Revista Boas Práticas 2022-2023
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BOAS <strong>Práticas</strong><br />
<strong>Revista</strong> do Rally Cocamar de Produtividade<br />
<strong>Revista</strong> do Rally Cocamar de Produtividade n Oitava edição n Safra <strong>2022</strong>/<strong>2023</strong><br />
TRAJETÓRIAS DE SUCESSO<br />
98 famílias visitadas no PR e SP
tratamento de sementes industrial<br />
O primeiro<br />
bionematicida<br />
da BASF em<br />
Tratamento<br />
de Sementes.<br />
Proteja o potencial produtivo das<br />
sementes com o poder biológico<br />
de Votivo ® Prime, mais uma<br />
Solução da BASF no Tratamento<br />
de Sementes Industrial.<br />
Além de formar uma barreira contra<br />
nematoides, Votivo ® Prime promove<br />
o desenvolvimento das raízes e da<br />
parte aérea das plantas, contribuindo<br />
para uma lavoura mais saudável<br />
e produtiva.<br />
Votivo ® Prime<br />
O PODER DO BIOLÓGICO<br />
CONTRA NEMATOIDES<br />
E A FAVOR DA<br />
PRODUTIVIDADE.<br />
Uso compatível<br />
e potencializado<br />
com Standak ® Top;<br />
Maior tolerância ao ataque de<br />
nematoides e estresses bióticos<br />
e abióticos;<br />
Efeitos múltiplos de promoção<br />
de crescimento;<br />
Melhor desenvolvimento<br />
inicial da cultura;<br />
Maiores produtividades<br />
mesmo em áreas de baixa<br />
expressão de nematoides.<br />
poder biológico<br />
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blogagro.basf.com.br<br />
@basf_agro_br<br />
BASF na Agricultura.<br />
Juntos pelo seu Legado.<br />
ATENÇÃO<br />
ESTE PRODUTO É PERIGOSO À SAÚDE HUMANA, ANIMAL E AO MEIO AMBIENTE. USO AGRÍCOLA.<br />
VENDA SOB RECEITUÁRIO AGRONÔMICO. CONSULTE SEMPRE UM AGRÔNOMO. INFORME-SE E<br />
REALIZE O MANEJO INTEGRADO DE PRAGAS. DESCARTE CORRETAMENTE AS EMBALAGENS E OS RESTOS<br />
DOS PRODUTOS. LEIA ATENTAMENTE E SIGA AS INSTRUÇÕES CONTIDAS NO RÓTULO, NA BULA E NA RECEITA.<br />
UTILIZE OS EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL. REGISTRO MAPA: VOTIVO ® PRIME Nº 32717.
BOAS PRÁTICAS – A REVISTA DO RALLY COCAMAR DE PRODUTIVIDADE <strong>2022</strong>/23<br />
3
A NOVA NISSAN FRONTIER<br />
FOI DESENHADA PARA SER<br />
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O DESTINO DA SUA AVENTURA
A caminhonete oficial<br />
do RALLY COCAMAR DE<br />
PRODUTIVIDADE <strong>2022</strong>/23<br />
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Maringá - PR, 87040-365 -<br />
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SUMÁRIO<br />
14<br />
Médias acima do<br />
previsto em todas<br />
as regiões<br />
16<br />
Não fosse a ferrugem,<br />
seria melhor ainda<br />
22<br />
29<br />
30<br />
34<br />
32<br />
Cocamar<br />
impulsiona o agro<br />
no oeste paulista<br />
Fazenda em Sertaneja<br />
recebe CSC da Cocamar<br />
Máquinas para<br />
acompanhar colheita<br />
Diversificar, a receita<br />
para se fortalecer no<br />
arenito<br />
Gestoras, irmãs Manetti<br />
buscam os melhores<br />
resultados<br />
Produtores da<br />
região de Astorga:<br />
Cocamar oferece<br />
mais segurança
PALAVRA DO PRESIDENTE<br />
Pé na estrada para ver<br />
de perto a gente<br />
que produz<br />
ORally Cocamar da Produtividade completou a<br />
sua oitava temporada apresentando os avanços<br />
tecnológicos e as boas práticas adotadas por famílias<br />
de produtores cooperados em diferentes regiões.<br />
Nas suas viagens, a equipe visita dezenas de propriedades,<br />
ao longo de seis meses, para conhecer a realidade de um setor<br />
cujo dinamismo é a alavanca para a recuperação econômica do<br />
país.<br />
Entre muitas outras constatações, o Rally viu que a agricultura<br />
de precisão e a conectividade das máquinas vão se tornando<br />
rotineiras, assim como a aplicação com drones, algo que seria<br />
inimaginável há pouco menos de uma década, quando a<br />
expedição começou. Viu também que os produtores trabalham,<br />
cada vez mais, com uma mentalidade empresarial e focados na<br />
eficiência, no profissionalismo e no aumento da produtividade,<br />
além de preservar os recursos naturais. E observou, ainda, que a<br />
participação feminina e dos jovens não apenas cresce como se<br />
destaca por seu entusiasmo e iniciativas.<br />
Para a Cocamar, o Rally é uma forma de ver em prática as<br />
tecnologias e inovações preconizadas pela cooperativa e dar<br />
visibilidade a essa gente que, com seu trabalho, contribui de<br />
forma decisiva para o desenvolvimento regional, do estado e do<br />
país.<br />
Divanir Higino<br />
Presidente executivo
Rally Cocamar da Produtividade<br />
OBJETIVO<br />
Conhecer e valorizar as boas práticas agropecuárias adotadas em grande parte das regiões de atuação<br />
da Cocamar Cooperativa Agroindustrial, do plantio à colheita da soja<br />
TEMAS<br />
1 – Tecnologias para o aumento da produtividade<br />
2 – Adoção de práticas preservacionistas<br />
3 – Integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF)<br />
4 – Gestão compartilhada<br />
5 – Participação cooperativista<br />
MUNICÍPIOS VISITADOS<br />
PATROCINADORES<br />
Basf<br />
Sicredi Dexis<br />
Fertilizantes Viridian<br />
Nissan Bonsai Motors<br />
Cocamar Máquinas/John Deere<br />
Lubrificantes Texaco<br />
Estratégia Ambiental<br />
Irrigação Cocamar<br />
APOIADORES<br />
Comitê Estratégico Soja Brasil (Cesb)<br />
Aprosoja/PR<br />
Unicampo
Cocamar Máquinas e Rally<br />
produzem websérie sobre a<br />
Propriedade do Futuro<br />
Ao longo da realização do Rally Cocamar de Produtividade, Safra <strong>2022</strong>/<strong>2023</strong>,<br />
o roteiro de visitas incluiu passagem por vários municípios do Paraná com<br />
um objetivo em especial: a produção de uma websérie em parceria com a<br />
Cocamar Máquinas/Concessionária John Deere, tendo como protagonistas<br />
famílias de clientes que investem nas mais avançadas tecnologias.<br />
Nessas visitas de relacionamento e valorização do trabalho que realizam,<br />
as famílias foram homenageadas com o certificado Propriedade do Futuro,<br />
concedido pela Cocamar Máquinas.<br />
Nos episódios, elas falam de sua trajetória e o orgulho que sentem ao trabalhar<br />
com a marca John Deere.<br />
O QR Code conduz ao playlist do YouTube da Propriedade do Futuro. Confira!
