />

“O Regulamento (UE) 2021/1119, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 30 de junho<br />

de 2021, que cria o regime para alcançar a neutralidade climática e que altera os Regulamentos<br />

(CE) n.º 401/2009 e (UE) 2018/1999 (Lei europeia em mat<strong>é</strong>ria de clima) e a<br />

Proposta de Diretiva do Parlamento Europeu e do Conselho relativa à fundamentação e à<br />

comunicação de alegações ambientais explícitas (Diretiva Alegações Ecológicas), de 22 de<br />

março de <strong>2023</strong> — que será aplicável às alegações ambientais explícitas apresentadas por<br />

profissio<strong>na</strong>is sobre produtos ou profissio<strong>na</strong>is no âmbito de práticas comerciais das empresas<br />

face aos consumidores.<br />

QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ <strong>2023</strong>


\\ SUSTENTABILIDADE EMPRESARIAL \\<br />

11<br />

de todos nós. Que não pensem ape<strong>na</strong>s em criar<br />

valor, mas façam questão de o distribuir pelos<br />

seus stakeholders. Que não se foquem ape<strong>na</strong>s em<br />

ganhos imediatos, mas essencialmente no futuro<br />

a longo prazo. Fi<strong>na</strong>lmente, que sejam empresas<br />

com propósito, que percebam que cada um tem<br />

de fazer a sua parte”.<br />

SERÁ GREENWASHING?<br />

Fica sempre no ar a questão se determi<strong>na</strong>da empresa<br />

está envolvida em temas de boas práticas<br />

sejam de responsabilidade social, ambiental ou<br />

de gover<strong>na</strong>nça corporativa, ape<strong>na</strong>s para passar<br />

uma ideia de cumpridora e muito sustentável.<br />

Nos últimos tempos, tem-se difundido a ideia de<br />

“greenwashing”, que se caracteriza precisamente<br />

pelo facto de a empresa divulgar informação não<br />

verdadeira (parcial ou falsa) sobre um produto<br />

ou sobre o modelo de produção, ou de atividade<br />

negocial. “É o que pode suceder no caso de se divulgar<br />

elementos informativos enga<strong>na</strong>dores sobre,<br />

por exemplo, mat<strong>é</strong>ria-prima utilizada, componentes<br />

do produto, mão de obra, localização<br />

da indústria, efeitos para o meio ambiente (por<br />

hipótese, falsas mensagens sobre a neutralidade<br />

carbónica ou sobre a ausência de emissões poluentes),<br />

em termos suscetíveis de influenciar a<br />

decisão de contratar ou de adquirir um determi<strong>na</strong>do<br />

produto pelo cliente, ou consumidor fi<strong>na</strong>l”,<br />

explica A<strong>na</strong> Filipa Morais Antunes.<br />

Todos sabemos que o planeta está em apuros. Se<br />

Todos sabemos que<br />

o planeta está em<br />

apuros. Se não forem<br />

tomadas medidas<br />

já, este poderá não<br />

aguentar a pressão<br />

não forem tomadas medidas já, este poderá não<br />

aguentar a pressão, por isso foram recentemente<br />

adotados objetivos de desenvolvimento sustentável<br />

(ODS) pela Organização das Nações Unidas<br />

(ONU). Para os investidores <strong>é</strong> importante seguir<br />

esta tendência e procurar negócios que sigam as<br />

m<strong>é</strong>tricas estabelecidas se quiserem sobreviver.<br />

Segundo dados da consultora Deloitte, o número<br />

de investidores globalmente que aplicaram os<br />

indicadores ESG em pelo menos um quarto dos<br />

seus negócios subiu de 48%, em 2017 para 75%<br />

em 2019. Quanto às áreas dentro da sustentabilidade<br />

que mais interesse suscitam aos investidores<br />

são: água limpa (99%), saúde (99%), educação<br />

(98%), salários justos (98%), luta contra a corrupção<br />

(97%), direitos humanos e sociais (97%) e<br />

o combate às alterações climáticas (97%).<br />

TOME NOTA DAS LEIS NACIONAIS IMPORTANTES<br />

EM TERMOS DE ESG?<br />

Mas, afi<strong>na</strong>l, qual <strong>é</strong> a legislação a que as empresas<br />

portuguesas têm de estar atentas? A<strong>na</strong> Filipa<br />

Morais Antunes, responde: “Há um conjunto de<br />

leis relevantes para o tema da sustentabilidade<br />

empresarial”, salientando no plano <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l, a Lei<br />

da Defesa do Consumidor (Lei n.º 24/96, de 31<br />

de julho); o regime jurídico das práticas comerciais<br />

desleais (Decreto-Lei n.º 58/2008, de 26 de<br />

março), aplicável <strong>na</strong>s relações entre empresas e<br />

consumidores e a Lei de bases do Clima (Lei nº<br />

98/2021, de 31 de dezembro), que consagra o<br />

direito ao equilíbrio climático, e prevê meios de<br />

tutela jurídica a atuar tamb<strong>é</strong>m <strong>na</strong> relação com a<br />

empresa (públicas ou privadas).<br />

Quanto ao tema do greenwashing, há, <strong>na</strong> opinião<br />

da professora Auxiliar da Escola de Lisboa<br />

da Faculdade de Direito da Universidade Católica<br />

Portuguesa, duas fontes relevantes. A lei do<br />

consumidor citada acima, que “consagra, entre os<br />

direitos do consumidor, o direito à informação –<br />

que deve ser clara, objetiva, completa e verdadeira<br />

(artigo 8.º). Entre os elementos informativos<br />

relevantes, inclui-se a referência às “caraterísticas<br />

principais dos bens ou serviços (art.8º, nº1, a)).<br />

Na sua opinião, a questão que se pode colocar <strong>é</strong><br />

saber, se no futuro próximo as informações sobre<br />

a origem da mat<strong>é</strong>ria-prima, composição do<br />

QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ <strong>2023</strong>


12<br />

\\ SUSTENTABILIDADE EMPRESARIAL \\<br />

ESG em crescimento no<br />

mercado de Fusões e Aquisições<br />

As operações ambientais, sociais e de gover<strong>na</strong>nce (ESG) cresceram num mercado de fusões<br />

e aquisições (M&A) em decr<strong>é</strong>scimo. O relatório da Boston Consulting Group (BCG)<br />

prevê que as estrat<strong>é</strong>gias ESG poderão motivar um número crescente de transações,<br />

mesmo perante condições macroeconómicas desafiantes. Nos primeiros sete meses de<br />

2022, as empresas anunciaram mais de 22 mil transações, com um valor total de 1,85<br />

mil milhões de dólares — um nível de atividade de M&A mais em linha com as m<strong>é</strong>dias<br />

registadas em pr<strong>é</strong>-pandemia do que com a do ano anterior —, segundo o relatório “The<br />

2022 M&A Report da BostonConsulting Group (BCG), realizado em colaboração com o<br />

professor Sönke Sievers, da Universidade de Paderborn.<br />

O mesmo relatório conclui que o número global de transações relacio<strong>na</strong>das com questões<br />

ESG aumentou 60%, de cerca de 5.700 em 2011 para um máximo histórico de<br />

aproximadamente 9.200 em 2021. O que sugere que mais investidores estão a reconhecer<br />

o potencial de criação de valor destas transações.<br />

“A atividade de M&A em 2022 abrandou em relação a 2021, com o volume e o valor das<br />

transações a baixar 13% e 32%, respetivamente”, destaca Jens Kengelbach, responsável<br />

global de M&A da BCG e coautor do relatório. “No entanto, mesmo numa conjuntura<br />

atual de elevada inflação, taxas de juro crescentes e abrandamento do crescimento económico,<br />

observamos uma tendência a longo prazo de que poderão potenciar a atividade<br />

de M&A. O número de transações centradas em ESG aumentou consistentemente<br />

há 20 anos e o total de transações relacio<strong>na</strong>das com o ambiente duplicou. Al<strong>é</strong>m das<br />

motivações tradicio<strong>na</strong>is, a sustentabilidade encontra-se a ganhar relevância como motivo<br />

para adquirir ou desinvestir em negócios”.<br />

<strong>Quem</strong> mais transacio<strong>na</strong> os verdes? A análise da BCG revela uma clara tendência ascendente<br />

nos negócios relacio<strong>na</strong>dos com ESG ao longo da última d<strong>é</strong>cada, tendo a aceleração<br />

sido mais forte em 2021, quando o volume de negócios deu um salto de 35% após<br />

dois anos mais suaves para uma atividade de M&A e transações de ESG mais amplas.<br />

Embora as transações relacio<strong>na</strong>das com o ambiente (ou seja, “transações verdes”) representem<br />

ape<strong>na</strong>s uma peque<strong>na</strong> fração de todas as transações de M&A, estes aumentaram<br />

nos últimos anos. O aumento de 20% de 2019 a 2021 indica que as transações verdes<br />

estão a ganhar força enquanto alavanca estrat<strong>é</strong>gica para a transformação ambiental.<br />

As M&A verdes têm crescido particularmente rápido <strong>na</strong>s indústrias que estão <strong>na</strong> vanguarda<br />

da transição energ<strong>é</strong>tica e nos mercados emergentes. Nos últimos dez anos, a<br />

indústria da energia e dos serviços públicos teve a maior quota de M&A verdes, bem<br />

como o maior aumento, subindo de 20% em 2011 para quase 40% em 2021. A região<br />

com o maior nível de atividade de M&A verdes em 2021 foi o M<strong>é</strong>dio Oriente, com<br />

mais de 10% das transações a estarem relacio<strong>na</strong>dos com o ambiente, após uma quota<br />

constante de cerca de 3% a 5% desde 2014. A região Ásia-Pacífico (especialmente a<br />

Chi<strong>na</strong>) foi a segunda região mais ativa, com uma quota de transações verdes de aproximadamente<br />

8% em 2021.<br />

produto, mão de obra, processo e local de produção, assim como o<br />

tipo de rotulagem e packaging, devem ser elevados a caraterísticas<br />

principais de bens e serviços. Ainda no tema do greenwashing, a<br />

docente destaca que deve a<strong>na</strong>lisar-se o regime jurídico das práticas<br />

comerciais desleais que veda as práticas comerciais enganosas,<br />

incluindo publicidade desleal e outras condutas suscetíveis de frustrar<br />

a confiança dos consumidores ou induzi-los em erro no momento<br />

de aquisição de bens ou serviços, prejudicando uma decisão<br />

contratual esclarecida.<br />

TALENTO PROCURA-SE!<br />

A próxima geração de consumidores, não perdoa! Espera que as<br />

empresas assumam uma posição clara sobre a sua estrat<strong>é</strong>gia de<br />

sustentabilidade. Seja a nível ambiental, social ou de gover<strong>na</strong>nça.<br />

Mais do que promessas as empresas terão de dar provas. Aceder ao<br />

talento <strong>é</strong> a única forma de concretizar os compromissos ESG! O<br />

estudo The Search for ESG Talent desenvolvido pela ManPower-<br />

Group junto de 40.700 empresas de 41 países e territórios, revela<br />

que em Portugal, 82% das organizações (oito em dez) já identificaram<br />

e desenvolveram a sua estrat<strong>é</strong>gia ESG ou planeiam fazê-lo.<br />

No entanto, 91% carece de talento nesta área. Um problema global,<br />

pois 94% dos empregadores garante enfrentar este mesmo desafio.<br />

Voltando a Portugal, 45% das empresas pretende recrutar novos<br />

profissio<strong>na</strong>is e 41% vai investir em up skills, ou seja, dar novas competências<br />

aos seus colaboradores. Depois, 24% considera acrescentar<br />

novas responsabilidades ESG às funções atuais da equipa<br />

e 23% vai apoiar-se em consultores externos. Susa<strong>na</strong> Almeida<br />

Lopes, Ma<strong>na</strong>ging Partner da SHL, empresa líder de assessment a<br />

nível mundial, diz num evento realizado pelo Santander dedicado<br />

à letra S da sigla ESG, que estamos perante um mercado de talento<br />

que <strong>é</strong> cada vez mais inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l e que “onze mil em cinquenta<br />

mil licenciados portugueses sai do país. “Esta escassez traz desafios<br />

às organizações”, confessa. Na sua opinião o investimento nesta<br />

área pode ser a resposta para a retenção de talento e para poder<br />

capitalizar a organização em mat<strong>é</strong>rias de reskill e upskill.<br />

A Ma<strong>na</strong>ging Partner da SHL, questio<strong>na</strong>: — Por que <strong>é</strong> que as pessoas<br />

saem das organizações? Respondendo de imediato à sua pergunta:<br />

“Sabemos a resposta. Não <strong>é</strong> preciso fazer grandes investigações.<br />

As pessoas saem, porque não sentem oportunidade de desenvolvimento<br />

dentro da empresa, segundo devido à liderança — portanto,<br />

os tópicos de trabalhar as lideranças que possam ser inclusivas<br />

são fundamentais, e por fim, saem porque não se revêm no<br />

QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ <strong>2023</strong>


\\ SUSTENTABILIDADE EMPRESARIAL \\<br />

13<br />

Segundo um relatório<br />

da OCDE, 55% das<br />

crianças cujos pais, e<br />

sobretudo as mães, não<br />

passam do ensino básico,<br />

ficam no mesmo<br />

nível de escolaridade.<br />

propósito da organização”. O estudo da ManPower<br />

tamb<strong>é</strong>m aponta o propósito como um bom farol.<br />

Para muitos a ESG <strong>é</strong> uma expetativa, não uma aspiração.<br />

“Da Geração Z aos Baby Boomers, os trabalhadores<br />

estão a exigir um trabalho significativo,<br />

e as organizações guiadas por um propósito tomam<br />

a dianteira”, lê-se no estudo. Por<strong>é</strong>m, apesar destas<br />

expetativas 22% dos empregadores estão hesitantes<br />

ou não pretendem desenvolver uma estrat<strong>é</strong>gia<br />

ESG.<br />

Quanto às áreas para as quais as empresas pretendem<br />

recrutar, Gover<strong>na</strong>nce <strong>é</strong> referida por 38% dos<br />

empregadores <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is, ambiente 35% e o impacto<br />

social, por 33%. “Espera-se, por parte das organizações,<br />

uma maior atenção e recursos direcio<strong>na</strong>dos<br />

à ação Ambiental, impacto Social e Gover<strong>na</strong>nce, o<br />

que se reflete <strong>na</strong> necessidade de mudança e adaptação<br />

da própria da força de trabalho. Segundo a<br />

Inter<strong>na</strong>tio<strong>na</strong>l Labour Organization, a implementação<br />

dos acordos de Paris poderia significar a<br />

criação de at<strong>é</strong> 18 milhões de postos de trabalho,<br />

at<strong>é</strong> 2030, dado que demonstra a urgência por encontrar<br />

e qualificar o talento para responder aos<br />

planos de redução de impacto ambiental das empresas,<br />

seja de forma inter<strong>na</strong> ou exter<strong>na</strong> às organizações”,<br />

afirma Rui Teixeira, Country Ma<strong>na</strong>ger do<br />

ManpowerGroup Portugal, no estudo publicado<br />

no site da empresa.<br />

Susa<strong>na</strong> Almeida Lopes coloca o dedo <strong>na</strong> ferida.<br />

“Temos dois países e duas velocidades. Temos as<br />

grandes empresas com capacidades fi<strong>na</strong>nceiras<br />

para investir em grandes programas e, por outro<br />

lado, temos as PME, que atualmente já conseguem<br />

aceder a alguns destes temas, mas ape<strong>na</strong>s devido<br />

aos fundos”. Para a responsável da SHL <strong>é</strong> uma preocupação<br />

saber quais são as competências que as<br />

organizações vão ter no futuro. “Por<strong>é</strong>m, <strong>é</strong> preciso<br />

ser realista há muitas pessoas que não terão lugar<br />

nesta estrat<strong>é</strong>gia e isto <strong>é</strong> preocupante.”, lamenta. Por<br />

isso, cabe às empresas tentar formar os colaboradores<br />

que sabe que não terão empregabilidade em<br />

determi<strong>na</strong>da área orientando-os para outra.<br />

Um outro pilar que pode mudar o mundo <strong>é</strong> a educação.<br />

Inês Oom de Sousa, Presidente da Fundação<br />

Santander e responsável de ESG do Grupo Santander<br />

a nível da Europa, num evento do Banco dedicado<br />

à letra S, das siglas ESG, assume a educação<br />

como uma das principais traves da estrat<strong>é</strong>gia da<br />

Fundação que gere, dizendo que esta investe 100<br />

milhões de euros para ajudar a criar competências<br />

e skills nesta área. Para todos. Empresas e particulares.<br />

A executiva diz que em Portugal ainda há<br />

muito abandono escolar e que 40% da população<br />

ativa — entre os 25 e os 75 anos tem ape<strong>na</strong>s o ensino<br />

básico. “Um segundo espeto muito importante,<br />

salienta, <strong>é</strong> que segundo um relatório da OCDE,<br />

55% das crianças cujos pais, e sobretudo as mães,<br />

não passam do ensino básico, ficam no mesmo nível<br />

de escolaridade. Temos de quebrar este ciclo em<br />

Portugal”, defende, “indicando que <strong>é</strong> fundamental<br />

criar competências para que estas crianças tenham<br />

um futuro melhor, melhores empregos e melhores<br />

salários”. Será fácil? Não, mas <strong>é</strong> possível! Afi<strong>na</strong>l,<br />

como dizia N<strong>é</strong>lson Mandela, antigo Presidente da<br />

África do Sul e Pr<strong>é</strong>mio Nobel da Paz, a “educação<br />

<strong>é</strong> a arma mais poderosa para mudar o mundo”.<br />

QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ <strong>2023</strong>


14 \\ ABC DO ESG \\<br />

NÃO BASTA<br />

PENSAR NO<br />

MAIS DO QUE NUNCA É<br />

PRECISO AÇÃO CONSCIENTE<br />

E COORDENADA. DE TODOS.<br />

\\ Por Filipe Pimentel Rações<br />

Nos últimos anos, a proteção do ambiente tem assumido<br />

uma centralidade sem precedentes no campo económico.<br />

Fruto do papel, e responsabilidade, que tem<br />

sido conferido às empresas e outras organizações <strong>na</strong><br />

proteção dos ecossistemas e da Natureza, dos quais<br />

os seus negócios dependem em maior ou menor grau, os crit<strong>é</strong>rios<br />

de sustentabilidade conhecidos como ESG (Ambiente, Sociedade<br />

e Gover<strong>na</strong>nça Corporativa) vieram investir os agentes económicos<br />

de uma nova centralidade no combate à degradação do planeta.<br />

Na vertente ambiental, os ESG englobam a utilização, e os impactos<br />

associados, que as empresas fazem dos recursos <strong>na</strong>turais, bem<br />

como os efeitos das suas operações no ambiente, quer os diretos,<br />

quer os que ema<strong>na</strong>m das suas cadeias de fornecimento. Esses indicadores<br />

devem ser a referência que norteia as estrat<strong>é</strong>gias e medidas<br />

implementadas pelas organizações para reduzirem as consequências<br />

negativas que têm, ou possam vir a ter, sobre os ecossistemas.<br />

“Este ‘E’ pode incluir várias dimensões de ação inter<strong>na</strong> ou exter<strong>na</strong>,<br />

como a redução ou mitigação da pegada carbónica, a gestão<br />

adequada de resíduos, a reestruturação baseada em energias<br />

renováveis e limpas, e a redução do impacto <strong>na</strong> biodiversidade<br />

<strong>na</strong>s políticas de compras”, explicou-nos Ângela Morgado, Diretora<br />

Executiva da organização ambientalista portuguesa ANP|WWF.<br />

Existindo os três vetores do ESG em profunda interdependência,<br />

nenhuma empresa pode esperar ser verdadeiramente sustentável<br />

se ignorar ou minimizar a importância de algum deles. Para a responsável,<br />

“o aspecto ambiental (E) está intrinsecamente ligado às<br />

dimensões social (S) e de gover<strong>na</strong>nça (G)”. Isto, porque “<strong>é</strong> o ambiente,<br />

a <strong>na</strong>tureza, que constituem a base biofísica das nossas sociedades<br />

e economias”, acrescentou.<br />

Assim, as organizações que ape<strong>na</strong>s priorizarem a vertente económica<br />

ou a social, optando por deixar de lado a ambiental, arriscam-se<br />

a “enfrentar consequências sociais, como impactos <strong>na</strong><br />

saúde das comunidades locais ou at<strong>é</strong> no próprio bem-estar dos<br />

trabalhadores”.<br />

E tem de ser um esforço de toda a organização, sem exceção, pois<br />

“a falta de uma gover<strong>na</strong>nça adequada pode criar fragilidades <strong>na</strong> definição<br />

e implementação de políticas, comprometendo os esforços<br />

ambientais e sociais”, salientou Ângela Morgado. Só reconhecendo<br />

QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ <strong>2023</strong>


\\ ABC DO ESG \\<br />

15<br />

“o papel da <strong>na</strong>tureza como suporte da vida huma<strong>na</strong>”,<br />

poderão as empresas aspirar a uma “sustentabilidade<br />

de longo prazo”.<br />

PORTUGAL: A SENSIBILIDADE E COMPROMISSO<br />

DAS EMPRESAS PARA COM O AMBIENTE TEM<br />

CRESCIDO<br />

Por cá, as empresas parecem estar cada vez mais<br />

cientes da importância da preservação e recuperação<br />

dos ecossistemas, dos habitats e de todos<br />

os serviços e bens que eles nos prestam para o<br />

desenvolvimento dos seus negócios e atividades.<br />

Apesar dos avanços que têm sido feitos, Ângela<br />

Morgado reconheceu que “ainda há muito por<br />

fazer” e que “não basta plantar árvores”.<br />

O setor empresarial precisa de “apostar claramente<br />

e seriamente <strong>na</strong> <strong>na</strong>tureza”, argumentou a<br />

responsável, e para tal não basta ape<strong>na</strong>s redigir e<br />

divulgar relatórios sobre os seus impactos. Precisam<br />

de ir mais longe, e, acima de tudo, “definir<br />

um plano ambicioso de redução das suas emissões<br />

e impactos <strong>na</strong> <strong>na</strong>tureza atuais e no futuro,<br />

profundamente integrado no seu modelo de negócio,<br />

assumindo um compromisso fi<strong>na</strong>nceiro<br />

s<strong>é</strong>rio e investindo sem hesitações no restauro da<br />

<strong>na</strong>tureza”.<br />

Al<strong>é</strong>m disso, as empresas, enquanto agentes sociais,<br />

devem tamb<strong>é</strong>m, quer em Portugal quer a<br />

nível europeu, participar e tor<strong>na</strong>r públicas as<br />

suas posições sobre as decisões políticas tomadas<br />

sobre o ambiente.<br />

Então, o que falta para que consigamos ter um<br />

maior equilíbrio entre o crescimento do negócio<br />

e a proteção do Ambiente? A responsável acredita<br />

que a resposta tem de passar pela mobilização<br />

de todas as empresas, independentemente<br />

da sua dimensão.<br />

“É verdade que a larga maioria das empresas em<br />

Portugal são PMEs [Peque<strong>na</strong>s e M<strong>é</strong>dias Empresas],<br />

e se individualmente estas têm uma pegada<br />

inferior, o seu efeito agregado acaba por ter um<br />

impacto significativo, em particular no setor da<br />

alimentação”, contou-nos, pois as empresas têm<br />

de perceber que alcançarem uma real sustentabilidade<br />

ambiental traz não só benefícios para<br />

o planeta – e todos nós – mas “a melhoria da<br />

reputação da empresa, a conquista de novos<br />

mercados, a atração e retenção de talentos e a<br />

redução de riscos fi<strong>na</strong>nceiros associados a questões<br />

ambientais, e at<strong>é</strong> melhor produtividade”.<br />

As crises resultantes da degradação, e eventual<br />

colapso, dos ecossistemas e habitats, e toda a<br />

instabilidade social, política e económica que a<br />

isso está associada, mais tarde ou mais cedo acabarão<br />

por se fazer sentir por toda a sociedade,<br />

“prejudicando os negócios destas empresas, pois<br />

o planeta não suportará as atividades que agora<br />

dependem dele”, avisou Ângela Morgado.<br />

Mas essa transformação só será possível se forem<br />

criadas as condições certas, e nesse campo<br />

o Estado tem um papel central a desempenhar,<br />

para “fomentar um ambiente favorável para<br />

esta transição, concedendo apoios às empresas<br />

e criando políticas de incentivo, em particular<br />

para as PMEs que possuem menos capacidade<br />

de investimento e inovação”.<br />

INVESTIR NA PROTEÇÃO AMBIENTAL<br />

E NA REDUÇÃO DOS IMPACTOS É INVESTIR<br />

NA SUSTENTABILIDADE DO NEGÓCIO<br />

“As empresas têm cada vez mais<br />

de reconhecer que a proteção<br />

do ambiente não <strong>é</strong> ape<strong>na</strong>s uma<br />

responsabilidade social, mas<br />

tamb<strong>é</strong>m uma oportunidade<br />

estrat<strong>é</strong>gica de negócios”, recordou-nos<br />

a responsável da<br />

ANP|WWF, sublinhando, no<br />

entanto, que essa transformação<br />

não pode ape<strong>na</strong>s depender “da visão<br />

estrat<strong>é</strong>gica das e dos CEOs de um número (assim<br />

esperamos) crescente de empresas”.<br />

Ângela Morgado lamenta que “está neste momento<br />

em risco de ser rejeitada no Parlamento<br />

Europeu a proposta da Comissão para uma Lei<br />

do Restauro da Natureza”, aquela que seria “a<br />

primeira lei da UE a estabelecer metas juridicamente<br />

vinculativas para restaurar a <strong>na</strong>tureza”,<br />

um cenário preocupante quando consideramos<br />

que cerca de 80% dos habitats <strong>na</strong> UE estão em<br />

mau estado de conservação, “com imensos riscos<br />

para as esp<strong>é</strong>cies que neles habitam e para a<br />

própria saúde huma<strong>na</strong>”.<br />

“Não podemos continuar dependentes ape<strong>na</strong>s<br />

de ações de boa vontade. Precisamos de mecanismos<br />

que vinculem os Estados e as empresas a<br />

mudanças efetivas e eficazes”, rrematou Ângela<br />

Morgado, Diretora<br />

Executiva da organização ambientalista portuguesa<br />

ANP|WWFE deixou uma mensagem às<br />

empresas: “Com o agravar da crise climática e<br />

dos desafios que todos enfrentamos, as empresas<br />

têm uma escolha: podem ser parte do problema<br />

ou fazer parte da solução.”<br />

QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ <strong>2023</strong>


16<br />

\\ ABC DO ESG \\<br />

A LONGA<br />

MARCHA DO<br />

A PANDEMIA DEU UM NOVO<br />

FÔLEGO A ESTA LETRA. MAS<br />

SERÁ QUE FOI S DE POUCA<br />

DURA?<br />

\\ Por Teresa Cotrim<br />

OS de Social ou de stakeholder tem sido o parente<br />

pobre das siglas ESG (Environmental, Social and<br />

Corporate Gover<strong>na</strong>nce), que em português traduzimos<br />

para práticas Ambientais, Sociais e de<br />

Gover<strong>na</strong>nça, mas <strong>na</strong> verdade, o S assume um papel fulcral no<br />

tema da sustentabilidade. A sua definição <strong>é</strong> ampla. Há quem o<br />

relacione com a responsabilidade social, outros focam-no <strong>na</strong>s<br />

ações efetuadas dentro das empresas e <strong>na</strong>s boas práticas de recursos<br />

humanos. Há ainda quem lhe atribuía um significado<br />

assistencialista ou filantrópico, de auxílio ou cuidado aos mais<br />

vulneráveis numa comunidade. Neste campo não há certo<br />

ou errado. O importante <strong>é</strong> que as empresas entendam que <strong>é</strong><br />

fundamental ter um impacte social positivo.<br />

Para Margarida Couto, presidente da Grace, Empresas Responsáveis,<br />

o S está no meio, logo <strong>é</strong> um ponto de equilíbrio fundamental.<br />

“É estruturante e tamb<strong>é</strong>m <strong>é</strong> uma letra feliz, no sentido<br />

em que <strong>é</strong> utilizada por todos os países. O E, por exemplo,<br />

já não consegue esta proeza. Veja-se o exemplo do Brasil onde<br />

mudaram a sigla ESG para ASG.” No entanto, o S já está <strong>na</strong> estrada.<br />

Está a fazer o seu caminho, mas tem um longo percurso<br />

pela frente. Tal como a sua forma, terá de ultrapassar muitas<br />

curvas e contracurvas para chegar a bom porto.<br />

A presidente da Grace destaca a curiosidade de o S ter duas<br />

“barrigas”, em que uma está virada para dentro e a outra para<br />

QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ <strong>2023</strong>


\\ ABC DO ESG \\<br />

17<br />

fora. “É o S dentro da nossa casa; como nos<br />

relacio<strong>na</strong>mos com os nossos colaboradores,<br />

mas depois tamb<strong>é</strong>m há o S para fora; ou seja,<br />

como nos relacio<strong>na</strong>mos com a comunidade,<br />

como gerimos o impacto positivo ou negativo<br />

sobre esta, <strong>na</strong> nossa cadeia de valor que são os<br />

colaboradores dos nossos fornecedores — são<br />

um stakeholder relevante para uma empresa”,<br />

explica.<br />

AS EMPRESAS FAMILIARES E O S<br />

Na opinião da Presidente da Grace, Portugal<br />

tem <strong>na</strong>s empresas familiares vários exemplos<br />

de sucesso nesta mat<strong>é</strong>ria, talvez porque no seu<br />

ADN esteja impreg<strong>na</strong>do o sentido de pertença,<br />

ou seja, “estas são as minhas pessoas”, relativamente<br />

ao sentimento para com os colaboradores,<br />

ou mesmo a vertente de que a família<br />

cuida, protege e acarinha. É quase como os vizinhos<br />

que tentam saber como está o vizinho<br />

do lado. Se precisa de alguma coisa. “É o cuidar<br />

do seu metro quadrado”, compara. Daquele espaço<br />

ali à volta da organização. Do espaço da<br />

comunidade onde está inserida.<br />

Um exemplo incontornável no nosso país, <strong>é</strong><br />

a Delta. “Esta empresa <strong>na</strong>sceu claramente no<br />

S. Por dentro e por fora”, considera, deixando<br />

uma esp<strong>é</strong>cie de to do a todos os empresários.<br />

“Estes dever-se-iam questio<strong>na</strong>r, se no dia em<br />

que partirem ou simplesmente deixarem a<br />

empresa, se os seus funcionários chorariam<br />

Os fatores sociais são<br />

geralmente mais difíceis<br />

de delimitar e medir<br />

e têm ficado para trás,<br />

contudo a pandemia da<br />

Covid 19 foi um empurrão<br />

para o S<br />

por eles, ou teriam esta manifestação <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l<br />

de pesar que Rui Nabeiro, teve?”. E se dúvidas<br />

houvessem sobre a herança social da Delta, os<br />

números provam a sua veracidade. Num estudo<br />

de mercado sobre as empresas mais responsáveis<br />

a atuar em Portugal, publicado pela<br />

Merco, a Delta Caf<strong>é</strong>s aparece em primeiro<br />

num ranking de 100, com 10 mil pontos, quase<br />

o dobro da m<strong>é</strong>dia de pontuação das 100 empresas<br />

mencio<strong>na</strong>das no estudo (5.326 pontos).<br />

Margarida Couto, revela ainda que vários estudos<br />

salientam haver estatísticas que garantem<br />

que 50% do valor da empresa são os intangíveis.<br />

Dentro deste chap<strong>é</strong>u está o S. Segundo<br />

uma pesquisa da consultora Brand Fi<strong>na</strong>nce,<br />

os ativos intangíveis dos mercados fi<strong>na</strong>nceiros<br />

dos Estados Unidos representam 76% do valor<br />

comercial das empresas listadas. Ou seja,<br />

três quartos do valor das empresas cotadas <strong>na</strong><br />

maior Bolsa de Valores do mundo não são ativos<br />

físicos ou fi<strong>na</strong>nceiros. Portanto, equilibrar<br />

lucro com os impactos sociais não <strong>é</strong> ape<strong>na</strong>s<br />

uma moda. É um imperativo exigido pelo mercado<br />

e pelos investidores.<br />

Há um exemplo inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l com um forte<br />

impacto no S. A marca Patagónia, especializada<br />

em roupa para desportos ao ar livre. Esta<br />

empresa note america<strong>na</strong>, al<strong>é</strong>m de faturar acima<br />

de mil milhões de dólares, reverte 1% deste<br />

valor a favor do ambiente e prega o anticonsumo<br />

com etiquetas a dizer Don`t buy this<br />

jacket (não compre este casaco!). A empresa<br />

implementou uma política de redução, reuso,<br />

arranjo e reciclagem, uma vez que defendem<br />

que sempre que algu<strong>é</strong>m compra algo de novo,<br />

deixa a sua marca de carbono no planeta.<br />

Criaram quatro opções para o cliente. O serviço<br />

de arranjo, em que o consumidor pode<br />

levar a sua roupa e reparar, o serviço de venda<br />

em segunda mão entre clientes, o serviço<br />

de reciclagem, em que o consumidor dá a sua<br />

peça antiga para o fabrico de uma nova e por<br />

fim, a compra de roupa nova. Para os colaboradores<br />

construiu creches para os filhos, escritórios<br />

sem paredes, folgas a cada duas sema<strong>na</strong>s,<br />

viagens patroci<strong>na</strong>das, entre outras ações.<br />

A verdade <strong>é</strong> que a empresa tem uma taxa de<br />

rotatividade cinco vezes abaixo da m<strong>é</strong>dia dos<br />

Estados Unidos, de ape<strong>na</strong>s 4% de acordo com<br />

um artigo publicado pela revista america<strong>na</strong><br />

Forbes.<br />

A par destes bons exemplos, há uma premissa<br />

que deve tamb<strong>é</strong>m pesar <strong>na</strong> balança. O comportamento<br />

do consumidor mudou. O acesso<br />

à informação, a facilidade de comparação de<br />

empresas, produtos e práticas levou a que se<br />

prestasse mais atenção aos produtos e serviços<br />

que se consomem. Daí o posicio<strong>na</strong>mento<br />

de compra tamb<strong>é</strong>m está a ficar alinhado com o<br />

comportamento socialmente responsável das<br />

empresas. Prova disso <strong>é</strong> que 50% dos consumidores<br />

estão dispostos a pagar um preço mais<br />

alto por produtos que tenham um impacto social<br />

e ambiental positivos.<br />

ENCONTRAR ASPETOS POSITIVOS NUMA<br />

PANDEMIA<br />

Os fatores sociais são geralmente mais difíceis<br />

de delimitar e medir e têm ficado para trás,<br />

contudo a pandemia da Covid 19 — apesar de<br />

ter sido terrível para o mundo, foi um empurrão<br />

para o S. Margarida Couto partilha desta<br />

visão, admitindo que passou a haver por parte<br />

das empresas mais consciência da sua importância.<br />

“Nunca se ouviu falar tanto de well<br />

being como agora, motivado por um elefante<br />

que estava <strong>na</strong> sala, mas que todos ignoravam,<br />

isto <strong>é</strong> o tema do burn out e da saúde mental”,<br />

destaca, admitindo que estava escondido debaixo<br />

do tapete, mas que agora as empresas<br />

tiveram de encarar o tema e algumas estão<br />

verdadeiramente preocupadas em fazer as<br />

coisas bem. A verdade <strong>é</strong> que grandes crises<br />

costumam ser catalisadoras das mudanças <strong>na</strong>s<br />

QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ <strong>2023</strong>


18<br />

\\ ABC DO ESG \\<br />

Nunca se ouviu falar<br />

tanto de well being<br />

como agora, motivado<br />

por um elefante que<br />

estava <strong>na</strong> sala, mas que<br />

todos ignoravam, o tema<br />

do burn out e da saúde<br />

mental<br />

sociedades. Perante um acontecimento desta<br />

envergadura, empresas, pessoas e organizações<br />

tomaram consciência para a importância<br />

da colaboração e da atuação de um estilo<br />

de vida mais sustentável.<br />

Um inqu<strong>é</strong>rito realizado pela Statista, plataforma<br />

online especializada em dados<br />

de mercados e consumidores, revelou que<br />

após a pandemia da Covid-19, 29% dos<br />

inquiridos admitiu que este flagelo os fez<br />

considerar o ESG de forma mais importante<br />

cerca de 24% afirmou que a componente<br />

social adquiriu um papel muito relevante,<br />

mais do que pensavam. Ape<strong>na</strong>s 1,1% respondeu<br />

que passou a dar menos importância<br />

aos temas de ESG, e nomeadamente<br />

ao S. Mas terá sido um S de pouca dura?<br />

“As pessoas moveram-se para agradecer aos<br />

m<strong>é</strong>dicos, enfermeiros, aos lojistas, enfim a<br />

quem contribuiu para que a vida continuasse”,<br />

relembra, Margarida Couto, admitindo, que<br />

olhando agora à distância parece que muito<br />

desse sentimento se esvaneceu. Esta agenda<br />

da sustentabilidade está muito centrada no<br />

tema do ambiente, mas para a presidente da<br />

Associação Grace Empresas Responsáveis,,<br />

se escavarmos o tema poderemos concluir<br />

que o ambiente ou os problemas ambientais,<br />

são <strong>na</strong> sua essência uma ameaça às pessoas e<br />

no limite às empresas, uma vez que sem pessoas<br />

estas tamb<strong>é</strong>m não sobrevivem, portanto<br />

“tudo começa e acaba <strong>na</strong>s pessoas”.<br />

Onde podemos<br />

encontrar o S?<br />

• Igualdade de g<strong>é</strong>nero - acesso aos meus cargos e<br />

com salários iguais.<br />

• Saúde e bem-estar dentro das organizações,<br />

atrav<strong>é</strong>s da medição de níveis de satisfação dos<br />

funcionários e participação em programas de<br />

bem-estar. Ter em consideração a saúde mental<br />

dos trabalhadores e melhorar o ambiente de<br />

trabalho.<br />

• Desenvolvimento humano com horas de formação<br />

por categoria e g<strong>é</strong>nero, rotatividade e preenchimento<br />

de vagas com candidatos a nível<br />

interno.<br />

• Ter atenção e dar apoio <strong>na</strong> resolução de conflitos.<br />

• Respeitar o consumidor, mediante o estudo do<br />

índice de reclamações, número de recalls, NPS,<br />

perfil sociodemográfico dos utilizadores, proporção<br />

da receita de produtos e serviços que oferecem<br />

benefícios socioambientais.<br />

• Impactos <strong>na</strong> cadeia, isto <strong>é</strong> análise de m<strong>é</strong>tricas<br />

relacio<strong>na</strong>das com os fornecedores.<br />

• Criação de programas de voluntariado <strong>na</strong> comunidade.<br />

• Cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento<br />

Sustentável (ODS).<br />

• Contratar localmente.<br />

• Cuidar do Ambiente <strong>na</strong> comunidade, fazendo<br />

uma boa gestão dos resíduos.<br />

• Comprar de fornecedores da sua localidade.<br />

Vantagens da<br />

vertente Social<br />

• Empresas com atividades de envolvimento social<br />

são vistas de forma positiva pelo público.<br />

• Uma aposta forte no S permite atrair e reter talento.<br />

• O investimento no S responde às preocupações<br />

do consumidor que já está desperto para estes<br />

temas e que quer comprar com responsabilidade.<br />

• O investimento em S atrai investidores para o seu<br />

negócio.