SAFRA <strong>2022</strong>/23<br />
Acima da média<br />
Maringá e municípios próximos ficaram, desta vez, no topo da produtividade<br />
na avaliação geral das áreas atendidas pela Cocamar<br />
As médias de produtividade de soja da<br />
Safra <strong>2022</strong>/23 variaram bastante nas<br />
regiões atendidas pela Cocamar Cooperativa<br />
Agroindustrial, nos estados do Paraná,<br />
São Paulo e Mato Grosso do Sul.<br />
Mas em todas, as médias ficaram acima do<br />
que havia sido estimado pelo Departamento<br />
Técnico da cooperativa, o que demonstra, também,<br />
o quanto o clima foi favorável. Uma situação<br />
muito diferente do que se observou na<br />
temporada anterior (2021/22), quando a severa<br />
estiagem provocou perdas significativas.<br />
Ao todo, as áreas atendidas pelas 115 unidades<br />
da Cocamar somam 1,060 milhão de hectares<br />
e a média geral de produtividade fechou<br />
em 60,7 sacas de 60 quilos por hectare –, apresentando<br />
um aumento sobre a média de 53,7<br />
sacas/hectare de anos de safras normais.<br />
Conforme o engenheiro agrônomo Rafael<br />
Furlanetto, gerente técnico da cooperativa, a<br />
região de Maringá – na transição entre o norte<br />
e o noroeste do estado - foi a que apresentou a<br />
média mais alta: 4.177 quilos/hectare, para uma<br />
estimativa de 3.347 quilos/hectare. Floresta e<br />
14 BOAS PRÁTICAS – A REVISTA DO RALLY COCAMAR DE PRODUTIVIDADE <strong>2022</strong>/23
Maringá, municípios vizinhos, alcançaram as<br />
maiores médias entre todas as regiões de atuação<br />
da Cocamar com, respectivamente, 4.580 e<br />
4.505 quilos por hectare.<br />
“No geral, foi confirmada a melhor safra da<br />
história”, aponta Rafael, lembrando que se por<br />
um lado observou-se regularidade no volume<br />
de precipitações, de outro não houve um significativo<br />
ataque de pragas. A combinação de<br />
umidade e altas temperaturas, entretanto, levou<br />
a uma verdadeira explosão de ferrugem<br />
asiática – a mais importante doença fúngica da<br />
cultura - em todas as regiões, o que afetou a<br />
produtividade, em especial das lavouras as semeadas<br />
mais tardiamente, como as do norte<br />
do estado. O impacto da enfermidade acabou<br />
sendo bem menor na região de Maringá e a<br />
explicação do gerente técnico é que quando<br />
a ferrugem se instalou, as lavouras já estavam<br />
maduras e menos vulneráveis.<br />
A segunda região que mais produziu soja<br />
foi a de Rolândia, Arapongas e imediações, no<br />
norte paranaense, incluindo Alvorada do Sul,<br />
Primeiro de Maio e adjacências, com a média<br />
de 3.783 quilos por hectare, ante 3.300 quilos<br />
da quantidade prevista. Já no entorno de Assaí,<br />
São Sebastião de Amoreira, Nova Fátima e<br />
outros municípios mais ao norte, a média foi<br />
menor: 3.415 quilos por hectare, mesmo assim<br />
superior aos 3.362 estimados. Nesses lugares,<br />
a ferrugem acabou limitando a produtividade,<br />
uma vez que os produtores, devido às chuvas,<br />
não conseguiam efetuar o controle preventivo.<br />
Os solos arenosos do noroeste (compreendendo<br />
Cianorte e imediações e a região de<br />
Umuarama) proporcionaram a terceira melhor<br />
média da Cocamar: 3.559 quilos por hectare,<br />
bem acima dos 3.163 projetados, embora lavouras<br />
dos municípios de Iporã e Altônia tivessem<br />
perdido produtividade com a ocorrência de<br />
uma estiagem.<br />
No oeste paulista, onde a cooperativa possui<br />
lojas e estruturas de recebimento, as colheitas<br />
apresentaram uma média de 3.528 quilos por<br />
hectare, acima do previsto, que era de 3.100.<br />
Finalmente, os números da região sul do Mato<br />
Grosso do Sul revelam que a safra deste ano<br />
não foi das melhores, com média de 3.282 quilos<br />
por hectare – mesmo assim além dos 3.232<br />
quilos/hectare previstos pelo Departamento<br />
Técnico.<br />
De qualquer forma, como foi uma safra cheia<br />
em todas as regiões, em que as lavouras extraíram<br />
mais nutrientes do solo, a recomendação<br />
do gerente técnico é que os produtores invistam<br />
na necessária correção e reposição dos nutrientes,<br />
mediante análise de solo.<br />
4.580 e 4.505<br />
quilos por hectare,<br />
respectivamente em Maringá<br />
e Floresta, foram as médias<br />
mais altas<br />
A combinação entre umidade e altas<br />
temperaturas levou a uma explosão da<br />
ferrugem em lavouras plantadas mais<br />
tarde, como no norte do estado<br />
BOAS PRÁTICAS – A REVISTA DO RALLY COCAMAR DE PRODUTIVIDADE <strong>2022</strong>/23<br />
15
Não fosse pela ferrugem...<br />
Joaquim, com o gerente da Cocamar, Claudinei<br />
Donizete Marcondes, e o agrônomo Jonatas<br />
Volpato<br />
Fotos/Flamma<br />
Importante município produtor de soja do norte<br />
do Paraná, Nova Fátima, a 96 quilômetros de<br />
Londrina, não repetiu o desempenho dos últimos<br />
anos.<br />
Na avaliação da equipe técnica da unidade local<br />
da Cocamar, a expectativa era de uma média<br />
não muito superior a 140 sacas por alqueire<br />
(57,8 sacas na medida em hectare).<br />
De plantio mais tardio que em comparação,<br />
por exemplo, ao noroeste do estado, as lavouras<br />
ficaram mais vulneráveis a um intenso<br />
ataque de ferrugem - doença que neste ciclo<br />
encontrou condições favoráveis para se desenvolver<br />
devido às chuvas constantes, que também<br />
dificultaram o controle químico por parte<br />
dos produtores. Além disso, o tempo extremamente<br />
seco em dezembro reduziu o potencial<br />
produtivo.<br />
“Em linhas gerais, foi um ano muito bom, ninguém<br />
pode se queixar, mas as lavouras não tiveram<br />
o mesmo desempenho de outras safras”,<br />
comenta o gerente da unidade, Claudinei Donizete<br />
Marcondes. A Cocamar conta com cerca de<br />
280 cooperados em Nova Fátima e a previsão<br />
era receber ao menos 50 mil toneladas da oleaginosa<br />
em suas estruturas.<br />
Quando o Rally passou por lá, a família Canedo<br />
já havia colhido aproximadamente 100<br />
de seus 320 alqueires na vizinha Congoínhas<br />
e segundo o produtor Joaquim – filho de José<br />
Antônio Canedo, um dos sócios da propriedade<br />
com seus irmãos Alcirley e Ronaldo – a<br />
média era de 150 sacas por alqueire (62/hectare),<br />
pouco acima das 147 sacas de média (60,7/<br />
hectare) obtida na safra 2021/22, mas longe do<br />
recorde de 168 sacas/alqueire (69,4/hectare)<br />
alcançado no período 2020/21.<br />
“Deu muita ferrugem e também percevejo e<br />
por causa das chuvas a gente não conseguia<br />
entrar com a pulverização”, explicou Joaquim,<br />
de 30 anos, que é técnico agrícola e engenheiro<br />
civil.<br />
Atendidos pelo engenheiro agrônomo Jonatas<br />
Volpato, da Cocamar, os Canedo se dedicam<br />
à produção de sementes de soja e, no inverno,<br />
produzem trigo.<br />
Cerca de 40% das terras cultivadas pela família<br />
Gulhão, de um total de 1,3 mil alqueires em<br />
Nova Fátima e imediações, são destinadas à<br />
produção de sementes, informa Paulo, de 42<br />
anos. Filho de Milton Gulhão e sócio dos irmãos<br />
Leandro e Renato, Paulo disse que tinha a ex-<br />
16 BOAS PRÁTICAS – A REVISTA DO RALLY COCAMAR DE PRODUTIVIDADE <strong>2022</strong>/23
Números elevados<br />
O produtor Alcides<br />
Gabriel, que cultiva<br />
1.790 hectares em<br />
vários municípios,<br />
com o agrônomo<br />
Gustavo Emori<br />
Paulo: muita umidade durante a<br />
floração, ferrugem e falta de chuva com<br />
forte calor em dezembro<br />
pectativa de uma média de 145<br />
a 150 sacas por alqueire (60 a 62<br />
sacas/hectare), inferior à marca<br />
de 168 sacas/alqueire (64,9 sacas)<br />
alcançada no último ano.<br />
“Choveu muito durante a<br />
floração”, explicou o produtor,<br />
lembrando que a sequência<br />
de vários dias sem a incidência<br />
de sol pode ter atrapalhado<br />
a fotossíntese das plantas.<br />
“Tivemos também a ferrugem<br />
e, para completar, um período<br />
muito seco e sob fortes temperaturas<br />
em dezembro, o que<br />
chegou a prejudicar um pouco”,<br />
menciona.<br />
Assistidos pelo engenheiro<br />
agrônomo Leandro Luppi, da<br />
Cocamar, os Gulhão investiram<br />
mais intensamente neste ano<br />
na aplicação de foliares recomendados<br />
pela cooperativa,<br />
como a sua linha de produtos<br />
Viridian que, na opinião de<br />
Paulo, “fez a diferença”.<br />
Em Apucarana, o produtor Alcides Gabriel e o filho dele,<br />
Ronaldo, foram um dos últimos a fazer a colheita no município.<br />
Em 740 alqueires (1.790 hectares) que compreendem<br />
também os municípios de Marialva, Terra Boa e<br />
Janiópolis, a média se aproximou de 180 sacas por alqueire<br />
(74,3 sacas/hectare), na avaliação do engenheiro agrônomo<br />
Gustavo Emori, da Cocamar/Apucarana, que presta<br />
assistência à família.<br />
Segundo Alcides, de 72 anos, a quase totalidade das terras<br />
é arrendada e, em paralelo à agricultura, a família possui<br />
uma propriedade de 36 alqueires (87 hectares) onde<br />
mantém gado de cria.<br />
Eles trabalham com maquinários de ponta e, em Apucarana,<br />
começam a receber as orientações técnicas do engenheiro<br />
agrônomo Osmar Burato, integrante do Grupo+<br />
de assistência personalizada da Cocamar.<br />
Em algumas das áreas do município, não foi percebida<br />
uma alta incidência de doenças fúngicas, o que contribuiu<br />
para aumentar a produtividade.<br />
BOAS PRÁTICAS – A REVISTA DO RALLY COCAMAR DE PRODUTIVIDADE <strong>2022</strong>/23<br />
17
Tecnologias potencializam<br />
resultados<br />
Família Luca, em Paiçandu, com o gerente Valdecir Frare e o agrônomo Luiz Matheus Moncalvo<br />
Não foi preciso andar muito para encontrar<br />
produtores colhendo volumes recordes. Eles<br />
estavam por toda parte. Nunca demorou tão<br />
pouco para estufar de grãos o reservatório de<br />
uma colheitadeira.<br />
Nas regiões atendidas pela Cocamar na safra<br />
<strong>2022</strong>/23, nos estados do Paraná, São Paulo<br />
e Mato Grosso do Sul, salvo algumas exceções<br />
onde faltou chuva em momentos críticos e a<br />
produtividade foi afetada, a avaliação dos técnicos<br />
era de uma safra muito boa.<br />
Animados diante da expectativa de uma<br />
boa produção, os agricultores investiram mais<br />
em tecnologias para a prevenção de doenças<br />
e potencializar os resultados. Ao final, foram<br />
surpreendidos por uma temporada de chuvas<br />
torrenciais no início da colheita que causaram<br />
alguns danos, sem, no entanto, empanar o brilho<br />
da supersafra.<br />
A Cocamar recebeu a maior quantidade de<br />
soja de sua história, 2,3 milhões de toneladas,<br />
um milhão a mais em comparação ao ciclo anterior<br />
(2021/22). O grão é o seu carro-chefe, assim<br />
como também a principal cultura para os aproximadamente<br />
20 mil produtores cooperados.<br />
Em Paiçandu, município vizinho a Maringá,<br />
o engenheiro agrônomo Luiz Matheus Moncalvo,<br />
da unidade local da Cocamar, comentou<br />
que as médias variaram entre 70 e 74 sacas de<br />
60kg por hectare, mas havia produtores que<br />
relataram uma produtividade entre 86 e 88<br />
sacas por hectare. Luiz e o gerente Valdecir<br />
Frare acompanharem a equipe do Rally em visita<br />
a propriedades.<br />
18 BOAS PRÁTICAS – A REVISTA DO RALLY COCAMAR DE PRODUTIVIDADE <strong>2022</strong>/23
120 ANOS<br />
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LUBRIFICANTE<br />
TEM QUE<br />
TER O<br />
T DE<br />
BOAS PRÁTICAS – A REVISTA DO RALLY COCAMAR DE PRODUTIVIDADE <strong>2022</strong>/23<br />
19
Fotos/Flamma<br />
João Bologuese: adubação e manejo com foliares<br />
A família Luca, que produz soja em Paiçandu,<br />
Maringá, Sarandi e Itambé, fechou com<br />
média de 79 sacas nesse último município e,<br />
no começo da colheita em Paiçandu, o primeiro<br />
lote registrou 80 sacas por hectare. “No<br />
geral, ficamos numa média de 80 sacas, a melhor<br />
que já conseguimos”, comentou o produtor<br />
Valter, ao lado do irmão Valdecir, do filho<br />
Jorge e do sobrinho Marcelo.<br />
A média dos Luca, neste ano, foi mais de<br />
cinco vezes maior em comparação à obtida<br />
no ciclo anterior, de apenas 14 sacas por hectare<br />
como consequência da forte quebra foi<br />
causada pelo prolongado déficit hídrico que<br />
devastou as lavouras principalmente nas regiões<br />
noroeste e oeste do estado. “<strong>2022</strong> foi<br />
o pior ano, sofremos muito, mas <strong>2023</strong>, em<br />
compensação, foi o melhor da história”, comentou<br />
Valter.<br />
Ainda em Paiçandu, os irmãos João e Braulino<br />
Bologuese tinham colhido metade da safra<br />
e a média passava de 70 sacas. A exemplo<br />
dos Luca, eles são tecnificados e, neste ciclo,<br />
investiram mais em adubação e no manejo<br />
com fertilizantes foliares. “Num lote, colhemos<br />
74 sacas por hectare. No ano passado, tivemos<br />
que juntar a produção de dez alqueires para<br />
dar 75 sacas”, comentou João.<br />
No vizinho município de Doutor Camargo, o<br />
Rally visitou o produtor Nazareno Maróstica –<br />
cujas terras, na verdade, ficam em Ourizona.<br />
Ele já havia colhido 70% das lavouras. “A média<br />
geral é de 170 sacas” (70,2/hectare) afirmou<br />
Nazareno, mencionando que, em alguns<br />
talhões, a produtividade atingiu o pico de 210<br />
sacas de média (86,7/hectare).<br />
O produtor contou que planta soja desde<br />
1970 e esta foi a melhor safra de todas, lembrando,<br />
também, que nunca houve um ano<br />
tão ruim quanto <strong>2022</strong>. “Nem vou falar quanto<br />
colhi no ano passado, não vale a pena”, desconversa<br />
Nazareno, ele próprio conduzindo<br />
uma de suas duas colheitadeiras novas.<br />
Segundo o técnico agrícola Fernando Smith<br />
e a engenheira agrônoma Samara Barragan,<br />
da unidade da Cocamar, que acompanharam<br />
o Rally, Nazareno Maróstica está sempre<br />
atento a novas tecnologias, faz adubação diferenciada<br />
e, a cada ano, instala campo de<br />
sementes para testar dezenas de variedades.<br />
“A gente não consegue acompanhar tudo,<br />
tecnologia fica caro, mas, de qualquer forma,<br />
o desembolso é grande e tem que fazer bem<br />
feito”, completou o produtor.<br />
Em Mandaguaçu, onde a maior parte das<br />
terras é de consistência mista, Hilário Luvizoto<br />
havia colhido um terço da área da família e<br />
a média variava entre 73 e 78 sacas por hectare.<br />
Ele estava na fila para descarregar soja<br />
20 BOAS PRÁTICAS – A REVISTA DO RALLY COCAMAR DE PRODUTIVIDADE <strong>2022</strong>/23
Maróstica, a melhor safra desde 1970 (com Fernando Smith<br />
e Samara Barragan, da Cocamar/Doutor Camargo)<br />
Veroneze: média geral acima de 200 sacas por alqueire<br />
(82,6/hectare)<br />
na estrutura da cooperativa. “Nossa média<br />
nos anos anteriores oscilou de 62 a 68 sacas”,<br />
diz, mas não passou de 40 sacas em <strong>2022</strong>,<br />
“um ano pra esquecer”. Segundo Hilário, desta<br />
vez a produtividade está sendo melhor no<br />
solo misto ou arenoso, do que na própria terra<br />
roxa. “Acho que o excesso de chuvas encharcou<br />
mais a lavoura na terra roxa, não foi tão<br />
bom quanto na areia”.<br />
Na última visita do dia, na comunidade<br />
Guerra em Maringá, acompanhado pelo gerente<br />
da unidade da Cocamar, Adilson Nocchi,<br />
o Rally teve uma certeza: o ano não poderia ter<br />
sido melhor para o produtor Cleber Veroneze.<br />
Altamente tecnificado, Cleber investe em<br />
manejos e em rotação de culturas no inverno,<br />
sempre procurando se superar, sendo<br />
reconhecido por suas elevadas médias<br />
mesmo em anos difíceis. Nas áreas colhidas<br />
para participação nos concursos de produtividade<br />
do Comitê Estratégico Soja Brasil<br />
(Cesb) e da Cocamar, suas médias ficaram<br />
respectivamente em 250 sacas por alqueire<br />