20<br />

\\ ABC DO ESG \\<br />

O PAPEL<br />

DO<br />

DEFINIR UMA<br />

CONDUTA ÉTICA E DE<br />

RESPONSABILIDADE<br />

COM TODA A CADEIA<br />

PRODUTIVA É O<br />

DESAFIO DESTA<br />

LETRA. ESTARÃO AS<br />

EMPRESAS NACIONAIS<br />

PREPARADAS PARA O<br />

FAZER?<br />

\\ Por Teresa Cotrim<br />

OG <strong>é</strong> um pilar estrutural. “Do ponto de vista da<br />

Gover<strong>na</strong>nça <strong>é</strong> a raiz. A base de equilíbrio para<br />

os outros dois, ou seja, o E e o S”, acredita Hele<strong>na</strong><br />

Gonçalves, coorde<strong>na</strong>dora do Fórum de Ética da<br />

Católica Porto Business School e diretora do Chief Ethics &<br />

Compliance Officer da mesma universidade. A Gover<strong>na</strong>nça <strong>é</strong><br />

o sistema interno de processos, controle e procedimentos que<br />

a empresa utiliza para se gover<strong>na</strong>r, tomar decisões, seguir as<br />

leis e atender às necessidades de todas as partes interessadas:<br />

colaboradores, funcionários, acionistas e investidores.<br />

Uma boa gover<strong>na</strong>nça corporativa alinha os interesses privados<br />

da empresa ou organização, garantindo uma marca forte, sustentável<br />

e que garanta o bem-estar dos stakeholders (todas as<br />

pessoas interessadas nos resultados e processos da empresa).<br />

Al<strong>é</strong>m disso, em momentos de crise, o G serve para garantir a<br />

confiabilidade do negócio. Funcio<strong>na</strong> como um farol, levando os<br />

responsáveis da empresa a criar as ferramentas e os mecanismos<br />

necessários para que os passos dados sejam em benefício<br />

de todos.<br />

A função do G <strong>é</strong> avaliar, direcio<strong>na</strong>r e monitorizar as ações efetuadas<br />

por quem tem <strong>na</strong>s mãos as r<strong>é</strong>deas da empresa, garantindo<br />

desta forma transparência e equidade <strong>na</strong> gestão da mesma.<br />

Cada empresa tem a sua atividade e está inserida num setor,<br />

contudo tem como obrigação atuar sempre com <strong>é</strong>tica conforme<br />

as normas vigentes.<br />

Para Hele<strong>na</strong> Gonçalves embora a <strong>é</strong>tica e a compliance, em<br />

contexto organizacio<strong>na</strong>l sejam consideradas duas faces de uma<br />

mesma moeda, a verdade <strong>é</strong> que a segunda tem sido, <strong>na</strong>turalmente,<br />

mais implementada”. A compliance tem como missão<br />

garantir que as empresas conduzem o negócio em completo<br />

alinhamento com as leis <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is e inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is, bem<br />

como com a regulamentação específica do setor e das normas<br />

QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ <strong>2023</strong>


\\ ABC DO ESG \\<br />

21<br />

profissio<strong>na</strong>is, aceitando-as enquanto normas<br />

inter<strong>na</strong>s da empresa. Atua em conformidade<br />

relativamente às leis, normas e demais requisitos<br />

externos. “Já a área da <strong>é</strong>tica terá como<br />

missão conduzir o negócio alinhado com<br />

determi<strong>na</strong>dos valores e princípios de <strong>é</strong>tica e<br />

de conduta, que estão em regra expressos no<br />

seu código de <strong>é</strong>tica”.<br />

Hele<strong>na</strong> Gonçalves revela que as organizações<br />

estão em diferentes fases de maturidade no<br />

que se refere à gestão <strong>é</strong>tica. Em the Ethics<br />

Office Handbook esta <strong>é</strong> a<strong>na</strong>lisada em função<br />

das atitudes e crenças em relação à <strong>é</strong>tica <strong>na</strong><br />

organização. “A crença de que a própria <strong>na</strong>tureza<br />

dos negócios <strong>é</strong> eticamente neutra faz<br />

com que as organizações fiquem cegas quanto<br />

à sua utilidade. Nestas, a adesão à lei <strong>é</strong> vista<br />

como eticamente suficiente. A menos que sejam<br />

compelidas por lei, tais organizações não<br />

têm uma função dedicada à gestão da <strong>é</strong>tica,<br />

isto <strong>é</strong>, um ethics office”, lamenta, adiantando,<br />

que caso este existisse poderia exigir prestação<br />

de contas por falhas <strong>é</strong>ticas.<br />

A tolerância zero poderia forçar os colaboradores<br />

a serem <strong>é</strong>ticos por medo de punição.<br />

Se os dez principais escândalos empresariais<br />

— Enron, Volkswagen, Lehman Brothers, BP,<br />

Uber, Apple, Facebook, Valeant Pharmaceuticals,<br />

Kobe Stell e Equifax —, e a influência<br />

que tiveram <strong>na</strong>s quedas das bolsas, tendo<br />

como principais origens a manipulação ou<br />

falsificação de relatórios, venda enganosa, ass<strong>é</strong>dio,<br />

uso de informação e abuso de posição<br />

domi<strong>na</strong>nte ou o ambiente, tivessem investido<br />

em <strong>é</strong>tica empresarial, talvez alguns se tivessem<br />

evitado. Mas o caminho passaria <strong>na</strong> opinião<br />

da coorde<strong>na</strong>dora do Fórum de Ética, pelos<br />

colaboradores agirem de forma <strong>é</strong>tica por<br />

vontade própria e não por medo ou punição.<br />

“Seriam os embaixadores da <strong>é</strong>tica”, acredita.<br />

A par com a área de compliance, algumas organizações<br />

já têm áreas de responsabilidade<br />

social e sustentabilidade bastante maduras,<br />

que já incorporam <strong>na</strong> sua cultura o princípio<br />

de precaução, mas para Hele<strong>na</strong> Gonçalves<br />

falta a maximização dos impactos positivos,<br />

ou seja, “faz todo o bem que puderes”.<br />

E <strong>na</strong> sua opinião <strong>é</strong> precisamente para promover<br />

estes impactos positivos que a <strong>é</strong>tica <strong>é</strong><br />

relevante.<br />

SERÃO OS PORTUGUESES ÉTICOS NO TRABALHO?<br />

“Se aceitarmos a regra 20—60—20, então<br />

poderemos dizer que 20% das pessoas farão<br />

sempre a coisa certa, atuarão eticamente independentemente<br />

das circunstâncias e do<br />

trabalho. Já 20% procederá sempre de forma<br />

ilegal ou não <strong>é</strong>tica quando tiverem oportunidade<br />

de o fazer, se as recompensas forem<br />

atrativas e tiverem uma baixa probabilidade<br />

de serem apanhadas. Por fim, os 60% tendem<br />

a atuar honestamente, podendo optar por<br />

comportamentos não <strong>é</strong>ticos ou ilegais, se as<br />

circunstâncias exigirem, tais como pressões<br />

das chefias ou pares, sistemas de recompensas,<br />

convicção em estarem a agir no melhor<br />

interesse da empresa, por exemplo.”, explica<br />

Hele<strong>na</strong> Gonçalves. Para a professora da Católica<br />

Porto Business School, estes “moldáveis”<br />

são os potenciais alvos de programas de<br />

<strong>é</strong>tica, porque podem ser influenciados a ter<br />

comportamentos <strong>é</strong>ticos quando trabalham<br />

em organizações com um uma cultura <strong>é</strong>tica.<br />

Estarão os portugueses cientes da evolução<br />

da <strong>é</strong>tica no trabalho? Hele<strong>na</strong> Gonçalves,<br />

responde citando o estudo Ethics at Work:<br />

Inter<strong>na</strong>tio<strong>na</strong>l Survey of Employees, que em<br />

2021 contou com 13 países, com amostras<br />

representativas da população ativa de cada<br />

país e os resultados não são animadores.<br />

QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ <strong>2023</strong>


22<br />

\\ ABC DO ESG \\<br />

22<br />

Atualmente <strong>é</strong><br />

i<strong>na</strong>dmissível alegar<br />

desconhecimento em<br />

qualquer prática ilícita,<br />

por isso as empresas<br />

têm de transformar<br />

as suas diretrizes em<br />

ações, e claro apurar<br />

responsabilidades<br />

quando for necessário<br />

“Continuamos a ser um dos países com piores<br />

indicadores: somos dos que mais observam<br />

más práticas (violação da lei ou das normas<br />

<strong>é</strong>ticas da organização), dos que menos as<br />

reportam, sendo esta falta de reporte justificada<br />

pela falha de credibilidade no sistema.<br />

Depois acreditam que não haverá consequências,<br />

têm medo, ou simplesmente acreditam<br />

que não <strong>é</strong> algo que lhes diga respeito. O<br />

abuso de autoridade (40%) e o ass<strong>é</strong>dio (29%)<br />

estão <strong>na</strong>s três primeiras más práticas mais<br />

observadas em Portugal.<br />

No entanto, segundo a mesma fonte os portugueses<br />

continuam a considerar as organizações<br />

onde trabalham como honestas<br />

(84%), mas continuam a ser dos que mais<br />

presenciam más condutas (20%), apesar menos<br />

do que no último estudo. Continuamos<br />

tamb<strong>é</strong>m a ser dos países em que as pessoas<br />

têm mais dificuldade em reportar más práticas<br />

que presenciam (46%). A boa notícia <strong>é</strong><br />

que, relativamente a 2018, melhorámos em<br />

todos os mecanismos e instrumentos que<br />

fazem parte de um programa abrangente de<br />

<strong>é</strong>tica: código (62%), formação (50%), e linhas<br />

de speakup (43%) e aconselhamento (43%).<br />

Na opinião de Hele<strong>na</strong> Gonçalves apesar destes<br />

resultados ainda há muito a melhorar.<br />

COMO APLICAR A CULTURA DO G NUMA<br />

EMPRESA?<br />

É fundamental ter, por exemplo, uma divulgação<br />

clara das políticas de remuneração, possuir<br />

a garantia de votos para todas as ações da empresa,<br />

garantir conselheiros independentes do<br />

conselho administrativo interno, manter auditorias<br />

e compliance empresarial. A realidade<br />

<strong>é</strong> que atualmente <strong>é</strong> i<strong>na</strong>dmissível alegar desconhecimento<br />

em qualquer prática ilícita, por<br />

isso as empresas têm de transformar as suas<br />

diretrizes em ações, e claro apurar responsabilidades<br />

quando for necessário. Os programas<br />

de compliance passam a ser uma obrigação.<br />

Que passos pode dar a empresa para valorizar a<br />

letra G? Pode ter um processo bem estruturado<br />

de gestão dos riscos corporativos para avaliar<br />

potenciais perigos para o negócio, priorizando<br />

questões chave para os stakeholders, desenvolvendo<br />

assim estrat<strong>é</strong>gias de mitigação. Ter atenção<br />

redobrada no tema da <strong>é</strong>tica e da integridade<br />

— defendendo um alto padrão <strong>é</strong>tico em<br />

toda a conduta da empresa, criando emprego<br />

responsável, tendo em consideração a igualdade<br />

de g<strong>é</strong>nero, em toda a rede da organização.<br />

Respeitar os direitos humanos, promovendo os<br />

princípios e direitos fundamentais no trabalho<br />

declarados pela Organização Inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l do<br />

Trabalho (OIT). Pagar salários iguais em cargos<br />

iguais. Redigir e aplicar um código de conduta<br />

<strong>é</strong>tica, fazendo com que todos os funcionários<br />

o apliquem, assim como exigir aos parceiros<br />

e fornecedores da cadeia que alinhem com os<br />

mesmos princípios firmando desta forma um<br />

compromisso, entre outras medidas. Se todos<br />

cumprirem a sua parte, decerto o G tamb<strong>é</strong>m<br />

cumprirá o seu papel. Todos ganharão com<br />

isso!<br />

Onde devemos<br />

aplicar o G?<br />

• Integração dos aspectos ESG <strong>na</strong> estrat<strong>é</strong>gia:<br />

As empresas devem incorporar considerações<br />

ambientais, sociais e de gover<strong>na</strong>nça <strong>na</strong> sua estrat<strong>é</strong>gia<br />

de negócios, reconhecendo os impactos<br />

e riscos.<br />

• Compromisso com a sustentabilidade ambiental:<br />

A gover<strong>na</strong>nça corporativa ESG exige que as<br />

empresas adotem práticas e políticas ambientalmente<br />

sustentáveis, minimizando os impactos<br />

negativos no meio ambiente.<br />

• Gestão responsável dos recursos <strong>na</strong>turais: As<br />

empresas devem adotar práticas de gestão responsável<br />

dos recursos <strong>na</strong>turais.<br />

• Inclusão e diversidade social: A gover<strong>na</strong>nça<br />

corporativa valoriza a inclusão e diversidade <strong>na</strong>s<br />

empresas, promovendo igualdade de oportunidades,<br />

respeito aos direitos humanos, combate à<br />

discrimi<strong>na</strong>ção e promoção da equidade de g<strong>é</strong>nero<br />

e diversidade <strong>é</strong>tnico-racial.<br />

• Relações com stakeholders: As empresas devem<br />

estabelecer um diálogo e uma relação de<br />

confiança com seus stakeholders, como clientes,<br />

funcionários, fornecedores, comunidades locais<br />

e investidores<br />

• Transparência e prestação de contas ESG: É essencial<br />

que as empresas forneçam informações<br />

transparentes e confiáveis sobre o seu desempenho<br />

ESG, incluindo a divulgação de m<strong>é</strong>tricas e<br />

indicadores relevantes.<br />

• Gestão de riscos: As empresas devem identificar,<br />

avaliar e gerir os riscos associados aos<br />

aspectos ESG, integrando-os nos processos de<br />

gestão de riscos e adotando medidas preventivas<br />

e corretivas para os minimizar.<br />

• Compromisso com a <strong>é</strong>tica e a integridade: A<br />

gover<strong>na</strong>nça corporativa requer a adoção de práticas<br />

empresariais <strong>é</strong>ticas, com uma postura de<br />

integridade, combate à corrupção, transparência<br />

<strong>na</strong>s operações e conformidade com leis e regulamentos.<br />

QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ <strong>2023</strong>


23<br />

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impacto das nossas ações para o Planeta.<br />

A<strong>na</strong>lisamos a sustentabilidade em<br />

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uma visão global do país e do mundo.


24<br />

\\ INOVAÇÃO \\<br />

AS START-UPS<br />

PODEM MUDAR O MUNDO!<br />

AS QUE NASCEREM VERDES TÊM TUDO PARA VINGAR. PODEM, INCLUSIVE,<br />

APANHAR BOLEIA DE GIGANTES QUE ESTÃO A TRANSFORMAR-SE PARA<br />

SOBREVIVER.<br />

\\ Por Teresa Cotrim<br />

Oditado português “quem <strong>na</strong>sce torto,<br />

tarde ou nunca se endireita”, poder-<br />

-se-ia aplicar às Start-ups, empresas<br />

inovadoras em fase inicial, mas com<br />

grande capacidade de crescimento, no que toca ao<br />

ESG, sigla inglesa para ambiente, responsabilidade<br />

social e gover<strong>na</strong>nça corporativa, que no mercado fi<strong>na</strong>nceiro<br />

sintetiza uma s<strong>é</strong>rie de crit<strong>é</strong>rios de conduta<br />

que as empresas têm de seguir para serem sustentáveis.<br />

Isto porque como futuros possíveis unicórnios,<br />

empresas com valorização acima de um milhão de<br />

euros, as suas opiniões sobre o planeta, as pessoas e<br />

a sociedade são muito importantes. <strong>Quem</strong> se posicio<strong>na</strong>r<br />

já no tema, poderá ter o sucesso almejado.<br />

O estudo ESG Pulse Check: Getting the Basics Right<br />

for Start-ups and Venture Capital Firms, do Fórum<br />

Económico Mundial, revela que várias Start-<br />

-ups destacaram os fatores ESG como parte da sua<br />

missão principal e estrat<strong>é</strong>gia de negócios, at<strong>é</strong> porque<br />

estão sujeitas à pressão dos funcionários e dos consumidores,<br />

fazendo com que estas logo no estádio<br />

inicial (cerca de 68%) tenham construído os seus<br />

negócios com consciência do seu impacto ambiental,<br />

diversidade e inclusão <strong>é</strong>tica no uso da tecnologia<br />

e dos dados. Depois, 7% após conseguir fi<strong>na</strong>nciamento,<br />

20% quando vão para a segunda ronda de<br />

obtenção de capital, 2% alguns meses antes de fazer<br />

uma Oferta Pública Inicial (IPO), ou seja, estreia<br />

em Bolsa, e por fim, 2% após estar cotada em Bolsa.<br />

“Apesar disso, ainda não <strong>é</strong> evidente que as que têm<br />

uma estrat<strong>é</strong>gia mais robusta em termos de ESG recebam<br />

mais fi<strong>na</strong>nciamento ou tenham melhor desempenho”,<br />

afiança o mesmo estudo.<br />

A verdade <strong>é</strong> que as probabilidades de fracasso de<br />

uma empresa nova são muito elevados — primeiro<br />

tem de passar pelo vale da morte, fazendo uma esp<strong>é</strong>cie<br />

de travessia do deserto. Só depois emergirá tal<br />

como a esfinge, pelo que a conformidade ou as estrat<strong>é</strong>gias<br />

ESG normalmente não <strong>é</strong> algo que os investidores<br />

ou clientes determinem como obrigatório.<br />

S<strong>é</strong>rgio Póvoas, Ma<strong>na</strong>ging Partner da Gesventure,<br />

S.A, empresa de prestação de serviços de assessoria<br />

estrat<strong>é</strong>gica e fi<strong>na</strong>nceira em operações de peque<strong>na</strong> e<br />

m<strong>é</strong>dia dimensão, afirma que embora as Start-ups<br />

QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ <strong>2023</strong>


\\ INOVAÇÃO \\<br />

25<br />

muitas vezes enfrentem desafios específicos nos seus<br />

estágios iniciais, a adoção de práticas sustentáveis,<br />

nomeadamente de ESG, pode trazer benefícios para<br />

essas empresas emergentes, como atrair investidores,<br />

incluindo fundos de capital de risco, afirmando ainda<br />

que estes estão cada vez mais interessados em empresas<br />

que demonstrem responsabilidade social e ambiental.<br />

A maioria das Start-ups, no estudo do Fórum Económico<br />

Mundial, expressou a crescente importância de<br />

dois grupos principais de stakeholders ao implementar<br />

as suas estrat<strong>é</strong>gias ESG: clientes (32%) e funcionários<br />

(23%). Al<strong>é</strong>m disso, a pressão dos investidores (23%)<br />

tamb<strong>é</strong>m aparece <strong>na</strong> m<strong>é</strong>trica.<br />

Se por um lado, o facto de estarem a viver as dores do<br />

parto as limita, por outro coloca-as em vantagem face<br />

a outras empresas de maior dimensão, cuja base instalada<br />

de ativos, produtos, cultura, entre outros temas,<br />

as obriga a ter de destruir o que haviam construído, ou<br />

mesmo começar de novo.<br />

UMA START-UP PODE FAZER TUDO BEM DESDE O INÍCIO<br />

Para S<strong>é</strong>rgio Póvoas, investir em ESG desde o começo<br />

ajuda uma empresa a construir uma marca forte e sólida.<br />

“Ao demonstrar uma preocupação com questões<br />

ambientais e sociais, as Start-ups podem conquistar a<br />

confiança dos clientes, destacar-se da concorrência e<br />

criar uma reputação positiva”, diz. Atrair talentos — <strong>é</strong><br />

outra arma preciosa, principalmente numa era em que<br />

estes escasseiam. “Muitos profissio<strong>na</strong>is, especialmente<br />

os mais jovens, estão interessados em trabalhar em<br />

empresas que estejam alinhadas com os seus valores e<br />

contribuam para um impacto positivo”, refere S<strong>é</strong>rgio<br />

Póvoas, destacando ainda outra vantagem: “ao antecipar<br />

e gerir riscos relacio<strong>na</strong>dos com o meio ambiente,<br />

a gover<strong>na</strong>ção empresarial e as questões sociais, as start-ups<br />

podem evitar custos mais altos ou problemas legais<br />

no futuro”.<br />

QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ <strong>2023</strong>


26<br />

\\ INOVAÇÃO \\<br />

01<br />

02<br />

03<br />

04<br />

05<br />

O PAPEL<br />

DO ESG<br />

A importância do ESG para as empresas tem crescido significativamente<br />

nos últimos anos por várias razões. O Ma<strong>na</strong>ging Partner da Gesventure,<br />

S<strong>é</strong>rgio Póvoas, destaca as seguintes:<br />

SUSTENTABILIDADE: A incorporação de práticas ambientais e sociais<br />

responsáveis <strong>é</strong> fundamental para garantir a sustentabilidade a longo prazo<br />

das operações de uma empresa. Ao considerar as questões ambientais,<br />

como redução de emissões de carbono, uso eficiente de recursos <strong>na</strong>turais<br />

e gestão de resíduos, as empresas podem minimizar seu impacto<br />

negativo no meio ambiente e contribuir para a mitigação das mudanças<br />

climáticas.<br />

GESTÃO DE RISCOS: Considerar fatores ESG ajuda as empresas a identificar<br />

e a gerir riscos potenciais. Por exemplo, as empresas que não<br />

abordam adequadamente as preocupações sociais podem enfrentar problemas<br />

de reputação, ou litígios. Al<strong>é</strong>m disso, a falta de gover<strong>na</strong>ção empresarial<br />

robusta pode levar a escândalos fi<strong>na</strong>nceiros, multas regulatórias<br />

e perda de confiança dos investidores.<br />

REPUTAÇÃO E VALOR DA MARCA: As empresas que adotam práticas<br />

ESG sólidas podem melhorar sua reputação e construir uma marca mais<br />

forte. Os consumidores estão cada vez mais preocupados com as questões<br />

sociais e ambientais, e preferem apoiar empresas que demonstrem responsabilidade<br />

nessas áreas. Isso pode levar a um aumento <strong>na</strong> lealdade<br />

do cliente, atrair novos clientes e diferenciar a empresa da concorrência.<br />

ACESSO A CAPITAL E INVESTIMENTOS: Os investidores e as instituições<br />

fi<strong>na</strong>nceiras consideram cada vez mais os fatores ESG <strong>na</strong> sua tomada<br />

de decisão de investimento. Empresas com bons desempenhos nesses<br />

crit<strong>é</strong>rios têm maior probabilidade de atrair investimentos, obter melhores<br />

condições de acesso a capital.<br />

CONFORMIDADE REGULATÓRIA: Em muitos regimes jurídicos, as regulamentações<br />

ambientais e sociais estão a tor<strong>na</strong>r-se mais rigorosas. As<br />

empresas que adotam práticas ESG estão em melhor posição para cumprir<br />

essas regulamentações, evitando pe<strong>na</strong>lidades e riscos legais.<br />

AS ESG ENABLERS SABEM COMO FAZER NEGÓCIO<br />

Identificar novas oportunidades <strong>é</strong> outra mais-valia de investir<br />

em ESG, uma vez que podem desenvolver produtos ou<br />

serviços que respondam às necessidades de um mercado<br />

cada vez mais consciente. A verdade <strong>é</strong> que estando as empresas<br />

atentas às necessidades de transformação e incorporação<br />

dos temas ESG dentro das suas organizações, muitas<br />

admitem ser mais estrat<strong>é</strong>gico fazer parcerias com quem já<br />

está no mercado bem posicio<strong>na</strong>do nesta mat<strong>é</strong>ria, do que<br />

desenvolver soluções inter<strong>na</strong>mente para cada aspeto do<br />

negócio.<br />

Al<strong>é</strong>m de mais eficaz, as empresas poupam dinheiro — pois<br />

não precisam de testar o mercado —, e tempo <strong>na</strong> sua transformação,<br />

podendo apanhar boleia de uma Start-up com<br />

uma solução já testada <strong>na</strong> área que esta necessita implementar.<br />

E, são estas, que estão tamb<strong>é</strong>m a chamar a atenção<br />

de fundos de investimento. O motivo de tanto interesse?<br />

Transição para uma economia circular, com menor pegada<br />

de carbono e empresas socialmente inclusivas.<br />

Larry Fink, CEO da Black Rock, uma das mais poderosas<br />

gestoras de investimento do mundo, disse, em 2022, que<br />

as organizações precisam desenvolver modelos de negócio<br />

compatíveis com uma economia neutra em carbono at<strong>é</strong><br />

2050, alertando que o risco climático de investimento <strong>é</strong> o<br />

que vai influenciar o destino do capital. O poderoso CEO<br />

diz mesmo que não se trata de política. “Não <strong>é</strong> uma agenda<br />

social ou económica. É justiça social. É o capitalismo, conduzido<br />

pela relação ben<strong>é</strong>fica com os stakeholders, dos quais<br />

a sua empresa depende para prosperar”. E <strong>é</strong> diante deste cenário,<br />

que as ESG e<strong>na</strong>blers têm bastante terreno para fertilizar<br />

porque as que se adaptarem terão acesso mais fácil ao<br />

investimento e poderão crescer mais rapidamente.<br />

As Start-ups que oferecem tecnologias para auxiliar no<br />

cumprimento das m<strong>é</strong>tricas ESG estão a ser chamadas de<br />

ESG e<strong>na</strong>blers, ou seja, que sabem como facilitar a implementação<br />

ESG em diferentes negócios. Por exemplo, as que<br />

atuam no setor ambiental são as CleanTechs. Estas focam-<br />

-se em energias alter<strong>na</strong>tivas, redução do consumo, oferecem<br />

serviços para o controlo de índices ambientais, entre<br />

outros serviços. Para ser uma CleanTech, al<strong>é</strong>m de ter um<br />

produto ou serviço com impacto ambiental positivo no seu<br />

modelo de negócios, <strong>é</strong> preciso como o próprio nome revela<br />

QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ <strong>2023</strong>


\\ INOVAÇÃO \\<br />

27<br />

As Start-ups que oferecem<br />

tecnologias para auxiliar no<br />

cumprimento das m<strong>é</strong>tricas<br />

ESG estão a ser chamadas<br />

de ESG e<strong>na</strong>blers, ou seja,<br />

que sabem como facilitar<br />

a implementação ESG em<br />

diferentes negócios.<br />

ser tecnologicamente inovadora. Há tamb<strong>é</strong>m<br />

as SocialTech, que combi<strong>na</strong>m a tecnologia<br />

com o impacte social, isto <strong>é</strong>, facilitam<br />

a implementação de iniciativas sociais por<br />

meio de software, hardware, plataformas<br />

online ou aplicativos.<br />

Portanto, estamos de regresso às origens da<br />

premissa que conquistou o mercado global,<br />

a da linha de raciocínio, de cuidar para<br />

ganhar. “Who cares win”, traduzindo para<br />

português, quem se preocupa, ganha, aliás<br />

este foi o nome dado ao relatório da conferência<br />

que reunia o secretário-geral das<br />

Organizações das Nações Unidas (ONU),<br />

o Banco Mundial e ainda outros 50 CEOs<br />

de grandes instituições fi<strong>na</strong>nceiras, em<br />

2004. O grande desafio da conferência era<br />

aliar fatores sociais, ambientais e de gover<strong>na</strong>nça<br />

ao mercado de capitais. Resumidamente,<br />

a g<strong>é</strong>nese das ideias ESG., portanto.<br />

Passaram 19 anos será que mudou assim<br />

tanta coisa?<br />

QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ <strong>2023</strong>


28<br />

\\ ENTREVISTA \\<br />

NÃO BASTA SER O MELHOR<br />

DO MUNDO.<br />

TEM DE SER O MELHOR<br />

PARA O MUNDO!<br />

A MISSÃO DO BCSD PORTUGAL É DESAFIANTE. AJUDAR AS EMPRESAS PORTUGUESAS A SEREM<br />

SUSTENTÁVEIS. AS DIRETIVAS DO PARLAMENTO EUROPEU JÁ ESTÃO EM CIMA DA MESA. É PRECISO<br />

INTEGRAR NO NEGÓCIO PROVEITO, PLANETA, PROPÓSITO E PESSOAS. QUEM NÃO O FIZER TERÁ<br />

UM FUTURO INCERTO!<br />

\\ Por Teresa Cotrim<br />

J<br />

oão Wengorovius Meneses estudou gestão, trabalhou<br />

em consultoria e mercados fi<strong>na</strong>nceiros, mas depressa<br />

concluiu que o seu lugar seria em zo<strong>na</strong>s mais limítrofes<br />

e, por isso, fez o mestrado no ISCTE <strong>na</strong> área dos<br />

estudos de desenvolvimento e foi at<strong>é</strong> Timor estudar a<br />

indústria do microcr<strong>é</strong>dito no combate à pobreza. No<br />

regresso, aceitou o desafio do Chapitô, uma associação com uma atividade<br />

cultural, social e educativa. Nessa altura, criou com um grupo<br />

de amigos, uma ONG, a Tese, que ainda hoje opera e que, desde<br />

então, já cresceu muito. Depois, teve a experiência do setor público,<br />

<strong>na</strong> Câmara Municipal de Lisboa, a orientar uma missão <strong>na</strong> reabilitação<br />

do Intendente/Mouraria, tor<strong>na</strong>ndo o território mais inclusivo,<br />

mais atraente para novos públicos. Sem excluir ningu<strong>é</strong>m. Deu aulas<br />

<strong>na</strong> Universidade Católica e no ISCTE. Publicou um livro de gestão<br />

chamado “Gestão de Organizações e Criação de Valor Partilhado”,<br />

um conceito do Porter. Agora, está no BCSD Portugal como Secretário-Geral,<br />

porque quis regressar ao mundo das empresas por ser<br />

mais ágil e criativo. Um percurso sempre de mãos dadas com o setor<br />

social.<br />

O Business Council for Sustai<strong>na</strong>ble Development (BCSD) Portugal<br />

<strong>é</strong> uma organização que reúne 166 empresas a operar em<br />

Portugal, que no total, têm vendas equivalentes a 10% do PIB <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l.<br />

Qual <strong>é</strong> o seu papel?<br />

Tem como missão, digamos assim, ajudar as empresas a transitar<br />

para um paradigma de desenvolvimento que seja sustentável, ou seja,<br />

a integrar os temas das pessoas e do ambiente <strong>na</strong>s suas decisões, modelos<br />

de negócio, cadeias de valor, e, portanto, costumamos dizer que<br />

as empresas ao longo do s<strong>é</strong>culo XX aprenderam a produzir riqueza<br />

e a ser eficientes <strong>na</strong> percussão desse objetivo, de gerar riqueza, de<br />

serem lucrativas e eficientes do ponto de vista operativo, mas agora,<br />

no s<strong>é</strong>culo XXI, pede-se mais.<br />

Pede-se mais...<br />

Que sejam competitivas e resilientes. As empresas precisam de alargar<br />

essas suas competências com capacidade de gerar não só riqueza,<br />

mas tamb<strong>é</strong>m gerar valor no que toca ao capital social e, para isso,<br />

precisamos que transitem do P de proveito para os quatro restantes,<br />

ou seja, propósito, planeta e pessoas.<br />

QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ <strong>2023</strong>


\\ ENTREVISTA \\<br />

29<br />

O P de propósito <strong>é</strong> o mais importante?<br />

O primeiro P deverá ser mesmo o de propósito<br />

porque as empresas são chamadas a ter um propósito<br />

maior, que não ape<strong>na</strong>s o de criar riqueza,<br />

enfim, pagar impostos e com isso o estado distribuir<br />

riqueza com fins sociais, ou ambientais e<br />

gerar emprego. Isto não será suficiente, porque<br />

a humanidade está confrontada com desafios que<br />

pedem mais às empresas, que são hoje 69 das 100<br />

maiores economias do mundo e, portanto, não só<br />

têm enormes impactos ambientais e sociais, como<br />

têm uma enorme capacidade de investimento e<br />

inovação do qual a humanidade e o nosso futuro<br />

não podem prescindir.<br />

Está a falar de uma nova perspetiva, mas o<br />

BCSD Portugal foi criado em 2001 por um grupo<br />

de empresários portugueses que percebeu<br />

que o tema da sustentabilidade ia ser decisivo<br />

para a competitividade das empresas ao longo<br />

deste s<strong>é</strong>culo. O grande entusiasta foi o engenheiro<br />

Belmiro de Azevedo, que foi, inclusive,<br />

o primeiro presidente. Portanto, há já um caminho.<br />

É verdade, já temos um caminho. Em outubro fazemos<br />

22 anos, por<strong>é</strong>m, não só o que hoje <strong>é</strong> pedido<br />