(103,3 sacas/hectare) e 252 (104/hectare).<br />
No geral, sua média ficou acima de 200 sacas<br />
por alqueire (82,6 sacas/hectare).<br />
BOAS PRÁTICAS – A REVISTA DO RALLY COCAMAR DE PRODUTIVIDADE <strong>2022</strong>/23<br />
21
Cocamar impulsiona<br />
o agro em Palmital (SP)<br />
Joel e a esposa Lucineia, com o<br />
gerente Natan Borges e o agrônomo<br />
Alan Felipe Oliveira<br />
Fotos/Flamma<br />
Os 30 alqueires do produtor Joel Alves e de<br />
sua esposa Lucineia, localizados na Água Pau<br />
d’Alho, em Palmital (SP), exibiam uma soja de<br />
primeira qualidade quando da passagem do<br />
Rally, em janeiro.<br />
Margeando o Paranapanema e com uma<br />
exuberante área verde, o sítio está em poder da<br />
família há mais de 70 anos, desde quando seu<br />
Jerônimo, o pai de Joel, o desbravou. A soja entrou<br />
na receita da propriedade em 1974 e, a partir<br />
de então, passou a ser o seu carro-chefe. Eles<br />
cultivam, também, milho durante o inverno.<br />
Com um casal de filhos e três netos, os Alves<br />
são assistidos pelo engenheiro agrônomo Alan<br />
Felipe Osório Oliveira, da unidade local da Cocamar.<br />
Segundo Joel, as coisas melhoraram muito<br />
desde a chegada da Cocamar ao município, em<br />
2016. Antes, não havia um bom atendimento,<br />
alguns comerciantes aplicavam calotes e, não<br />
raro, um caminhão carregado de milho podia<br />
ficar dois dias numa fila, pois o recebedor não<br />
vencia secar.<br />
“Hoje é muito diferente, temos estrutura,<br />
qualidade dos produtos e segurança”, afirma o<br />
produtor, ressaltando: “foi com a vinda da Cocamar<br />
que a gente percebeu o quanto estávamos<br />
desatualizados em relação às práticas e<br />
tecnologias agrícolas”.<br />
No seu entendimento, a evolução é visível. Já<br />
no começo, a cooperativa começou a incentivar<br />
os produtores a corrigirem o solo com calcário<br />
e a adotarem tecnologias para o incremento<br />
da produtividade.<br />
Seguindo a orientação técnica dos profissionais<br />
da unidade, Joel melhorou suas médias e,<br />
graças ao bom desempenho, investiu recentemente<br />
na aquisição de máquinas modernas.<br />
“A Cocamar vive um excelente momento em<br />
Palmital”, afirma o gerente Natan Borges, lembrando<br />
que em dezembro último foi inaugurada<br />
a nova unidade, às margens da rodovia Raposo<br />
Tavares, com investimentos de mais de R$<br />
60 milhões, “o que reflete o alto nível de participação<br />
dos produtores”. Borges responde também<br />
pela loja de Salto Grande, a 30 quilômetros,<br />
aberta no dia 16/2.<br />
22 BOAS PRÁTICAS – A REVISTA DO RALLY COCAMAR DE PRODUTIVIDADE <strong>2022</strong>/23
“O solo retribui em dobro”, a<br />
experiência de um produtor de<br />
Pedrinhas Paulista<br />
Precursor do cooperativismo em Pedrinhas Paulista,<br />
município de aproximadamente 3 mil habitantes<br />
- em sua grande maioria formado por<br />
filhos, netos e bisnetos de italianos, o produtor Andrea<br />
Vicentini, de 83 anos, assegura: o investimento<br />
que se faz no solo, ele retribui em dobro.<br />
Em 1985 o produtor foi conhecer a rotação de<br />
culturas em Carambeí, no Paraná. Lá chegando,<br />
admirou-se ao constatar: num solo muito<br />
pobre, as famílias descendentes de holandeses<br />
conseguiam produzir mais que os produtores<br />
da terra roxa.<br />
Mas, ao implantar o plantio direto em suas<br />
terras e começar a fazer rotação, Andrea ouviu<br />
críticas, pois as novidades, que representavam<br />
uma quebra de paradigma entre os vizinhos,<br />
causaram muita estranheza.<br />
“Mudar de mentalidade é algo muito difícil”, afirma<br />
Andrea que, sempre na vanguarda, em 1983<br />
foi o primeiro agricultor em sua região a semear<br />
milho de inverno, cultura que, há quatro anos, deixou<br />
de cultivar na época fria, para apostar apenas<br />
no verão. Outra mudança que deu o que falar.<br />
Em seus 180 alqueires (435,6 hectares), metade<br />
é destinada à soja e a outra metade ao milho verão,<br />
o que faz de forma rotacionada, deixando o<br />
inverno para investir na recuperação do solo e na<br />
formação de palhada.<br />
“Eu faço a subsolagem com nabo forrageiro e o<br />
nivelamento com aveia preta”, explicou o produtor,<br />
que aposta também no feijão guandu e no<br />
tremoço, entre outros cultivos. Dessa forma, além<br />
de estruturado física, química e biologicamente,<br />
o solo é descompactado e o resultado Andrea<br />
sente na maior produtividade das lavouras.<br />
No ciclo passado (2021/22), sua média ficou ao<br />
redor de 180 sacas de soja por alqueire e de 430<br />
sacas de milho. Numa área que cultiva em Echaporã,<br />
a 80 quilômetros, chegou a atingir 206 sacas<br />
de soja por alqueire, num talhão. “Neste ano, as<br />
Andrea, ao lado da equipe técnica da cooperativa: “Eu<br />
faço subsolagem com nabo forrageiro e o nivelamento<br />
com aveia preta”<br />
perspectivas eram ainda melhores”, avaliou.<br />
Investir do solo é básico para Andrea. Num ano de<br />
muita chuva em Echaporã, conta, o solo bem cuidado<br />
absorveu toda a água, sem enxurradas, enquanto<br />
na mesma região os estragos foram visíveis<br />
em algumas propriedades. “O que a gente faz para<br />
o solo ele retribui em dobro”, reitera, defendendo<br />
que o produtor não deve ser imediatista e pensar<br />
só no retorno financeiro. Mesmo assim, salienta<br />
que graças aos cuidados que há anos dispensa ao<br />
solo, está tendo mais rentabilidade do que antes.<br />
Andrea, agora, está de olho na cultura da mamona<br />
para incluir no programa de rotação, levando<br />
em conta o agressivo sistema radicular que<br />
promove, entre outros benefícios, a descompactação<br />
do solo, sendo também uma opção para o<br />
controle de nematoides.<br />
Atendido pelos engenheiros agrônomos Jonathas<br />
Tales Gomes Ferreira e Benedito Martins<br />
Cardoso Júnior, ambos da Cocamar de Cruzália,<br />
onde é associado e entrega sua produção, o produtor,<br />
que é nascido em Roma, decidiu deixar<br />
seu país aos 27 anos, graduado em contabilidade<br />
e ciências econômicas.<br />
BOAS PRÁTICAS – A REVISTA DO RALLY COCAMAR DE PRODUTIVIDADE <strong>2022</strong>/23<br />
23
Pequenos e grandes crescem com<br />
a cooperativa em Cruzália (SP)<br />
Independente do porte dos produtores, a Cocamar<br />
desenvolve seu trabalho em Cruzália,<br />
na região de Assis (SP), com o objetivo de que<br />
eles obtenham o maior resultado possível em<br />
suas lavouras. Dois exemplos confirmam isso e<br />
o Rally foi conferir.<br />
De um lado, com seus 300 alqueires (726<br />
hectares), a família Ciavolella (cujo pai chegou<br />
da Itália em 1954 e a partir de então, a família<br />
foi expandindo suas propriedades. Hoje, com<br />
cerca de 2,5 mil habitantes, a cidade de Cruzália<br />
é toda circundada pela fazenda); de outro,<br />
o cooperado Áuro Domingos Damasceno,<br />
dono de 2,5 alqueires (6,05 hectares). Ambos<br />
produtores de soja e milho são atendidos pela<br />
equipe técnica da unidade local da Cocamar.<br />
Os irmãos Júlio e Silvio Ciavolella têm investido<br />
há 33 anos na melhoria da qualidade<br />
do solo e os resultados são visíveis. Em <strong>2022</strong>,<br />
a produtividade média de soja ficou em 150<br />
sacas por alqueire (62/hectare), bem acima da<br />
média regional de 120. Para este ano, eles estavam<br />
na expectativa de um número maior, pois<br />
o clima tem ajudado.<br />
Segundo explica Júlio, a rotação de culturas<br />
foi adotada para equilibrar o solo e também<br />
para o controle do nematoide. No último inverno,<br />
apesar da geada e do ataque da cigarri-<br />
Os irmãos Julio e Silvio<br />
Ciavolella com a equipe da<br />
Cocamar e a satisfação com os<br />
foliares Viridian<br />
24 BOAS PRÁTICAS – A REVISTA DO RALLY COCAMAR DE PRODUTIVIDADE <strong>2022</strong>/23
Fotos/Flamma<br />
Auro (com o agrônomo Jonathas): produtividade superior a da vizinhança<br />
nha, o milho rendeu a média de 275 sacas por<br />
alqueire (113,6/hectare).<br />
“Um bom manejo, ter o produto certo e usar<br />
na hora certa”, afirma o produtor, mencionado<br />
como garantir o melhor resultado na lavoura.<br />
Júlio fez menção ao fertilizante foliar Viridian,<br />
produzido pela Cocamar. Na safra anterior<br />
(2021/22), os Ciavolella atestaram a eficácia do<br />
produto.<br />
Segundo Júlio, a semeadura havia sido feita<br />
numa época em que houve baixas temperaturas<br />
durante a noite e, no geral, a lavoura não<br />
vinha bem. Diante disso, os irmãos recorreram<br />
à Cocamar para saber se havia alguma solução<br />
e receberam a recomendação de utilizar<br />
o Viridian.<br />
Decidiram aplicar o foliar em uma área apenas<br />
e comparar seu desempenho com o resultado<br />
de um foliar de outra marca. No final, a<br />
lavoura que recebeu Viridian apresentou uma<br />
produtividade média de 180 sacas (74,3/hectare),<br />
enquanto a outra não foi além de 130 a<br />
140 sacas. Satisfeitos, os Ciavolella adotaram o<br />
Viridian, nesta safra, em toda lavoura de soja.<br />
“A Cocamar trabalha de uma forma muito profissional”,<br />
comenta Júlio.<br />
Com a pequena lavoura de Auro foi a mesma<br />
coisa. Seguindo a orientação técnica dos profissionais<br />
da cooperativa, o produtor também<br />
investiu no Viridian e não tem do que reclamar.<br />
Na safra passada, sua média na soja foi<br />
de 173 sacas por alqueire (71,3/hectare) e, no<br />
milho, 304 sacas (125.6/hectare). “Desta vez, a<br />
soja está bem melhor e dá para acreditar em<br />
colher mais”, afirmou.<br />
Curioso é que, no ano passado, os vizinhos<br />
que prestam serviços de plantio, pulverização<br />
e colheita para Auro, não obtiveram o mesmo<br />
resultado – sinal, segundo ele, de que está no<br />
caminho certo.<br />
BOAS PRÁTICAS – A REVISTA DO RALLY COCAMAR DE PRODUTIVIDADE <strong>2022</strong>/23<br />
25
Da região de Cascavel<br />
para Tamarana<br />
José Roberto Simões é um produtor determinado<br />
a vencer. Há oito anos ele saiu da região<br />
de Cascavel, no oeste do Paraná, para se fixar<br />
em Tamarana, município da região de Londrina,<br />
onde cultiva 120 alqueires (290 hectares),<br />
quase tudo arrendado.<br />
Aos 47 anos, uma das marcas de Beto, como<br />
é mais conhecido, são as boas médias. Na soja,<br />
geralmente, ele colhe entre 170 e 180 sacas por<br />
alqueire; em relação ao milho e o trigo, cultivados<br />
no inverno, 290 a 150 sacas em média.<br />
Para o sucesso do seu negócio, Beto conta<br />
com o apoio técnico da Cocamar, assistido pelo<br />
engenheiro agrônomo Eduardo Barros Pires.<br />
Seguindo as orientações técnicas, o produtor<br />
faz um manejo adequado para explorar todo o<br />
potencial produtivo da lavoura. A começar pela<br />
adubação, com média de 800 quilos na base, a<br />
inoculação (3 a 4 doses por saco de sementes),<br />
uso de cloreto de potássio a lanço e aplicação<br />
preventiva de fungicidas. Para completar, ele investiu<br />
na linha de adjuvantes e foliares Viridian,<br />
produzidos pela Cocamar.<br />
O visual das lavouras, servidas até o momento<br />
por chuvas regulares, era de encher os olhos,<br />
com plantas bem nutridas. Beto faz tudo o que<br />
está ao seu alcance para continuar elevando as<br />
médias e lembra que, em safras anteriores, já<br />
chegou a registrar 220 sacas de soja em um talhão.<br />
Para quem é arrendatário, como ele, só há<br />
um caminho: maximizar a produtividade, pois<br />
os custos são mais altos. “Tem que fazer tudo<br />
cem por cento”, afirmou Beto.<br />
O produtor também investe no solo e para<br />
ampliar o volume de palha na superfície, planta<br />
aveia; ele avalia, agora, com a orientação da cooperativa,<br />
experimentar a braquiária como forma<br />
de reestruturar o solo e, entre vários outros<br />
benefícios, inibir o desenvolvimento de ervas<br />
como a buva.<br />
O Rally foi acompanhado na viagem a Tamarana,<br />
onde visitou outras lavouras, pelo gerente<br />
técnico da Cocamar, Rafael Furlanetto.<br />
Segundo ele, a soja do produtor José Roberto<br />
Simões apresentava alto padrão e com um<br />
manejo de pragas e doenças acima da média.<br />
“A expectativa é muito boa, com plantas bem<br />
engalhadas e alto potencial produtivo”, citou,<br />
explicando que as mesmas apresentam muitos<br />
nódulos nas raízes, o que garante o suprimento<br />
de nitrogênio, essencial para alcançar<br />
boas produtividades.<br />
José Roberto, entre o gerente técnico Rafael Furlanetto<br />
e o agrônomo Eduardo Barros Pires<br />
26 BOAS PRÁTICAS – A REVISTA DO RALLY COCAMAR DE PRODUTIVIDADE <strong>2022</strong>/23
BOAS PRÁTICAS – A REVISTA DO RALLY COCAMAR DE PRODUTIVIDADE <strong>2022</strong>/23<br />
27
Jovem produtora supera desafios<br />
e se torna uma referência<br />
O que uma mulher jovem, formada em direito,<br />
casada e grávida de seis meses, está fazendo<br />
na lavoura da família em Pedrinhas Paulista,<br />
pequena cidade da região de Assis, no oeste do<br />
estado de São Paulo?<br />
“A agricultura é o meu lugar”, afirmou Tamara<br />
Bragagnolo, 30 anos, à equipe do Rally.<br />
Após conquistar a confiança do pai, o gaúcho<br />
Roselé, ela pretende se inserir cada vez mais<br />
na atividade rural.<br />
Natural de Toledo (PR), Tamara é a mais nova<br />
de três irmãs. Ela e o marido Leonardo Berardi,<br />
o Léo – com quem se casou há seis anos - cresceram<br />
no campo, mas a produtora só acabou<br />
encontrando seu caminho, conta, em 2017,<br />
após concluir a faculdade em Londrina e se<br />
mudar para Pedrinhas, onde o pai, depois de<br />
ter terras no Paraná e no Paraguai, comprou<br />
ali 80 alqueires (193 hectares) para plantar soja<br />
e milho.<br />
Mesmo assim, não foi fácil. Ela procurava ajudar<br />
nas operações da roça, mas se deparava<br />
com a resistência do pai e o preconceito dos<br />
que não estavam acostumados a ver uma mulher<br />
– ainda mais tão nova - na agricultura.<br />
Até que, um dia, na ausência de um empregado,<br />
e sem conseguir dar conta da colheita e<br />
do transporte dos grãos ao ponto de entrega,<br />
o pai se rendeu e a chamou para dirigir o caminhão.<br />
“Sem muita paciência, ele foi me explicando<br />
e esse foi o meu início”, citou.<br />
De lá para cá, tudo mudou na vida de Tamara,<br />
que passou também a lidar com as máquinas<br />
e a participar das aquisições de insumos.<br />
Hoje, a propriedade está sob os cuidados dela<br />
e do marido, que assumiu também outros 20<br />
alqueires (48,4 hectares) de sua família.<br />
A certeza de que ganhou a confiança do pai<br />
está no fato de que ele foi desbravar terras no<br />
Maranhão e, mesmo com a fazenda em Pedrinhas<br />
na fase de colheita, parece despreocupado,<br />
sabendo que a mesma está em boas mãos.<br />
Fotos/Flamma<br />
Tamara, com o marido Leonardo: “A agricultura é o meu lugar”<br />
Desde 2018 as safras dos Bragagnolo são<br />
entregues na unidade da Cocamar em Cruzália,<br />
cooperativa onde Tamara encontrou todas<br />
as condições para se desenvolver como<br />
produtora.<br />
Ela e o marido são assistidos, tecnicamente,<br />
pelo engenheiro agrônomo Jonathas Tales Gomes<br />
Ferreira. “Eles [a Cocamar] incentivam a<br />
participação feminina”, diz, lembrando que no<br />
ano passado começou a fazer parte do grupo<br />
jovem e também do Programa de Certificação<br />
de Conselheiros Cooperativos, que já está em<br />
seu quinto módulo.<br />
28 BOAS PRÁTICAS – A REVISTA DO RALLY COCAMAR DE PRODUTIVIDADE <strong>2022</strong>/23
Conectividade<br />
Convidado pela Cocamar Máquinas/Concessionária<br />
John Deere, o Rally esteve no início de fevereiro<br />
em Sertaneja, município a 80 quilômetros<br />
de Londrina, para acompanhar o início da<br />
colheita de soja na Fazenda Correntina, de propriedade<br />
de Pedro Favoreto.<br />