às empresas <strong>é</strong> diferente, como aquilo que nos <strong>é</strong><br />

pedido a nós BCSD Portugal tamb<strong>é</strong>m o <strong>é</strong>. Acabamos<br />

por ser um reflexo daquilo que <strong>é</strong> exigido às<br />

empresas. Se há 22 anos, quando fomos criados,<br />

ainda era admissível uma abordagem mais generalista,<br />

mais ligeira e, mais superficial da sustentabilidade<br />

no que toca ao papel das empresas e em<br />

que algumas responsabilidades sociais das empresas<br />

confundiam-se com algumas ações secundárias,<br />

a verdade <strong>é</strong> que hoje a sustentabilidade tem<br />

de estar no core business, no âmago do negócio<br />

e da cadeia de valor da empresa e, portanto, tem<br />

de estar ligada à inovação, ao desenvolvimento de<br />

produto, ao desenvolvimento do negócio ao longo<br />

de toda a cadeia de valor. Não <strong>é</strong> só um “nice to<br />

QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ <strong>2023</strong>


30<br />

\\ ENTREVISTA \\<br />

e investidores inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is, portanto não <strong>é</strong><br />

possível dar uma pontuação única no seu todo<br />

porque as empresas são muito diversas. Era<br />

como dizer o mesmo sobre as pessoas no que<br />

toca ao tema da sustentabilidade. Há pessoas<br />

sensibilizadas, outras menos.<br />

have”. Não <strong>é</strong> só algo secundário, como começou<br />

por ser. Hoje <strong>é</strong> absolutamente central para<br />

a capacidade competitiva das empresas. E por<br />

várias razões...<br />

Mas não <strong>é</strong> só porque apertou a malha em<br />

termos regulatórios?<br />

Não, são várias as razões, não <strong>é</strong> só porque a regulação<br />

apertou a malha da exigência. O compliance<br />

hoje exige às empresas maior capacidade<br />

de gerir variáveis como pessoas e planeta,<br />

mas tamb<strong>é</strong>m porque os seus stakeholders, não<br />

só o regulador, mas tamb<strong>é</strong>m os outros o exigem,<br />

no caso dos clientes, investidores, trabalhadores<br />

e, portanto, se querem ser competitivas,<br />

não basta serem as melhores do mundo,<br />

têm de ser as melhores para o mundo.<br />

E como estão as empresas portuguesas a posicio<strong>na</strong>r-se<br />

nesta mat<strong>é</strong>ria?<br />

As empresas são uma realidade muito diversa,<br />

variando muito o seu grau de maturidade no<br />

que toca aos temas ESG, da sustentabilidade.<br />

Varia consoante a antiguidade da empresa, a<br />

dimensão, o setor, a região onde atua, se <strong>é</strong> exportadora,<br />

se está ou não exposta a mercados<br />

Mas há já por parte das empresas a preocupação<br />

de pegar nos temas ESG, ou assiste-se<br />

ao fenómeno de empurrar com a barriga, ou<br />

seja, se não for já em 2025, terei at<strong>é</strong> 2030,<br />

por exemplo?<br />

Não diria que <strong>é</strong> tanto por dimensão de empresa,<br />

apesar de que <strong>é</strong> evidente que as empresas<br />

maiores começaram esta jor<strong>na</strong>da mais cedo,<br />

tamb<strong>é</strong>m porque têm mais meios por serem<br />

maiores, mas sobretudo por estarem expostas<br />

a mercados e a exigências mais fortes inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is,<br />

como digo clientes, investidores, reguladores<br />

e, portanto, o que se nota <strong>é</strong> mesmo as<br />

PME, mesmo sendo peque<strong>na</strong>s ou m<strong>é</strong>dias, se<br />

estiverem expostas a mercados inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is<br />

ou investidores inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is, têm uma propensão<br />

muito maior e, em m<strong>é</strong>dia, uma maturidade<br />

muito maior no que toca a estes temas.<br />

Um exemplo?<br />

O setor do têxtil e vestuário e at<strong>é</strong> do calçado,<br />

por ser muito exportador. Apesar de ser composto<br />

por muitas PME, a verdade <strong>é</strong> que são já<br />

muito maduras no que toca a estes temas — e<br />

o mesmo se poderia dizer de outros setores,<br />

mas, ao inv<strong>é</strong>s disto, há setores em que efetivamente<br />

as empresas estão ainda em estádios<br />

mais primários da sua evolução.<br />

No ano passado lançaram uma ferramenta<br />

para medir o grau de maturidade das empresas<br />

no que respeita aos ESG.<br />

Fizemos o primeiro retrato, que publicámos<br />

e apresentámos em novembro passado numa<br />

conferência no CCB e a verdade <strong>é</strong> que esse<br />

QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ <strong>2023</strong>


\\ ENTREVISTA \\<br />

31<br />

Temos cinco grupos de trabalho ativos sobre<br />

cinco temas específicos: cadeia de valor e<br />

economia circular, energia e clima, biodiversidade,<br />

reporte e fi<strong>na</strong>nças sustentáveis e DEI<br />

- diversidade, equidade e inclusão<br />

retrato situa as empresas numa jor<strong>na</strong>da composta<br />

por seis etapas e muitas estão ainda <strong>na</strong><br />

fase 1, 2, 3, no máximo, que são fases ainda de<br />

conhecer o tema, pensar em integrá-lo. Muitas<br />

ainda não têm um responsável inter<strong>na</strong>mente,<br />

outras têm a tempo muito parcial, outras<br />

ainda não fizeram o assessement, no que toca<br />

a temas sociais e ambientais <strong>na</strong>s suas cadeias<br />

de valor. Outras já fizeram o diagnóstico, mas<br />

ainda não têm uma estrat<strong>é</strong>gia de ação. Outras<br />

têm a estrat<strong>é</strong>gia de ação, mas <strong>é</strong> muito incremental,<br />

muito ligeira ainda, não <strong>é</strong> disruptiva<br />

nem audaz.<br />

As empresas ainda podem usar a vossa app e<br />

testarem o seu grau de maturidade?<br />

Sim, podem. Lançámos a ferramenta agora em<br />

fevereiro e, ao longo de dois anos, as empresas<br />

vão poder usufruir gratuitamente desta ferramenta<br />

(temos já parcerias com, por exemplo,<br />

a NOVA SBE, atrav<strong>é</strong>s da formação para<br />

executivos ESG , bem como a Porto Business<br />

School da universidade do Porto, no âmbito da<br />

formação para executivos em Gestão Sustentável).<br />

Esta ainda agora começou. Está <strong>na</strong> fase<br />

de lançamento e a nossa expetativa <strong>é</strong> que possa<br />

crescer muito nos próximos anos e, acima de<br />

tudo, que possa ser muito útil.<br />

Qualquer empresa consegue testar a sua maturidade<br />

ESG sem precisar de ajuda?<br />

Sim, à partida esperamos que sim e tamb<strong>é</strong>m<br />

vai sendo melhorada à medida que vamos tendo<br />

feedback. A ideia <strong>é</strong> ser uma ferramenta “do<br />

it yourself”.<br />

Que conselhos o BSCD Portugal dá às empresas<br />

para acelerar o processo da sustentabilidade?<br />

Aconselhamos sempre as empresas a tratar<br />

o tema da inovação para a sustentabilidade<br />

nos três horizontes de transformação. O incremental,<br />

o disruptivo e o moonshot. Este<br />

último <strong>é</strong> o pensamento a longo prazo. É o homem<br />

<strong>na</strong> lua. Onde <strong>é</strong> que eu quero estar daqui<br />

a dez, quinze anos. O disruptivo <strong>é</strong> onde <strong>é</strong> que<br />

eu quero estar daqui a dois, três anos e, por<br />

fim, o incremental <strong>é</strong> o que posso fazer hoje<br />

para melhorar as tais quick wins. Costumo<br />

dizer que as empresas devem trabalhar estes<br />

três horizontes de transformação para serem<br />

capazes de mudar de paradigma para a sustentabilidade,<br />

mas devem concentrar-se em 60%<br />

no que <strong>é</strong> incremental, 30% no disruptivo e 10%<br />

no moonshot. Começar por perceber onde<br />

quero estar daqui a 10 anos, por exemplo, e<br />

nunca deixar cair essa linha de transformação<br />

e de pensamento, mas concentrarem-se no que<br />

possa ser mais imediato para cumprirem a regulação.<br />

Mas <strong>é</strong> um caminho.<br />

A sustentabilidade <strong>é</strong> uma jor<strong>na</strong>da e as empresas<br />

portuguesas têm estado expostas a<br />

muitas mudanças.<br />

Sim, efetivamente, e consiste em passos muito<br />

concretos, que têm de ser planeados, e que<br />

muitos dos quais podem ser tomados já. Por<br />

isso, há empresas que ainda não conseguem<br />

ter uma visão moonshot ou disruptiva <strong>na</strong> sua<br />

estrat<strong>é</strong>gia para a sustentabilidade, por outro,<br />

tal como referiu tamb<strong>é</strong>m não as aconselho a<br />

concentrarem-se demasiado nisso, em 2025<br />

ou 2030, porque o que <strong>é</strong> importante tamb<strong>é</strong>m,<br />

e isso dever ser 60% do esforço, <strong>é</strong> saber o que<br />

posso fazer este ano ou para o ano para começar<br />

já a criar valor.<br />

Que programas destacaria do BCSD Portugal?<br />

Dividimos a nossa atuação em várias frentes.<br />

A primeira <strong>é</strong> a dos grupos de trabalho. Temos<br />

cinco grupos de trabalho ativos sobre cinco<br />

temas específicos: cadeia de valor e economia<br />

circular, energia e clima, biodiversidade, reporte<br />

e fi<strong>na</strong>nças sustentáveis e DEI - diversidade,<br />

equidade e inclusão. E aí as empresas (e<br />

nós como facilitadores) desenvolvem projetos<br />

que as ajudam, de forma muito concreta, aplicada<br />

e prática, a integrarem esses sistemas <strong>na</strong>s<br />

suas decisões. Muitos desses grupos de trabalho<br />

dão origem a projetos ou a task forces, e<br />

por exemplo, para as empresas serem sig<strong>na</strong>tárias<br />

do pacto de mobilidade empresarial, do<br />

act4<strong>na</strong>ture ou mesmo da carta de princípios<br />

têm de obedecer a um conjunto de regras. Por<br />

exemplo, no caso da mobilidade e do act4<strong>na</strong>ture,<br />

este último ligado à biodiversidade, têm de<br />

investir em ações concretas, negociá-las com<br />

um advisory board, após validados esses novos<br />

investimentos — o que permite integrar melhor<br />

esses temas <strong>na</strong>s suas decisões e modelos de<br />

negócio. Aí podem então tor<strong>na</strong>r-se sig<strong>na</strong>tárias<br />

desses projetos e ser acompanhadas ao longo<br />

da implementação.<br />

Essa <strong>é</strong> uma das áreas e as outras?<br />

A formação. Temos uma jor<strong>na</strong>da para a sustentabilidade<br />

em quatro etapas, mas depois<br />

tamb<strong>é</strong>m temos parcerias com universidades<br />

e com consultoras. Uma das áreas, fundamental,<br />

<strong>é</strong> a das competências. Ainda hoje foi<br />

anunciado um aumento do PRR para competências<br />

verdes. A terceira área <strong>é</strong> a de eventos<br />

QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ <strong>2023</strong>


32<br />

\\ ENTREVISTA \\<br />

Aconselhamos sempre as empresas a tratar<br />

o tema da inovação para a sustentabilidade<br />

nos três horizontes de transformação.<br />

O incremental, o disruptivo e o moonshot<br />

e comunicação. Organizamos muitos eventos e<br />

temos várias iniciativas de comunicação, como<br />

newsletters, temos três sites, o nosso institucio<strong>na</strong>l,<br />

mas tamb<strong>é</strong>m o ODS.pt e o sustai<strong>na</strong>blefi<strong>na</strong>nce.pt.<br />

Temos as redes sociais, onde temos cerca de<br />

13 mil seguidores no Linkedin. É uma dimensão<br />

importante para colocarmos os nossos membros<br />

em contacto uns com os outros e para difusão de<br />

informação e formação. A quarta área <strong>é</strong> o desenvolvimento<br />

de projetos e fazemo-lo hands on, o<br />

que ajuda as empresas a fazer progressos neste<br />

domínio da sustentabilidade.<br />

Têm, inclusive um grande projeto <strong>na</strong> área da<br />

moda?<br />

Sim, com designers e PME do setor têxtil e vestuário<br />

português. É um consórcio muito grande<br />

de entidades. É um investimento do PRR de 140<br />

milhões de euros. É uma agenda <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l. Por<br />

fim, temos ainda a policy , que leva estes temas<br />

à política pública e ajudar o decisor político a<br />

integrá-los <strong>na</strong>s decisões políticas. Seja a nível <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l,<br />

seja europeu. E ainda levar estes temas à<br />

sociedade em geral. Não somos uma ONG vocacio<strong>na</strong>da<br />

para a sociedade em geral, mas tamb<strong>é</strong>m<br />

procuramos evangelizá-la.<br />

QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ <strong>2023</strong>


\\ ENTREVISTA \\<br />

33<br />

Por falar em decisões políticas, defende que<br />

o estado deveria criar um balcão de apoio ao<br />

investidor sustentável, qual seria o papel?<br />

O IAPMEI apoia as empresas portuguesas, e, no<br />

passado apoiou, por exemplo, a tor<strong>na</strong>rem-se mais<br />

competitivas e, <strong>na</strong> transformação digital, criou<br />

um pr<strong>é</strong>mio PME Inovação, que foi muito importante<br />

para as PME. Criou um balcão investidor,<br />

de apoio ao investimento, e à elaboração de candidaturas<br />

ao desenvolvimento de projetos para<br />

competitividade e economia, no sentido de as<br />

empresas integrarem mais conhecimento e serem<br />

capazes de entrar em mercados mais exigentes.<br />

Agora precisamos de fazer isso para a sustentabilidade,<br />

sendo esta uma tendência tão transformadora<br />

quanto o digital e, por isso, precisamos de ter<br />

o mesmo conjunto de ferramentas, por exemplo,<br />

um selo ou um pr<strong>é</strong>mio PME Sustentável e um<br />

balcão de apoio ao investidor sustentável.<br />

Mas isto já se faz lá fora? Tem algum modelo<br />

comparável?<br />

Não, mas conheço o caso da Escandinávia, onde<br />

há apoios públicos e capacitação pública no sentido<br />

de apoiar as PME exportadoras, uma vez<br />

que este <strong>é</strong> já um tema exigido por mercados mais<br />

sofisticados e nós, por maioria de razão, tamb<strong>é</strong>m<br />

deveríamos querer aceder, mas para o fazer as<br />

nossas PME exportadoras têm de integrar o tema<br />

e muitas ainda não o fazem.<br />

Vem aí a diretiva da due diligence e agora?<br />

Na verdade, vêm aí três diretivas e que convergem<br />

no sentido de uma maior exigência para as<br />

empresas. O due diligence tem a ver com o dever<br />

de diligência no que toca às cadeias de abastecimento<br />

a montante, portanto, a minha responsabilidade<br />

não acaba no meu quintal. Devo<br />

assegurar que a minha cadeia <strong>é</strong> sustentável, os<br />

fornecedores, mas tamb<strong>é</strong>m outras duas diretivas,<br />

a de passaporte de produto e a de reporte de informação<br />

não fi<strong>na</strong>nceira.<br />

E as outras duas, quais são as exigências?<br />

A do passaporte de produto tem a ver com dar<br />

informação <strong>na</strong> etiquetagem dos produtos ao<br />

consumidor fi<strong>na</strong>l sobre os impactos sociais e ambientais<br />

da cadeia de valor. Já temos parcialmente<br />

passaporte de produto no que toca à eficiência<br />

energ<strong>é</strong>tica em produtos como os frigoríficos<br />

quando os compramos, por exemplo, com aquele<br />

código A, B, C e por aí fora. Na área alimentar,<br />

tamb<strong>é</strong>m já há alguma codificação, mas precisávamos<br />

de ter mais informação, como a pegada<br />

ecológica, e tor<strong>na</strong>r tamb<strong>é</strong>m transparente as cadeias<br />

de valor no que toca à sua pegada social,<br />

quem recebe o quê ao longo da cadeia de valor e<br />

essa transparência que se impõe <strong>é</strong> necessária para<br />

que o consumidor possa fazer do consumo um<br />

ato de cidadania, porque se não tiver informação<br />

não consegue escolher em consciência o produto<br />

mais sustentável. Se assim o desejar.<br />

Quanto à de reporte de informação não fi<strong>na</strong>nceira,<br />

como está Portugal?<br />

O Minist<strong>é</strong>rio das Fi<strong>na</strong>nças está atrasado. As empresas<br />

vão passar a ter novas obrigações daqui a<br />

um ano e muitas mais serão abrangidas. Muitas<br />

não saberão como, nem como definir indicadores,<br />

nem como medi-los. Aqui exigia-se do Governo<br />

adaptar rapidamente a diretiva para que rapidamente<br />

possamos ter ações de capacitação das empresas<br />

para não ficarem fora de p<strong>é</strong>, ou para que o<br />

país não pague multas porque não está a cumprir.<br />

O que <strong>é</strong> preciso uma empresa fazer para entrar<br />

no BCSD Portugal?<br />

O processo <strong>é</strong> muito simples. Preencher uma ficha<br />

de adesão no site. Tem um prazo de uma sema<strong>na</strong><br />

em que a direção a<strong>na</strong>lisa para ter a certeza de que<br />

esta não pertence a um setor que não seja admissível,<br />

caso de armas, só para dar um exemplo. Passada<br />

essa sema<strong>na</strong>, fazemos o kick of e depende da<br />

empresa o grau de envolvimento que pretende ter<br />

com o BCSD Portugal.<br />

As empresas têm de pagar?<br />

Sim, vivemos sobretudo disso. As empresas pagam<br />

uma quota anual que varia entre 2000 e<br />

5500 euros, conforme o volume de vendas da<br />

empresa. As maiores, que vendem mais de 500<br />

milhões de euros por ano, são as que mais pagam.<br />

Como o consumidor consegue distinguir uma<br />

empresa sustentável de uma que pratica greenwashing?<br />

O Parlamento Europeu aprovou diretrizes nesse<br />

sentido, o de procurar mitigar esse fenómeno.<br />

Não <strong>é</strong> fácil, mas à medida que formos caminhando<br />

no sentido do reporte de informação não fi<strong>na</strong>nceira<br />

ser obrigatório e ter auditorias obrigatórias<br />

em certos casos as coisas vão mudando.<br />

Depois, no momento em que certas certificações<br />

forem obrigatórias ou altamente aconselháveis,<br />

em que haverá mais uma validação de uma terceira<br />

parte, o certificador, que <strong>é</strong> um conjunto de<br />

princípios que são obedecidos e observados, integrados<br />

<strong>na</strong>s decisões e modelos de negócio da<br />

empresa tamb<strong>é</strong>m ajuda. Al<strong>é</strong>m disto, a partir do<br />

momento em que tivermos um passaporte de<br />

produto que torne transparente a cadeia de valor<br />

da empresa, isso tamb<strong>é</strong>m ajudará. Por isso <strong>é</strong><br />

que considero que a diretiva da due dilligence não<br />

pode ser vista isoladamente, porque todos estes<br />

mecanismos ajudarão e muito a que o fenómeno<br />

de greenwashing dissipe. No limite, poderá haver<br />

mais promessa do que entrega e no limite e com<br />

alguma ironia, isso at<strong>é</strong> pode ser positivo.<br />

Porque a empresa pode ser apanhada?<br />

Porque <strong>na</strong>da como uma empresa prometer mais<br />

do que oferece, porque hoje o mundo <strong>é</strong> plano.<br />

Com as redes sociais a tor<strong>na</strong>rem tudo tão<br />

transparente e a informação a fluir tanto, esta<br />

vê-se <strong>na</strong> iminência de ter que oferecer porque<br />

depois não pode ser apanhada em descr<strong>é</strong>dito.<br />

Pode ter um efeito boomerang importante, digamos<br />

assim!.<br />

QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ <strong>2023</strong>


34<br />

\\ FÓRUM DE LIDERES \\<br />

FÓRUM DE LÍDERES<br />

1 2<br />

Qual a importância da <strong>Sustentabilidade</strong><br />

para a sua área/setor?<br />

O que a sua empresa está a fazer para tor<strong>na</strong>r<br />

Portugal um país mais sustentável?<br />

A descarbonização <strong>é</strong> uma prioridade europeia e <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l. O Acordo de Paris alcançado em 2015<br />

constitui um importante compromisso nesse sentido e no combate às alterações climáticas. Surgiram,<br />

neste seguimento, uma s<strong>é</strong>rie de pacotes estrat<strong>é</strong>gicos da Comissão Europeia que visam dar<br />

resposta <strong>na</strong>s diferentes áreas a este desafio global, destacando-se o Pacote Energia Clima 2030.<br />

O Governo português comprometeu-se em 2016 a assegurar a neutralidade das suas emissões<br />

at<strong>é</strong> ao fi<strong>na</strong>l de 2050, traçando uma visão clara relativamente à descarbonização profunda da economia<br />

<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l, enquanto contributo para o acordo de Paris e em consonância com os esforços<br />

mais ambiciosos em curso a nível inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l.<br />

O compromisso de atingir a neutralidade carbónica at<strong>é</strong> 2050 significa alcançar um balanço neutro<br />

entre as emissões de GEE e o sequestro de carbono, pelo que será necessário efetuar reduções<br />

substanciais das emissões e/ou aumentos substanciais dos sumidouros <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is, que deverão<br />

materializar-se entre o presente e 2050.<br />

Para concretizar este desígnio, foi desenvolvido o Roteiro para a Neutralidade Carbónica 2050<br />

(RNC2050) que identifica os principais vetores de descarbonização em todos os setores da economia,<br />

as opções de políticas e medidas e a trajetória de redução de emissões para atingir este<br />

fim, em diferentes cenários de desenvolvimento socioeconómico.<br />

Todos os setores deverão contribuir para a redução de emissões, aumentando a eficiência e a<br />

inovação, promovendo melhorias, nomeadamente nos edifícios, <strong>na</strong> agricultura, <strong>na</strong> gestão dos resíduos<br />

e <strong>na</strong> indústria, sendo que caberá ao sistema energ<strong>é</strong>tico o maior contributo, em particular<br />

no que respeita à produção de eletricidade e aos transportes.<br />

Neste Fórum de Líderes, as principais instituições de diversos setores e os respetivos responsáveis<br />

pela sustentabilidade no nosso país explicam a sua visão sobre o futuro: contribuir para os<br />

Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, promover a descarbonização, e fazer parte da solução<br />

para atingir a neutralidade climática são metas claras. Nas várias áreas, os responsáveis não<br />

têm dúvidas: um futuro mais sustentável tem de ser a prioridade.<br />

QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ <strong>2023</strong>


\\ FÓRUM DE LIDERES \\<br />

35


36<br />

\\ FÓRUM DE LIDERES \\<br />

1<br />

JOÃO AMARAL<br />

CTO & Country Ma<strong>na</strong>ger,<br />

Voltalia Portugal<br />

2<br />

JOANA OOM DE SOUSA<br />

Diretora de <strong>Sustentabilidade</strong>, Sove<strong>na</strong><br />

1<br />

A sustentabilidade <strong>é</strong> a essência da Voltalia. Enquanto empresa de energias renováveis,<br />

a Voltalia contribui diariamente para a transição energ<strong>é</strong>tica e ecológica, rumando<br />

à economia verde e neutra em emissões de CO2. Com múltiplas tecnologias<br />

renováveis, trabalha ativamente e assume o compromisso de melhorar o meio ambiente<br />

global, promovendo o desenvolvimento local.<br />

Desde a sua criação, tem vindo a desenvolver, construir e operar centrais de energias<br />

renováveis, para si e para terceiros, tanto em países mais desenvolvidos como<br />

nos emergentes. O seu Propósito segue três Objetivos: 1) Atuar para a produção<br />

de uma energia renovável acessível a todos; 2) Contribuir juntamente com a população<br />

local para o desenvolvimento sustentável dos seus territórios; 3) Aproveitar<br />

ao máximo os recursos do planeta de forma sustentável, maximizando o impacto<br />

positivo das suas atividades no meio ambiente, em toda a sua cadeia de valor.<br />

2<br />

A Voltalia reforçou o seu compromisso com Portugal afirmando que o país seria<br />

o seu quartel general da energia fotovoltaica, graças a três alicerces da atividade<br />

do nosso país: colaboradores, competência e conhecimento. Em 2019, instalou no<br />

Porto o Solar Hub, um centro operacio<strong>na</strong>l que monitoriza as suas centrais solares<br />

<strong>na</strong> Europa, África e Am<strong>é</strong>rica Lati<strong>na</strong> e desde então já efetuou uma expansão tecnológica,<br />

integrando as suas centrais de biomassa e hídricas.<br />

Tem vindo a contribuir para o crescimento da energia verde no país em todos os<br />

projetos para terceiros que desenvolve, como <strong>é</strong> o caso da construção da Central<br />

Solar do Cotovio, com 49 megawatt e 104 mil pain<strong>é</strong>is solares instalados, ou do seu<br />

primeiro projeto de energia solar flutuante em Portugal, que será bastante inovador<br />

e mais um importante passo no caminho da sustentabilidade e transição energ<strong>é</strong>tica.<br />

Tem ainda em construção cinco projetos, inseridos no seu novo cluster português<br />

de peque<strong>na</strong>s centrais solares, o Complexo Garrido, cuja capacidade de produção<br />

totaliza os 50,6 megawatt contribuindo no país com um volume de negócios próximo<br />

dos 190 M€.<br />

1<br />

A <strong>Sustentabilidade</strong> <strong>é</strong> um tema fundamental em<br />

todos os setores. Estando a Sove<strong>na</strong> presente ao<br />

longo de toda a cadeia de valor, e sendo o azeite<br />

e o óleo produtos integrantes da cesta alimentar<br />

básica, essa responsabilidade <strong>é</strong> ainda mais premente.<br />

Na agricultura <strong>é</strong> cada vez mais relevante<br />

o uso rigoroso dos recursos – em especial a água<br />

-, e a aplicação de t<strong>é</strong>cnicas agrícolas inovadoras<br />

e sustentáveis, conjugadas com a preservação<br />

da biodiversidade. Por outro lado, <strong>na</strong> atividade<br />

industrial <strong>é</strong> fundamental investir <strong>na</strong> melhoria<br />

contínua e desenvolver projetos de eficiência ao<br />

longo de todos os processos, destacando a redução<br />

do consumo de energia e a substituição da sua<br />

origem por fontes renováveis. Tudo isto culmi<strong>na</strong><br />

num produto fi<strong>na</strong>l que <strong>é</strong> entregue ao consumidor<br />

e que deverá absorver e traduzir todo este compromisso<br />

com a sustentabilidade. E porque sem<br />

pessoas não há sustentabilidade, <strong>na</strong> nossa estrat<strong>é</strong>gia<br />

mantemos um foco permanente e transversal<br />

<strong>na</strong>s pessoas dentro e fora da organização.<br />

2<br />

A Sove<strong>na</strong> está determi<strong>na</strong>da em contribuir para<br />

minimizar os impactos dos problemas globais<br />

que enfrentamos, centrando as suas ações <strong>na</strong>s<br />

áreas onde interv<strong>é</strong>m mais diretamente. Em<br />

2022, a nossa empresa Nutrifarms tornou-se o<br />

QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ <strong>2023</strong>


\\ FÓRUM DE LIDERES \\<br />

37<br />

3<br />

ANA TRIGO MORAIS<br />

CEO, Sociedade Ponto Verde<br />

primeiro olivicultor do mundo a receber<br />

o reconhecimento do nível Prata da Farm<br />

Sustai<strong>na</strong>bility Assessment, confirmando<br />

que aplicamos os mais rigorosos crit<strong>é</strong>rios<br />

quando consideramos as pessoas, o planeta<br />

e os aspetos económicos. Como medida<br />

de promoção da biodiversidade, estamos a<br />

implementar um Plano de Gestão de Valores<br />

Naturais <strong>na</strong>s nossas herdades. Por<br />

outro lado, para fazer face ao aquecimento<br />

global, trabalhamos continuamente<br />

<strong>na</strong> redução das nossas emissões, tendo já<br />

reduzido cerca de 10% nos âmbitos 1 e 2,<br />

comparando com 2020. Atualmente, 100%<br />

da nossa energia el<strong>é</strong>trica em Portugal <strong>é</strong> proveniente<br />

de fontes renováveis. Como reflexo<br />

do trabalho que fazemos de otimização<br />

das nossas embalagens, a marca Oliveira da<br />

Serra obteve a pontuação máxima (A) <strong>na</strong><br />

metodologia Recyclass. Relativamente às<br />

nossas pessoas, centrais para nós, promovemos<br />

a valorização de todos e a conciliação<br />

da vida profissio<strong>na</strong>l e pessoal, estando reconhecidos<br />

como empresa familiarmente responsável.<br />

Igualmente investimos <strong>na</strong>s nossas<br />

comunidades atrav<strong>é</strong>s de vários programas,<br />

com principal destaque para o apoio à formação<br />

profissio<strong>na</strong>l.<br />

1<br />

A <strong>Sustentabilidade</strong> <strong>é</strong> central <strong>na</strong> missão, <strong>na</strong> atividade e nos serviços prestados<br />

pela Sociedae Ponto Verde a todos os seus clientes. Al<strong>é</strong>m de garantirmos o cumprimento<br />

das obrigações legais de Compliance ambiental aos nossos clientes que<br />

colocam produtos embalados no mercado, promovemos a hierarquia de gestão<br />

de resíduos de embalagens assente nos 3R’s – Reduzir, Reutilizar, Reciclar -,<br />

com grande aposta <strong>na</strong> prevenção at<strong>é</strong> à reciclagem das embalagens, procurando<br />

sempre soluções que promovam a utilização e incorporação de mat<strong>é</strong>rias-primas<br />

secundárias, contribuindo para os objetivos da economia circular e da neutralidade<br />

carbónica.<br />

Os impactos deste setor são tamb<strong>é</strong>m sentidos a nível social e económico, pois<br />

estimular o desenvolvimento de novas soluções para o setor de resíduos de embalagens,<br />

gera, nomeadamente, eficiência para as empresas, criação de emprego<br />

e conveniência para o consumidor.<br />

2<br />

A promoção da Economia Circular <strong>é</strong> constante <strong>na</strong> nossa atividade. Para al<strong>é</strong>m do<br />

trabalho de educação ambiental que desenvolvemos junto da população atrav<strong>é</strong>s<br />

de campanhas de comunicação e de projetos como a Academia Ponto Verde –<br />

direcio<strong>na</strong>do à comunidade escolar – apostamos no contacto próximo com os<br />

nossos clientes, incentivando-os a adotarem melhores práticas de ecodesign e de<br />

design for recycling, pois consideramos que conhecimento e inovação são fatores<br />

intrínsecos para o crescimento sustentável de uma sociedade moder<strong>na</strong>.<br />

Para alcançar uma economia circular e de baixo carbono, <strong>é</strong> fundamental investir<br />

em projetos de Investigação & Desenvolvimento e a SPV, como promotor e agregador<br />

de inovação, reconhece essa importância e apoia a execução de estudos<br />

e projetos nesta área. A plataforma digital Ponto Verde LAB e o programa de<br />

inovação colaborativa Re-Source – que inicia este ano a sua terceira edição –,<br />

são exemplos de projetos que materializam este compromisso, que beneficia os<br />

agentes da cadeia de valor das embalagens e a sua circularidade.<br />

QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ <strong>2023</strong>


38 \\ FÓRUM DE LIDERES \\<br />

4 5<br />

HENRIQUE PEREIRA<br />

Head of Home Appliances Division,<br />

Samsung Portugal<br />

JOANA PEIXOTO<br />

Diretora de Marketing, Comunicação<br />

e <strong>Sustentabilidade</strong>, Edenred Portugal<br />

1<br />

A Samsung assumiu um compromisso global no desenvolvimento de tecnologia assente<br />

<strong>na</strong> <strong>Sustentabilidade</strong>. Enquanto marca de topo, temos de dar o exemplo e assumir<br />

uma postura exigente com os mais elevados padrões de qualidade. O nosso<br />

compromisso <strong>é</strong> disponibilizar produtos de elevada eficiência, que permitam aos consumidores<br />

reduzir a sua pegada ecológica, não só a nível de consumo de energia, mas<br />

tamb<strong>é</strong>m otimizando a utilização de outros recursos (como água ou detergente). Simultaneamente,<br />

estamos focados <strong>na</strong> durabilidade dos nossos equipamentos, oferecendo<br />

garantias de at<strong>é</strong> 20 anos em alguns dos principais componentes, assegurando<br />

assim um aumento da vida útil dos eletrodom<strong>é</strong>sticos.<br />

Nesse sentido e com base numa gestão cuidadosa, a Samsung considera cada vez mais<br />

os fatores ambientais em todo o ciclo de vida dos seus produtos, incluindo o fornecimento<br />

de mat<strong>é</strong>rias-primas recicladas, design, produção, comercialização, pós-venda<br />

e reaproveitamento no fim de vida útil. O nosso papel enquanto empresa global passa<br />

por mobilizar uma nova geração de cidadãos a alcançar metas e mudanças positivas.<br />

2<br />

No caso particular de Portugal, nos últimos anos, temo-nos associado ao Ponto Eletrão<br />

para a operacio<strong>na</strong>lização de uma economia cada vez mais circular. Al<strong>é</strong>m de iniciativas<br />

como esta, assumimos desde sempre uma postura sustentável ao introduzir<br />

padrões de certificação ambiental exigentes numa clara aposta em soluções tecnológicas<br />

eficientes.<br />

Soluções como o SmartThings Energy, recentemente disponibilizado <strong>na</strong> app, permite<br />

aos consumidores monitorizar e controlar o consumo de energia dos eletrodom<strong>é</strong>sticos<br />

Samsung conectáveis. Este serviço permite ainda ativar o modo Energia IA, que<br />

atrav<strong>é</strong>s de inteligência artificial assegura a otimização do consumo energ<strong>é</strong>tico para<br />

poupar at<strong>é</strong> 15% de energia nos frigoríficos e at<strong>é</strong> 70% <strong>na</strong>s máqui<strong>na</strong>s de lavar roupa.<br />

Outro exemplo do nosso compromisso <strong>é</strong> a introdução do ciclo de lavagem Less Microfiber<br />

(Redução de Microfibras) que pode reduzir at<strong>é</strong> 54% a libertação de microfibras<br />

para o ambiente.<br />

1<br />

A área dos benefícios sociais e extrassalariais está<br />

intimamente ligada à sustentabilidade. Desde<br />

logo porque visa melhorar a qualidade de vida<br />

das pessoas e as condições laborais, contribuindo<br />

diretamente para que as empresas garantam<br />

aos seus colaboradores o acesso a um conjunto de<br />

bens e serviços, críticos e essenciais ao seu bem-<br />

-estar. Isto enquanto ajudam a di<strong>na</strong>mizar a economia<br />

local, com todas os impactos positivos que<br />

daí advêm.<br />

Atrav<strong>é</strong>s da construção de uma política de benefícios<br />

sociais adequada, as empresas podem dar<br />

uma resposta concreta a diferentes crit<strong>é</strong>rios ESG<br />

relacio<strong>na</strong>dos com as pessoas, melhorando a sua<br />

performance a este nível e potenciando a motivação.<br />

Esta aposta <strong>é</strong> tamb<strong>é</strong>m fundamental para<br />

todas as organizações que queiram afirmar-se <strong>na</strong><br />

área da sustentabilidade, porque só quando este<br />

valor estiver enraizado <strong>na</strong> cultura inter<strong>na</strong> da organização,<br />

<strong>é</strong> que a empresa conseguirá ser verdadeiramente<br />

sustentável.<br />

Face à importância que a área dos benefícios sociais<br />

assume numa política de sustentabilidade, <strong>é</strong><br />

fundamental que as empresas fornecedoras das<br />

soluções estejam completamente alinhadas com<br />

os crit<strong>é</strong>rios ESG. Este <strong>é</strong> um fator a que as empresas<br />

estão cada vez mais atentas, procurando parceiros<br />

responsáveis do ponto de vista ambiental,<br />

social e de gover<strong>na</strong>nça.<br />

QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ <strong>2023</strong>


\\ FÓRUM DE LIDERES \\<br />

39<br />

6<br />

CARLA PEREIRA<br />

Diretora de Marketing e Comunicação,<br />

DPD Portugal<br />

2<br />

Como líder global em benefícios sociais, a Edenred sempre<br />

esteve <strong>na</strong> linha da frente de temas estruturantes. O<br />

Grupo tem em curso um programa ambicioso, espelhando<br />

a nossa política Ideal – com três pilares: Pessoas, Planeta<br />

e Progresso – e contribui para 12 dos 17 Objetivos<br />

de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas, integrando<br />

ainda o índice de sustentabilidade FTSE4Good.<br />

Atrav<strong>é</strong>s das nossas plataformas multibenefício, disponibilizamos<br />

vales sociais para diversos fins – alimentação,<br />

educação, formação, saúde e apoio social – que aumentam<br />

a qualidade de vida das pessoas e promovem o progresso.<br />

Com o objetivo de exponenciar os efeitos positivos inerentes<br />

aos benefícios, desenvolvemos diversos programas<br />

que impactam toda a sociedade. Por exemplo, atrav<strong>é</strong>s do<br />

Programa FOOD, que conta com o apoio da União Europeia<br />

e da Direção-Geral da Saúde, incentivamos a adoção<br />

de hábitos alimentares mais saudáveis e sustentáveis junto<br />

dos colaboradores, enquanto promovemos a oferta de refeições<br />

mais equilibradas e o combate ao desperdício pelos<br />

restaurantes.<br />

Para reduzir o impacto ambiental das nossas soluções,<br />

contribuindo para a economia circular e para a ecocidadania,<br />

os cartões da Edenred são produzidos com materiais<br />

mais ecológicos. Al<strong>é</strong>m disso, atrav<strong>é</strong>s do Programa MERE-<br />

CE, todos os cartões eletrónicos da Edenred podem ser<br />

reciclados. Basta inseri-los num Multibanco quando a sua<br />

validade termi<strong>na</strong>, para que sejam transformados em peças<br />

de mobiliário urbano, como bancos de jardim, mesas, floreiras,<br />

ecopontos, entre outras.<br />

1<br />

O transporte urbano <strong>é</strong> um dos principais responsáveis pela emissão de gases<br />

com efeitos de estufa, pelo que a implementação de políticas e medidas mais<br />

sustentáveis são fundamentais para combater este cenário. Como tal, a sustentabilidade<br />

<strong>é</strong> um dos pilares da DPD, uma vez que queremos oferecer um grau<br />

elevado de conveniência aos nossos clientes enquanto preservamos o planeta.<br />

Fomos a primeira empresa global de entrega de encomendas a ter a suas metas<br />

de redução de emissões de CO2, de curto (2030) e longo prazo (2040), aprovadas<br />

pela iniciativa Science Based Targets (SBTi) – uma aprovação histórica que<br />

valida de forma científica o nosso objetivo de atingir o net zero at<strong>é</strong> 2040 e que<br />

nos coloca num caminho claro para ser referência inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l em entregas<br />

sustentáveis.<br />

Para alcançar este marco estamos a trabalhar para disponibilizar entregas<br />

100% descarbonizadas em 350 cidades europeias at<strong>é</strong> 2025, o que irá representar<br />

menos 83% de emissões de carbono.<br />

2<br />

Desde 2019 que temos vindo a apostar <strong>na</strong> descarbonização da nossa frota de<br />