Semeadas entre 23 de setembro a 25 de novembro,<br />
as lavouras apresentavam alto potencial<br />
produtivo e segundo o gerente operacional Luiz<br />
Carlos Muniz, a expectativa era superar a média<br />
de 155 sacas por alqueire (74,5 por hectare). “O<br />
ano correu muito bem e estamos animados”, comentou.<br />
No primeiro talhão colhido, a média foi<br />
de 205 sacas por alqueire (84,7 por hectare).<br />
Para gerar informações sobre a colheita, a partir<br />
da conectividade, a Cocamar Máquinas instalou na<br />
fazenda uma unidade itinerante do seu Centro de<br />
Soluções Conectadas (CSC), em que funcionários<br />
fazem um minucioso acompanhamento digital. Se<br />
necessário, eles podem enviar alertas sobre eventuais<br />
intercorrências e prevenir problemas, assegurando<br />
assim a maior eficiência possível da operação.<br />
Segundo explicou Ronaldo Galvão, gerente da<br />
loja da concessionária em Cambé, que faz o atendimento<br />
ao produtor, o CSC itinerante é uma inovação<br />
da Cocamar Máquinas que demonstra toda<br />
a tecnologia que a John Deere proporciona ao<br />
produtor rural. “A partir do acompanhamento em<br />
tempo real, o cliente tem a oportunidade de observar<br />
tudo o que aquele talhão dedicado para a<br />
colheita, para o mapeamento, produziu a mais ou<br />
deixou de produzir, sabendo a eficiência do equipamento<br />
e também uma eventual deficiência que<br />
aquele talhão tenha numa falha de produção”.<br />
Galvão comentou que a ideia de apresentar<br />
as tecnologias ao produtor é para que ele possa<br />
considerar, dentro do seu orçamento, que isso<br />
representa um ganho de produtividade ao escolher<br />
a marca John Deere.<br />
O gerente acrescentou ainda que, há alguns<br />
anos, o cliente já vem optando pela marca, “que<br />
possui um pós-vendas muito agressivo. E nessas<br />
horas, em que a gente coloca a máquina para<br />
trabalhar, ela mostra todo o seu diferencial”.<br />
Centro de Soluções Conectadas (CSC) itinerante, instalado<br />
na sede da Fazenda Correntina, em Sertaneja<br />
A colheitadeira, detalha Galvão, exibe os índices<br />
de produtividade por meio do mapeamento de<br />
colheita e, com isso, revela onde se encontram<br />
possíveis deficiências, ou seja, pontos possíveis<br />
de melhorar. “São informações importantes para<br />
uma tomada de decisão mais assertiva”, diz o gerente.<br />
Ele observa ainda que embora a máquina<br />
seja altamente tecnológica, a operação é muito<br />
fácil, sendo a tecnologia uma aliada do produtor.<br />
“Quanto maior o pacote tecnológico embutido<br />
nos equipamentos, o cliente pode avançar mais<br />
rápido, ele tem uma assertividade maior na parte<br />
da produção e da colheita”, finaliza.<br />
O proprietário, que já possui um parque de<br />
máquinas John Deere, formado por tratores, colheitadeiras,<br />
plantadeiras, pulverizadores e outros<br />
equipamentos, começa a investir no avanço da<br />
agricultura de precisão.<br />
Vítor Carvalho, responsável pela área de agricultura<br />
digital da fazenda, menciona que isso, em<br />
resumo, leva “a um melhor gerenciamento dos<br />
recursos”, bem como a “decisões mais assertivas<br />
na busca pela eficiência”.<br />
BOAS PRÁTICAS – A REVISTA DO RALLY COCAMAR DE PRODUTIVIDADE <strong>2022</strong>/23<br />
29
Fotos/Flamma<br />
Luis Paulo: família conta com o apoio técnico e a parceria da Cocamar<br />
Diversificar para se<br />
fortalecer no arenito<br />
O arenito é desafiador, já avisa Luis Paulo Lorenzetti,<br />
empresário rural da região de Paranavaí.<br />
A família dele possui propriedades no<br />
noroeste paranaense, onde está radicada há<br />
70 anos, tendo a pecuária de corte como seu<br />
carro-chefe. E é justamente ali, nos solos arenosos,<br />
que os Lorenzetti têm encontrado oportunidades<br />
para crescer, investindo em vários<br />
outros negócios.<br />
Exemplo disso é a Estância Nossa Senhora das<br />
Graças, no município de Mirador. Com mais de<br />
500 alqueires (1.210 hectares), a fazenda faz o<br />
confinamento de rebanho de raças angus e nelore<br />
em uma estrutura com capacidade para 3,5<br />
mil cabeças, possui pomar de laranja com 78 mil<br />
árvores (35 mil das quais em formação), começa<br />
a investir no plantio de soja em 38 alqueires (92<br />
hectares) e desenvolve experimentos para avaliar<br />
os resultados com o cultivo de algodão em 32 alqueires<br />
(77,4 hectares).<br />
Com sua tradição no arenito, a família tem em<br />
Luis Paulo, de 35 anos, que é engenheiro agrônomo,<br />
o sucessor natural e as decisões são compartilhadas<br />
em família, ao lado do pai Rogério, da<br />
mãe Cristina e da irmã Ana Paula.<br />
A história dos Lorenzetti na agricultura da região<br />
começou ainda na década de 1950, quando<br />
o desbravador Luiz, pai de Rogério, investiu<br />
na aquisição de terras para, inicialmente, plantar<br />
café. Já sob a gestão do filho, que continuou expandindo<br />
as propriedades, o café foi substituído<br />
pelo algodão que, na sequência, cedeu espaço<br />
para a pecuária de corte. Veio, a seguir, a diversificação,<br />
com a cana, a mandioca, a laranja e outras<br />
culturas.<br />
Em quase todas as atividades, a família conta<br />
com o apoio técnico e a parceria da Cocamar,<br />
cuja área de atuação se encontra em grande<br />
parte no arenito.<br />
Os Lorenzetti foram os primeiros a participar<br />
do programa de produção de carne precoce da<br />
cooperativa e inscreveram seu nome entre os<br />
pioneiros na implantação da citricultura na região<br />
na década de 1980 – iniciativa capitaneada<br />
30 BOAS PRÁTICAS – A REVISTA DO RALLY COCAMAR DE PRODUTIVIDADE <strong>2022</strong>/23
pela Cocamar. Na cultura da soja, eles são assistidos<br />
pelo engenheiro agrônomo Willian Martins,<br />
da unidade de Paranavaí.<br />
Produzidos pela cooperativa, os fertilizantes<br />
Viridian são aplicados em toda a área de citros e<br />
soja e a previsão é de boa produtividade – 2,5 caixas<br />
por pé e 140 sacas, respectivamente.<br />
“Na citricultura, os produtos Viridian são utilizados<br />
já pelo segundo ano”, informa o agrônomo<br />
Gabriel Costa, da Cocamar.<br />
Para completar, a cooperativa desenvolve na<br />
soja um experimento com apicultura para avaliar<br />
os níveis de polinização promovidos pelas abelhas<br />
durante a florada. Coordenado pela agrônoma<br />
Amanda Caroline Zito, o projeto Colmeia consta<br />
de uma estrutura telada com dois compartimentos,<br />
em que um deles recebeu abelhas e o outro<br />
não. O objetivo é, ao final, comparar a diferença de<br />
produtividade com a lavoura normal.<br />
Na busca pela sustentabilidade, enquanto parte<br />
da produção agrícola e seus resíduos seguem<br />
para alimentação do gado, os dejetos provenientes<br />
do confinamento são destinados à adubação<br />
da soja, do algodão e dos pomares. É o que se<br />
chama de economia cíclica.<br />
Por sua vez, investimentos são direcionados a<br />
cada ano para melhorar a qualidade nutricional<br />
do solo, mediante análise, fazendo-se as necessárias<br />
correções, bem como o plantio de culturas<br />
para palhada e rotação. Ao mesmo tempo, nas<br />
áreas de preservação permanente, é feita a proteção<br />
dos mananciais.<br />
Placas para a produção de energia solar foram<br />
instaladas no amplo espaço do confinamento e,<br />
segundo o produtor, com capacidade para suprir<br />
a demanda de uma pequena comunidade.<br />
Os animais são abatidos precocemente entre<br />
14 e 18 meses, com os machos alcançando peso<br />
de 20 arrobas, em média, e as fêmeas, 15 arrobas.<br />
Entram com cerca de 330 quilos, adquirem entre<br />
1,2 e 1,5 quilo por dia e saem aos 540 quilos,<br />
na média. “Ficamos contentes com a entrada da<br />
Cocamar no mercado da carne”, afirmou Luis<br />
Paulo, citando que a preocupação da família foi a<br />
de sempre imprimir qualidade na pecuária, com<br />
fornecimento constante e escala.<br />
A Estância possui uma equipe com 50 a 60 integrantes<br />
distribuídos pelos diversos setores sendo<br />
que alguns trabalhos, como a pulverização do<br />
pomar, ficam a cargo de funcionárias.<br />
Fertilizantes Viridian<br />
aplicados em toda a<br />
área de citros e soja<br />
BOAS PRÁTICAS – A REVISTA DO RALLY COCAMAR DE PRODUTIVIDADE <strong>2022</strong>/23<br />
31
Com trabalho, amor e fé,<br />
a realização na agricultura<br />
Mariluce e o marido Fred são atendidos pela<br />
unidade da Cocamar em Sabáudia<br />
Quando, há exatos 20 anos, Frederico Camargo<br />
de Anchieta e sua esposa Mariluce Teixeira<br />
de Anchieta, moradores em São Paulo, receberam<br />
o chamado de Samuel, o pai dele, para<br />
assumirem a gestão da fazenda em Astorga,<br />
na região de Maringá, não pensaram duas<br />
vezes. Com formação em técnico em administração,<br />
o marido já havia dito várias vezes à<br />
Mariluce que, caso o pai o convidasse, aceitaria<br />
de pronto. Mas ela, embora concordando,<br />
não tinha nenhuma afinidade com o mundo<br />
rural, pois dedicava-se à comercialização de<br />
tecidos em uma loja da família. “Sabe uma<br />
pessoa urbana, que tinha pavor de lagartas e<br />
besouro? Era eu”, sorri.<br />
Caçula entre dez irmãos, Mariluce nem<br />
32 BOAS PRÁTICAS – A REVISTA DO RALLY COCAMAR DE PRODUTIVIDADE <strong>2022</strong>/23
imaginava o quanto a vinda de sua família<br />
para o Paraná – e para ela, em especial - seria<br />
desafiadora, sendo que os dois filhos do casal,<br />
Maria Fernanda e Frederico Filho, ainda eram<br />
pequenos.<br />
Frederico formalizou um contrato de parceria<br />
com o pai e um irmão dele, Fernando,<br />
entrou como sócio para cuidar da parte burocrática.<br />
Assim, nos primeiros anos, plantaram<br />
algodão e trigo e a vida parecia estar seguindo<br />
seu curso, conforme o esperado.<br />
Ocorre que Frederico foi acometido de uma<br />
depressão e por cinco anos se manteve praticamente<br />
ausente da fazenda, período em<br />
que Mariluce precisou desdobrar-se para dar<br />
conta da casa, dos filhos e ainda aprender a<br />
fazer a gestão dos negócios. “Eu ia para a fazenda,<br />
dava umas orientações, mas não conseguia<br />
ficar lá por muito tempo”, conta Frederico.<br />
“Eu abracei a causa, não foi nada fácil,<br />
mas tinha que ser parceira do meu marido<br />
nessa hora, ele nunca deixava de me incentivar”,<br />
comenta Mariluce.<br />
Para complicar, o filho deles começou a sofrer<br />
um problema cardíaco, exigindo dos pais<br />
– da mãe, principalmente – uma atenção ainda<br />
maior. “Sempre tivemos muita fé e, com<br />
confiança em Deus, fomos superando cada<br />
desafio”, afirma Mariluce, que se firmava<br />
cada vez mais como produtora rural. Em seus<br />
momentos difíceis, ela se lembrava dos conselhos<br />
da mãe, uma de suas maiores incentivadoras.<br />
A saudosa dona Selma, que gostava<br />
de falar com suas plantas, lhe dizia ser preciso<br />
colocar amor em tudo e zelar pelo nome, o<br />
maior patrimônio que alguém pode ter.<br />
Para aprimorar-se, Mariluce cursou administração<br />
de empresas numa faculdade de Astorga,<br />
capacitou-se no Senar (Serviço Nacional de<br />
Aprendizagem Rural) e hoje, sempre em parceria<br />
com o marido, responde pela produção de<br />
soja e milho em 230 alqueires (556 hectares).<br />
alcançando boas médias de produtividade,<br />
O casal faz o planejamento e a administração<br />
da propriedade, distribui os serviços,<br />
efetua as aquisições de insumos e a comercialização<br />
das safras. Enquanto Frederico se<br />
mantém focado na logística e na distribuição,<br />
Mariluce acompanha as colheitas, a emissão<br />
das notas e as entregas da produção. Eles<br />
contam com dois funcionários e contratam<br />
terceiros para a prestação de serviços de colheita<br />
e transporte.<br />
Desde 2014 os dois fazem parte do quadro<br />
de associados da Cocamar (ligados à unidade<br />
de Sabáudia), cooperativa com a qual dizem<br />
ter uma relação de confiança. “Há muita flexibilidade<br />
no atendimento da assistência técnica<br />
que é bastante eficaz”, pontua Frederico,<br />
enquanto a esposa cita outros benefícios,<br />
como o fato de a cooperativa não “empurrar”<br />
insumos e conceber um pacote fechado em<br />
tecnologias voltadas a incrementar a produtividade.<br />
Entre as orientações prestadas pela Cocamar,<br />
Mariluce menciona o investimento<br />
na reestruturação do solo e na adubação,<br />
mas o envolvimento com a cooperativa se<br />
dá, também, pela participação deles em palestras,<br />
dias de campo e na antecipação de<br />
decisões. “Fazemos a incorporação de calcário<br />
no solo”, conta Frederico, frisando que<br />
entre os planos do casal estão a melhoria do<br />
parque de máquinas e continuar investindo<br />
no solo para eliminar manchas que revelam<br />
problemas, além de intensificar a agricultura<br />
de precisão.<br />
“Somos realizados com o que fazemos”, ressalta<br />
Mariluce, que é também uma referência<br />
entre as mulheres que têm se destacado<br />
no setor e participa de grupos de mensagens<br />
que reúnem centenas de produtoras do Paraná<br />
e do país. Interessadas em evoluírem na<br />
atividade, elas organizam viagens técnicas e<br />
contatos com especialistas, sempre na busca<br />
por novos conhecimentos.<br />
BOAS PRÁTICAS – A REVISTA DO RALLY COCAMAR DE PRODUTIVIDADE <strong>2022</strong>/23<br />
33
Com consultoria técnica, família<br />
Manetti avança em resultados<br />
Quando chove bem, todos produzem, mas<br />
há aqueles que vão além e não é por sorte.<br />
No município de Doutor Camargo (PR),<br />
a família Manetti vem investindo há anos<br />
na aplicação das melhores práticas e tecnologias<br />
para potencializar os resultados.<br />
E projetava uma produtividade bem acima<br />
da média regional (que é de 3.500 quilos de<br />
soja por hectare) em seus 222,6 hectares.<br />
O Rally visitou a Estância Luciana e constatou<br />
a qualidade das lavouras. Uma planta<br />
colhida ao acaso apresentou 137 vagens<br />
– evidenciando que o investimento bem<br />
orientado em reestruturação do solo, correção,<br />
adubação conforme análise e outras<br />
medidas, combinadas à agricultura de precisão,<br />
coloca a propriedade em outro patamar.<br />
A Estância Luciana é comandada por mulheres.<br />
Elena Manetti e as filhas Liliana e Ludmila<br />
assumiram os negócios em 2017 com<br />
o adoecimento de Aristides, o chefe da família,<br />
que faleceu em 2021. Elas decidiram<br />
implantar uma gestão empresarial, visto<br />
que Liliana e Ludmila, respectivamente farmacêutica<br />
e dentista, não acompanhavam<br />
a atividade dos pais.<br />
Em 2018, considerando que não vinham<br />
sendo bem assessoradas por uma empresa,<br />
elas mantiveram contato com a Cocamar e<br />
passaram a ser assistidas pelo Grupo Mais,<br />
um serviço de consultoria técnica prestado<br />
pela cooperativa. “A gente queria contar<br />
com um apoio técnico especializado”, afirma<br />
Ludmila, ao lado da irmã, que explica: “o<br />
objetivo era ter um bom acompanhamento<br />
e extrair todo o potencial da lavoura”.<br />
Desde 2020 elas são orientadas pelo engenheiro<br />
agrônomo José Eduardo Marcon, da<br />
cooperativa, que tem mestrado em Ciências<br />
Agrárias. Segundo ele, a família se preocupa,<br />
principalmente, em construir um bom<br />
perfil de solo, nas partes física, química e<br />
biológica, para garantir mais estabilidade<br />
da produção.<br />
As irmãs Liliana e Ludmila, com o agrônomo José Eduardo e<br />
o funcionário Antônio Carlos<br />
34 BOAS PRÁTICAS – A REVISTA DO RALLY COCAMAR DE PRODUTIVIDADE <strong>2022</strong>/23
Sempre evoluindo em produtividade<br />
Fotos/Flamma<br />
Milton e a esposa Zuleide: receptividade à incorporação de<br />
novas tecnologias<br />
Em Sertanópolis, no norte paranaense, o produtor<br />