Lisboa, que já conta com 55 viaturas el<strong>é</strong>tricas. Este ano pretendemos continuar<br />

a aumentar estes valores e apostar noutras cidades portuguesas. At<strong>é</strong> ao fi<strong>na</strong>l<br />

de <strong>2023</strong> queremos ter 207 viaturas el<strong>é</strong>tricas com zero emissões de carbono em<br />

Lisboa, Porto, Seixal, Guarda, Évora, Viseu, Leiria, Faro e Funchal, um valor<br />

que irá representar 30% da frota total da DPD em Portugal. A par da aposta<br />

<strong>na</strong> descarbonização da nossa frota, temos estado a investir nos serviços de recolha<br />

de encomendas alter<strong>na</strong>tivas ao home delivery, nomeadamente a recolha<br />

em lojas de proximidade (lojas Pickup) e em cacifos inteligentes (lockers), que<br />

permitem reduzir recursos e o impacto ambiental das entregas, devido à diminuição<br />

do número de deslocações dos estafetas. Neste segmento, contamos<br />

atualmente <strong>na</strong> DPD com cerca de 200 cacifos e 1200 pontos Pickup de Norte<br />

a Sul de Portugal – um valor que pretendemos aumentar nos próximos anos.<br />

QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ <strong>2023</strong>


40 \\ FÓRUM DE LIDERES \\<br />

7 8<br />

ELSA MONTEIRO<br />

Diretora de <strong>Sustentabilidade</strong>,<br />

So<strong>na</strong>e Sierra<br />

MARIANA SARAMAGO & PATRÍCIA BAÇÃO<br />

Comunicação Inter<strong>na</strong>, Exter<strong>na</strong><br />

& Impacto Positivo, Norauto<br />

1<br />

A sustentabilidade <strong>é</strong> indispensável para a Sierra. Está profundamente enraizada<br />

no nosso ADN e <strong>é</strong> um claro fator distintivo da nossa identidade. Desde 1998,<br />

quando lançámos a nossa primeira Política Ambiental, atualizamos continuamente<br />

as nossas práticas, reforçando as nossas ambições para uma sociedade<br />

mais sustentável. Como resultado, conquistámos mais de 100 pr<strong>é</strong>mios e distinções<br />

de destaque no setor, demonstrando a nossa posição pioneira <strong>na</strong> evolução<br />

de práticas sustentáveis.<br />

A nossa estrat<strong>é</strong>gia de sustentabilidade abrange um total de 11 áreas materiais<br />

que resultam numa avaliação profunda, rigorosa e abrangente do impacto de todas<br />

as nossas atividades, tendo por base duas prioridades estrat<strong>é</strong>gicas: garantir<br />

um ambiente urbano resiliente e assegurar uma força de trabalho segura, saudável<br />

e envolvida. Como resultado, definimos objetivos a longo prazo e metas anuais<br />

para impulsio<strong>na</strong>r o nosso ambicioso compromisso de tor<strong>na</strong>r todos os nossos<br />

ativos neutros em carbono at<strong>é</strong> 2040.<br />

2<br />

A sustentabilidade <strong>é</strong> transversal <strong>na</strong> Sierra, com objetivos de sustentabilidade estabelecidos<br />

at<strong>é</strong> 2030 e foco <strong>na</strong> neutralidade carbónica at<strong>é</strong> 2040. Reduzimos o<br />

consumo de água em 40% desde 2003, eletricidade em 66%, desde 2002 e as emissões<br />

de CO2 em 90% desde 2005. O nosso programa Bright®, lançado em <strong>2023</strong>,<br />

permitiu identificar 273 iniciativas e gerar 703 oportunidades de melhoria, conduzindo<br />

a uma redução no consumo de 33.200 MWh e 7,4 milhões de euros em<br />

potenciais poupanças anuais. O Bright 2.0, lançado em 2022, identificou mais<br />

37% de redução potencial do consumo de energia, totalizando cerca de 45.510<br />

MWh e 6,8 milhões de euros em poupanças anuais (preços de energia de 2022).<br />

Somos parceiros da iniciativa “Smart Open Lisboa”, que promove soluções inovadoras<br />

para a transição energ<strong>é</strong>tica e adotámos os Princípios para um Investimento<br />

Responsável (PRI) em 2022 como compromisso de continuar uma mudança<br />

contínua com as melhores práticas de investimento de referência.<br />

1<br />

Conscientes da poluição causada pelo sector de actividade, a Norauto<br />

tem assumido o seu compromisso contínuo <strong>na</strong> redução, reutilização<br />

e reciclagem de resíduos normais e perigosos com objetivo de reduzir<br />

o seu impacto ambiental <strong>na</strong> sociedade. Como líderes de centros<br />

de manutenção automóvel, queremos agir, ser exemplo e contribuir<br />

para a redução da pegada ambiental. Os nossos compromissos diários<br />

recaem sobre estes principais ODS*: o número 13 <strong>na</strong> luta contra as<br />

alterações climáticas, o número 15 <strong>na</strong> proteção da biodiversidade, o<br />

número 3 <strong>na</strong> saúde e segurança, o número 10 no combate à desigualdade<br />

e o número 12, <strong>na</strong> produção e consumo responsável.<br />

2<br />

Dando continuidade à sua missão e ao seu propósito “Automobilista<br />

& Responsável” a Norauto pretende ser o co-piloto desta transição<br />

para uma mobilidade mais sustentável, quer seja atrav<strong>é</strong>s da oferta e<br />

disponibilização de soluções para limitar o impacto das deslocações<br />

dos nossos colaboradores e clientes, quer seja atrav<strong>é</strong>s da disponibilização<br />

de gamas de produtos de mobilidade, e de Eco Serviços, tais<br />

como Eco Revisão e a Descarbonização dos veículos.<br />

Como marca inovadora e especialista no sector, há mais de 25 anos, a<br />

Norauto tem vindo a acompanhar a evolução tecnológica do mercado<br />

oferecendo tamb<strong>é</strong>m soluções de manutenção para veículos el<strong>é</strong>tricos<br />

e híbridos, produtos e acessórios.<br />

Paralelamente, dispomos de ca<strong>na</strong>is de reciclagem para cada tipo de<br />

resíduo, promovendo a consciencialização dos colaboradores para<br />

a triagem e reciclagem dos mesmos. Mas, vamos ainda mais longe,<br />

atrav<strong>é</strong>s das Recycling Walls existentes em alguns centros Norauto,<br />

onde promovemos a entrega de resíduos gerados pelos clientes, para<br />

encaminhamento e tratamento respetivos.<br />

QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ <strong>2023</strong>


\\ FÓRUM DE LIDERES \\<br />

41<br />

9<br />

CARLOS GOUVEIA<br />

CEO, Scoring<br />

1<br />

Para a Scoring a sustentabilidade <strong>é</strong> fundamental, e está no<br />

core dos serviços que prestamos. Avaliamos e certificamos a<br />

sustentabilidade fi<strong>na</strong>nceira das empresas e, portanto, a nossa<br />

sustentabilidade resulta de trabalhar a sustentabilidade das<br />

outras empresas.<br />

A sustentabilidade não <strong>é</strong> só ambiental. Há mais sustentabilidade<br />

para al<strong>é</strong>m dessa vertente. Duma forma geral, sustentabilidade<br />

está intrinsecamente ligada à palavra futuro. Futuro do<br />

ambiente, futuro das pessoas, futuro das empresas, futuro do<br />

planeta. Tudo tem de ser pensado globalmente, porque todos<br />

têm de caminhar e de progredir, só assim o desenvolvimento<br />

sustentável pode acontecer.<br />

Como somos uma PME de serviços, com processos praticamente<br />

digitalizados a 100%, temos consciência que a nossa<br />

pegada ecológica <strong>é</strong> muito reduzida.<br />

A sustentabilidade para nós <strong>é</strong> fundamental, porque está no<br />

core dos serviços que prestamos. Avaliamos e certificamos a<br />

sustentabilidade fi<strong>na</strong>nceira das empresas, e portanto, a nossa<br />

sustentabilidade resulta de trabalhar a sustentabilidade das<br />

outras empresas.<br />

2<br />

Apoiamos as empresas, sobretudo PME, <strong>na</strong> sua jor<strong>na</strong>da de<br />

sustentabilidade. É esse fundamentalmente o contributo que<br />

procuramos dar para um Portugal mais sustentável.<br />

A sustentabilidade para as empresas em geral, do nosso ponto<br />

de vista, pode ser vista por 2 prismas: por um lado, as empresas<br />

apresentarem fi<strong>na</strong>nças sustentáveis, e por outro, contruírem<br />

a sustentabilidade corporativa.<br />

A Scoring desenvolveu certificações fi<strong>na</strong>nceiras que,<br />

perante uma avaliação rigorosa das contas anuais das<br />

empresas, devidamente auditada por entidade exter<strong>na</strong>s,<br />

permite identificar as empresas que são as mais sustentáveis<br />

fi<strong>na</strong>nceiramente. Como já vamos <strong>na</strong> 3ª edição, num<br />

projeto que já conta com mais de 3.500 PME de norte<br />

a Sul do país e de praticamente todos os setores de atividade,<br />

temos vindo a constatar a importância crescente<br />

que as empresas estão a dar a este tema. Como diz o<br />

poeta, primeiro estranha-se e depois entranha-se. Muitos<br />

dos empresários ligavam exclusivamente aos resultados<br />

e esqueciam o balanço. Com o nosso contributo, começam<br />

a dar mais a importância ao equilíbrio das contas<br />

da empresa: por um lado, capacidade de gerar resultados<br />

positivos, porque isso <strong>é</strong> o que mais valoriza uma empresa;<br />

mas tamb<strong>é</strong>m terem uma situação fi<strong>na</strong>nceira estável,<br />

que lhe permita não só suportar a atividade corrente, mas<br />

tamb<strong>é</strong>m assumirem os investimentos necessários para a<br />

sua modernização no futuro. É esta conjugação que faz as<br />

empresas sustentáveis fi<strong>na</strong>nceiramente.<br />

Estamos certos de que desempenhamos, cada vez mais,<br />

um papel importante para tor<strong>na</strong>r Portugal um país mais<br />

sustentável. Por um lado, contribuímos claramente para<br />

que as empresas mudem a sua atitude e que incorporem<br />

mais a palavra “futuro” <strong>na</strong> sua gestão, e isso contribui para<br />

a sua longevidade e estabilidade. Por outro lado, sabe-se<br />

que as empresas mais sustentáveis fi<strong>na</strong>nceiramente, têm<br />

uma gestão mais rigorosa e estão mais aptas a implementarem<br />

práticas de sustentabilidade <strong>na</strong> área do ambiente,<br />

mas tamb<strong>é</strong>m <strong>na</strong>s áreas social e de gover<strong>na</strong>ção.<br />

QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ <strong>2023</strong>


42<br />

\\ FÓRUM DE LIDERES \\<br />

10<br />

FILIPA PIMENTEL<br />

Diretora de Desenvolvimento<br />

Sustentável e Impacto Local, Pingo Doce<br />

11<br />

CLIMÉNIA SILVA<br />

Diretora-Geral, Valorpneu<br />

1<br />

No Pingo Doce, enquanto retalhista alimentar<br />

que chega diariamente a milhares de pessoas,<br />

temos como prioridade criar valor para os<br />

nossos clientes e comunidades onde estamos<br />

inseridos, respeitando o ambiente e as pessoas<br />

e tamb<strong>é</strong>m a responsabilidade de influenciar<br />

práticas, processos, produtos e hábitos mais<br />

sustentáveis em toda a cadeia de valor, desde<br />

o produtor at<strong>é</strong> ao consumidor.<br />

Esta dimensão e capilaridade dá-nos a oportunidade<br />

única de promover o bem-estar e ter<br />

um impacto positivo <strong>na</strong>s pessoas, no planeta<br />

e <strong>na</strong>s comunidades. Levamos esta consciência<br />

e responsabilidade com grande seriedade, mas<br />

tamb<strong>é</strong>m como uma motivação para fazer melhor<br />

e influenciar positivamente todos os dias.<br />

O foco <strong>na</strong> <strong>Sustentabilidade</strong> <strong>é</strong> transversal a<br />

tudo o que fazemos no Pingo Doce há já vários<br />

anos e reflete-se não só no respeito pelo<br />

ambiente e preservação da biodiversidade,<br />

mas tamb<strong>é</strong>m <strong>na</strong> promoção da saúde atrav<strong>é</strong>s<br />

da alimentação, <strong>na</strong>s nossas compras e <strong>na</strong>s relações<br />

que mantemos com os nossos parceiros<br />

de negócio e no apoio às comunidades em que<br />

nos inserimos.<br />

2<br />

Para elencar ape<strong>na</strong>s alguns exemplos, atendendo<br />

à dimensão do Pingo Doce, a descarbonização<br />

da Logística tem sido uma prioridade<br />

e as medidas já implementadas nesta área<br />

permitiram reduzir as emissões de CO2 em<br />

mais de 40% <strong>na</strong> última d<strong>é</strong>cada. Um progresso<br />

distinguido com vários pr<strong>é</strong>mios <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is e<br />

inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is.<br />

Por outro lado, sendo a comida a nossa maior<br />

especialidade, estamos empenhados em promover<br />

uma alimentação mais saudável, tendo<br />

iniciado há mais de 10 anos, um trabalho de<br />

melhoria nutricio<strong>na</strong>l dos nossos produtos que<br />

já nos permitiu reduzir mais de 1800 toneladas<br />

de açúcar, mais de 40 toneladas de sal e<br />

cerca de 25 toneladas de gordura.<br />

No que respeita às embalagens, foram várias<br />

as mudanças que o Pingo Doce fez nos últimos<br />

anos no âmbito do Programa de Ecodesign.<br />

Este Programa, implementado em 2011 e focado<br />

nos produtos de Marca Própria, já evitou<br />

o consumo total de mais de 26 mil toneladas<br />

de materiais de embalagem, melhorando a<br />

ecoeficiência de mais de 500 referências.<br />

E porque sustentabilidade <strong>é</strong> tamb<strong>é</strong>m cuidar da<br />

comunidade, o Pingo Doce apoia diariamente<br />

mais de 500 instituições em todo o país, atrav<strong>é</strong>s<br />

de do<strong>na</strong>tivos e outras iniciativas e do Bairro Feliz,<br />

um programa de dá a oportunidade a toda a<br />

população e entidades de fazerem algo com impacto<br />

positivo nos Bairros, que está <strong>na</strong> 3ª edição<br />

<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l e já apoiou mais de 1000 causas.<br />

1<br />

A contribuição para uma sociedade<br />

mais sustentável <strong>é</strong> o motor que nos faz<br />

trabalhar todos os dias <strong>na</strong> gestão dos<br />

pneus usados. Os pneus em fim de vida<br />

são resíduos, mas podem transformar-<br />

-se em recursos e para tal <strong>é</strong> necessário<br />

que tenham o devido encaminhamento<br />

para serem reaproveitados. Os destinos<br />

dos pneus usados podem ser os seguintes:<br />

reciclagem, recauchutagem e valorização<br />

energ<strong>é</strong>tica. A nossa missão <strong>é</strong> fazer<br />

gerir a recolha dos pneus usados em<br />

Portugal e reencaminhá-los para um<br />

dos destinos. Desta forma contribuímos<br />

para uma economia circular e para uma<br />

sociedade mais sustentável.<br />

2<br />

A Valorpneu gere o SGPU (Sistema<br />

Integrado de Gestão de Pneus Usados)<br />

em Portugal há mais de duas d<strong>é</strong>cadas.<br />

Fomos uma das entidades pioneiras <strong>na</strong><br />

Europa e somos um exemplo para outros<br />

países <strong>na</strong> forma como gerimos e<br />

implementámos este sistema de gestão<br />

de resíduos. Como já vem sendo habitual<br />

há vários anos, a Valorpneu não<br />

só cumpriu todas as metas impostas<br />

legalmente no que diz respeito à reco-<br />

QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ <strong>2023</strong>


\\ FÓRUM DE LIDERES \\<br />

43<br />

12<br />

JOÃO TRINCHEIRAS<br />

Corporate Communications Ma<strong>na</strong>ger,<br />

BMW Group Portugal<br />

lha e preparação para reutilização e reciclagem de<br />

pneus usados, como as ultrapassou.<br />

O ano de 2022 foi bastante positivo para a Valorpneu.<br />

Em termos operacio<strong>na</strong>is, a Valorpneu<br />

registou 95 464 toneladas de pneus colocados<br />

no mercado <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l, um aumento de 2% face a<br />

2021. Graças aos esforços dos operadores da rede<br />

estes números são evidência que, uma vez mais,<br />

foi não só cumprido o objetivo de recolha de 96%,<br />

mas tamb<strong>é</strong>m nos voluntariámos para recolher e<br />

tratar um adicio<strong>na</strong>l de 14 109 toneladas de pneus<br />

usados, os quais foram integralmente valorizados,<br />

permitindo evitar todos os riscos associados ao<br />

não tratamento destas quantidades se as mesmas<br />

ficassem à margem do sistema.<br />

Para al<strong>é</strong>m disto, temos promovido iniciativas de<br />

“I&D” no sentido de encontrar novas soluções de<br />

aplicações dos pneus usados: de entre outras, o<br />

projeto Nextlap e o Pr<strong>é</strong>mio Inovação são referência.<br />

Destas iniciativas já surgiram soluções como,<br />

por exemplo, a incorporação da borracha dos<br />

pneus em solas de sapatos e em barreiras acústicas<br />

<strong>na</strong>s linhas ferroviárias <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is.<br />

A Valorpneu tamb<strong>é</strong>m realiza iniciativas de sensibilização<br />

com o intuito de comunicar junto do<br />

público em geral quais as medidas de prevenção<br />

para o correto uso dos pneus de forma a prolongar<br />

o seu ciclo de vida. Queremos contar com todos os<br />

cidadãos para nos ajudarem nesta missão de criar<br />

vidas diferentes e mais longas para os pneus.<br />

1<br />

A sustentabilidade <strong>é</strong> importante porque reconhece a ligação entre meio ambiente, sociedade<br />

e economia, oferecendo um quadro para tomar decisões responsáveis que protejam<br />

o planeta, promovam o bem-estar das pessoas e criem um futuro próspero. No<br />

contexto atual, marcas que atuam no setor premium, como a BMW, não se podem focar<br />

exclusivamente <strong>na</strong> qualidade, exclusividade ou experiência, sem se focarem <strong>na</strong> sustentabilidade.<br />

Esta <strong>é</strong> uma tendência definidora para o futuro da mobilidade, não só porque a disponibilização<br />

de uma frota cada vez mais sustentável <strong>é</strong> uma mais-valia para todos, mas<br />

tamb<strong>é</strong>m porque dá resposta às expectativas mais ecológicas dos consumidores.<br />

Para a BMW, não basta produzir veículos isentos de emissões. É preciso que toda a cadeia<br />

seja sustentável, razão pela qual temos investido cada vez mais <strong>na</strong> nossa visão de<br />

circularidade. Acreditamos que <strong>é</strong> com esta mentalidade sustentável transversal que faremos<br />

o nosso papel enquanto impulsio<strong>na</strong>dor de uma indústria mais consciente.<br />

2<br />

Procuramos ter um papel pedagógico, promovendo as vantagens de uma condução mais<br />

ecológica e lembrando as autoridades da necessidade de esta ser uma aposta de todos – e<br />

que a aposta em incentivos e infraestruturas <strong>é</strong> essencial.<br />

Trabalhamos tamb<strong>é</strong>m de forma ativa com as autoridades locais. Foi assim com o Pacto<br />

de Mobilidade que assinámos com o município de Lisboa e a campanha “Ligados à Comunidade<br />

Geramos <strong>Sustentabilidade</strong>”, no município de Oeiras, onde estamos sediados.<br />

Em 140 cidades europeias, incluindo Porto, Lisboa, Braga, Oeiras e Matosinhos, os veículos<br />

híbridos Plug-in da BMW passam automaticamente para o modo el<strong>é</strong>trico quando<br />

entram em zo<strong>na</strong>s de baixas emissões, graças ao sistema BMW eDriveZones – uma das<br />

inovações desenvolvidas no país, <strong>na</strong> joint-venture Critical TechWorks.<br />

Al<strong>é</strong>m do mais, apostámos num modelo híbrido, promovendo uma gestão mais consciente<br />

das necessidades de deslocação, e reforçámos a nossa frota eletrificada e as nossas infraestruturas.<br />

Nos nossos parques de estacio<strong>na</strong>mento, cerca de 30% dos lugares têm pontos<br />

de carregamento para os veículos dos colaboradores, sem qualquer custo adicio<strong>na</strong>l.<br />

QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ <strong>2023</strong>


44<br />

\\ FÓRUM DE LIDERES \\<br />

13<br />

VICENTE HUERTAS<br />

CEO, Minsait Portugal<br />

1<br />

Enquanto CEO da Minsait Portugal, reconheço a importância<br />

fundamental da sustentabilidade no nosso setor de<br />

atuação. A sustentabilidade desempenha um papel crucial<br />

<strong>na</strong> forma como conduzimos os nossos negócios e como<br />

procuramos oferecer soluções tecnológicas inovadoras aos<br />

nossos clientes. A tecnologia está intrinsecamente ligada<br />

à sustentabilidade, pois tem o potencial de impulsio<strong>na</strong>r<br />

mudanças positivas e contribuir para a preservação do<br />

meio ambiente. Na Minsait, estamos comprometidos em<br />

desenvolver soluções tecnológicas que abordem os desafios<br />

sociais e ambientais. Estamos comprometidos em oferecer<br />

soluções tecnológicas que ajudem os nossos clientes a alcançar<br />

os seus objetivos de sustentabilidade. Acreditamos<br />

que a tecnologia pode ser uma poderosa aliada nomeadamente<br />

<strong>na</strong> redução das emissões de carbono, <strong>na</strong> gestão eficiente<br />

de recursos e <strong>na</strong> promoção de práticas comerciais<br />

mais sustentáveis.<br />

2<br />

Destacaria 3 projetos / soluções em concreto que temos<br />

implementado em Portugal:<br />

1) A solução Oblysis, desti<strong>na</strong>da a implementação <strong>na</strong>s estações<br />

de tratamento de águas residuais, tem por objetivos<br />

que o processo de depuração seja mais eficiente e estável,<br />

diminuindo simultaneamente os custos operativos<br />

associados aos consumos energ<strong>é</strong>ticos, produção de lamas<br />

e consumos de aditivos químicos. A implementação desta<br />

solução tem assim uma consequência relevante em termos<br />

ambientais, uma vez que tor<strong>na</strong>ndo o processo de depuração<br />

mais eficiente ajuda tamb<strong>é</strong>m melhorar a qualidade do<br />

mesmo e permite aumentar os caudais tratados, provocando<br />

que a água que <strong>é</strong> devolvida ao ecossistema, esteja com<br />

melhor qualidade. Por outro lado, a própria redução dos<br />

consumos de energia e aditivos químicos vai de encontro<br />

ao conceito ecológico de “redução” da utilização de recursos,<br />

com impactos relevantes no meio ambiente.<br />

2) As soluções de EDI (Electronic Data Interchange). Este<br />

processo, que tem <strong>na</strong> sua g<strong>é</strong>nese objetivos de melhoria da<br />

rapidez <strong>na</strong> transmissão da informação, impacta tamb<strong>é</strong>m<br />

de forma significativa no consumo de papel que tipicamente<br />

existe no processo tradicio<strong>na</strong>l. Daqui consegue-se uma<br />

conservação significativa dos recursos <strong>na</strong>turais e a redução<br />

dos consumos energ<strong>é</strong>ticos e da emissão de gases associados<br />

a todo o processo tradicio<strong>na</strong>l de emissão, transporte<br />

e entrega deste documentos em formato físico que, <strong>na</strong>turalmente,<br />

vai impactar tamb<strong>é</strong>m <strong>na</strong> redução da geração de<br />

resíduos.<br />

3) Fi<strong>na</strong>lmente, no âmbito dos projetos realizados em Portugal<br />

estão tamb<strong>é</strong>m aqueles processos em que estamos a<br />

ajudar as entidades ligados à prestação de serviços turísticos<br />

<strong>na</strong> promoção e otimização da sua oferta, nomeadamente<br />

<strong>na</strong> que está relacio<strong>na</strong>da com a promoção dos nossos<br />

espaços de lazer. Sabemos que o turismo pode ter um impacto<br />

ambiental nesses espaços (ex.: praias, serras, monumentos,<br />

etc.) pelo que as nossas soluções ajudam a que os<br />

turistas conheçam melhor cada um desses espaços (e esse<br />

conhecimento traduz-se no desejo de proteção) e tamb<strong>é</strong>m<br />

que sejam orientados/monitorizados durante a visita de<br />

forma a evitar uma utilização danosa dos mesmos.<br />

QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ <strong>2023</strong>


INDÚSTRIA<br />

TECNOLOGIA INOVAÇÃO


46<br />

\\ FÓRUM DE LIDERES \\<br />

14 15<br />

PEDRO SEQUEIRA<br />

Diretor de Operações,<br />

Saint-Gobain Portugal<br />

YVONNE BRIERLEY<br />

Administradora Geral,<br />

Daikin Portugal<br />

1<br />

Sendo o setor da construção um dos responsáveis por uma grande fatia das emissões<br />

de carbono à escala global, todas as ações que possam ser realizadas para minimizar<br />

este impacto são fundamentais. É nesse sentido que há mais de 20 anos as<br />

nossas equipas de Investigação e Desenvolvimento têm presente conceitos como<br />

eco inovação e circularidade no desenvolvimento de novos produtos e soluções,<br />

sem descurar a elevada qualidade dos produtos que definem as marcas da Saint-Gobain.<br />

Como exemplos de inovação nestas áreas, saliento o webercol flex lev<br />

e o ibercontak plus, que têm <strong>na</strong> sua formulação mais de 30% de mat<strong>é</strong>rias-primas<br />

revalorizadas.<br />

2<br />

A possibilidade de utilização de subprodutos (inicialmente classificados como resíduos)<br />

de outras indústrias, bem como resíduos de construção e demolição têm<br />

cada vez mais importância. Devidamente tratados, podem ser utilizados como<br />

mat<strong>é</strong>rias-primas comuns <strong>na</strong> produção de produtos de alta qualidade para a construção.<br />

Ape<strong>na</strong>s dessa forma <strong>é</strong> que podemos reduzir drasticamente o consumo de<br />

mat<strong>é</strong>rias-primas virgens, melhorando assim a sustentabilidade do país.<br />

Este tem vindo a ser um dos principais focos das nossas equipas, cujo impacto <strong>é</strong><br />

enorme em termos de emissões de CO2. Só em 2022 reduzimos 11% de emissões<br />

no scope 3. Como exemplo, destaco a utilização de areias de leito fluidizados, provenientes<br />

da indústria da pasta de papel, em prol das areias extraídas dos nossos<br />

rios e florestas; a utilização de materiais revalorizados em substituição parcial do<br />

cimento Portland, que <strong>é</strong> um dos principais emissores de CO2 <strong>na</strong> área da construção<br />

(1 tonelada de cimento Portland gera em muitas unidades industriais perto<br />

de 1 tonelada de CO2).<br />

Paralelamente, a forte e constante parceria com as principais universidades e<br />

institutos no desenvolvimento de projetos cujo foco <strong>é</strong> a circularidade, <strong>é</strong> algo que<br />

temos vindo trabalhar cada vez mais, com resultados muito positivos, ajudando<br />

tamb<strong>é</strong>m a uma maior aproximação das universidades à Indústria.<br />

1<br />

Na Daikin o futuro do ar interior do mundo <strong>é</strong> a nossa maior preocupação.<br />

Por isso, atrav<strong>é</strong>s do plano de gestão estrat<strong>é</strong>gica “FU-<br />

SION 25”, onde para al<strong>é</strong>m de uma preocupação, sempre patente<br />

<strong>na</strong> nossa forma de atuar no mercado, <strong>na</strong> forma de proporcio<strong>na</strong>r<br />

espaços seguros, saudáveis e confortáveis durante todo o ciclo de<br />

vida dos edifícios, utilizando tecnologia líder mundial., estabelecemos<br />

como prioridade at<strong>é</strong> 2030 alcançar a neutralidade carbónica<br />

<strong>na</strong>s nossas fábricas; tor<strong>na</strong>rmo-nos no principal produtor de<br />

soluções sustentáveis de aquecimento e arrefecimento.<br />

2<br />

Num país como Portugal, onde ainda há muito para fazer rumo<br />

à descarbonização, a Daikin trabalha diariamente no sentido de<br />

promover conversas francas e esclarecedoras com as associações<br />

do setor, com os promotores imobiliários, projetistas, instaladores<br />

e estudantes de engenharia e de escolas profissio<strong>na</strong>is, no<br />

sentido de os melhor informar sobre soluções sustentáveis, de<br />

elevada eficiência energ<strong>é</strong>tica e que contribuam para uma não<br />

dependência dos combustíveis fosseis.<br />

Simultaneamente, apoiamos a formação de todos estes agentes,<br />

e promovemos regularmente seminários e workshops de modo<br />

a ajudá-los nesta transição, at<strong>é</strong> porque <strong>é</strong>, claramente, uma tendência<br />

de mercado, fruto das normativas vigentes, as bombas<br />

de calor assumirem papel fundamental e urgente no triângulo<br />

energia, combustíveis e edifícios. Uma necessidade tanto maior<br />

quando os números revelam que a área do aquecimento residencial,<br />

seja de peque<strong>na</strong>s habitações, ou grandes edifícios de<br />

apartamentos ou mesmo edifícios de serviços, representa cerca<br />

de 40% das emissões equivalentes de CO2 para a atmosfera.<br />

QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ <strong>2023</strong>


\\ FÓRUM DE LIDERES \\<br />

47<br />

16 17<br />

ROSSANA GAMA<br />

Country Ma<strong>na</strong>ger,<br />

Grupo Boticário Portugal<br />

NELSON PIRES<br />

Diretor Geral,<br />

Jaba Recordati Portugal<br />

1<br />

O setor de beauty, care e perfumaria <strong>é</strong> um mercado bastante dinâmico, de<br />

forte concorrência e cada vez em maior expansão. Nós sempre estivemos <strong>na</strong><br />

vanguarda da beleza, antecipando tendências e inovações, e assim impondo<br />

um ritmo para que, não só a concorrência, mas tamb<strong>é</strong>m a nossa cadeia de<br />

fornecimento pudesse evoluir e pensar em um futuro mais limpo.<br />

Para nós, o tema sempre foi algo inegociável e transversal ao negócio, independente<br />

do país de atuação, já que hoje estamos presentes em mais de 50<br />

deles. Todas as nossas ações devem estar pautadas pelo ESG: desde o processo<br />

de pesquisa, fornecimento, at<strong>é</strong> distribuição e pós-consumo.<br />

A partir da visão ampliada de toda a nossa cadeia de valor, monitoramos tendências,<br />

riscos e oportunidades para aperfeiçoar nossa capacidade de gerar e<br />

compartilhar valor em curto, m<strong>é</strong>dio e longo prazos considerando, de modo<br />

integrado, os fatores ambientais, sociais, diversidade, inclusão e de gover<strong>na</strong>nça<br />

em todas as instâncias de tomada de decisão.<br />

2<br />

Atender aos desejos e às necessidades dos nossos consumidores com menores<br />

impactos ambientais e sociais está em nosso ADN. É nosso papel como empresa<br />

fomentar temas relevantes para o pleno desenvolvimento da sociedade,<br />

e o controle de impactos <strong>é</strong> um deles.<br />

Um comitê formado por nossos especialistas avalia constantemente os materiais<br />

utilizados <strong>na</strong> fabricação de nossas embalagens e acessórios em três<br />

dimensões: Toxidade Huma<strong>na</strong>, Impacto Ambiental e Impacto Social. Por<br />

meio desses crit<strong>é</strong>rios, nós tomamos as decisões para o controle de utilização,<br />

substituição ou ainda o banimento da substância.<br />

Ecodesign, materiais sustentáveis, produtos veganos, produtos orgânicos, seguro<br />

para corais, fórmulas com menor impacto <strong>na</strong> água, brilho livre de plástico,<br />

EcoÁlcool e energia renovável. Estas são algumas das frentes que nossos<br />

times focam ao pesquisar e desenvolver os produtos do Grupo Boticário!<br />

1<br />

A sustentabilidade <strong>é</strong> fundamental para a Indústria farmacêutica e para<br />

a Jaba Recordati, não ape<strong>na</strong>s como cultura empresarial ESG (Environment,<br />

Social, Gover<strong>na</strong>nce), como contributo positivo para a sociedade,<br />

com aumento do valor económico da empresa e manutenção de talento.<br />

O nosso propósito <strong>é</strong> “unlocking the full potential of life”, e libertar esse potencial<br />

passa tamb<strong>é</strong>m pela pegada que deixamos no mundo, o ADN que<br />

construímos e a devolução à comunidade do muito que esta dá á nossa<br />

organização.<br />

2<br />

Estamos focados em reduzir o nosso impacto ambiental, criando uma<br />

economia circular e promovendo a redução do desperdício. Em 2022, 84%<br />

da electricidade utilizada <strong>na</strong>s nossas fábricas foi origi<strong>na</strong>do em fontes renováveis,<br />

e instalamos pain<strong>é</strong>is solares em 2 unidades industriais de forma a<br />

garantir a autonomia energ<strong>é</strong>tica sustentável. Auditamos 50 fornecedores<br />

ao nível das regras ESG. Inter<strong>na</strong>mente demos formação a todos os nossos<br />

colaboradores. E as medidas não são ape<strong>na</strong>s de grande impacto mas a soma<br />

de pequenos esforços como a nossa frota automóvel que tem um limite de<br />

emissão de carbono por viatura (com preferência pelos automóveis sustentáveis),<br />

incentivamos a redução da impressão em papel, instalamos um<br />

sistema inteligente de gestão da energia <strong>na</strong> nossa sede, queremos retirar<br />

os folhetos em papel das embalagens dos nossos medicamentos (estando<br />

disponíveis com um QR code), as nossas iniciativas de responsabilidade<br />

social estão relacio<strong>na</strong>das com este grande objectivo de sustentabilidade. É<br />

uma cultura corporativa que permite que a Recordati tenha recebido em<br />

2022 o rating A+ da MSCI, em outubro de 2021 fomos incluídos no MIB<br />

ESG índex da Euronext e da borsa Italia<strong>na</strong>, e em junho de 2022 recebemos<br />

o “platinum rating” da EcoVadis. Queremos atingir 10 dos 17 objectivos de<br />

sustentabilidade da agenda 2030 da ONU e vamos conseguir!<br />

QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ <strong>2023</strong>


48<br />

\\ FÓRUM DE LIDERES \\<br />

18<br />

FRANCO CARUSO<br />

Diretor de <strong>Sustentabilidade</strong><br />

e Comunicação, Grupo Brisa<br />

1<br />

A sustentabilidade <strong>é</strong> parte integrante da estrat<strong>é</strong>gia empresarial do Grupo Brisa, sendo<br />

mesmo um dos seus cinco valores corporativos. Em 2021, o Grupo Brisa assumiu como<br />

propósito transformar a qualidade de vida das comunidades, ligando as pessoas atrav<strong>é</strong>s<br />

de uma mobilidade simples, segura e sustentável.<br />

Como operador de infraestruturas de transporte e de serviços de mobilidade, o Grupo<br />

Brisa tem um histórico relevante no domínio da sustentabilidade, que começa pela<br />

gestão dos impactos ambientais das autoestradas, pela segurança e saúde no trabalho e<br />

pela segurança rodoviária, e hoje inclui os desafios da descarbonização e da promoção<br />

da biodiversidade, mas, tamb<strong>é</strong>m, desafios sociais como os da paridade de g<strong>é</strong>nero e da<br />

inclusão de pessoas com acesso difícil ao mercado de trabalho.<br />

2<br />

Hoje, o Grupo Brisa <strong>é</strong> um parceiro para o desenvolvimento sustentável do País. O plano<br />

estrat<strong>é</strong>gico, aprovado em 2021, compromete o Grupo Brisa com uma participação ativa<br />

<strong>na</strong> descarbonização da economia - e particularmente do setor dos transportes.<br />

Assumimos o objetivo público de redução das emissões de Âmbito 1 e 2, relacio<strong>na</strong>das<br />

com as suas operações) em 42% at<strong>é</strong> 2030 (face a 2021). Para isto, temos em curso uma<br />

transformação do nosso modelo de consumo de energia, com a eletrificação da nossa<br />

frota, a adoção de luminárias LED em 100% dos nossos postes de ilumi<strong>na</strong>ção pública<br />

<strong>na</strong>s autoestradas, e <strong>na</strong> implementação de novos requisitos de eficiência energ<strong>é</strong>tica dos<br />

edifícios.<br />

Mas, tamb<strong>é</strong>m, assumimos o compromisso a criação das condições para a descarbonização<br />

do tráfego, com a instalação de uma rede de postos de carregamento rápidos e<br />

ultrarrápidos <strong>na</strong>s suas autoestradas com a marca Via Verde Electric. O setor dos transportes<br />

representa 28,2% do total de emissões em Portugal, e o Grupo Brisa defende um<br />

esforço coletivo determi<strong>na</strong>do <strong>na</strong> transição para a mobilidade el<strong>é</strong>trica. Por último, importa<br />

referir o trabalho desenvolvido pelo Grupo Brisa <strong>na</strong> investigação e desenvolvimento<br />

da mobilidade integrada e conectada, quer focada nos veículos autónomos, quer<br />

em soluções de mobilidade urba<strong>na</strong>, com a marca Via Verde.<br />

QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ <strong>2023</strong>


\\ FÓRUM DE LIDERES \\<br />

49<br />

19<br />

PEDRO Q CRUZ<br />

ESG Coordi<strong>na</strong>tor Partner,<br />

KPMG Portugal<br />

1<br />

A sustentabilidade <strong>é</strong> um tema com uma importância<br />

transversal à KPMG e aos vários setores<br />

em que atuamos. Somos uma empresa de serviços<br />

profissio<strong>na</strong>is de auditoria, consultoria e de<br />

tax e temos acompanhado o impacto que os temas<br />

de ESG têm tido em cada uma dessas áreas,<br />

o que nos levou, de resto, a investir de forma expressiva<br />

<strong>na</strong> capacitação das nossas equipas, para<br />

podermos apoiar os nossos clientes <strong>na</strong>s várias<br />

dimensões da sua jor<strong>na</strong>da ESG.<br />

No que diz respeito, por exemplo, à auditoria, as<br />

responsabilidades do auditor têm evoluído ao<br />

longo do tempo e são hoje mais abrangentes, não<br />

se limitando à revisão das demonstrações fi<strong>na</strong>nceiras,<br />

contribuindo de forma muito relevante<br />

para o desenvolvimento de melhores práticas de<br />

corporate gover<strong>na</strong>nce e para a melhoria do ambiente<br />

de controlo interno das empresas, assim<br />

como <strong>na</strong> revisão da qualidade da informação<br />

não fi<strong>na</strong>nceira divulgada ao mercado.<br />

Mas os desafios da sustentabilidade vão muito<br />

al<strong>é</strong>m da área de auditoria e aplicam-se a cada<br />

organização, quer nos seus processos de produção<br />

ou cadeias de abastecimento, quer <strong>na</strong> sua<br />

própria organização inter<strong>na</strong>. A sustentabilidade<br />

<strong>é</strong>, hoje em dia, um fator decisivo para a sobrevivência<br />

e crescimento de qualquer empresa, seja<br />

qual for o setor em que atue.<br />

Nesse sentido, e em linha com a estrat<strong>é</strong>gia ESG<br />

da KPMG global, em Portugal criámos uma<br />

equipa multidiscipli<strong>na</strong>r que incorpora profissio<strong>na</strong>is<br />

das várias áreas de negócio da KPMG,<br />

incluindo profissio<strong>na</strong>is de ma<strong>na</strong>gement consulting,<br />

technology consulting, deal advisory e<br />

M&A, tax e assurance.<br />

Esta equipa, em permanente crescimento, está<br />

capacitada para ajudar os nossos clientes nos<br />

vários desafios ESG, nomeadamente no desenvolvimento<br />

de uma estrat<strong>é</strong>gia e ambição ESG<br />

alinhadas com o seu modelo de negócio.<br />

2<br />

Criámos em Portugal uma equipa multidiscipli<strong>na</strong>r<br />

com profissio<strong>na</strong>is das várias áreas de negócio<br />

da KPMG, a qual tem vindo a ajudar os nossos<br />

clientes a concretizar e a promover os crit<strong>é</strong>rios<br />

ESG dentro das suas organizações.<br />

Acreditamos que <strong>é</strong> fundamental liderar pelo<br />

exemplo e, por isso, temos desenvolvido várias<br />

iniciativas, como o nosso novo edifício FPM41<br />

em Lisboa, que se caracteriza pela utilização de<br />

“energia verde”, pela redução do consumo de papel<br />

e de consumíveis, pela redução do consumo<br />

de plástico, a maximização de materiais e equipamentos<br />

“eco-friendly”, como por exemplo a<br />

utilização de impressoras de nova geração que<br />

diminuem o consumo energ<strong>é</strong>tico.<br />

Conscientes do peso do uso do automóvel <strong>na</strong>s<br />

emissões de CO2, a renovação em curso da nossa<br />

frota automóvel está a ser realizada ape<strong>na</strong>s<br />

com automóveis el<strong>é</strong>tricos ou híbridos e incluímos,<br />

nos benefícios que atribuímos aos nossos<br />

colaboradores, diversas medidas de fomento à<br />

utilização de transportes públicos.<br />

Realizamos regularmente várias iniciativas inter<strong>na</strong>s<br />

e exter<strong>na</strong>s de responsabilidade social,<br />

onde criamos condições para as nossas pessoas<br />

ajudarem comunidades e ONGs. A título de<br />

exemplo, cada colaborador da KPMG Portugal<br />

pode dedicar um dia por ano a ações de solidariedade<br />

social e apoio a comunidades ou instituições<br />

por si escolhidas.<br />

Colaboramos em iniciativas que envolvem a<br />

participação direta dos nossos colaboradores,<br />

como por exemplo a recente iniciativa que envolveu<br />

a participação de quase 300 trabalhadores<br />

da KPMG <strong>na</strong> plantação de milhares de vegetais<br />

e <strong>na</strong> confeção de 2.500 refeições em parceria<br />

com a REFFOD, ou a Corrida Solidária realizada<br />

no fi<strong>na</strong>l de 2022 no Estádio Universitário<br />

de Lisboa, onde cada quilómetro percorrido<br />

contribuiu com valores monetários para duas<br />

instituições de responsabilidade social.<br />

A nível mundial, podemos destacar a redução de<br />

25% das emissões de CO2 em 2022 face a 2019<br />

ou o facto das 20 maiores firmas da KPMG a<br />

nível inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l terem atingido no ano passado<br />

o objetivo de utilização de 100% energia<br />

renovável.<br />

QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ <strong>2023</strong>


50<br />

\\ FÓRUM DE LIDERES \\<br />

20<br />

ONEY BANK<br />

1<br />

A importância da sustentabilidade no setor fi<strong>na</strong>nceiro<br />

reflete-se em várias vertentes, nomeadamente,<br />

<strong>na</strong> incorporação de crit<strong>é</strong>rios ESG<br />

neste setor, atrav<strong>é</strong>s das decisões de investimento,<br />

cr<strong>é</strong>dito e no desenvolvimento de produtos,<br />

tendências às quais estamos atentos. Por outro<br />

lado, temos a preocupação de incluir a sustentabilidade<br />

no nosso modelo de negócio.<br />

Sabemos que a crescente procura por soluções<br />

sustentáveis impulsio<strong>na</strong> a criação de produtos<br />

fi<strong>na</strong>nceiros específicos que respondam a essas<br />

necessidades e trabalhamos nesse sentido. Por<br />

exemplo, ao contribuir para a oferta de seguros<br />

para a mobilidade em transportes amigos<br />

do ambiente; <strong>na</strong> criação de campanhas que<br />

incentivem a aquisição de produtos mais sustentáveis,<br />

bem como atrav<strong>é</strong>s dos barómetros<br />

regulares que fazemos, de forma a conhecer e<br />

acompanhar os hábitos de consumo sustentáveis<br />

das pessoas, assim como orientar <strong>na</strong> tomada<br />

de decisões de negócio, para que estas sejam<br />

cada vez mais amigas do planeta.<br />

2<br />

No Oney Bank temos o compromisso de contribuir<br />

para um futuro mais sustentável e tal<br />

começa inter<strong>na</strong>mente, atrav<strong>é</strong>s da adoção de<br />

práticas sustentáveis <strong>na</strong> nossa operação, ao<br />

procurarmos alter<strong>na</strong>tivas que contribuam<br />

para a redução da pegada carbónica.<br />

Em paralelo, empenhamo-nos no desenvolvimento<br />

de produtos de acordo com este compromisso,<br />

como o Cr<strong>é</strong>dito Energias Renováveis<br />

Oney, que fi<strong>na</strong>ncia e apoia projetos dom<strong>é</strong>sticos<br />

sustentáveis, ou a comercialização do seguro<br />

Mobilidade, desti<strong>na</strong>do a segurar danos em meios<br />

de transporte mais sustentáveis.<br />

Outros exemplos consistem no facto de, desde<br />

2019, medirmos a nossa pegada carbónica, ao nível<br />

dos scopes reconhecidos inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>lmente,<br />

com o objetivo de a reduzir. Para tal, mobilizamos<br />

os colaboradores do Oney <strong>na</strong> aferição e no<br />

desenvolvimento de potenciais planos de ação,<br />

sempre com vista a melhorar os resultados. Por<br />

exemplo, reduzimos 39% do consumo de eletricidade<br />

em 2022 vs. 2019, <strong>na</strong> sede do Oney a nível<br />

global.<br />

Em Portugal, uma das medidas mais visíveis consiste<br />

em desligar os nossos pain<strong>é</strong>is publicitários<br />

a partir das 22h. Temos tamb<strong>é</strong>m preocupação<br />

com os materiais, como o uso de PVC reciclado<br />

para desenvolvimento dos cartões, e da sua<br />

reutilização em fim de vida, assim como já conseguimos<br />

converter 91% dos extratos papel em<br />

digitais.<br />

Acresce ainda o facto de promovemos a economia<br />

circular, nomeadamente, atrav<strong>é</strong>s da venda<br />

anual de equipamento tecnológico em fim de<br />

vida, com resultados impressio<strong>na</strong>ntes: em 2021<br />

foram 145 desktops e 35 quiosques digitais; em<br />

2022 tivemos a oportunidade de fazer parte da<br />

recolha destes equipamentos promovida pelo<br />

IPO e chegámos aos 516 kgs de equipamento<br />

que cedemos; já em <strong>2023</strong>, e o ano ainda vai a<br />

meio, disponibilizámos já 19 quiosques digitais.<br />

Mas temos mais exemplos, fi<strong>na</strong>nciamos produtos<br />

mais sustentáveis, em conjunto com os nossos<br />

parceiros-retalhistas, que passam pelo fi<strong>na</strong>nciamento<br />

sem juros de bicicletas, trotinetes, pain<strong>é</strong>is<br />

solares, bombas de calor… ou seja, são passos importantes<br />

no modelo de negócio, com efeito imediato<br />

e com impacto direto no ambiente.<br />

E esta nossa preocupação estende-se tamb<strong>é</strong>m às<br />

ações concretas da limpeza das praias, no âmbito<br />

do World Clean Up Day e <strong>na</strong> mais recente edição,<br />

em 2022, <strong>na</strong> qual recolhemos mais de uma<br />

tonelada de lixo.<br />

Por último, destacamos as parcerias com ONGs<br />

com as quais partilhamos os mesmos valores e<br />

objetivos ambientais e sociais. Ao longo dos últimos<br />

três anos apostamos fortemente <strong>na</strong> literacia<br />

fi<strong>na</strong>nceira e, em conjunto com a Sol Sem<br />

Fronteiras, chegámos já a quase 4000 alunos, de<br />

vários níveis de ensino, contribuindo para a formação<br />

de uma sociedade fi<strong>na</strong>nceiramente mais<br />

informada. Para nós, estas ações consistem em<br />

devolver à sociedade, <strong>na</strong> nossa ótica de empresa<br />

socialmente responsável. São pequenos grandes<br />

passos que queremos continuar a dar!<br />

QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ <strong>2023</strong>


\\ FÓRUM DE LIDERES \\<br />

51<br />

21<br />

PAULO PRAÇA<br />

Presidente da Direção, ESGRA<br />

22<br />

SUSANA CARVALHO<br />

Coorde<strong>na</strong>dora de <strong>Sustentabilidade</strong> e<br />

Transição Climática, Bondalti<br />

1<br />

A ESGRA – Associação para a Gestão de Resíduos<br />

tem como missão a promoção dos interesses<br />

dos seus associados no âmbito da gestão e tratamento<br />

de resíduos urbanos de modo a contribuir<br />

para o desenvolvimento sustentável do País numa<br />

economia circular, pelo que a preocupação com<br />

o meio ambiente, como não podia deixar de ser,<br />

assume-se como um dos pilares orientadores da<br />

nossa ação e a sustentabilidade um princípio basilar<br />

e inerente à <strong>na</strong>tureza da atividade de gestão de<br />

resíduos urbanos.<br />

2<br />

No âmbito do que <strong>é</strong> a sua missão e vocação, a ES-<br />

GRA tem desenvolvido a sua atividade em torno<br />

de um conjunto de iniciativas e participado ativa e<br />

empenhadamente <strong>na</strong> identificação das principais<br />

dificuldades do setor e apresentação de propostas<br />

de atuação com vista a habilitar o País dos meios e<br />

condições necessários de modo a contribuir para<br />

a melhoria do desempenho <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l para um<br />

novo patamar de qualidade e exigência da atividade<br />

de gestão de recursos urbanos que constitui<br />

um serviço público essencial para o ambiente, salientando-se<br />

que os resíduos constituem fonte de<br />

materiais e recursos que evitarão a exploração de<br />

mat<strong>é</strong>rias-primas críticas e escassas, contribuindo<br />

decisivamente para a preservação e melhoria da<br />

qualidade do ambiente.<br />

1<br />

No futuro não existirão negócios sustentáveis, ape<strong>na</strong>s negócios.<br />

Um negócio só terá sucesso se for capaz de se renovar, incorporando crit<strong>é</strong>rios de sustentabilidade<br />

em toda a sua cadeia de valor, num modelo económico regenerativo.<br />

E este novo paradigma económico passa pela reinvenção do setor químico, desmistificando<br />

uma antiga imagem que a sociedade tem em geral da indústria, como um<br />

dos principais contribuintes para a poluição ou para a perda de biodiversidade. A indústria<br />

química, atrav<strong>é</strong>s de tecnologias inovadoras para captura e utilização de carbono<br />

- o combustível do futuro, será um dos principais motores desta transformação<br />

industrial, a par com a digitalização, porque está <strong>na</strong> base dos setores fundamentais<br />

da economia, como o tratamento de águas, a indústria farmacêutica, a alimentação<br />

ou a construção.<br />

Os conceitos de sustentabilidade, o propósito das organizações e as marcas de confiança,<br />

vão tor<strong>na</strong>r o setor químico cada vez mais atraente, principalmente para as<br />

novas gerações.<br />

2<br />

A Bondalti adv<strong>é</strong>m de uma das mais antigas empresas <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is, onde ao longo de<br />

mais de 100 anos tem contribuído para um enorme legado de criação de valor e<br />

de responsabilidade social. Em Portugal a Bondalti tem investido fortemente num<br />

diverso portfolio de projetos inovadores, com objetivos concretos de criação de milhares<br />

de novos empregos diretos e indiretos, redução das emissões de gases de efeito<br />

de estufa, aumento da capacidade de produção de energia renovável e redução do<br />

consumo de água, e da produção de resíduos, em setores como o têxtil ou da alimentação.<br />

A Bondalti mant<strong>é</strong>m a sua forte participação <strong>na</strong> comunidade atrav<strong>é</strong>s do apoio direto a<br />

diversas organizações não gover<strong>na</strong>mentais com vista a prover soluções com impacto<br />

social e ambiental, por exemplo nos jovens e criança, ou pessoas com incapacidade,<br />

<strong>na</strong>s comunidades onde nos inserimos. Mas tamb<strong>é</strong>m com enorme investimento <strong>na</strong><br />

promoção da biodiversidade específica do nosso país, como no caso do lince ib<strong>é</strong>rico.<br />

QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ <strong>2023</strong>


52<br />

\\ FÓRUM DE LIDERES \\<br />

23<br />

PEDRO NAZARETH<br />

CEO, Electrão<br />

24<br />

SÉRGIO ROCHA<br />

Chief Executive Officer, Capwatt<br />

1<br />

A gestão de resíduos e a economia circular são sectores directamente relacio<strong>na</strong>dos<br />

com a sustentabilidade e são centrais para o cumprimento de três grandes<br />

Objectivos de Desenvolvimento Sustentável a atingir at<strong>é</strong> 2030, de acordo como<br />

que foi estabelecido pelas Nações Unidas: cidades e comunidades sustentáveis,<br />

produção e consumo sustentáveis e protecção da vida marinha.<br />

A reciclagem permite preservar recursos, reduzir a extracção de novas mat<strong>é</strong>rias-<br />

-primas virgens e a produção de diferentes materiais. O tratamento e reciclagem<br />

de resíduos permite tamb<strong>é</strong>m separar e elimi<strong>na</strong>r a perigosidade de alguns materiais<br />

presentes nos produtos que consumimos, minimizando o seu impacto no<br />

ambiente e <strong>na</strong> saúde huma<strong>na</strong>. Por outro lado, os sistemas de reciclagem têm uma<br />

importância estrat<strong>é</strong>gica <strong>na</strong> mitigação climática <strong>na</strong> medida em que possibilitam<br />

uma origem alter<strong>na</strong>tiva de materiais críticos, essenciais para a produção de tecnologias<br />

que estão <strong>na</strong> base da transição energ<strong>é</strong>tica e digital que a Europa quer operar<br />

tor<strong>na</strong>ndo-se mais autosuficiente.<br />

2<br />

O Electrão representa as mais de 1800 empresas suas clientes <strong>na</strong> gestão dos sistemas<br />

de reciclagem de embalagens, pilhas e equipamentos el<strong>é</strong>ctricos usados em Portugal,<br />

fundamentais para a circularidade dos materiais e sustentabilidade do país.<br />

Melhorar o desempenho ambiental e económico destes sistemas <strong>é</strong> o objectivo<br />

de existir do Electrão. Estamos, por isso, empenhados em continuar a expandir e<br />

melhorar a rede de recolha destes resíduos, facilitando a vida ao cidadão e promovendo<br />

o aumento da quantidade e qualidade da recolha e reciclagem de equipamentos<br />

el<strong>é</strong>ctricos, pilhas e embalagens usados em Portugal.<br />

Proteger o ambiente e a saúde pública significa tamb<strong>é</strong>m mobilizar os Portugueses<br />

para este desafio da recolha selectiva e da reciclagem. Com esse objetivo, temos<br />

promovido inúmeras campanhas de sensibilização ambiental, de que são exemplo<br />

o Quartel Electrão, a Escola Electrão, o Transformar, o Faz pelo Planeta, o Electrão<br />

empresas, entre outras.<br />

1<br />

Tendo em consideração que a energia <strong>é</strong> um bem essencial para uma<br />

sociedade moder<strong>na</strong> e desenvolvida, encontrar a forma de a produzir e<br />

utilizar de forma eficiente e racio<strong>na</strong>l, <strong>é</strong> a melhor forma de tor<strong>na</strong>r o seu<br />

uso sustentável. Assim a Capwatt desenvolve, constrói e gere sistemas de<br />

energia eficientes, promovendo a redução recursos <strong>na</strong>turais e a otimização<br />

de processos. A utilização de soluções energ<strong>é</strong>ticas cada vez mais eficientes<br />

e sustentáveis <strong>na</strong> indústria <strong>é</strong>, atualmente, um dos fatores que mais<br />

impacta a sua competitividade, não ape<strong>na</strong>s do ponto de vista económico,<br />

mas tamb<strong>é</strong>m do ponto de vista da minimização do impacto ambiental<br />

da atividade. A descarbonização da indústria <strong>é</strong>, assim, um caminho sem<br />

retorno, para o qual temos vindo a contribuir, implementando soluções<br />

para apoiar a transição energ<strong>é</strong>tica.<br />

2<br />

A Capwatt está a desenvolver um conjunto de projetos inovadores que<br />

permitirão substituir combustíveis fosseis por combustíveis renováveis.<br />

A substituição de gás <strong>na</strong>tural por Biometano, ou a produção de metanol<br />

verde - atrav<strong>é</strong>s da produção de hidrog<strong>é</strong>nio renovável e syngas, com<br />

possibilidade de incorporação de carbono biog<strong>é</strong>nico - para utilização em<br />

transporte marítimo ou <strong>na</strong> indústria química são exemplos do que temos<br />

vindo a implementar com vista à redução da intensidade carbónica da<br />

indústria e transportes. Desenvolvemos, implementamos e acompanhamos<br />

projetos tailor made de eficiência energ<strong>é</strong>tica, proporcio<strong>na</strong>ndo um<br />

serviço inovador, que permite otimizar e reduzir os consumos energ<strong>é</strong>ticos.<br />

Apostamos tamb<strong>é</strong>m <strong>na</strong> produção de energia el<strong>é</strong>trica de fontes renováveis,<br />

utilizando recursos <strong>na</strong>turais como o sol ou o vento, e operando<br />

sistemas de gestão armaze<strong>na</strong>mento para reduzir os impactos <strong>na</strong> rede e<br />

incrementar o uso dos recursos <strong>na</strong>turais <strong>na</strong> produção de eletricidade.<br />

QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ <strong>2023</strong>


\\ FÓRUM DE LIDERES \\<br />

53<br />

25<br />

NAVIGATOR<br />

1<br />

O compromisso expresso no nosso propósito corporativo<br />

<strong>é</strong> revelador da ambição de Criar Valor e Crescimento<br />

Sustentável, uma vez que “são as Pessoas, a sua qualidade<br />

de vida e o futuro do Planeta que nos inspiram e nos movem”.<br />

Pessoas e planeta enquanto propósito, vertido nos<br />

dois grandes eixos estrat<strong>é</strong>gicos da nossa Agenda de Gestão<br />

Responsável 2030 - “Sociedade” e “Clima e Natureza”<br />

-, garantem que os nossos esforços se mantêm orientados<br />

para as áreas onde podemos gerar maior impacto positivo.<br />

A estrat<strong>é</strong>gia de negócio responsável da The Navigator<br />

Company tem a dimensão do seu impacto <strong>na</strong> sociedade.<br />

Tendo como ambição contribuir para uma sociedade<br />

descarbonizada, proteger a biodiversidade e gerar valor<br />

para as comunidades, valorizamos o papel crucial das<br />

florestas plantadas e bem geridas <strong>na</strong> transição de um modelo<br />

fóssil e linear sem futuro, para um modelo de bioeconomia<br />

circular, neutro para o Clima, favorável para a<br />

Natureza e justo para a Sociedade.<br />

2<br />

Assumimos um papel ativo <strong>na</strong> economia de baixo carbono,<br />

em linha com a ciência climática, atrav<strong>é</strong>s da gestão<br />

sustentável das nossas florestas, do investimento em<br />

fontes de energia renováveis e em processos eficientes.<br />

Investimos numa nova geração de bioprodutos e no desenvolvimento<br />

de potenciais novos negócios.<br />

O nosso projeto Inpactus, com um investimento de 14,6<br />

milhões de euros, o maior at<strong>é</strong> hoje realizado em Portugal<br />

num projeto de I&D no domínio da bioeconomia de base<br />

florestal, permitiu registar 37 novas patentes e lançar<br />

4 novos produtos papeleiros no mercado.<br />

Lideramos a Agenda “From Fossil to Forest”, aprovada<br />

pelo PRR, investimento de 81,7 milhões de euros num<br />

orçamento total de 103,3 milhões, que prevê a criação de<br />

102 novos postos de trabalho e 17 novos produtos. Visamos<br />

diversificar o nosso negócio com o desenvolvimento<br />

de embalagens e bioprodutos que permitem reduzir o uso<br />

de materiais de origem fóssil, como o plástico, substituindo-os<br />

por materiais de base florestal, renováveis e sustentáveis.<br />

Em 2022, 12,3% da floresta sob gestão da Navigator foi<br />

gerida para Conservação, 76% da energia primária consumida<br />

teve origem renovável, e a utilização específica de<br />

água diminuiu em 14,7% face a 2019, ano de referência<br />

do Programa para a Redução do Uso de Água.<br />

O nosso Roteiro de Neutralidade Carbónica, investimento<br />

superior a 235 milhões de euros, permitirá ter<br />

todas as unidades fabris neutras em carbono at<strong>é</strong> 2035<br />

tendo-se reduzido, em 2022, 28,2% das emissões diretas<br />

CELE de CO2 face a 2018 (ano de referência). Fruto<br />

deste investimento, a Navigator <strong>é</strong> reconhecida pelo CDP<br />

como empresa líder em ação climática.<br />

Porque “valorizar faz parte de nós”, partilhámos os resultados<br />

alcançados em 2022 com os nossos colaboradores,<br />

com a distribuição de 34 milhões de euros, e potenciámos<br />

o desenvolvimento de percursos profissio<strong>na</strong>is para<br />

responder às exigências do negócio e aos anseios das nossas<br />

pessoas.<br />

QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ <strong>2023</strong>


\\ FÓRUM DE LIDERES \\<br />

26<br />

BRUNO MELO<br />

CEO, Magnusberry<br />

1<br />

A indústria dos plásticos desempenha um papel<br />

significativo em Portugal, contribuindo para a<br />

economia e fornecendo produtos essenciais para<br />

diversos setores. No entanto, <strong>é</strong> crucial reconhecer<br />

e abordar os desafios ambientais associados<br />

ao uso desenfreado de plásticos. É neste contexto<br />

que a sustentabilidade assume uma importância<br />

fundamental para a indústria dos plásticos em<br />

Portugal.<br />

A sustentabilidade <strong>é</strong> essencial para garantir que<br />

a produção e o uso de plásticos não causem danos<br />

irreversíveis ao meio ambiente e à sociedade.<br />

Um dos principais desafios da indústria dos plásticos<br />

<strong>é</strong> a gestão adequada dos resíduos plásticos.<br />

A promoção da economia circular, que envolve a<br />

redução, reutilização e a reciclagem dos plásticos,<br />

<strong>é</strong> essencial para minimizar o impacto ambiental<br />

desses materiais. Em Portugal, há um crescente<br />

foco <strong>na</strong> reciclagem de plásticos e <strong>na</strong> implementação<br />

de sistemas de recolha seletiva, impulsio<strong>na</strong>dos<br />

pela legislação e pelas metas estabelecidas<br />

pela União Europeia.<br />

Al<strong>é</strong>m disso, a indústria dos plásticos em Portugal<br />

deve procurar incorporar soluções inovadoras<br />

como o desenvolvimento de plásticos biodegradáveis,<br />

bioplásticos e outras alter<strong>na</strong>tivas sustentáveis<br />

para reduzir a pegada ambiental.<br />

A sustentabilidade tamb<strong>é</strong>m desempenha um papel<br />

importante <strong>na</strong> imagem e reputação da indústria<br />

dos plásticos. Os consumidores estão cada<br />

vez mais preocupados com as questões ambientais<br />

e procuram produtos que sejam fabricados<br />

de maneira sustentável. Ao adotar práticas sustentáveis,<br />

a indústria pode melhorar a sua imagem<br />

perante os consumidores e a sociedade.<br />

A adoção de práticas de fabrico sustentáveis, a<br />

gestão adequada dos resíduos plásticos e a resposta<br />

às exigências dos consumidores são fundamentais<br />

para garantir um futuro mais sustentável<br />

para a indústria dos plásticos, promovendo<br />

a proteção ambiental e a responsabilidade social<br />

empresarial.<br />

2<br />

Enquanto empresa <strong>na</strong> cadeia de valor da indústria<br />

dos plásticos estamos atentos à evolução da<br />

temática da sustentabilidade. A nível prático traduz-se<br />

em múltiplos exemplos:<br />

• Em 2021, criámos a marca <strong>Green</strong>magnus com<br />

foco em produtos para uma casa eco-friendly<br />

e preservar o meio ambiente. Lançámos uma<br />

loja online onde disponibilizamos soluções inovadoras,<br />

maioritariamente produzidas a partir<br />

de plástico reciclado, desde jardins inteligentes,<br />

compostores bokashi, compostores termofílicos,<br />

depósitos para reaproveitamento de água<br />

da chuva, baldes para reciclagem, casas para<br />

pássaros, entre outras.<br />

• Aderimos a iniciativas que cuidam do Planeta<br />

Terra, onde destacamos: a Operation Clean<br />

Sweep, um programa que promove a perda<br />

de plástico <strong>na</strong> cadeia de valor dos plásticos,<br />

protegendo a vida marinha e a vida selvagem;<br />

o programa MORE que ajuda a indústria dos<br />

plásticos a tor<strong>na</strong>r-se mais circular, e incentiva as<br />

empresas de conversão de plásticos a criar novos<br />

produtos; somos associados da APIP e fomos<br />

patroci<strong>na</strong>dores do Plastics Summit Global<br />

Event que procurou apresentar soluções para<br />

toda a cadeia de valor do plástico; apoiámos a<br />

Zero Waste Lab e a Escola a Compostar que ensi<strong>na</strong><br />

as melhores formas de fazer compostagem,<br />

para que todos possamos fazer a diferença; ajudámos<br />

a Utopia Verde a realizar workshops de<br />

combate ao desperdício alimentar; apoiámos a<br />

RotaEco, um grupo de jovens que procura incentivar<br />

outros jovens a adotar comportamentos<br />

sustentáveis.<br />

• A nível interno implementamos medidas que<br />

visam proteger o meio ambiente, reciclando<br />

todo o desperdício das nossas linhas produtivas;<br />

aumentámos em 50% o número de pain<strong>é</strong>is<br />

solares fotovoltaicos das nossas instalações<br />

fabris; temos Certificação ISO 14001:2015;<br />

proporcio<strong>na</strong>mos formação sobre boas práticas<br />

ambientais aos nossos colaboradores e procuramos<br />

incentivar os nossos clientes, fornecedores<br />

e parceiros a adotarem comportamentos sustentáveis<br />

<strong>na</strong>s suas instalações.


\\ FÓRUM DE LIDERES \\<br />

27<br />

JOSÉ MELO BANDEIRA<br />

Country Ma<strong>na</strong>ger, Veolia Portugal<br />

1<br />

Permita-me colocar a questão de outra forma, porque o verdadeiro desafio associado à sustentabilidade<br />

<strong>é</strong> o facto de ser transversal a todas as áreas e setores. E nunca seremos verdadeiramente bem sucedidos<br />

nesse desafio enquanto ele não for uma prioridade para todos e materializada numa visão e ação de<br />

curto, m<strong>é</strong>dio e longo prazo.<br />

No nosso caso, e uma vez que somos parceiros das indústrias e das cidades <strong>na</strong> conciliação do progresso<br />

humano com a proteção do ambiente, podemos afirmar que a sustentabilidade não <strong>é</strong> ape<strong>na</strong>s importante<br />

para nós, como <strong>é</strong> a nossa razão de ser, que resumimos <strong>na</strong> expressão “A Transformação Ecológica<br />

<strong>é</strong> o no Propósito”. É para ela que os nossos cerca de 850 colaboradores em Portugal (mais de 220 mil no<br />

mundo) trabalham diariamente, atuando em áreas tão relevantes como a água, a energia e os resíduos<br />

de forma a contribuir para o combate às alterações climáticas, à poluição e à escassez de recursos.<br />

2<br />

A forma como pomos em prática o nosso Propósito da Transformação Ecológica tem múltiplos impactos<br />

que considero importante realçar <strong>na</strong> resposta a esta pergunta.<br />

Por um lado, o impacto concreto das nossas atividades no Planeta. Ou seja, as soluções que desenvolvemos<br />

e implementamos localmente para combater a poluição e a escassez de recursos essenciais e para<br />

descarbonizar os nossos modos de vida e de produção, adaptando-os às consequências das alterações<br />

climáticas. Elas podem ser traduzidas em m3 de poupança de água ou de águas recicladas, em toneladas<br />

de redução de emissões de CO2, em MW de potência energ<strong>é</strong>tica a partir de renováveis, em toneladas<br />

de reciclagem de resíduos que se convertem em novos materiais para a economia circular. Esse <strong>é</strong> um<br />

contributo.<br />

Depois, há todos os outros impactos, visíveis em múltiplas facetas inter<strong>na</strong>s e exter<strong>na</strong>s, abrangendo os<br />

clientes, os colaboradores, a comunidade e os acionistas. Refiro-me a práticas de gover<strong>na</strong>nça que colocam<br />

a <strong>é</strong>tica e o compliance como inegociáveis. À criação de riqueza <strong>na</strong>s comunidades onde operamos.<br />

À segurança dos nossos colaboradores, criando as condições para que voltem a casa ao fi<strong>na</strong>l do dia sem<br />

qualquer acidente. A escuta ativa dos nossos clientes e parceiros. A promoção de um ambiente diverso<br />

e inclusivo. Na Veolia acreditamos que só uma visão integrada, onde as questões ambientais, económicas<br />

e sociais são abordadas como um todo indivisível, nos permitirá alcançar um futuro melhor e mais<br />

sustentável para todos.


56<br />

\\ FÓRUM DE LIDERES \\<br />

28 29<br />

CRISTINA CASALINHO<br />

Diretora Executiva de <strong>Sustentabilidade</strong>,<br />

BPI<br />

MARIA REBELO<br />

Diretora de <strong>Sustentabilidade</strong>, CTT<br />

1<br />

Os Bancos têm uma missão importante e grande responsabilidade no acompanhamento e no fi<strong>na</strong>nciamento<br />

dos Clientes <strong>na</strong> transição para a sustentabilidade. O BPI tem uma estrat<strong>é</strong>gia e planos<br />

de atuação nesta área. Exemplo disso, são as operações de fi<strong>na</strong>nciamento sustentável realizadas,<br />

cujas condições estão ligadas a crit<strong>é</strong>rios ESG que incluem, entre outras: metas de investimento em<br />

energias renováveis, redução de GEE, aumento da taxa de reciclagem. Para al<strong>é</strong>m do fi<strong>na</strong>nciamento,<br />

os Bancos deverão ainda fomentar a literacia em sustentabilidade, sensibilizando as empresas<br />

para o facto de aquelas que iniciarem desde já a transição, de uma forma planeada, terão vantagem<br />

competitiva, nomeadamente <strong>na</strong> captação de investimentos, no relacio<strong>na</strong>mento com Fornecedores e<br />

Clientes, e com o setor fi<strong>na</strong>nceiro. Nesse sentido, o BPI tem promovido workshops, disponibilizado<br />

tutoriais ou ferramentas, e facultado informação ESG aos seus Clientes. Ao favorecerem a divulgação<br />

de informação não-fi<strong>na</strong>nceira, fomentando a criação de m<strong>é</strong>tricas e crit<strong>é</strong>rios ESG consolidados e<br />

normalizados, os Bancos promovem comparabilidade e transparência, facilitando a identificação do<br />

alinhamento de cada entidade com crit<strong>é</strong>rios ESG e, por conseguinte, a atração de capital.<br />

2<br />

Inter<strong>na</strong>mente, o BPI tem vindo a executar planos de ação com objetivos ambientais, envolvendo<br />

medidas de eficiência energ<strong>é</strong>tica, mobilidade sustentável, neutralidade carbónica, definição de<br />

crit<strong>é</strong>rios ambientais para a cadeia de valor. Al<strong>é</strong>m disso, a quase totalidade dos edifícios de serviços<br />

centrais do Banco possuem certificação do Sistema de Gestão Ambiental (SGA). Esta certificação,<br />

segundo a ISO 14001, integra toda a atividade operacio<strong>na</strong>l das referidas instalações do BPI, produtos<br />

e serviços, e cadeia de fornecimento.<br />

Al<strong>é</strong>m disso, o Plano Diretor de <strong>Sustentabilidade</strong> do BPI, elaborado em 2022 com execução at<strong>é</strong> 2024,<br />

assenta em três pilares: apoio à transição sustentável <strong>na</strong>s empresas e <strong>na</strong> sociedade; liderar <strong>na</strong>s melhores<br />

práticas de gover<strong>na</strong>ção; liderar em termos de impacto social e promover a inclusão social. O<br />

Plano apresenta importantes metas relativamente a mobilização de fundos orientados para objetivos<br />

associados à agenda da <strong>Sustentabilidade</strong>. Concretamente: at<strong>é</strong> 2024, pretende-se aumentar o<br />

volume de negócios sustentáveis em 4 mil milhões de euros (2 mil milhões de fi<strong>na</strong>nciamento para<br />

a transição das empresas e particulares acrescido de 2 mil milhões <strong>na</strong> transformação de fundos e<br />

seguros).<br />

1<br />

O setor postal foi o primeiro a lançar<br />

uma meta conjunta de redução<br />

carbónica aprovada pela SBTi e as<br />

preocupações ambientais dos CTT<br />

datam de há mais de d<strong>é</strong>cada e meia.<br />

Sabemos que existe uma maior<br />

preocupação dos stakeholders com<br />

o futuro do planeta e qualidade de<br />

vida das pessoas. Al<strong>é</strong>m da transição<br />

energ<strong>é</strong>tica, verificamos que a economia<br />

circular desperta cada vez<br />

mais o interesse das marcas e dos<br />

consumidores. Estes encaram hoje<br />

com mais <strong>na</strong>turalidade adquirirem<br />

produtos em 2ª mão do que há uns<br />

anos e estão atentos à reciclabilidade<br />

das embalagens das encomendas<br />

que recebem.<br />

A sustentabilidade nos CTT <strong>é</strong>, assim,<br />

tema central da estrat<strong>é</strong>gia de<br />

transformação, que está alinhada<br />

com a ambição de limitar o aquecimento<br />

global a 1,5ºC e tem reflexo<br />

<strong>na</strong>s nossas práticas quotidia<strong>na</strong>s e <strong>na</strong><br />

nossa oferta.<br />

Sabemos que uma empresa não <strong>é</strong><br />

ape<strong>na</strong>s um logótipo, incita a ação<br />

e cultiva a mudança. Nos CTT, incentivamos<br />

à participação ativa dos<br />

QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ <strong>2023</strong>


\\ FÓRUM DE LIDERES \\<br />

57<br />

30<br />

ADELINA PAULA PINTO<br />

Vice-Presidente, Câmara Municipal de<br />

Guimarães<br />

nossos colaboradores – cerca de 12 mil – e<br />

cadeia de valor no programa de sustentabilidade.<br />

2<br />

Temos como principal objetivo atingir zero<br />

emissões líquidas de carbono at<strong>é</strong> 2030, com<br />

100% de veículos ‘verdes’ <strong>na</strong> última-milha.<br />

Sabemos que são metas muito ambiciosas e<br />

trabalhamos diariamente para as atingir.<br />

Temos um forte programa de descarbonização<br />

em curso, no qual a eletrificação da frota<br />

<strong>é</strong> a faceta mais visível. Temos 650 veículos<br />

el<strong>é</strong>tricos em circulação. Já este ano, reforçámos<br />

o investimento para duplicar a eletrificação<br />

da frota própria de distribuição at<strong>é</strong> ao<br />

início de 2024.<br />

Apostamos tamb<strong>é</strong>m <strong>na</strong> produção energia<br />

renovável para autoconsumo e, a par disso,<br />

temos vindo a reforçar a utilização de materiais<br />

reciclados e reutilizados pelos CTT.<br />

60% da oferta de correio, expresso e encomendas<br />

já incorpora materiais reciclados e<br />

pretendemos vir a usar exclusivamente este<br />

tipo de oferta at<strong>é</strong> 2030.<br />

Uma última nota sobre a iniciativa de cidadania<br />

“Uma Árvore pela Floresta”, dos CTT<br />

e da Quercus, que conta com 110 mil árvores<br />

autóctones plantadas e celebra 10 anos<br />

este ano, com novidades!<br />

1<br />

<strong>Quem</strong> trabalha em contexto de cidade, e para as pessoas, e acima de tudo quem assume responsabilidades<br />

de decisor político, tem hoje de ter bem presente estas questões. Como construirmos<br />

uma cidade que seja um lugar que garanta saúde e bem-estar à população, onde as<br />

novas gerações cresçam felizes e saudáveis, como garantir o desenvolvimento do território,<br />

sem colocar em causa o planeta, a nossa casa-mãe. Hoje os cidadãos reconhecem isso mesmo,<br />

e já o exigem, fruto daquilo que tem sido a sensibilização e educação nesta área, mas cabe-nos<br />

continuar a protagonizar estas mudanças, liderando pelo exemplo. A mudança do local, para<br />

o global. Hoje <strong>é</strong> claro que não existe cidade sem sustentabilidade, e por isso tamb<strong>é</strong>m não se<br />

pode ter responsabilidades, em qualquer setor, sem ter bem presente aquilo que são os seus<br />

pilares essenciais, procurando deixar o nosso contributo para um planeta saudável, e para um<br />

território mais resiliente.<br />

2<br />

Desde 2013 que Guimarães assumiu o seu compromisso com a sustentabilidade. Fê-lo, com<br />

a forte convicção que uma cidade de cultura, de desporto, uma cidade histórica, tamb<strong>é</strong>m<br />

<strong>é</strong> uma cidade que deveria tomar a dianteira para o cumprimento das principais metas climáticas.<br />

Quisemos fazê-lo atrav<strong>é</strong>s da implementação de um modelo de gover<strong>na</strong>nça capaz<br />

de integrar todos: cidadãos, setor público, setor privado e universidades. Acreditando que<br />

ape<strong>na</strong>s esta abordagem multidiscipli<strong>na</strong>r, e participativa, <strong>é</strong> capaz de nos levar aos objetivos<br />

que ambicio<strong>na</strong>mos, seja sermos distinguidos como Capital Verde Europeia, seja atingirmos<br />

a neutralidade climática at<strong>é</strong> 2030. Este caminho tem sido feito de inovação, de aposta em<br />

investigação, e educação ambiental. Acreditamos que são pilares fundamentais, não só para<br />

acrescentar suporte científico às decisões que temos de tomar, enquanto decisores políticos,<br />

mas tamb<strong>é</strong>m para construirmos gerações ambientalmente mais críticas e conscientes. O programa<br />

de Educação Ambiental PEGADAS, que hoje já ultrapassou fronteiras, leva oito anos<br />

de atividade, e tem sido um dos melhores instrumentos de empoderamento da população. A<br />

estes junta-se o trabalho que temos realizado <strong>na</strong>s mais variadas vertentes, seja no aumento<br />

dos espaços verdes, <strong>na</strong> inovação <strong>na</strong> área da gestão de resíduos e economia circular, <strong>na</strong> promoção<br />

da biodiversidade, ou <strong>na</strong> melhoria dos novos recursos hídricos.<br />

QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ <strong>2023</strong>


58<br />

\\ FÓRUM DE LIDERES \\<br />

31<br />

NUNO FIDELES<br />

Head of Sustai<strong>na</strong>bility,<br />

Savills Portugal<br />

32<br />

PLÁCIDO ALBUQUERQUE<br />

Diretor Economia Circular,<br />

Mercado<strong>na</strong> Portugal<br />

1<br />

Uma vez que os edifícios são responsáveis por<br />

40% do consumo de energia, 20% do consumo<br />

de água e 36% das emissões de gases com efeito<br />

de estufa <strong>na</strong> Europa e que o setor da construção<br />

gera cerca de um terço dos resíduos a um nível<br />

global, o real estate deverá ser um dos principais<br />

agentes da mudança.<br />

No capítulo de edifícios de escritórios e serviços,<br />

um edifício que não tenha políticas de eficiência<br />

energ<strong>é</strong>tica, eficiência hídrica com respostas<br />

de Wellbeing que possam ajudar os seus<br />

te<strong>na</strong>nts/empresas a dar respostas aos seus colaboradores<br />

e às suas responsabilidades sociais,<br />

começam a perder mercado e a procura <strong>é</strong> grande.<br />

Estes fatores têm obrigado a uma mudança<br />

e o mercado está a sentir isso.<br />

A procura de edifícios sustentáveis tem vindo a<br />

registar uma trajetória crescente, verificando-<br />

-se um incremento do número de investidores<br />

e empresas que pretendem beneficiar de reduções<br />

do custo <strong>na</strong> operação, melhoria do impacto<br />

ambiental e, de uma melhoria da sua reputação.<br />

Paralelamente, as certificações ambientais<br />

alavancam e comprovam a valorização dos ativos,<br />

sendo esta uma grande mais-valia para este<br />

target. As práticas ESG são, portanto, um dos<br />

key points para o sucesso da sustentabilidade<br />

do planeta.<br />

2<br />

Desde muito cedo que a Savills reconheceu, a necessidade<br />

de levar a cabo uma ação urgente de forma<br />

a enfrentar a crise climática.<br />

Nos nossos escritórios, garantimos já energia 100%<br />

verde e certificada, para al<strong>é</strong>m de todas as ações que<br />

visam reduzir os consumos de energia e água, com<br />

a utilização de equipamentos eficientes geridos por<br />

uma GTC, que permitem monitorizar ao máximo<br />

a nossa performance. Passámos a fazer um planeamento<br />

cuidado <strong>na</strong> gestão de resíduos, não disponibilizando<br />

materiais descartáveis e colocando à<br />

disposição os meios necessários para reciclagem.<br />

Na área da mobilidade, começámos por adquirir<br />

ape<strong>na</strong>s carros híbridos ou el<strong>é</strong>tricos - desde 2017<br />

- para a nossa frota (atualmente constituem 85%<br />

da frota automóvel da Savills). Disponibilizamos<br />

aos nossos colaboradores sistemas alter<strong>na</strong>tivos de<br />

mobilidade como bicicletas el<strong>é</strong>tricas para as<br />

suas deslocações diárias.<br />

No ano de 2022, reduzimos em 20% as suas emissões<br />

globais brutas de CO2 para 46,4 toneladas,<br />

valor que cobre os scopes 1, 2 e parte do 3 e que<br />

contribui em grande escala para a redução da<br />

pegada ambiental da empresa. Estamos a trabalhar<br />

para alcançar a neutralidade carbónica at<strong>é</strong><br />

2030 para os três âmbitos de emissão, mas com o<br />

objetivo de unir esforços que permitam atingir a<br />

neutralidade carbónica operacio<strong>na</strong>l at<strong>é</strong> 2025, nos<br />

scopes 1 e 2.<br />

1<br />

A Mercado<strong>na</strong> mant<strong>é</strong>m um profundo<br />

compromisso com a proteção do ambiente,<br />

procurando realizar a sua atividade<br />

com o mínimo impacto possível. Um<br />

compromisso em linha com os Objetivos<br />

de Desenvolvimento Sustentável (ODS)<br />

promovidos pela Organização das Nações<br />

Unidas (ONU) e que, em 2022, se<br />

traduziu num esforço de investimento de<br />

40 milhões de euros.<br />

2<br />

Entre as principais estrat<strong>é</strong>gias para satisfazer<br />

e conviver com a sociedade que a rodeia,<br />

a Mercado<strong>na</strong> dispõe de um sistema<br />

de gestão ambiental próprio, focado <strong>na</strong><br />

prevenção e redução da Pegada de Carbono<br />

adjacente à sua atividade, sendo que,<br />

desde 2015, já foi possível uma redução<br />

de 38% atrav<strong>é</strong>s de medidas de eficiência<br />

energ<strong>é</strong>tica e otimização logística. No que<br />

respeita ao consumo consciente de recursos<br />

e mat<strong>é</strong>rias-primas <strong>na</strong>turais aplica os<br />

princípios da economia circular, ao aproveitar<br />

melhor os recursos que utiliza para<br />

desenvolver os produtos e prolongar ao<br />

máximo a vida útil destes, estando o foco<br />

<strong>na</strong> prevenção da produção de resíduos e<br />

no desperdício alimentar.<br />

QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ <strong>2023</strong>


59<br />

E<br />

S<br />

G<br />

Environmental Social Gover<strong>na</strong>nce<br />

POLUIÇÃO<br />

DO AR E ÁGUA<br />

GESTÃO<br />

DE RESÍDUOS<br />

PADRÕES NA CADEIA<br />

DE FORNECIMENTO<br />

SAÚDE E<br />

SEGURANÇA<br />

ÉTICA<br />

GOVERNANÇA<br />

CORPORATIVA<br />

IMPACTO NA<br />

BIODIVERSIDADE<br />

USO DE<br />

PLÁSTICOS<br />

DIREITOS DOS<br />

TRABALHADORES<br />

IMPACTO NA<br />

COMUNIDADE LOCAL<br />

DIVERSIDADE<br />

NA GESTÃO<br />

ESTRATÉGIA<br />

DE IMPOSTOS<br />

EFICIÊNCIA<br />

ENERGÉTICA<br />

IMPACTO CLIMÁTICO E<br />

COMPROMISSO ZERO LÍQUIDO<br />

DIREITOS<br />

HUMANOS<br />

PAGAMENTOS<br />

AOS EXECUTIVOS<br />

QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ <strong>2023</strong>


\\ DIRETÓRIO \\<br />

DIRETÓRIO<br />

Compromisso com<br />

a sustentabilidade<br />

Apromoção do comportamento mais sustentável das empresas tem três fatores determi<strong>na</strong>ntes:<br />

o enquadramento legal preparado a nível <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l e inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l que conduz as<br />

organizações a terem um comportamento mais sustentável; os constrangimentos económicos<br />

agravados relativamente à redução da disponibilidade das mat<strong>é</strong>rias-primas; o seu preço e o da<br />

energia que leva as empresas a terem um comportamento mais sustentável para serem competitivas<br />

e as exigências do mercado.<br />

A sustentabilidade começa sempre por ser um custo devido à incerteza do seu retorno. Nas empresas<br />

de eficiência energ<strong>é</strong>tica e material, por exemplo, <strong>é</strong> mais fácil prever o retorno, mas em outras muito<br />

importantes como o ecodesign, a conceção ecológica dos produtos, estão aliadas a uma grande incerteza<br />

relativamente aos resultados e, por isso, será mais difícil planear investimentos nessa área.<br />

As organizações podem utilizar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) enquanto enquadramento<br />

global para moldar, orientar, comunicar e relatar as suas estrat<strong>é</strong>gias, objetivos e atividades,<br />

permitindo-lhes capitalizar um leque de benefícios tais como: identificar futuras oportunidades<br />

de negócio, em mercados em crescimento e que poderão beneficiar de soluções inovadoras, aumentar<br />

o valor da sustentabilidade corporativa atrav<strong>é</strong>s dos incentivos económicos a uma mais eficiente utilização<br />

de recursos e da inter<strong>na</strong>lização das exter<strong>na</strong>lidades ou fortalecer as relações com os stakeholders<br />

e acompanhar o ritmo do desenvolvimento das políticas públicas, antecipando a gestão de riscos<br />

legais e de reputação.<br />

Em tempos de instabilidade e incerteza quanto ao futuro da economia, as empresas enfrentarão desafios<br />

inesperados. Al<strong>é</strong>m disso, a evidência de que a exploração <strong>na</strong>tural dos recursos tem limites, abre<br />

portas a novas formas de gestão empresarial. É nestes tempos desafiantes que os líderes se destacam,<br />

pela sua capacidade de concretizar um planeta melhor e mais sustentável. Em Portugal, muitas já<br />

estão a seguir este caminho e, atualmente, algumas são reconhecidas inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>lmente. Conheça<br />

alguns dos bons exemplos no diretório que lhe apresentamos nesta revista especial.<br />

QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ <strong>2023</strong>


\\ DIRETÓRIO \\<br />

61<br />

QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ <strong>2023</strong>


62 \\ DIRETÓRIO \\<br />

A SUSTENTABILIDADE FAZ PARTE<br />

DO ADN DA NORAUTO<br />

A NORAUTO TEM REFORÇADO DIARIAMENTE O SEU COMPROMISSO COM O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL<br />

E RESPONSABILIDADE SOCIAL. PROVA DISSO FOI A MEDALHA DE OURO NA AVALIAÇÃO ECOVADIS, QUE A<br />

DISTINGUIU NO TOPO DAS 5% MELHORES EMPRESAS AVALIADAS POR ESTA CERTIFICAÇÃO DE REFERÊNCIA.<br />

ANorauto está em Portugal há mais de 25<br />

anos, com a missão de “tor<strong>na</strong>r acessível, a<br />

cada automobilista, soluções duráveis de<br />

mobilidade”, isto significa que as práticas sustentáveis<br />

fazem parte do nosso ADN, seja atrav<strong>é</strong>s da<br />

nossa atividade <strong>na</strong> reparação de veículos, atrav<strong>é</strong>s<br />

da qual prolongamos a vida das viaturas, seja<br />

atrav<strong>é</strong>s da disponibilização de produtos e serviços<br />

sustentáveis, seja atrav<strong>é</strong>s do compromisso<br />

com o tratamento de resíduos, <strong>na</strong>s práticas e políticas<br />

de RH que colocam as pessoas e as suas necessidades<br />

no centro das decisões bem como <strong>na</strong><br />

responsabilidade social.<br />

Como empresa do Grupo Mobivia, existe uma<br />

força maior e investimento para acelerar e acompanhar<br />

os desafios do nosso sector, nomeadamente<br />

<strong>na</strong> transição comportamental, económica,<br />

tecnológica e ecológica.<br />

Consciente da poluição causada pelo nosso sector<br />

de actividade, no qual está inserida a Norauto,<br />

temos estado empenhados em reduzir o nosso<br />

impacto ambiental, assumindo assim uma estrat<strong>é</strong>gia<br />

de sustentabilidade e impacto positivo que<br />

atua em 3 áreas: Pessoas, Mobilidade e Planeta.<br />

A nossa estrat<strong>é</strong>gia rege-se por 5 ODS principais,<br />

ligados à redução das desigualdades, proporcio<strong>na</strong>r<br />

saúde de qualidade, proteger a vida terrestre,<br />

a ação climática, a produção e consumo sustentáveis.<br />

Por outro lado e de forma a reforçar<br />

ainda mais o nosso compromisso com o desenvolvimento<br />

sustentável, a Norauto tem vindo a<br />

desenvolver parcerias com diversos stakeholders<br />

como exemplo Oney, Casa Pia Atl<strong>é</strong>tico Clube,<br />

Make-a-Wish, entre outros, para alargar e difundir<br />

as nossas práticas, ações de sustentabilidade<br />

e solidariedade, desde a colaboradores, parceiros<br />

de negócio ou clientes.<br />

Na Norauto, estamos comprometidos em inovar<br />

e procurar soluções sustentáveis que contribuam<br />

para uma produção e consumo responsável e<br />

que nos permitam fomentar a economia circular,<br />

como a comercialização de produtos com embalagens<br />

eco-friendly, apostando no eco-design dos<br />

nossos produtos. Tamb<strong>é</strong>m, <strong>na</strong> oferta de soluções<br />

de mobilidade duráveis, tais como: bicicletas, trotinetes<br />

e scooters el<strong>é</strong>ctricas ou eco serviços como<br />

por exemplo: a Eco Revisão e o Serviço de Descarbonização.<br />

Bem como, <strong>na</strong> disponibilização de<br />

produtos reutilizáveis atrav<strong>é</strong>s do serviço de aluguer<br />

de malas de tejadilho, suportes de bicicletas,<br />

reboques e em breve de bicicletas el<strong>é</strong>tricas.<br />

De forma a acompanhar a transição automobilística<br />

a Norauto dispõe, ainda, de serviços e produtos<br />

para viaturas el<strong>é</strong>tricas e híbridas, tais como<br />

a manutenção (Pneus, Revisão, Ar Condicio<strong>na</strong>do,...)<br />

e a venda e instalação de carregadores el<strong>é</strong>ctricos<br />

ao domicílio, dando assim uma resposta às<br />

novas necessidades dos automobilistas com toda<br />

a confiança e expertise Norauto, no seio da sua<br />

aposta contínua <strong>na</strong> formação das nossas pessoas e<br />

<strong>na</strong> sua especialização “TEC-Elec” para este novo<br />

universo de viaturas.<br />

Uma das mais recentes apostas, <strong>é</strong> tamb<strong>é</strong>m a abertura<br />

da loja Norauto Soluções Urba<strong>na</strong>s em Lisboa,<br />

que pretende ser uma referência <strong>na</strong> cidade<br />

de Lisboa, colocando à disposição dos clientes os<br />

mais variados serviços Norauto ligados à mobilidade<br />

urba<strong>na</strong> e paralelamente, como ponto de<br />

contacto aos centros auto Norauto e sendo um<br />

ponto de recolha de encomendas de norauto.pt<br />

atrav<strong>é</strong>s do serviço click and collect.<br />

Por outro lado, damos continuidade ao nosso<br />

compromisso em reduzir o impacto ambiental,<br />

particularmente atrav<strong>é</strong>s da criação de ca<strong>na</strong>is de<br />

reciclagem. Para cada tipo de resíduo, quer seja<br />

perigoso ou não, criámos um ca<strong>na</strong>l específico de<br />

triagem, recolha e reciclagem. Bem como disponibilizamos<br />

em alguns dos nossos centros uma<br />

Recycling Wall em que os clientes podem depositar<br />

os seus produtos em fim de vida e nós encaminhamo-los<br />

para a reciclagem.<br />

No que concerne ao eixo pessoas, temos um conjunto<br />

de iniciativas tanto ao nível da segurança<br />

e saúde no trabalho, que visam a proteção e o<br />

bem-estar de todas as nossas pessoas, seja atrav<strong>é</strong>s<br />

de boas condições físicas de trabalho, seja<br />

atrav<strong>é</strong>s dos EPIs colocados à disposição ou de<br />

QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ <strong>2023</strong>


\\ DIRETÓRIO \\<br />

63<br />

BOARD<br />

Maria<strong>na</strong> Saramago<br />

Comunicação Exter<strong>na</strong><br />

& Impacto Positivo<br />

campanhas e desafios de segurança, como ao nível<br />

da política de diversidade e inclusão em que atualmente<br />

contamos com um rácio de 50% de mulheres<br />

<strong>na</strong> direcção e pretendemos atingir pelo menos 30%<br />

nos centros, o que <strong>na</strong> nossa atividade <strong>é</strong> um objetivo<br />

ambicioso. Contamos atualmente com 12 <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>lidades<br />

e diversos protocolos estabelecidos <strong>na</strong> área<br />

do recrutamento inclusivo.<br />

Ao nível da solidariedade, atrav<strong>é</strong>s de uma app,<br />

incentivamos os nossos colaboradores a fazerem<br />

exercício físico, gerando um movimento que se<br />

converte em do<strong>na</strong>tivos para instituições de cariz<br />

social.<br />

A Norauto desenvolveu tamb<strong>é</strong>m o projeto “Reparação<br />

Solidária”, um programa de solidariedade que<br />

visa promover a mobilidade de todos os que necessitam,<br />

atrav<strong>é</strong>s da manutenção de veículos pertencentes<br />

a associações sem fins lucrativos, assegurando<br />

a sua circulação em segurança.<br />

OS NOSSOS RECONHECIMENTOS<br />

Em 2022 a Norauto Portugal foi certificada com<br />

medalha de ouro <strong>na</strong> avaliação EcoVadis, que se foca<br />

em 4 temas: meio ambiente, direitos humanos, <strong>é</strong>tica<br />

e compras sustentáveis. A Norauto ficou no topo<br />

das 5% melhores empresas avaliadas pela EcoVadis,<br />

esta certificação veio reforçar o nosso compromisso<br />

com o desenvolvimento sustentável e sendo uma<br />

certificação de referência no mundo empresarial.<br />

Mais recentemente, a Norauto foi certificada como<br />

“um bom lugar para trabalhar” no âmbito da sua<br />

participação pela primeira vez no inqu<strong>é</strong>rito Great<br />

Place to Work no sentido de aferir o nível de<br />

confiança <strong>na</strong>s práticas da empresa e efetuar uma<br />

comparação face ao contexto externo e mais concretamente<br />

face ao retalho. A Norauto mede regularmente<br />

o clima organizacio<strong>na</strong>l ao longo do ano<br />

atrav<strong>é</strong>s do modelo NPS Employee, e ao realizarmos<br />

o inqu<strong>é</strong>rito Great Place to Work® verificamos que<br />

existe uma coerência dos resultados obtidos, o que<br />

vem reforçar que a cultura, o ambiente de trabalho<br />

e as práticas de gestão e liderança são valorizadas<br />

pelos nossos colaboradores, contribuindo para o<br />

compromisso e satisfação das equipas.<br />

Para al<strong>é</strong>m destas certificações, a Norauto foi ainda<br />

pelo 5º ano consecutivo, eleita como Marca de<br />

Confiança <strong>na</strong> categoria de ofici<strong>na</strong>s de reparação<br />

automóvel.<br />

Estes reconhecimentos vem reforçar o posicio<strong>na</strong>mento<br />

da marca Norauto, quer <strong>na</strong> sua determi<strong>na</strong>ção<br />

em continuar a apostar no incremento de novas<br />

ações como <strong>na</strong> melhoria do bem-estar e segurança<br />

das nossas equipas e ainda em garantir a satisfação<br />

dos nossos mais de 600 copilotos e clientes.<br />

Patricia Bação<br />

Comunicação Inter<strong>na</strong><br />

& Impacto Positivo<br />

CONTACTOS<br />

Avenida dos Cavaleiros nº 49<br />

2794-057 Car<strong>na</strong>xide<br />

+351 214 250 880<br />

www.norauto.pt<br />

SAÚDE E<br />

QUALIDADE<br />

PRODUÇÃO<br />

E CONSUMO<br />

SUSTENTÁVEIS<br />

PROTEGER<br />

A VIDA<br />

TERRESTRE<br />

REDUZIR AS<br />

DESIGUALDADES<br />

ACÇÃO<br />

CLIMÁTICA<br />

QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ <strong>2023</strong>


64<br />

\\ DIRETÓRIO \\<br />

BOARD<br />

UMA LIDERANÇA CIRCULAR<br />

A<br />

Bondalti está empenhada em contribuir para<br />

um mundo melhor atrav<strong>é</strong>s da criação de uma<br />

química inovadora e sustentável, em que a<br />

transição energ<strong>é</strong>tica assume um papel importante<br />

<strong>na</strong> sua estrat<strong>é</strong>gia de crescimento. Atrav<strong>é</strong>s dos<br />

seus produtos e soluções, a companhia procura<br />

gerar um impacto social, ambiental e económico<br />

positivo. A Bondalti está no Top 1% das empresas<br />

mais sustentáveis do setor a nível mundial, de<br />

acordo com o ranking global da EcoVadis.<br />

É a maior empresa portuguesa <strong>na</strong> área da química<br />

industrial, o maior produtor ib<strong>é</strong>rico de cloro,<br />

líder europeu <strong>na</strong> comercialização de anili<strong>na</strong> e o<br />

motor de exportação da indústria ib<strong>é</strong>rica para<br />

todo o mundo. A Bondalti opera tamb<strong>é</strong>m no setor<br />

do tratamento e reutilização de águas, atrav<strong>é</strong>s<br />

da Bondalti Water Solutions. No seu conjunto,<br />

possui instalações industriais em Estarreja (Portugal),<br />

Torrelavega e Alfaro (Espanha), e logística<br />

em Aveiro, Barreiro (Portugal) e Vigo (Espanha),<br />

e operações em Angola.<br />

A Bondalti alargou recentemente a sua área de<br />

atividade ao negócio da descarbonização, nomeadamente<br />

à produção de hidrog<strong>é</strong>nio e lítio verdes,<br />

contribuindo, com a sua experiência e conhecimento,<br />

para os objetivos globais de desenvolvimento<br />

sustentável.<br />

A Bondalti aposta <strong>na</strong> inovação como um dos<br />

principais catalisadores de desenvolvimento<br />

sustentável e neutralidade carbónica. São prova<br />

disso as 8 candidaturas ao Fundo Ambiental,<br />

Fundação para a Ciência e Tecnologia e Plano de<br />

Recuperação e Resiliência apresentadas em 2022.<br />

A Bondalti emprega cerca de 700 pessoas e em<br />

2022 registou um volume de vendas de 595 milhões<br />

de euros. Em 2022, contribuiu em mais de<br />

1,2 milhões de euros para projetos de impacto social<br />

e ambiental para a comunidade local em todas<br />

as geografias onde opera, envolvendo diversas<br />

entidades para um alinhamento destes projetos<br />

com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável<br />

das Nações Unidas.<br />

Em 2022, a Bondalti foi distinguida com o pr<strong>é</strong>mio<br />

de excelência empresarial “Vasco da Gama”,<br />

promovido pela Câmara de Com<strong>é</strong>rcio e Indústria<br />

Hispano Portuguesa. Tamb<strong>é</strong>m o projeto H2E<strong>na</strong>ble<br />

obteve o estatuto de “Projeto Importante de<br />

Interesse Europeu Comum”, atribuído pela Comissão<br />

Europeia.<br />

ÁREAS DE ATUAÇÃO<br />

/ Indústria Química <strong>na</strong> área da Anili<strong>na</strong><br />

e Derivados e do Cloro-Álcalis<br />

/ Tratamento e Reutilização de Águas<br />

/ Energia Verde<br />

João de Mello<br />

Presidente<br />

Andr<strong>é</strong> de Albuquerque<br />

Luís Rebelo da Silva<br />

Luís Delgado<br />

Administradores Executivos<br />

CONTACTOS<br />

Lagoas Park-Edifício 6, 2º B<br />

2740-244 Porto Salvo<br />

+351 210 058 600<br />

bondalti@bondalti.com<br />

ÁGUA POTÁVEL<br />

E SANEAMENTO<br />

TRABALHO DIGNO<br />

E CRESCIMENTO<br />

ECONÓMICO<br />

PRODUÇÃO<br />

E CONSUMO<br />

SUSTENTÁVEIS<br />

REDUZIR AS<br />

DESIGUALDADES<br />

ENERGIAS<br />

RENOVÁVEIS<br />

E ACESSÍVEIS<br />

INDÚSTRIA,<br />

INOVAÇÃO E<br />

INFRAESTRUTURA<br />

IGUALDADE<br />

DE GÉNERO<br />

PAZ, JUSTIÇA E<br />

INSTITUIÇÕES<br />

EFICAZES<br />

QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ <strong>2023</strong>


\\ DIRETÓRIO \\<br />

65<br />

BOARD<br />

BENEFÍCIOS PARA A SUSTENTABILIDADE<br />

E<br />

specialista em benefícios<br />

sociais e criadora<br />

do vale-refeição em<br />

1962, a Edenred assumiu,<br />

logo <strong>na</strong> sua origem,<br />

a missão de tor<strong>na</strong>r o<br />

mundo um lugar melhor.<br />

Desde então, e consciente<br />

do papel crucial que<br />

pode desempenhar <strong>na</strong><br />

resposta aos desafios da<br />

sociedade, tem vindo a<br />

disponibilizar diferentes<br />

soluções de pagamento<br />

com fim específico, que dão resposta a questões<br />

sociais, económicas e ambientais alavancadas por<br />

políticas públicas.<br />

Hoje a oferta da Edenred centra-se em plataformas<br />

multibenefício, que permitem às empresas<br />

assegurar aos seus colaboradores mais poder<br />

de compra, bem como acesso a um conjunto de<br />

bens e serviços essenciais. Atrav<strong>é</strong>s dos benefícios<br />

sociais, as organizações podem contribuir diretamente<br />

para que os seus colaboradores tenham<br />

uma alimentação nutritiva, desenvolvam competências<br />

atrav<strong>é</strong>s da formação, consigam suportar<br />

despesas relacio<strong>na</strong>das com a infância e educação<br />

dos seus filhos e tenham liquidez para cuidar da<br />

sua saúde, o que se repercute no bem-estar geral<br />

da sociedade.<br />

A ambição da Edenred, expressa no propósito<br />

“Enrich connections. For Good.”, <strong>é</strong> precisamente<br />

acrescentar valor a todo o ecossistema, promovendo<br />

o progresso e um futuro melhor. É com<br />

esse objetivo que trabalha diariamente, ligando<br />

empresas e colaboradores com redes de com<strong>é</strong>rcio<br />

local, num círculo virtuoso com benefícios para<br />

todos. Para concretizar o seu desígnio, aposta <strong>na</strong><br />

inovação como motor e orienta-se por um modelo<br />

de negócio de desenvolvimento sustentável. No<br />

centro, está a sua abordagem Ideal, baseada em<br />

3 pilares: Ideal People (melhorar a qualidade de<br />

vida), Ideal Planet (preservar o ambiente) e Ideal<br />

Progress (criar valor com responsabilidade).<br />

A Edenred estabeleceu metas ambiciosas a 2030,<br />

incluindo a formação para todos os seus colaboradores,<br />

redução e compensação da pegada de<br />

carbono e combate ao desperdício alimentar. Em<br />

2022, deu mais um passo para a sua transição verde,<br />

adotando materiais mais ecológicos <strong>na</strong> produção<br />

dos seus cartões, que podem ainda ser reciclados<br />

atrav<strong>é</strong>s do programa MERECE.<br />

Com o objetivo de ser líder tamb<strong>é</strong>m <strong>na</strong> área da<br />

sustentabilidade e continuar a dar o exemplo, a<br />

Edenred tem solicitado de forma proativa o rating<br />

ESG a diferentes organizações. Al<strong>é</strong>m disso,<br />

integra o FTSE4Good Global Index e o Euronext<br />

CAC 40 ESG Index da Bolsa de Valores de Paris.<br />

Filipa Martins<br />

CEO<br />

Joa<strong>na</strong> Peixoto<br />

Diretora de Marketing,<br />

Comunicação e<br />

<strong>Sustentabilidade</strong><br />

CONTACTOS<br />

Edifício Adamastor, Torre B<br />

Av. D. João II, nº 9-I, Piso 6<br />

1990-077 Lisboa<br />

+351 218 917 700<br />

www.edenred.pt<br />

ERRADICAR<br />

A POBREZA<br />

SAÚDE E<br />

QUALIDADE<br />

IGUALDADE<br />

DE GÉNERO<br />

REDUZIR AS<br />

DESIGUALDADES<br />

PRODUÇÃO<br />

E CONSUMO<br />

SUSTENTÁVEIS<br />

PAZ, JUSTIÇA E<br />

INSTITUIÇÕES<br />

EFICAZES<br />

ERRADICAR<br />

A FOME<br />

EDUCAÇÃO<br />

DE QUALIDADE<br />

TRABALHO DIGNO<br />

E CRESCIMENTO<br />

ECONÓMICO<br />

CIDADES E<br />

COMUNIDADES<br />

SUSTENTÁVEIS<br />

ACÇÃO<br />

CLIMÁTICA<br />

PARCERIAS PARA<br />

A IMPLEMENTAÇÃO<br />

DE OBJECTIVOS<br />

QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ <strong>2023</strong>


66<br />

\\ DIRETÓRIO \\<br />

BOARD<br />

APOSTAMOS NO CAMINHO<br />

DA SUSTENTABILIDADE<br />

Presentes em Portugal há 29 anos, o Oney<br />

Bank <strong>na</strong>sceu do com<strong>é</strong>rcio, o que o tor<strong>na</strong><br />

diferente e único. Aproveitamos a nossa<br />

experiência de quase 40 anos para desenvolver<br />

soluções de pagamento e serviços fi<strong>na</strong>nceiros<br />

inovadores. Somos parceiros <strong>na</strong> transformação<br />

sustentável do com<strong>é</strong>rcio, físico e online, bem<br />

como estamos focados em dar, a cada pessoa,<br />

o poder de melhorar o seu dia a dia e de consumir<br />

melhor.<br />

Com um comit<strong>é</strong> de CSR/R.S.E. transversal a<br />

toda a empresa, assumimos a sustentabilidade<br />

como fator-chave no nosso modelo de negócio.<br />

Os nossos quatro eixos estrat<strong>é</strong>gicos - empregabilidade,<br />

redução da pegada carbónica, incentivo<br />

a consumir melhor e transformação<br />

digital huma<strong>na</strong> - definem-nos e alinham-nos<br />

com os propósitos ESG. Não trabalhamos ape<strong>na</strong>s<br />

exter<strong>na</strong>mente, os nossos colaboradores são<br />

incentivados a seguir o seu caminho profissio<strong>na</strong>l<br />

de forma mais sustentável. Para isso promovemos<br />

o work-live balance e um ambiente<br />

de trabalho inclusivo. Tamb<strong>é</strong>m <strong>na</strong> diversidade<br />

nos destacamos, 65% dos nossos cargos de chefia<br />

são mulheres.<br />

Promovemos meios e ferramentas que permitam<br />

aos clientes acederem a informação fi<strong>na</strong>nceira<br />

que dê origem a um consumo sustentável.<br />

Exemplo disso <strong>é</strong> a parceria com a ONGD ‘Sol<br />

Sem Fronteiras’, onde temos promovido a literacia<br />

fi<strong>na</strong>nceira junto dos mais jovens, com<br />

o objetivo de os dotar com conhecimentos<br />

que permitam tomar decisões sobre as suas<br />

fi<strong>na</strong>nças pessoais, habilitando-os a sustentar<br />

escolhas mais criteriosas e incentivando a um<br />

consumo mais responsável. Nas três edições<br />

realizadas já chegámos a quase quatro mil alunos.<br />

Apoiamos ainda os retalhistas no desenvolvimento<br />

de uma economia circular.<br />

As nossas políticas incluem tamb<strong>é</strong>m um reforço<br />

no compromisso da redução das nossas<br />

emissões de carbono, em consonância com<br />

o Acordo Climático de Paris. Para tal, diariamente<br />

agimos no sentido de melhorar os<br />

nossos m<strong>é</strong>todos de trabalho, as compras e<br />

fornecedores. Al<strong>é</strong>m disso, adotamos práticas<br />

mais sustentáveis e privilegiamos fontes sustentáveis<br />

de abastecimento, como <strong>na</strong> energia,<br />

onde 100% da nossa eletricidade <strong>é</strong> coberta por<br />

garantias de origem.<br />

Dario Coffetti<br />

Diretor Geral<br />

Laurence Griseti<br />

Direção de Recrutamento Clientes e Parcerias<br />

Richard Demory<br />

Direção de Marketing<br />

Christophe Demangeau<br />

Direção Administrativa e Fi<strong>na</strong>nceira<br />

Marlene Franco<br />

Direção de Recursos Humanos<br />

Pedro de Sousa Pinto<br />

Direção de Sistemas de Informação<br />

Francisco Figueiredo<br />

Direção de Risco<br />

Paula Fonseca<br />

Direção Cliente<br />

CONTACTOS<br />

Av. Jos<strong>é</strong> Gomes Ferreira 9,<br />

1495-139 Alg<strong>é</strong>s<br />

https://www.oney.pt/<br />

SUSTENTABILIDADE NA SOCIEDADE<br />

De forma a incentivar as pessoas a consumir<br />

e a comprar melhor, fazendo escolhas mais<br />

acertadas e mais responsáveis, desenvolvemos<br />

soluções e serviços que permitem aos consumidores<br />

gerir os seus orçamentos da melhor<br />

maneira, utilizando as fi<strong>na</strong>nças pessoais e os<br />

seguros de forma consciente.<br />

ÁREAS DE ATUAÇÃO<br />

/ Cr<strong>é</strong>dito<br />

/ Cartões<br />

/ Meios de pagamento<br />

/ BNPL<br />

/ Seguros<br />

EDUCAÇÃO<br />

DE QUALIDADE<br />

PRODUÇÃO E<br />

CONSUMO<br />

SUSTENTÁVEIS<br />

REDUZIR AS<br />

DESIGUALDADES<br />

ENERGIAS<br />

RENOVÁVEIS<br />

E ACESSÍVEIS<br />

IGUALDADE<br />

DE GÉNERO<br />

QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ <strong>2023</strong>


\\ DIRETÓRIO \\<br />

67<br />

FINANÇAS SUSTENTÁVEIS NAS PME’S SÃO O PRIMEIRO<br />

PASSO PARA A SUSTENTABILIDADE CORPORATIVA<br />

C<br />

ada vez mais a preocupação com a sustentabilidade corporativa está <strong>na</strong> agenda das empresas, e as práticas<br />

de sustentabilidade inerentes ao ESG rapidamente vão ser tamb<strong>é</strong>m uma obrigatoriedade para as PMEs.<br />

Temos vindo a enfatizar que as fi<strong>na</strong>nças sustentáveis são um pr<strong>é</strong>-requisito para o ESG: as empresas com<br />

melhor performance económico-fi<strong>na</strong>nceira, estão mais preparadas para o futuro, para satisfazer as expetativas<br />

dos seus vários stakeholders e para apostarem <strong>na</strong> sustentabilidade ambiental, social e de gover<strong>na</strong>ção.<br />

Na SCORING acompanhamos a jor<strong>na</strong>da das empresas que procuram obter e manter estabilidade económico-fi<strong>na</strong>nceira,<br />

num processo que culmi<strong>na</strong> com a certificação fi<strong>na</strong>nceira: ao longo dos últimos 3<br />

anos, são já mais de 3.500 as empresas certificadas.<br />

GARANTIAS DE RIGOR E ISENÇÃO<br />

As certificações fi<strong>na</strong>nceiras emitidas pela SCORING são baseadas nos dados oficiais (IES), sustentadas<br />

em parecer científico por Professores doutorados em Gestão, auditadas periodicamente pela BUREAU<br />

VERITAS e as classificações são registadas <strong>na</strong> ASSOFT.<br />

TOP 5% MELHORES<br />

PME DE PORTUGAL<br />

TOP 10+<br />

SETORES / REGIÕES<br />

BOARD<br />

Carlos Gouveia<br />

CEO Scoring<br />

Prof. Doutor António Soares Aguiar<br />

Prof. Doutor Nicolau Miguel Almeida<br />

Comissão Científica<br />

CONTACTOS<br />

Av. do Brasil, 1, Piso 4<br />

1700-062 Lisboa<br />

+351 210 162 502<br />

geral@scoring.pt<br />

• DESIGNAÇÃO DA EMPRESA<br />

505<br />

505<br />

SCORING<br />

505 505 505 • DESIGNAÇÃO DA EMPRESA<br />

MELHORES PME<br />

PORTUGAL<br />

scoring.pt<br />

São as empresas que, de acordo com o algoritmo ScorePME®<br />

desenvolvido pela SCORING, estão entre as 5% melhores,<br />

em termos análise comparada de indicadores de desempenho<br />

económico (demonstração de resultados) e solidez fi<strong>na</strong>nceira<br />

(balanço). São todas empresas com lucro, com bons<br />

desempenhos operacio<strong>na</strong>is e com uma boa solidez fi<strong>na</strong>nceira,<br />

no curto e no m<strong>é</strong>dio prazo.<br />

Esta certificação permite às empresas projetarem-se no mercado<br />

e gerarem confiança junto de clientes, e colaboradores.<br />

505<br />

SCORING<br />

TOP 10<br />

MELHORES PME<br />

SETOR OU REGIÃO<br />

Desig<strong>na</strong>ção do Setor ou<br />

da Região<br />

De entre as Top 5% Melhores PME, são<br />

certificadas as 10 melhores por setor e<br />

região.<br />

Esta certificação, mais exigente e exclusiva,<br />

permite às empresas certificadas<br />

afirmarem-se como referências nos seus<br />

setores ou regiões.<br />

3%PIB<br />

SOMA DO VOLUME DE<br />

NEGÓCIOS ANUAL DAS<br />

EMPRESAS IMPACTADAS<br />

PELA SCORING.<br />

CONHEÇA-AS EM<br />

www.scoring.pt/empresas<br />

QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ <strong>2023</strong>


68<br />

\\ DIRETÓRIO \\<br />

BOARD<br />

HÁ DUAS DÉCADAS A TRABALHAR<br />

PARA UM MUNDO MELHOR<br />

A<br />

Valorpneu <strong>é</strong> uma entidade privada, sem fins<br />

lucrativos, que tem por objetivo organizar e<br />

gerir o Sistema Integrado de Gestão de Pneus<br />

Usados (SGPU) em Portugal, assente <strong>na</strong> responsabilidade<br />

alargada dos produtores de pneus. No<br />

desenvolvimento da sua atividade a Valorpneu<br />

assume o compromisso com os princípios orientadores<br />

do desenvolvimento sustentável, assentes<br />

<strong>na</strong> proteção do ambiente, <strong>na</strong> criação de valor e<br />

<strong>na</strong> qualificação de recursos humanos do sistema<br />

que gere. O cumprimento destes princípios, são<br />

essenciais para o nosso contributo para uma economia<br />

circular.<br />

A Valorpneu tem como missão principal:<br />

• Organizar e gerir a recolha, transporte e o<br />

encaminhamento para destino fi<strong>na</strong>l adequado<br />

dos pneus usados que anualmente são gerados<br />

no território <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l;<br />

• Promover a investigação e o desenvolvimento<br />

de novos m<strong>é</strong>todos para o tratamento dos pneus<br />

usados e de novas aplicações;<br />

• Desenvolver ações de comunicação e sensibilização<br />

com vista a estimular alterações comportamentais<br />

motivadoras de práticas corretas<br />

relativamente aos pneus novos e usados e<br />

recetividade aos materiais resultantes da sua<br />

valorização.<br />

Na prossecução da sua missão, a Valorpneu envolve<br />

todos os colaboradores e operadores do<br />

SGPU, procurando melhorar continuamente<br />

o seu desempenho, nomeadamente <strong>na</strong> área da<br />

qualidade e ambiente, promovendo a melhoria<br />

do desempenho dos operadores da rede SGPU e<br />

assume, como um dos seus princípios de gestão, o<br />

compromisso <strong>na</strong> prestação de um serviço de qualidade<br />

de forma a garantir a conformidade com<br />

todas as suas obrigações.<br />

Em duas d<strong>é</strong>cadas de atividade em prol dos pneus<br />

usados, a Valorpneu tem demonstrado o seu empenho<br />

<strong>na</strong> prestação de um serviço de qualidade<br />

para fechar, de forma sustentável e equilibrada o<br />

ciclo de vida dos pneus, com o reforço e o desenvolvimento<br />

das operações vitais ao SGPU, nomeadamente<br />

prevenção, recolha, preparação para reutilização,<br />

reciclagem e valorização dos pneus usados.<br />

Queremos transmitir à comunidade a importância<br />

da reutilização destes resíduos atrav<strong>é</strong>s de<br />

diversas aplicações do granulado de borracha<br />

de pneus usados entre outras. Desde o início da<br />

nossa atividade temos comunicado aos cidadãos<br />

a necessidade de adotarem práticas de prevenção<br />

no uso dos pneus no seu dia-a-dia como forma de<br />

aumentar o seu tempo de vida útil.<br />

Tudo, em prol de um ambiente melhor e da criação<br />

de novas vidas para os pneus!<br />

Clim<strong>é</strong>nia Silva<br />

Diretora-Geral<br />

CONTACTOS<br />

Av.ª Torre de Bel<strong>é</strong>m, 29<br />

1400-342 Lisboa<br />

+351 210 513 651<br />

www.valorpneu.pt<br />

QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ <strong>2023</strong>


\\ DIRETÓRIO \\<br />

69<br />

BOARD<br />

UM PLAYER INTERNACIONAL NO SETOR DAS<br />

ENERGIAS RENOVÁVEIS A ATUAR EM PORTUGAL<br />

João Amaral<br />

Country Ma<strong>na</strong>ger<br />

Portugal Voltalia<br />

CONTACTOS<br />

Avenida do Marechal Gomes<br />

da Costa, nº 1177<br />

4150-360 Porto<br />

+351 220 191 000<br />

info.voltalia@voltalia.com<br />

C<br />

om mais de 1.550 funcionários, a Voltalia<br />

desenvolve a sua atividade globalmente junto<br />

dos seus clientes em 20 países e 3 continentes.<br />

O Grupo produz e vende eletricidade<br />

gerada a partir de instalações eólicas, solares,<br />

hidráulicas, de biomassa e de armaze<strong>na</strong>mento<br />

que possui e explora. Deste modo, tem uma capacidade<br />

de produção, em funcio<strong>na</strong>mento e em<br />

construção, de mais de 2,6 GW e uma carteira<br />

de projetos em desenvolvimento que representam<br />

uma capacidade total de 14,2 GW.<br />

Em Portugal desde 2015, a Voltalia conta com<br />

mais de 350 colaboradores a trabalhar para o<br />

país e para outras geografias onde o Grupo tamb<strong>é</strong>m<br />

opera. É, tamb<strong>é</strong>m, um prestador de serviços,<br />

apoiando os seus clientes investidores em<br />

projetos de energias renováveis durante todas as<br />

fases, desde a conceção at<strong>é</strong> à operação e manutenção.<br />

Como pioneira no mercado empresarial,<br />

a Voltalia fornece uma oferta global a empresas<br />

privadas, que vai desde o fornecimento de eletricidade<br />

verde e serviços de eficiência energ<strong>é</strong>tica,<br />

at<strong>é</strong> à produção local da sua própria eletricidade.<br />

Enquanto empresa com Propósito pretende melhorar<br />

o ambiente mundial atrav<strong>é</strong>s da promoção<br />

do desenvolvimento local. Desde a sua criação,<br />

tem vindo a desenvolver, construir e operar centrais<br />

de energias renováveis, para si e para terceiros,<br />

tanto em países mais desenvolvidos como nos<br />

emergentes. É, portanto, atrav<strong>é</strong>s das suas atividades<br />

operacio<strong>na</strong>is que a Voltalia contribui diariamente<br />

para o combate às alterações climáticas e<br />

para o desenvolvimento socioeconómico local.<br />

Tem como objetivos de Missão, atuar para a<br />

produção de energias renováveis acessíveis a todos,<br />

atrav<strong>é</strong>s da contribuição direta para o combate<br />

às alterações climáticas e de uma eletricidade<br />

verde acessível e de qualidade; contribuir<br />

em conjunto com as populações locais para o<br />

desenvolvimento sustentável dos seus territórios,<br />

construindo relações de longo prazo com os<br />

stakeholders locais e tirar o melhor partido dos<br />

recursos do planeta de uma forma sustentável,<br />

maximizando o impacto positivo das suas atividades<br />

no meio ambiente, em toda a sua cadeia<br />

de valor.<br />

ENERGIAS<br />

RENOVÁVEIS<br />

E ACESSÍVEIS<br />

PRODUÇÃO E<br />

CONSUMO<br />

SUSTENTÁVEIS<br />

PROTEGER<br />

A VIDA<br />

TERRESTRE<br />

TRABALHO DIGNO<br />

E CRESCIMENTO<br />

ECONÓMICO<br />

ACÇÃO<br />

CLIMÁTICA<br />

QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ <strong>2023</strong>


70 \\ DIRETÓRIO \\<br />

powering your business<br />

EFICIÊNCIA E SUSTENTABILIDADE<br />

DE MÃOS DADAS<br />

ACapwatt <strong>é</strong> uma empresa inovadora que foi reconhecida como produtora de<br />

energia independente e que promove soluções integradas de energia, contribuindo<br />

para o paradigma energ<strong>é</strong>tico sustentável. Atualmente, estamos<br />

presentes em Portugal, Espanha, M<strong>é</strong>xico e Itália.<br />

Atuamos em três pilares essenciais: desenvolvimento de projetos renováveis de<br />

grande escala, combustíveis renováveis e soluções de energia descentralizadas,<br />

das quais destacamos a cogeração, soluções t<strong>é</strong>rmicas renováveis e PPA de longo<br />

prazo com ou sem geração in situ.<br />

A sustentabilidade está <strong>na</strong> base dos nossos valores e <strong>na</strong> forma como pensamos o<br />

negócio. Assumimos o compromisso diário de cuidar do meio ambiente e contribuir<br />

para a melhoria da comunidade <strong>na</strong> qual estamos inseridos.<br />

Ajudamos os nossos clientes a melhorar o seu desempenho. Impulsio<strong>na</strong>mos a<br />

transição energ<strong>é</strong>tica, oferecendo soluções que têm benefícios como a redução<br />

de custos energ<strong>é</strong>ticos, o aumento da eficiência energ<strong>é</strong>tica, a capacidade de produção<br />

de energia descentralizada e a redução da pegada ecológica.<br />

BOARD<br />

Miguel Gil Mata - Chairman // S<strong>é</strong>rgio Rocha - CEO<br />

CONTACTOS<br />

Lugar do Espido – Via Norte, Apartado 3053, 4471-907 Maia<br />

+351 220 110 055<br />

capwatt@capwatt.com / www.capwatt.com<br />

LISTAGEM<br />

Abreu & Associados<br />

Sociedade de Advogados, SP, RL<br />

Avenida Infante Dom Henrique 26<br />

1149-096 Lisboa<br />

t. 217 231 800<br />

e. geral@abreuadvogados.com<br />

w. www.abreuadvogados.com<br />

Accenture<br />

Av. Eng. Duarte Pacheco Torre 1-16<br />

piso<br />

1070-101 Lisboa<br />

t. 213 803 500<br />

e. info@accenture.com<br />

w. www.accenture.com<br />

Ageas Portugal<br />

Companhia de Seguros, S.A<br />

Praça Principe Perfeito, Nº 2<br />

1990-278 Lisboa<br />

t. 217 943 039<br />

e. geral@ageas.pt<br />

w. www.ageas.pt<br />

Agere , Empresa de Águas<br />

Efluentes e Resíduos de Braga E.M<br />

Praça Conde Agrolongo, 115<br />

4700-312 Braga<br />

t. 253 205 000<br />

e. agere@agere.pt<br />

w. agere.pt<br />

Águas de Portugal, EM<br />

Rua Visconde de Seabra, 3<br />

1700-421 Lisboa<br />

t. 212 469 400<br />

e. info@adp.pt<br />

w. www.adp.pt<br />

Águas do Algarve S.A<br />

Rua do Repouso, 10<br />

8000-302 Faro<br />

t. 289 899 070<br />

e. geral.ada@adp.pt<br />

w. www.aguasdoalgarve.pt<br />

Águas do Porto, EM<br />

Rua Barão de Nova Sintra, 285<br />

4300-367 Porto<br />

t. 220 100 220<br />

e. geral@aguasdoporto.pt<br />

w. www.aguasdoporto.pt<br />

Aldi Portugal<br />

Supermercados, Lda<br />

Rua Ponte dos Cavalos, 155<br />

2870-674 Montijo<br />

t. 800 420 800<br />

e. geral@aldi.pt<br />

w. www.aldi.pt<br />

Algebra Capital, Lda<br />

Av. da Liberdade, 110, 5.º & 7º floor<br />

1250-146 Lisboa<br />

t. 211 316 224<br />

e. algebra@algebracapital.pt<br />

w. www.algebracapital.pt<br />

Altice Portugal, S.a<br />

Avenida Fontes Pereira de Melo, 40<br />

1050-123 Lisboa<br />

t. 215 002 000<br />

e. sustentabilidade@telecom.pt<br />

w. www.telecom.pt<br />

Ambiosfera Lda<br />

Edifício Sines Tecnopolo Z.I.L II Lote<br />

122-A, 7520-309 Sines<br />

t. 215 873 741<br />

e. geral@ambiosfera.com<br />

w. www.ambiosfera.com<br />

AMBIRUMO, Projetos Inovação<br />

e Gestão Ambiental, Lda.<br />

Av. General Norton de Matos, 63 E<br />

1495-148 Alg<strong>é</strong>s<br />

t. 213 978 255<br />

e. geral@ambirumo.pt<br />

w. www.ambirumo.pt<br />

Amorim Cork Composites, SA<br />

Rua de Meladas, 260<br />

4536-902 Mozelos<br />

t. 227 475 300<br />

e. acc@amorim.com<br />

w. amorimcorkcomposites.com/pt<br />

A<strong>na</strong> - Aeroportos de Portugal S.A<br />

Edifício 120, Rua D - Aeroporto de<br />

Lisboa<br />

1700-008 Lisboa<br />

t. 218 413 500<br />

e. contactar@a<strong>na</strong>.pt<br />

w. www.a<strong>na</strong>.pt<br />

Apcer<br />

Associação Portuguesa de Certificação<br />

Rua António Bessa Leite, 1430, 1º<br />

Esq.<br />

4150-074 PORTO<br />

t. 229 993 600<br />

e. info@apcer.pt<br />

w. www.apcer.pt<br />

ASCENDI O&M, S.A<br />

Praça Mouzinho de Albuquerque 197<br />

4100-360 Porto<br />

t. 229 767 767<br />

e. info@ascendi.pt<br />

w. www.ascendi.pt<br />

QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ <strong>2023</strong>


\\ DIRETÓRIO \\<br />

71<br />

RUMO A UM<br />

PLANETA MELHOR<br />

A<br />

sustentabilidade <strong>é</strong> importante<br />

para nós, para os nossos clientes,<br />

para os nossos colaboradores<br />

e para a sociedade. Por isso a<br />

colocamos no centro de tudo o que<br />

fazemos. A descarbonização <strong>é</strong> ape<strong>na</strong>s<br />

uma parte da história. Para as<br />

nossas pessoas, o nosso planeta e todas<br />

as comunidades <strong>na</strong>s quais trabalhamos,<br />

estamos a inovar para um<br />

amanhã melhor e mais sustentável.<br />

Esforçamo-nos para reduzir a pegada<br />

ambiental que melhore a vida<br />

urba<strong>na</strong> quotidia<strong>na</strong> das comunidades<br />

em todos os lugares, apostando<br />

em veículos de entrega com baixas<br />

e zero emissões <strong>na</strong> nossa frota, juntamente<br />

com soluções de entrega<br />

inovadoras para reduzir a pegada<br />

de carbono de cada encomenda que<br />

entregamos. É o exemplo da rede<br />

Pickup, composta por 1200 lojas e<br />

cacifos que oferecem uma variedade<br />

de locais para entrega alter<strong>na</strong>tivos,<br />

permitindo reduzir at<strong>é</strong> 90% as<br />

emissões carbónicas.<br />

Somos a primeira empresa global de<br />

entrega de encomendas a ter a suas<br />

metas de redução de emissões de<br />

CO2 de curto (2030) e longo prazo<br />

(2040) aprovadas pela iniciativa<br />

Science Based Targets (SBTi). Esta<br />

aprovação histórica valida de forma<br />

científica o nosso objetivo de atingir<br />

o net zero at<strong>é</strong> 2040 e coloca-nos<br />

num caminho claro para ser a referência<br />

inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l em entregas<br />

sustentáveis.<br />

ÁREAS DE ATUAÇÃO<br />

/ Entregas expresso de encomendas a nível dom<strong>é</strong>stico e inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l<br />

BOARD<br />

Olivier Establet CEO // Am<strong>é</strong>rico Mendes CSO // Rui Nobre COO // Carla<br />

Pereira Directora de Marketing e Comunicação<br />

CONTACTOS<br />

Av. Infante D. Henrique, Lote 10, Olivais, 1849-003 Lisboa<br />

+351 218 546 001<br />

www.dpd.pt<br />

Associação CECOLAB<br />

Collaborative Laboratory Towards<br />

Circular Economy<br />

Rua Nossa Sra. Da Conceição, nº 2<br />

3405-155 Oliveira do Hospital<br />

t. 238 011 400<br />

e. circular@cecolab.pt<br />

w. www.cecolab.pt<br />

AVALER, Associação Entidades de<br />

Valorização Energ<strong>é</strong>tica Resíduos<br />

Sólidos Urbanos<br />

Plataforma Ribeirinha da CP - Estação<br />

de Mercadorias da Bobadela<br />

2696-801 Loures<br />

t. 218 443 849<br />

e. avaler@avaler.pt<br />

w. www.avaler.pt<br />

Avenue Nre Real Estate, S.A<br />

Rua Serpa Pinto, 14A, 3º<br />

1200-445 Lisboa<br />

t. 215 989 523<br />

e. geral@avenue.pt<br />

w. www.avenue.pt<br />

Banco L. J. Carregosa, S.A<br />

Avenida da Boavista, N.º 1083<br />

4100-129 Porto<br />

t. 226 086 460<br />

e. info@bancocarregosa.com<br />

w. www.bancocarregosa.com<br />

Biorumo, Consultoria em Ambiente<br />

e <strong>Sustentabilidade</strong>, Lda.<br />

Rua do Carvalhido, 155<br />

4250-102 Porto<br />

t. 228 349 580<br />

e. geral@biorumo.com<br />

w. www.biorumo.com<br />

BioSmart, Soluções Ambientais, S.A.<br />

Rua de Tomar, n.º 80<br />

2495-185 Santa Catari<strong>na</strong> da Serra<br />

t. 244 749 100<br />

e. geral@biosmart.pt<br />

w. www.biosmart.pt<br />

BNP Paribas<br />

Rua Galileu Galilei, Nº2, 13º Piso<br />

1500-392 Lisboa<br />

t. 217 910 200<br />

e. geral@bnpparibas.pt<br />

w. www.bnpparibas.pt<br />

Bondalti Chemicals, S.A<br />

Lagoas Park-Edifício 6, 2º B<br />

2740-244 Porto Salvo<br />

t. 210 058 600<br />

e. bondalti@bondalti.com<br />

w. www.bondalti.com<br />

Bondstone Asset Ma<strong>na</strong>gement, Lda<br />

Rua Castilho, Nº 39, 10B<br />

1250-068 Lisboa<br />

t. 211 349 157<br />

e. info@bondstone.com<br />

w. www.bondstone.com<br />

Banco Bpi S.A<br />

Avenida da Boavista, 1117<br />

4100-129 Porto<br />

t. 707 020 500<br />

e. bancobpi@mail.bancobpi.pt<br />

w. www.bancobpi.pt<br />

Brisa Auto-Estradas de Portugal,<br />

S.A<br />

Quinta da Torre da Aguilha<br />

Edifício Brisa<br />

2789-522 São Domingos de Ra<strong>na</strong><br />

t. 210 730 300<br />

e. servico.cliente@brisa.pt<br />

w. www.brisa.pt<br />

Caixa Geral de Depositos S.A<br />

Avenida João Xxi, Nº 63<br />

1000-300 Lisboa<br />

t. 707 242 424<br />

e. cgd@cgd.pt<br />

w. www.cgd.pt<br />

Casais<br />

Engenharia e Construção, S.A<br />

R do Anjo 27<br />

4700-565 Mire de Tibães<br />

t. 218 959 014<br />

e. casais@casais.pt<br />

w. www.casais.pt<br />

CELPA<br />

Associação da Indústria Papeleira<br />

Rua Marquês Sá da Bandeira, 74 - 2.º<br />

1069-076 Lisboa<br />

t. 217 611 510<br />

e. celpa@celpa.pt<br />

w. www.celpa.pt<br />

Cimpor<br />

Indústria de Cimentos S.A<br />

Avª Jos<strong>é</strong> Malhoa, Nº22,<br />

Pisos 6 A 11<br />

1099-020 Lisboa<br />

t. 213 118 100<br />

e. geral@cimpor.com<br />

w. www.cimpor.pt<br />

Cms, Lda<br />

Rua do Pinhal Novo, Nº 49<br />

2845-256 Amora<br />

t. 210 958 100<br />

e. geral@@cmsportugal.com<br />

w. www.cms.law<br />

QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ <strong>2023</strong>


72 \\ DIRETÓRIO \\<br />

PARA O GRUPO BOTICÁRIO O ESG<br />

É UMA PRÁTICA INEGOCIÁVEL<br />

Um dos maiores grupos de beleza<br />

do mundo, o Grupo Boticário <strong>é</strong><br />

uma empresa brasileira presente<br />

em 50 países, incluindo Portugal, a<br />

sua segunda maior operação depois<br />

do Brasil. O Grupo <strong>é</strong> dono das marcas<br />

O Boticário, Eudora, <strong>Quem</strong> Disse,<br />

Berenice?; BeautyBox, Vult, O.u.i,<br />

Dr. JONES, Truss e do marketplace<br />

Beleza <strong>na</strong> Web, al<strong>é</strong>m de atuar com<br />

produtos licenciados como o Australian<br />

Gold e a sua divisão para o mercado<br />

B2B, chamada MultiB.<br />

Esta interação entre diferentes marcas,<br />

ativos, plataformas, rede de franchising,<br />

representantes, distribuidores,<br />

retalho, sellers e fornecedores<br />

formam o maior e melhor ecossistema<br />

de beleza para o mundo, que oferece<br />

ainda soluções digitais de gestão<br />

de negócio para o retalho brasileiro<br />

atrav<strong>é</strong>s das suas marcas Mooz, Casa<br />

Magalhães e GAVB. São mais de 14<br />

mil colaboradores diretos, 500 em<br />

Portugal, espalhados pelo Officce no<br />

Parque das Nações e <strong>na</strong>s mais de 67<br />

lojas distribuídas por todo o território<br />

<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l.<br />

BOARD<br />

Pautada por uma atuação responsável<br />

com o planeta, a sociedade e os<br />

consumidores, a empresa tem o ESG<br />

embutido no seu modelo de negócios,<br />

uma prática inegociável para o Grupo,<br />

ou seja, toda e qualquer ação – da<br />

escolha dos fornecedores ao pós consumo<br />

– deve ter como direcio<strong>na</strong>l os<br />

impactos ambientais e sociais.<br />

At<strong>é</strong> 2030, o GB prevê ampliar o<br />

impacto positivo para a sociedade<br />

atrav<strong>é</strong>s da gestão de resíduos com a<br />

plataforma “Uma Beleza de Futuro”,<br />

que reúne compromissos ambiciosos<br />

voltados para as dimensões huma<strong>na</strong>s,<br />

ambientais e para os processos produtivos<br />

internos.<br />

A história do Grupo começou em<br />

1977 numa peque<strong>na</strong> farmácia no<br />

Paraná e hoje agrega laboratórios, fábricas,<br />

inovação, tecnologia, logística,<br />

marketing e retalho, num ecossistema<br />

de 64 mil pontos de venda no retalho,<br />

parceiros e fornecedores. A empresa<br />

atua <strong>na</strong>s frentes ambientais, sociais e<br />

culturais e conta tamb<strong>é</strong>m com a atuação<br />

da Fundação Grupo Boticário e o<br />

Instituto Grupo Boticário.<br />

Miguel Krigsner Fundador // Artur Grynbaum Vice-Presidente do Conselho<br />

Administrativo // Fer<strong>na</strong>ndo Mod<strong>é</strong> CEO // Eduardo Javarotto Vice-Presidente<br />

Retalho e Inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l // Breno Cavour Head Inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l // Rossa<strong>na</strong> Gama<br />

Country Ma<strong>na</strong>ger Portugal<br />

CONTACTOS<br />

Alameda Dos Oceanos, Nº59, Edf. Espace Piso 3, Bloco C, 1990-083 Lisboa<br />

+351 213 932 950<br />

www.grupoboticario.pt/<br />

Companhia das Lezirias S.A<br />

Largo 25 de Abril, 17<br />

2135-318 Samora Correia<br />

t. 263 650 600<br />

e. lezirias@cl.pt<br />

w. www.cl.pt<br />

Consulai, Consultoria<br />

Agro-Industrial Lda<br />

Rua Fer<strong>na</strong>ndo Namora,<br />

Nº 28, 1º Esq.<br />

7800-502 Beja<br />

t. 284 098 214<br />

e. mkt_team@consulai.com<br />

w. www.consulai.pt<br />

Cortadoria Nacio<strong>na</strong>l<br />

de Pêlo S.A<br />

Avenida 1º de Maio, 64<br />

3700-227 São João da Madeira<br />

t. 256 815 030<br />

e. mail@cortadoria.pt<br />

w. www.cortadoria.pt<br />

Cp - Comboios de Portugal, Epe<br />

Calçada do Duque, Nº 14<br />

1249-109 Lisboa<br />

t. 808 109 110<br />

e. cp@cp.pt<br />

w. www.cp.pt<br />

Cr<strong>é</strong>dito Agrícola, SGPS S.A<br />

Rua Castilho, Nº S 233/233-A<br />

1099-004 Lisboa<br />

t. 213 809 900<br />

e. geral@creditoagricola.pt<br />

w. www.creditoagricola.pt<br />

Ctt - Correios de Portugal S.A<br />

Avenida Dom João II, Nº 13<br />

1999-001 Lisboa<br />

t. 210 471 616<br />

e. geral@ctt.pt<br />

w. www.ctt.pt<br />

Cuf, S.A<br />

Av. do Forte, N.º 3, Ed. Su<strong>é</strong>cia III,<br />

Piso 2<br />

2790-071 Car<strong>na</strong>xide<br />

t. 211 527 866<br />

e. info@cuf.pt<br />

w. www.cuf.pt<br />

CVR - Centro para a Valorização<br />

de Resíduos<br />

Campus de Azur<strong>é</strong>m da<br />

Univ. do Minho<br />

4800-058 Guimarães<br />

t. 253 510 020<br />

e. geral@cvresiduos.pt<br />

w. www.cvresiduos.pt<br />

Deloitte Technology, S.A<br />

Avenida Engenheiro Duarte Pacheco,<br />

Nº 7<br />

1070-100 Lisboa<br />

t. 210 422 500<br />

e. pt@deloitte.com<br />

w. www2.deloitte.com<br />

Delta Caf<strong>é</strong>s<br />

Avenida Calouste Gulbenkian, 15<br />

7370-025 Campo Maior<br />

t. 218 624 700<br />

e. ambiente@delta-cafes.pt<br />

w. www.grupo<strong>na</strong>beiro.com<br />

DLA Piper ABBC<br />

Largo de São Carlos, nº 3<br />

1200-410 Lisboa<br />

t. 213 583 620<br />

e. dlapiperabbc@dlapiper.com<br />

w. dlapiper.com<br />

Dstelecom, S.A<br />

Rua dos Pitancinhos<br />

4700-727 Braga<br />

t. 253 009 910<br />

e. euquerofibra@dstelecom.pt<br />

w. www.dstelecom.pt<br />

ECOGESTUS - Resíduos, Estudos e<br />

Soluções, Lda.<br />

Rua D. Afonso IV, 23<br />

3080-328 Figueira da Foz<br />

t. 233 109 034<br />

e. contacto@ecogestus.com<br />

w. www.ecogestus.com/pt<br />

Ecoib<strong>é</strong>ria - Reciclados Ib<strong>é</strong>ricos, SA<br />

Travessa Sebastião Fer<strong>na</strong>ndes, n.º<br />

60 - Ribeirão<br />

4760-706 Vila Nova Famalicão<br />

t. 252 372 462<br />

e. info@ecoiberia.pt<br />

w. www.ecoiberia.pt/<br />

ECOMETAIS - Sociedade de Tratamento<br />

e Reciclagem, SA<br />

Avenida da Siderurgia Nacio<strong>na</strong>l, 1<br />

Edifício Sn<br />

2840-075 Aldeia de Paio Pires<br />

t. 212 275 500<br />

e. ecometais@ecometais.com<br />

w. www.valorcar.pt<br />

Ecosativa - Consultoria Ambiental,<br />

Lda<br />

Urbanização Pinhal do Moinho, Lote<br />

11 - 1º F<br />

7645-294 Vila Nova de Milfontes<br />

t. 283 959 906<br />

e. info@ecosativa.pt<br />

w. www.ecosativa.pt<br />

QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ <strong>2023</strong>


\\ DIRETÓRIO \\<br />

73<br />

INVESTIMENTO HOJE<br />

PARA UM FUTURO + VERDE<br />

A REN - Redes Energ<strong>é</strong>ticas Nacio<strong>na</strong>is,<br />

enquanto empresa responsável<br />

pelo fornecimento ininterrupto<br />

de eletricidade e gás <strong>na</strong>tural a<br />

Portugal Continental, assumiu a<br />

sustentabilidade como o eixo principal<br />

da sua atuação. A empresa<br />

apostou <strong>na</strong> transição para uma<br />

energia verde, sempre sem pôr em<br />

causa a solidez fi<strong>na</strong>nceira e o desempenho<br />

operacio<strong>na</strong>l de excelência<br />

que a têm caracterizado. Para<br />

o efeito tem dado especial atenção<br />

não só à descarbonização das infraestruturas<br />

de gás e eletricidade,<br />

mas tamb<strong>é</strong>m à proteção ambiental,<br />

seja atrav<strong>é</strong>s da concretização<br />

de políticas de defesa da biodiversidade,<br />

de defesa da floresta e da<br />

sua reflorestação, de educação ambiental<br />

ou, mais simplesmente, de<br />

ÁREAS DE ATUAÇÃO<br />

eletrificação da frota automóvel.<br />

Ciente do impacto a longo prazo<br />

destas iniciativas, estipulou como<br />

meta reduzir as suas emissões em<br />

50% at<strong>é</strong> 2030 (em comparação<br />

com 2019), conseguindo atingir a<br />

neutralidade carbónica em 2040,<br />

dez anos antes do definido pela<br />

União Europeia.<br />

/ Transporte de eletricidade em muito alta tensão e gestão t<strong>é</strong>cnica global do Sistema<br />

El<strong>é</strong>trico Nacio<strong>na</strong>l;<br />

/ Transporte de gás <strong>na</strong>tural em alta pressão e gestão t<strong>é</strong>cnica global do Sistema Nacio<strong>na</strong>l<br />

de Gás Natural, garantindo a receção, armaze<strong>na</strong>mento e regaseificação de<br />

GNL, e o armaze<strong>na</strong>mento subterrâneo de gás <strong>na</strong>tural.<br />

BOARD<br />

Rodrigo Costa Presidente da Comissão Executiva // João Faria Conceição<br />

Administrador Executivo // Gonçalo Morais Soares Administrador Executivo<br />

CONTACTOS<br />

Av. dos Estados Unidos da Am<strong>é</strong>rica, 55 - 1749-061 Lisboa, Portugal<br />

+351 210 013 500<br />

www.ren.pt<br />

E-CYCLE<br />

Associação de Produtores de EEE<br />

Rua dos Plátanos, 197, Ed. AIMMAP<br />

4100-414 Porto<br />

t. 934 750 131<br />

e. geral@e-cycle.pt<br />

w. www.e-cycle.pt<br />

Edia - Empresa de Desenvolvimento<br />

e Infra-Estruturas do Alqueva S.A<br />

Rua Zeca Afonso, Nº 2, 7800-522 Beja<br />

t. 266 569 257<br />

e. edia@edia.pt<br />

w. www.edia.pt<br />

EDP<br />

Gestão da Produção da Energia, S.A<br />

Av. 24 de Julho, 12<br />

1249-800 Lisboa<br />

t. 210 012 500<br />

e. edpproducao@edp.pt<br />

w. www.edp.com<br />

Efacec Engenharia e Sistemas, S.A<br />

Parque Empresarial Arroteia Poente<br />

4466-952 S. Mamede de Infesta ·<br />

t. 229 562 300<br />

e. sgps@efacec.pt<br />

w. www.efacec.pt<br />

EGEO Tecnologia e Ambiente SA<br />

R. 25 de Abril 1, Qnt. da Francelha de<br />

Baixo<br />

2685-368 Prior Velho<br />

t. 211 556 000<br />

e. geral@egeo.pt<br />

w. www.egeo.pt<br />

Electrão<br />

Associação de Gestão de Resíduos<br />

Restelo Business Center, Bloco 5 - 4A<br />

Av. Ilha da Madeira, 35<br />

1400-203 Lisboa<br />

t. 214 169 020<br />

e. geral@electrao.pt<br />

w. www.electrao.pt<br />

Empresa Municipal de Ambiente<br />

do Porto, E.M., SA<br />

Rua de S. Dinis, 249<br />

4250-434 Porto<br />

t. 228 348 770<br />

e. geral@portoambiente.pt<br />

w. www.portoambiente.pt<br />

Endesa Energia S.A.<br />

Qnt. da Fonte, Ed. D. Manuel I, Piso 0,<br />

Ala B<br />

2770-203 Paço de Arcos<br />

t. 800 10 10 33<br />

e. geral@endesa.pt<br />

w. www.endesa.pt<br />

Enhidrica, Consultores de Engenharia<br />

Ambiental, Lda<br />

Rua Dr. Carlos Pires Felgueiras, 98<br />

- 3º E<br />

4470-157 Maia<br />

t. 229 414 445<br />

e. enhidrica@enhidrica.com<br />

w. www.enhidrica.com<br />

ERP Portugal<br />

Associação Gestora de Resíduos<br />

Rua D. Dinis Bordalo Pinheiro, 467 B<br />

2645-539 Alcabideche<br />

t. 219 119 630<br />

e. info@erp-portugal.pt<br />

w. www.erp-recycling.pt<br />

Eurest (Portugal)<br />

Av. da Quinta Grande, Ed. Prime 53, 6 º<br />

2610-156 Amadora<br />

t. 217 913 600<br />

e. geral@eurest.pt<br />

w. www.eurest.pt<br />

Euro Separadora Environment<br />

and Recycling S.A.<br />

Rua das Fontainhas, 48<br />

4730-020 Braga<br />

t. 253 380 020<br />

e. geral@euroseparadora.pt<br />

w. www.euroseparadora.pt<br />

Euronext Lisbon - Sociedade<br />

Gestora De Mercados<br />

Regulamentados, S.A.<br />

Av. da Liberdade, n.º 196 - 7º<br />

1250-147 Lisboa<br />

t. 210 600 600<br />

e. geral@euronext.pt<br />

w. www.euronext.com<br />

Evertis Ib<strong>é</strong>rica, SA<br />

Quinta S. Vicente EN 246<br />

7300-436 Portalegre<br />

t. 245 339 200<br />

e. evertis@evertis.com<br />

w. www.evertis.com/pt<br />

Ernst & Young S.A<br />

Av Republica 90-3<br />

1649-024 Lisboa<br />

t. 217 957 590<br />

e. info@ey.com<br />

w. www.ey.com<br />

Fapil - Indústria, SA<br />

R. Alto do Matoutinho, n.º 5<br />

Apartado 8<br />

2669-909 Malveira<br />

t. 219 828 008<br />

e. geral@fapil.pt<br />

w. www.fapil.pt<br />

QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ <strong>2023</strong>


74 \\ DIRETÓRIO \\<br />

A SUSTENTABILIDADE É UM PILAR<br />

CENTRAL NA MISSÃO E ATIVIDADE<br />

DA SOCIEDADE PONTO VERDE<br />

ASociedade Ponto Verde (SPV)<br />

tem como missão contribuir<br />

para a promoção da Economia<br />

Circular atrav<strong>é</strong>s do Sistema Integrado<br />

de Gestão de Resíduos de<br />

Embalagens (SIGRE) assente num<br />

forte compromisso com a Inovação<br />

e I&D, a Literacia Ambiental e a<br />

Cidadania Ativa. A SPV desempenha<br />

um papel importante <strong>na</strong><br />

sensibilização da população para<br />

a importância da reciclagem e da<br />

adoção de práticas mais sustentáveis,<br />

atrav<strong>é</strong>s de campanhas de<br />

informação e educação ambiental,<br />

incentivando a separação correta<br />

dos resíduos utilizados. Somos<br />

uma empresa privada, Sociedade<br />

anónima, que não distribui lucros<br />

aos seus acionistas, com a responsabilidade<br />

pelo encaminhamento<br />

para reciclagem e valorização dos<br />

resíduos de embalagens que resultam<br />

do grande consumo, apoiando<br />

a conceção de embalagens cada vez<br />

FICHA TÉCNICA<br />

mais circulares e propondo novas<br />

formas de melhorar os seus processos<br />

de recolha, separação e tratamento.<br />

A SPV <strong>é</strong> líder de mercado<br />

e serve atualmente 8200 clientes<br />

entre micro, peque<strong>na</strong>s, m<strong>é</strong>dias e<br />

grandes empresas.<br />

António Nogueira Leite – Presidente do Conselho de Administração da SPV<br />

A<strong>na</strong> Trigo Morais – CEO/Administradora Delegada da SPV<br />

CONTACTOS<br />

Rua João Chagas, 53, 1ºDTO, 1495-764 Cruz Quebrada<br />

+351 210 102 400<br />

www.pontoverde.pt // www.pontoverdelab.pt<br />

FEUP - Faculdade de Engenharia da<br />

Universidade do Porto<br />

Rua Dr. Roberto Frias<br />

4200-465 PORTO<br />

t. 225 081 411<br />

e. incoming@fe.up.pt<br />

w. www.fe.up.pt<br />

Finerge, S.A<br />

Avenida D. Afonso Henriques, 1345<br />

4450-017 Matosinhos<br />

t. 226 080 180<br />

e. info.geral@finerge.pt<br />

w. www.finerge.pt<br />

FLEXDEAL SIMFE S.A<br />

Rua Dr. Francisco Torres N.78<br />

4750-160 Barcelos<br />

t. 707 913 780<br />

e. INFO@FLEXDEAL.PT<br />

w. www.flexdeal.pt<br />

FREETILIZER, Com<strong>é</strong>rcio de<br />

Equipamentos e Serviços<br />

Integrados, Lda.<br />

Rua do Rio Novo, n.º 450<br />

4495-145 Póvoa de Varzim<br />

t. 252 240 490<br />

e. geral@pipemasters.pt<br />

w. www.pipemasters.pt<br />

Fujitsu Technology Solutions, Lda<br />

Avª. Col<strong>é</strong>gio Militar,<br />

Nº 37-F, 3º Piso<br />

1500-564 Lisboa<br />

t. 217 244 444<br />

e. info@fujitsu.com<br />

w. www.fujitsu.com/pt/<br />

Gestamp Aveiro, SA<br />

Zo<strong>na</strong> Industrial<br />

3701-905 Nogueira do Cravo<br />

t. 256 861 100<br />

e. gestampaveiro@gestamp.com<br />

w. gestamp.com<br />

Gintegral - Gestão Ambiental, SA<br />

Rua Avelino Barros, 282<br />

4490-479 Póvoa de Varzim<br />

t. 252 688 444<br />

e. geral.gintegral@gintegral.pt<br />

w. www.gintegral.pt<br />

<strong>Green</strong>volt - Energias Renováveis,<br />

S.A<br />

Rua Manuel Pinto de Azevedo,<br />

Nº 818<br />

4100-320 Porto<br />

t. 228 346 502<br />

e. sede@greenvolt.pt<br />

w. www.greenvolt.pt<br />

Grosvenor House Of Investments,<br />

Scr, S.A<br />

Avenida da Liberdade, 129-B, Sala 7<br />

1250-140 Lisboa<br />

t. 213 261 598<br />

e. customerenquiries@grosvenor.com<br />

w. www.grovesnor.com<br />

Hovione Farmaciência S.A<br />

Quinta São Pedro - Sete Casas<br />

2674-506 Loures<br />

t. 219 829 000<br />

e. hello@hovione.com<br />

w. www.hovione.com<br />

Hychem, Química Sustentável, S.A<br />

Rua Engenheiro Cl<strong>é</strong>ment Dumoulin<br />

2625-106 Póvoa de Santa Iria<br />

t. 219 534 000<br />

e. geral@hychem.com<br />

w. www.hychem.pt<br />

Indaver Portugal, SA<br />

Rua Central Park, Edifício 2<br />

4º andar C<br />

2795-242 Linda-a-Velha<br />

t. 219 405 039<br />

e. info@indaver.pt<br />

w. www.indaver.pt<br />

Inspire IT - Invisiblepixel, Lda.<br />

Avenida do Cristo Rei, 7 - 7º Esq.<br />

2800-055 Almada<br />

t. 917 087 589<br />

e. info@inspireit.pt<br />

w. www.inspireit.pt<br />

Interecycling, Sociedade de Reciclagem,<br />

SA<br />

Zo<strong>na</strong> Industrial do Lajedo, Apartado<br />

8<br />

3465-157 Santiago de Besteiros<br />

t. 232 857 040<br />

e. info@interecycling.com<br />

w. www.interecycling.com<br />

ISQ<br />

Instituto de Soldadura e Qualidade<br />

Av. Prof. Cavaco Silva,<br />

33 Taguspark<br />

2740-120 Porto Salvo<br />

t. 214 228 100<br />

e. info@isq.pt<br />

w. www.isq.pt<br />

Jerónimo Martins, SGPS, SA<br />

Rua Actor António Silva, 7<br />

1649-033 Lisboa<br />

t. 217 532 000<br />

e. provedoria@jeronimo-martins.pt<br />

w. www.jeronimomartins.com<br />

QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ <strong>2023</strong>


\\ DIRETÓRIO \\<br />

75<br />

O FUTURO DA ENERGIA<br />

O Grupo TrustEnergy aposta <strong>na</strong><br />

sustentabilidade, não só ambiental,<br />

mas tamb<strong>é</strong>m social, focando-se<br />

em produzir eletricidade<br />

de forma segura e eficiente, mas<br />

tamb<strong>é</strong>m com preço competitivo.<br />

Com forte presença em Portugal,<br />

baseia a sua atividade <strong>na</strong> produção<br />

de eletricidade atrav<strong>é</strong>s da<br />

exploração de um portfólio diversificado<br />

de fontes de energia,<br />

possuindo ativos com fiabilidade<br />

e desempenho comprovados.<br />

Com uma capacidade instalada<br />

total de cerca de 2 400 MW, o<br />

Grupo TrustEnergy <strong>é</strong> o segundo<br />

maior player no sector el<strong>é</strong>trico<br />

<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l e uma referência no<br />

segmento eólico. A TrustEnergy<br />

encara o desafio de enfrentar as<br />

atuais necessidades crescentes<br />

de energia com a responsabilidade<br />

ambiental, garantindo a satisfação<br />

da procura de eletricidade,<br />

de uma forma segura, promovendo<br />

o consumo eficaz dos recursos<br />

e o combate às alterações<br />

climáticas.<br />

Saúde, Segurança, Ambiente e<br />

Respeito pela comunidade são<br />

valores-chave para a TrustEnergy.<br />

Estes valores são fundamentais<br />

para a definição de políticas<br />

e princípios do grupo.<br />

As políticas e os princípios da<br />

TrustEnergy são aplicados em<br />

todas as empresas do grupo,<br />

em estrita conformidade com<br />

as normas <strong>é</strong>ticas que definem o<br />

quadro de referência aplicável a<br />

todos os funcionários do grupo.<br />

A TrustEnergy está consciente<br />

da sua responsabilidade <strong>na</strong> gestão<br />

do impacto de suas atividades<br />

<strong>na</strong> sociedade em que se insere.<br />

Acreditando que esta visão<br />

contribui para o sólido desempenho<br />

do nosso negócio.<br />

BOARD<br />

/ Jos<strong>é</strong> Grácio<br />

/ Pierre Guiollot<br />

/ Neil Anderson<br />

/ Ryota Kobayashi<br />

/ Tomoki Nishino<br />

/ Kazuma Fukumoto<br />

ÁREAS DE ATUAÇÃO<br />

/ Produção de energia el<strong>é</strong>trica<br />

CONTACTOS<br />

Quinta da Fonte<br />

Edifício D. Maria I, Piso 2, Ala B<br />

2770-229 Paço d’Arcos - Portugal<br />

+351 214 403 200<br />

geral@trustenergy.pt<br />

www.trustenergy.pt<br />

Kpmg & Associados - Sociedade<br />

de Revisores Oficiais de Contas S.A<br />

Av. Fontes Pereira de Melo, Nº 41, 15º<br />

1069-006 Lisboa<br />

t. 210 110 000<br />

e. info@home.kpmg<br />

w. home.kpmg<br />

Lactogal - Produtos Alimentares S.A<br />

R. do Campo Alegre, Nº 830, 4º A 7º<br />

4150-171 Porto<br />

t. 226 070 000<br />

e. geral@lactogal.pt<br />

w. www.lactogal.pt<br />

Lidl & Companhia<br />

Rua P<strong>é</strong> de Mouro, n.º 18 - Linhó<br />

2714-510 Sintra<br />

t. 219 102 254<br />

e. sustentabilidade@lidl.pt<br />

w. www.lidl.pt<br />

LIPOR – Serviço Intermunicipalizado<br />

de Gestão de Resíduos do Grande<br />

Porto<br />

Rua da More<strong>na</strong>, 805<br />

4435-746 Baguim do Monte<br />

t. 229 770 100<br />

e. info@lipor.pt<br />

w. www.lipor.pt<br />

Maiambiente, EM<br />

Rua 5 de Outubro, 359<br />

4475-302 Milheirós<br />

t. 800 202 639<br />

e. geral@maiambiente.pt<br />

w. www.maiambiente.pt<br />

Manpowergroup Portugal<br />

SGPS, S.A<br />

Rua Tomás da Fonseca, Torre G,<br />

Piso 15<br />

1600-209 Lisboa<br />

t. 300 032 623<br />

e. info@manpowergroup.pt<br />

w. www.manpowergroup.pt<br />

Megasa, Com<strong>é</strong>rcio de Prod. Siderúrgicos<br />

Lda<br />

Estrada Nacio<strong>na</strong>l 10-2<br />

2840-075 Aldeia de Paio Pires<br />

t. 212 278 500<br />

e. info@megasa.com<br />

w. www.megasa.com<br />

Mercado<strong>na</strong><br />

Irmãdo<strong>na</strong> Supermercados, Lda.<br />

Avenida Padre Jorge Duarte, n.º 123<br />

4430-946 Vila Nova de Gaia<br />

t. 221 201 000<br />

e. sugestoes@mercado<strong>na</strong>.com<br />

w. www.mercado<strong>na</strong>.pt<br />

Metropolitano de Lisboa, E.P.E<br />

Avenida Fontes Pereia de Melo, 28<br />

1050-122 Lisboa<br />

t. 213 500 115<br />

e. atendimento@metrolisboa.pt<br />

w. www.metrolisboa.pt<br />

Millenium BCP<br />

Avenida Jos<strong>é</strong> Malhoa, N 27<br />

1070-157 Lisboa<br />

t. 918 272 424<br />

e. info@millenniumbcp.pt<br />

w. www.millenniumbcp.pt<br />

Mota<br />

Engil, Engenharia e Construção S.A<br />

Casa da Calçada/L do Paço 6<br />

4600-032 Amarante<br />

t. 225 190 300<br />

e. geral@mota-engil.pt<br />

w. www.mota-engil.pt<br />

Neutroplast, Indústria<br />

de Embalagens, SA<br />

Z. Industrial, Casal da Espinheira,<br />

Lt. 10<br />

2590-057 Sobral Monte Agraço<br />

t. 261 940 100<br />

e. neutroplast@neutroplast.com<br />

w. www.neutroplast.com<br />

Nextbitteam<br />

Business Technologies, SA<br />

Rua Tierno Galvan<br />

Torre 3, 7º Piso<br />

1070-074 Lisboa<br />

t. 211 347 042<br />

e. info@nextbitt.com<br />

w. www.nextbitt.com<br />

Nhood Portugal<br />

R. Artilharia 1, nº 51,<br />

Páteo Bagatela Ed. 3<br />

1250-038 Lisboa<br />

t. 210 537 815<br />

e. news@nhood.pt<br />

w. www.nhood.pt<br />

Nos Comunicações, S.A<br />

Rua Actor António Silva, Nº 9<br />

1600-404, Lisboa<br />

t. 217 824 700<br />

e. geral@nos.pt<br />

w. www.nos.pt<br />

Novo Banco, S.A<br />

Avenida da Liberdade, Nº 195<br />

1250-142 Lisboa<br />

t. 213 501 000<br />

e. info@novobanco.pt<br />

w. www.novobanco.pt<br />

QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ <strong>2023</strong>


76 \\ DIRETÓRIO \\<br />

Fundada em 2009, a ESGRA – Associação<br />

para a Gestão de Resíduos defende o exercício<br />

da atividade de gestão de resíduos<br />

urbanos alinhado com um modelo de desenvolvimento<br />

estrat<strong>é</strong>gico, sustentável e<br />

baseado <strong>na</strong> economia circular. Temos como<br />

missão a promoção dos interesses dos nossos<br />

associados bem como a investigação e<br />

valorização de recursos que promovam o<br />

País como território de desenvolvimento<br />

económico e ambientalmente sustentável.<br />

BOARD<br />

Paulo Praça<br />

Presidente da Direção<br />

Cátia Borges<br />

Vice-presidente da Direção<br />

ÁREAS DE ATUAÇÃO<br />

/ Gestão de resíduos<br />

urbanos<br />

CONTACTOS<br />

Rua Rodrigues Sampaio,<br />

nº 19, 5º A<br />

1150-278 Lisboa<br />

T. +351 214 240 221<br />

E. geral@esgra.pt<br />

W. www.esgra.pt<br />

Carlos de Andrade Botelho<br />

Vice-presidente da Direção<br />

Carla Velez<br />

Secretária Geral<br />

UM FORTE ALIADO RUMO<br />

À DESCARBONIZAÇÃO<br />

A Daikin <strong>é</strong> o único fabricante envolvido<br />

em todas as vertentes do fabrico,<br />

vendas e assistência de uma<br />

vasta gama de soluções de AVAC&R.<br />

Com um portefólio completo de produtos<br />

e soluções, a Daikin responde<br />

às necessidades dos clientes sem<br />

esquecer o seu compromisso de desenvolver<br />

sistemas de aquecimento<br />

mais eficientes e sustentáveis com<br />

recurso a energias renováveis.<br />

Presença global 145 países<br />

Em Portugal desde novembro de 2004<br />

Colaboradores 110<br />

CONTACTOS<br />

ÁREAS DE ATUAÇÃO<br />

/ Fornecedor de soluções AVAC&R:<br />

aquecimento, ventilação, ar condicio<strong>na</strong>do,<br />

refrigeração e sistemas<br />

hidrónicos (chillers e ventiloconvectores)<br />

/ Prestador de Serviços: Aluguer de<br />

chillers, Sistemas de Gestão e Controlo,<br />

Manutenção & Assistência<br />

BOARD<br />

Yvonne Brierley<br />

Ma<strong>na</strong>ging Director Daikin Portugal<br />

Sede Lisboa - Morada Edifício D. Maria I, Piso 0, Ala A/B - Quinta da Fonte<br />

2770-229 Paço de Arcos<br />

T. +351 214 268 700<br />

Delegação Norte - Morada Rua B – Zo<strong>na</strong> Industrial da Varziela, Lote 50 e 51<br />

Árvore | 4480-620 Vila do Conde<br />

T. +351 214 268 790 E. info@daikin.pt // W. www.daikin.pt<br />

Novo Verde, Sociedade Gestora<br />

de Resíduos de Embalagem, SA<br />

Rua São Sebastião, n.º 16<br />

Cabra Figa, 2635-448 Rio de Mouro<br />

t. 219 119 630<br />

e. info@novoverde.pt<br />

w. www.novoverde.pt<br />

Ntt Data Portugal, S.A<br />

Edificio Atrium Saldanha,<br />

N.º 1, 10.º E/F, 1050-094 Lisboa<br />

t. 213 301 020<br />

e. info@nttdata.com<br />

w. www.nttdata.com<br />

OVO Solutions, Soluções<br />

Ambientais SA<br />

Estrada dos Espanhóis<br />

S/N, CCI 7515, Venda do Alcaide<br />

2955-250 Pinhal Novo<br />

t. 212 328 760<br />

e. geral@ovosolutions.com<br />

w. www.ovosolutions.com<br />

PLMJ Advogados SP, RL<br />

Av. Fontes Pereira de Melo, 43<br />

1050-119 Lisboa<br />

t. 213 197 300<br />

e. plmjlaw@plmj.pt<br />

w. www.plmj.com/pt/<br />

Prio Energy, S.A<br />

Termi<strong>na</strong>l de Gra<strong>na</strong>is Líquidos,<br />

Lote B, Porto de Aveiro<br />

3834-908 Ílhavo<br />

t. 234 393 090<br />

e. info@prioenergy.com<br />

w. www.prioenergy.com<br />

Pwc<br />

Palácio SottoMayor,<br />

R. Sousa Martins, 1-3º, 1069-316 Lisboa<br />

t. 213 599 000<br />

e. www.pwc.pt<br />

w. www.pwc.pt<br />

R3Natura, Lda.<br />

Rua do Monte, Centro de Neg.<br />

de Oleiros, 4730-325 Vila Verde<br />

t. 253 320 110<br />

e. info@r3<strong>na</strong>tura.pt<br />

w. www.r3<strong>na</strong>tura.pt<br />

Rduz - Gestão Global de<br />

Resíduos, S.A<br />

Zo<strong>na</strong> Industrial Argvai Lotes 4, 5, 6<br />

e 22, 4490-232 Póvoa de Varzim<br />

t. 252 622 495<br />

e. geral@rduz.pt<br />

w. www.rduz.pt<br />

Recivalongo - Gestão de<br />

Resíduos, Lda<br />

Vale da Cobra, S/N Apartado 54<br />

4440-339 Valongo<br />

t. 224 154 663<br />

e. recivalongo@recivalongo.pt<br />

w. www.recivalongo.pt<br />

Recypolym, Lda.<br />

Z.I.M. Adiça, 3460-070 Tondela<br />

t. 232 816 007<br />

e. info@recypolym.com<br />

w. www.recypolym.com<br />

Repsol Portuguesa, Lda<br />

Avenida Jos<strong>é</strong> Malhoa, Nº 16<br />

1099-091 Lisboa<br />

t. 213 119 000<br />

e. repsolmovept@repsol.com<br />

w. www.repsol.pt<br />

Residuos do Nordeste, Eim, S.A<br />

Rua Fundação Calouste<br />

Gulbenkian<br />

5370-340 Mirandela<br />

t. 278 201 570<br />

e. geral@residuosdonordeste.pt<br />

w. www.residuosdonordeste.pt<br />

Rovensa, S.A<br />

Alameda dos Oceanos, , lote 1.06.<br />

1.1 D, 3.º A, 1990-207 Lisboa<br />

t. 213 222 750<br />

e. info@rovensa.com<br />

w. www.rovensa.com<br />

Sacentro - Com<strong>é</strong>rcio de<br />

Têxteis, SA<br />

Estr. Octácio Pato, Nº 177,<br />

Ed. A, Arm. 3, 2785-723 Cascais<br />

t. 210 046 870<br />

e. customercare@sacoor.com<br />

w. www.sacoor.com<br />

Saica Natur Portugal Lda.<br />

Rua da Bracieira, n.º 31 -<br />

Parque Industrial do Batel<br />

2890-161 Alcochete<br />

t. 212 348 800<br />

e. web.<strong>na</strong>tur@saica.com<br />

w. www.saica.com<br />

Saint - Gobain Portugal, S.A<br />

Rua da Carreira Branca, Zo<strong>na</strong> Industrial<br />

de Taboeira, 3800-055 Aveiro<br />

t. 234 101 010<br />

e. info.portugal@saint-gobain.com<br />

w. www.saint-gobain.pt<br />

QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ <strong>2023</strong>


\\ DIRETÓRIO \\<br />

77<br />

OPTIMIZE AS AÇÕES DE MARKETING<br />

COM O APOIO DA INCENTIVE BOOST<br />

A Incentive Boost tem como missão<br />

transformar, di<strong>na</strong>mizar e apoiar a<br />

atividade comercial das Empresas,<br />

conduzindo as suas estrat<strong>é</strong>gias para<br />

obtenção de resultados. Apresenta<br />

ainda ao mercado das PME um cartão<br />

de incentivos, que visa dar resposta<br />

aos seus programas de fidelidade.<br />

Esta solução “flexível, sustentável e<br />

conveniente” promete resolver o problema<br />

da “falta de budget” para estas<br />

iniciativas.<br />

CONTACTOS<br />

T. +351 933 326 534<br />

BOARD<br />

Glenda Alves<br />

CEO &Founder<br />

ÁREAS DE ATUAÇÃO<br />

/ Outsourcing de Gestão<br />

Integrada de Marketing<br />

/ Produtos de incentivos<br />

E. geral@incentive-boost.com // W. www.incentive-boost.com/servicosmarketing<br />

ECOPRODUTOS PARA A INDÚSTRIA<br />

Somos uma PME fundada em 2010 tendo como principal objetivo a<br />

fabricação de produtos em plástico atrav<strong>é</strong>s de processos de injeção<br />

para diversas indústrias. Dispomos de Certificação ISO 9001:2015<br />

e Certificação ISO 14001:2015. Temos máqui<strong>na</strong>s de injeção com<br />

consumos reduzidos que permitem alta eficiência energ<strong>é</strong>tica.<br />

Lançámos a marca <strong>Green</strong>magnus com produtos reciclados para ter uma<br />

casa eco-friendly, cuidar do meio ambiente e adotar comportamentos<br />

sustentáveis, preservando o Planeta Terra.<br />

ÁREAS DE ATUAÇÃO<br />

Serviços de Injeção de Plástico // Moldação por Injeção // Integração<br />

de Tecnologia IML // Desenvolvimento e Fabrico de Produtos Sustentáveis<br />

BOARD<br />

Bruno Melo - CEO // Rosa Melo - CEO<br />

CONTACTOS<br />

Arruamento E, Nº 16, Zo<strong>na</strong> Industrial de Vilarinho do Bairro, 3780-610 Vilarinho do Bairro<br />

T. +351 231 247 660<br />

E. geral@magnusberry.pt / info@greenmagnus.pt<br />

W. www.magnusberry.pt / www.greenmagnus.pt<br />

Sair da Casca<br />

Praça Marquês de Pombal, nº14<br />

1250-162 Lisboa<br />

t. 213 558 296<br />

e. sdc@sairdacasca.com<br />

w. www.sairdacasca.com<br />

Santander Totta, S.A<br />

Rua Áurea, Nº 88,<br />

1100-063 Lisboa<br />

t. 217 807 364<br />

e. netbancoparticulares@santander.pt<br />

w. www.santander.pt<br />

Savan<strong>na</strong>h<br />

Rua Jos<strong>é</strong> Eigenmann, 90 Nogueira<br />

4715 – 199 Braga<br />

t. 253 614 878<br />

e. joa<strong>na</strong>.prazeres@savan<strong>na</strong>hresources.pt<br />

w. mi<strong>na</strong>dobarroso.com<br />

Savills Portugal<br />

Mediação Imobiliária, Lda<br />

Avenida Miguel Bombarda, 4<br />

7º Piso<br />

1000-208 Lisboa<br />

t. 213 139 000<br />

e. info@savills.pt<br />

w. www.savills.pt<br />

SAVINOR<br />

Sociedade Avícola do Norte, SA<br />

Rua Cancela Vermelha, 450<br />

4785-011 Trofa<br />

t. 229 865 250<br />

e. avinor.uts@sojadeportugal.pt<br />

w. www.savinoruts.pt<br />

Schneider Electric<br />

Av. do Forte nº 3 Edifício Su<strong>é</strong>cia III Piso<br />

3, 2794-038 Car<strong>na</strong>xide<br />

t. 217 507 300<br />

e. info@se.com<br />

w. www.se.com/pt/pt/<br />

Schr<strong>é</strong>der Ilumi<strong>na</strong>ção S.A<br />

Rua da Fraternidade Operária 3 A<br />

2794-089 Car<strong>na</strong>xide<br />

t. 214 242 600<br />

e. comunicacao@schreder.pt<br />

w. pt.schreder.com<br />

SGS ICS Serviços Inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is de<br />

Certificação, Lda.<br />

Rua Cesi<strong>na</strong> Adães Bermudes, Lote 11,<br />

N.º 1, 1600-604 Lisboa<br />

t. 217 104 200<br />

e. pt.info@sgs.com<br />

w. www.sgs.pt<br />

Siemens S.A<br />

R Irmãos Siemens Nº 1-1 A Venteira<br />

2720-093 Amadora<br />

t. 214 178 000<br />

e. internetrequest.pt@siemens.com<br />

w. www.siemens.com<br />

Signinum, Gestão de Património<br />

Cultural Lda<br />

R. do Lagar nº32, 4845-024 Rio Caldo<br />

t. 253 944 044<br />

e. signinum@signinum.pt<br />

w. www.signinum.pt<br />

Silvex Indústria de Plásticos e Pap<strong>é</strong>is, SA<br />

Quinta da Brasileira lote 10<br />

2130-999 Be<strong>na</strong>vente<br />

t. 263 519 180<br />

e. comercial@silvex.pt<br />

w. www.silvex.pt<br />

Sirplaste- Sociedade Industrial de<br />

Recuperados<br />

de Plástico, SA<br />

Urb. Industrial da Santeira, LT 76, n.º<br />

16 - Santeira, 2480-410 Porto de Mós<br />

t. 244 870 073<br />

e. sirplaste@sirplaste.pt<br />

w. www.sirplaste.pt<br />

Sogrape Vinhos, S.A<br />

Rua 5 de Outubro, 4527<br />

4430-809 Avintes<br />

t. 227 850 300<br />

e. sogrape@sogrape.com<br />

w. sogrape.com<br />

Soja de Portugal, SGPS, SA.<br />

EN 109 - Lugar da Pardala<br />

3880-728 São João OVR<br />

t. 256 581 100<br />

e. geral@sojadeportugal.pt<br />

w. www.sojadeportugal.pt<br />

Somincor - Sociedade Mineira de<br />

Neves-Corvo, S.A<br />

Santa Bárbara de Padrões,<br />

Apartado 12, 7780-409 Castro Verde<br />

t. 286 689 000<br />

e. geral.somincor@lundinmining.com<br />

w. somincor.com.pt<br />

SOPINAL - Indústria de Equipamentos<br />

e Contentores, S.A.<br />

Rua do Vale da Relva, 188, Relva, Vila<br />

Chã, 3730-657 Vale de Cambra<br />

t. 256 410 770<br />

e. sopi<strong>na</strong>l@sopi<strong>na</strong>l.pt<br />

w. www.sopi<strong>na</strong>l.pt<br />

QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ <strong>2023</strong>


\\ DIRETÓRIO \\<br />

RUMO A UM FUTURO<br />

SUSTENTÁVEL<br />

O Grupo Veolia ambicio<strong>na</strong> tor<strong>na</strong>r-se<br />

a empresa de referência<br />

da transformação ecológica. Presente<br />

nos cinco continentes com<br />

cerca de 220.000 colaboradores,<br />

a Veolia desenvolve e implementa<br />

localmente soluções para combater<br />

a poluição e a escassez de recursos<br />

essenciais e para descarbonizar<br />

modos de vida e de produção<br />

e adaptá-los às consequências<br />

das alterações climáticas.<br />

BOARD<br />

Jos<strong>é</strong> Melo Bandeira CEO<br />

João Alfama CFO<br />

Teresa Beleza CHRO<br />

António Teixeira Duarte CLCO<br />

Sandra Silva COO Resíduos<br />

Fer<strong>na</strong>ndo Salvador Marques COO Água<br />

Jos<strong>é</strong> Costa Pereira COO Energia<br />

ÁREAS DE ATUAÇÃO<br />

/ Economia circular, descarbonização, eficiência energ<strong>é</strong>tica, reutilização de<br />

água, gestão global de resíduos, gestão de recursos, água, energia, resíduos<br />

CONTACTOS<br />

Estrada de Paço de Arcos, 42, 2770-129 Paço de Arcos, Portugal<br />

T. +351 214 404 700<br />

Stericycle Portugal Lda.<br />

Rua Fer<strong>na</strong>ndo Pessoa, n.º 8 C<br />

2560-241 Torres Vedras<br />

t. 261 320 300<br />

e. ambimed@ambimed.pt<br />

w. www.stericycleportugal.pt<br />

Super Bock Bebidas, S.A.<br />

Via Norte Leça do Balio, Apartado 1044<br />

4465-955 S. Mamede de Infesta<br />

t. 229 052 100<br />

e. apoio.clientes@superbockgroup.com<br />

w. www.superbock.pt<br />

Tabaqueira<br />

Empresa Industrial de Tabacos, S.A<br />

Avª Alfredo da Silva, Nº 35<br />

2639-002 Rio de Mouro<br />

t. 219 157 700<br />

e. tabaqueira@tabaqueira.pt<br />

w. www.tabaqueira.pt<br />

Tecnoplano<br />

Tecnologia e Planeamento S.A<br />

Av. João Crisóstomo, Nº 54 B<br />

1050-128 Lisboa<br />

t. 21 358 1960<br />

e. geral@tecnoplano.pt<br />

w. www.tecnoplano.pt<br />

E. geral.portugal@veolia.com // W. www.veolia.pt<br />

The Navigator Company, S.A<br />

Av. Fontes Pereira de Melo, 27<br />

1050-117 Lisboa<br />

t. 219 017 300<br />

e. info@the<strong>na</strong>vigatorcompany.com<br />

w. www.the<strong>na</strong>vigatorcompany.com<br />

Tratolixo, Tratamento de Resíduos<br />

Sólidos, EIM, SA<br />

Ecoparque da Trajouce, Estr. 5 de Junho,<br />

nº 1, 2785-155 S. Domingos de Ra<strong>na</strong><br />

t. 214 459 500<br />

e. residuos@tratolixo.pt<br />

w. www.tratolixo.pt<br />

Trivalor, Sociedade Gestora de<br />

Participações Sociais, S.A.<br />

Av. Infante Santo, 21 A<br />

1350-177 Lisboa<br />

t. 210 420 083<br />

e. trivalor@trivalor.pt<br />

w. www.trivalor.pt<br />

Universidade Católica Portuguesa<br />

Rua Diogo de Botelho, 1327<br />

4169-005 Porto<br />

t. 226 196 200<br />

e. comunicacao@porto.ucp.pt<br />

w. www.porto.ucp.pt<br />

Universidade de Aveiro<br />

Campus Universitário de Santiago<br />

3810-193 Aveiro<br />

t. 234 370 200<br />

e. geral@ua.pt<br />

w. www.ua.pt<br />

Universidade de Coimbra<br />

Reitoria da Univ. de Coimbra, Paço<br />

das Escolas, 3004-531 Coimbra<br />

t. 234 370 200<br />

e. gbreitor@uc.pt<br />

w. www.uc.pt<br />

Universidade de Trás-os-Montes<br />

e Alto Douro<br />

Quinta de Prados, 5000-801 Vila Real<br />

t. 259 350 000<br />

e. reitor@utad.pt<br />

w. www.utad.pt<br />

Universidade do Minho<br />

Largo do Paço, 4704-553 Braga<br />

t. 253 601 106<br />

e. sec.reitor@reitoria.uminho.pt<br />

w. www.uminho.pt<br />

Valorcar, Sociedade de Gestão<br />

de Veículos em Fim de Vida, Lda.<br />

Av. Torre de Bel<strong>é</strong>m, 29<br />

1400-342 Lisboa<br />

t. 213 011 766<br />

e. valorcar@valorcar.pt<br />

w. www.valorcar.pt<br />

Verallia Portugal, S.A.<br />

Rua da Vidreira, 68<br />

3090-641 Figueira da Foz<br />

t. 233 403 100<br />

e. info@verallia.com<br />

w. pt.verallia.com<br />

Vieira De Almeida e Associados,<br />

Sociedade de Advogados<br />

Rua D. Luís I, 28, 1200-151 Lisboa<br />

t. 213 113 400<br />

e. lisboa@vda.pt<br />

w. www.vda.pt<br />

Vinci Energies Portugal, S.A<br />

Edificio Atlantis, avenida D. João II,<br />

Nº 44 C, 5º Andar, 1990-095 Lisboa<br />

t. 214 258 000<br />

e. geral@vinci-energies.pt<br />

w. www.vinci-energies.pt<br />

Vitrus Ambiente EM SA<br />

Av. Cónego Gaspar Estaço n.º 606<br />

4810-266 Guimarães<br />

t. 253 424 740<br />

e. geral@vitrusambiente.pt<br />

w. www.vitrusambiente.pt<br />

Vodafone Portugal<br />

Comunicações Pessoais S.A<br />

Avenida Dom João II, Nº 36, 8º<br />

1998-017 Lisboa<br />

t. 911 691 300<br />

e. info@vodafone.pt<br />

w. www.vodafone.pt<br />

W2V, SA<br />

Rua das Alminhas, 900<br />

4810-608 Guimarães<br />

t. 253 092 334<br />

e. fcastro@w2v.pt<br />

w. w2v.pt<br />

Waste To Me Lda.<br />

Av. 25 Abril nº 61 C<br />

2840-400 Torre da Marinha<br />

t. 216 065 895<br />

e. geral@wastetome.com<br />

w. www.wastetome.com<br />

XZ Consultores SA<br />

Rua da Cruz, 3A, Loja J<br />

4705-406 Celeirós<br />

t. 253 257 007<br />

e. geral@xzconsultores.pt<br />

w. www.xzconsultores.pt<br />

Zor Thermal<br />

Advanced Products Portugal<br />

Rua Eng. Frederico Ulrich 3210<br />

Piso 2, Sala 214<br />

4470-605 Maia<br />

t. 229 538 567<br />

e. aa@zor-thermal.com<br />

w. zor-thermal.com<br />

Gostava de ver<br />

a sua empresa<br />

aqui listada?<br />

Envie-nos as suas<br />

informações para<br />

geral@greensavers.pt<br />

As informações deste diretório foram recolhidas pela <strong>Green</strong> <strong>Savers</strong> em junho de <strong>2023</strong>. Somos alheios a alterações que possam ter ocorrido, ou venham a ocorrer.<br />

A listagem <strong>é</strong> representativa das companhias a operar em Portugal com forte foco <strong>na</strong> sustentabilidade, mas não inclui a totalidade das empresas existentes.


QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE

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