Milton Martinez e sua família cultivam 172<br />
alqueires de soja (416,2 hectares), com a adoção<br />
de modernas tecnologias. Eles priorizam o manejo<br />
do solo e, entre outras iniciativas, há quatro<br />
anos introduziram a braquiária em consórcio<br />
com o milho de inverno para reestruturar o<br />
solo e melhorar a cobertura de palhada destinada<br />
ao plantio direto.<br />
Milton, que é engenheiro agrônomo, trabalha<br />
ao lado da esposa Zuleide e ambos têm um casal<br />
de filhos, os quais incentivam a participar da<br />
gestão dos negócios: Artur, estudante de agronomia,<br />
e Marina. Vinculados à unidade local da<br />
Cocamar, os Martinez recebem assistência técnica<br />
do agrônomo Sílvio César Costa Filho. Porém,<br />
interessados em investir no incremento da<br />
produtividade, eles passaram a contar nesta safra<br />
de verão <strong>2022</strong>/23 com a consultoria especializada<br />
do grupo Mais, prestada pela Cocamar por<br />
meio do engenheiro agrônomo Osmar Buratto,<br />
que atende produtores da região.<br />
“Nosso objetivo é chegar a uma média de 5 mil<br />
quilos de soja por hectare” (o que daria 201 sacas/<br />
alqueire), afirma Milton, citando que na safra anterior,<br />
mesmo enfrentando veranicos severos que<br />
impactaram a produtividade regional, sua média<br />
ficou acima de 2,8 mil quilos por hectare (114 sacas<br />
na medida em alqueire), superior à da região. Desta<br />
vez, o tempo vem sendo favorável e 80% das lavouras<br />
estavam em fase de florescimento quando<br />
a equipe do Rally passou por lá, no final de dezembro.<br />
“O produtor Milton Matinez é muito receptivo<br />
à incorporação de novas tecnologias e isso auxilia<br />
positivamente o trabalho da consultoria que vem<br />
auxiliando-o na introdução de diferentes sistemas<br />
de produção, como o sistema de rotação de culturas<br />
e o consórcio milho com braquiária”, comentou<br />
o engenheiro agrônomo Osmar Buratto.<br />
De acordo com ele, são práticas que melhoram<br />
as condições químicas, físicas e biológicas do solo,<br />
além de diminuírem impactos negativos causados<br />
por fatores edafoclímaticos, como estresse<br />
hídrico e temperatura. Outro benefício é a diversificação<br />
de renda da propriedade, tornando o produtor<br />
cada vez mais estável no seu negócio.<br />
A diversificação dos negócios inclui o cultivo<br />
de algodão já pelo quinto ano consecutivo, ocupando<br />
ainda uma pequena área. Produzindo<br />
em média 650 arrobas por alqueire (268,5/hectare),<br />
o ciclo do algodão vai de novembro a maio<br />
e no último ano, segundo o produtor, a rentabilidade<br />
por alqueire correspondeu a 190 sacas<br />
líquidas de soja. “O algodão é um excelente negócio”,<br />
diz Milton, confiante de que essa cultura<br />
volte a ser praticada no Paraná, estado que já foi<br />
o principal produtor nacional.<br />
Em outra propriedade, no município de Cidade<br />
Gaúcha, no noroeste, os Martinez fazem a integração<br />
lavoura-pecuária (ILP), assistidos pela equipe<br />
da unidade da cooperativa em Tapira.<br />
Milton, por fim, elogiou a qualidade do atendimento<br />
prestado pela Cocamar, dizendo que a<br />
cooperativa possibilita segurança aos cooperados<br />
para o desenvolvimento de suas atividades.<br />
A família está radicada em Sertanópolis desde<br />
1975, quando Donato, pai de Milton, adquiriu a<br />
propriedade, substituindo o café pelos cultivos<br />
de soja e trigo.<br />
BOAS PRÁTICAS – A REVISTA DO RALLY COCAMAR DE PRODUTIVIDADE <strong>2022</strong>/23<br />
35
Para família de Lobato,<br />
chegada da Cocamar<br />
fortalece o agro regional<br />
Os Liberali, uma família com longa tradição na Cocamar<br />
Os irmãos Marcos e Marcelo Liberali, produtores de grãos em Lobato, noroeste do Paraná, comentaram<br />
durante a visita do Rally, em dezembro, que a incorporação da Coanorp pela Cocamar,<br />
oficializada em novembro, fortalece a agricultura da região. “Nós, os produtores, só temos a<br />
ganhar com isso”, disse Marcelo. O município é um dos que passam a contar com uma estrutura<br />
e os serviços oferecidos pela cooperativa.<br />
“Nossa família tem uma longa tradição na Cocamar”, afirmou Marcelo, informando que o pai deles,<br />
Armando (falecido em <strong>2022</strong>), ingressou como cooperado no começo da década de 1970, tempo<br />
em que a produção de algodão era entregue em Maringá.<br />
Há muitos anos a família se dedica ao cultivo de grãos e, investindo em tecnologias de ponta,<br />
avança em agricultura de precisão.<br />
Pais e filhos trabalham juntos. Marcos Vinícius, 27 anos, engenheiro agrônomo, e Mateus, 19,<br />
estudante de agronomia, filhos, respectivamente, de Marcos e Marcelo, participam ativamente<br />
das atividades.<br />
36 BOAS PRÁTICAS – A REVISTA DO RALLY COCAMAR DE PRODUTIVIDADE <strong>2022</strong>/23
Com capricho, tudo dá certo<br />
“A soja está que é uma beleza”, alegrou-se o cooperado<br />
Gines Sanches Cavalcante, de Ourizona,<br />
município da região de Maringá. Com o tempo<br />
ajudando, a safra <strong>2022</strong>/23 se desenvolveu a<br />
olhos vistos, conforme o Rally constatou em visita<br />
no mês de dezembro.<br />
Para produtores como Gines - que cultiva 82<br />
alqueires (198,4 hectares), dos quais 9 próprios -,<br />
e dependem de plantar em terras arrendadas,<br />
só há um caminho: conduzir a atividade com o<br />
máximo empenho e capricho para obter os melhores<br />
resultados.<br />
Aos 57 anos, ele conta com o apoio do filho,<br />
o técnico agrícola Tiago, de 30 anos, para conduzir<br />
o negócio. Em seu planejamento, adota a<br />
estratégia de antecipar a aquisição de insumos<br />
e travar custos, sempre seguindo as orientações<br />
técnicas do engenheiro agrônomo João Vítor<br />
Genovês, da Cocamar, onde é cooperado 100%.<br />
Uma das recomendações, por exemplo, o uso<br />
de fertilizantes foliares Viridian, surtiu o efeito<br />
esperado. Segundo o produtor, as plantas ganharam<br />
uma tonalidade verde escuro, sinal de<br />
que estavam bem nutridas. “O Gines é um produtor<br />
de referência na região”, afirma João Vítor,<br />
acrescentando que ele procura fazer tudo da<br />
maneira mais correta possível.<br />
A família é parte da história do município, onde<br />
chegou em 1948, vindo de Ibitinga (SP). Seus avós,<br />
Gines e Pura, de origem espanhola, encontraram<br />
mata fechada e algumas poucas propriedades<br />
abertas até o Rio Ivaí. “Eles se preocuparam em<br />
comprar um lote onde havia água”, conta. E, para<br />
fazer compras, seguiam em carroça até Mandaguaçu.<br />
No começo não foi fácil, mas superaram<br />
os desafios e fizeram ali o seu futuro.<br />
Gines com o agrônomo<br />
Hamilton e o agrônomo<br />
João Vítor<br />
BOAS PRÁTICAS – A REVISTA DO RALLY COCAMAR DE PRODUTIVIDADE <strong>2022</strong>/23<br />
37
Agricultura de precisão<br />
é também para pequenos<br />
A família Yamada, de Ibiporã, região de Londrina,<br />
mostra que agricultura de precisão não<br />
é só para grandes produtores. Ela possui 7,5<br />
alqueires e toca outras 29 arrendados, onde<br />
planta soja e milho.<br />
Utilizando um trator John Deere equipado<br />
com piloto automático, os Yamada conseguem<br />
fazer aplicação noturna, algo que antes era impensável.<br />
“Sem a precisão, a gente tinha que improvisar”,<br />
conta Dagoberto, ao lado do filho Rodney.<br />
Ele explica: para pulverizar, era necessário<br />
fazer a marcação do terreno com estacas: “dava<br />
muito trabalho. Hoje não, é só montar no trator”.<br />
Plantar também ficou mais fácil. Segundo o<br />
produtor, agora não há mais o problema de<br />
remontar a linha e o sistema ainda permite<br />
aproveitar melhor o terreno.<br />
Rodney, que é engenheiro de computação,<br />
se recorda: quando foram ver um piloto<br />
automático para comprar na concessionária,<br />
o valor de R$ 40 mil na época equivalia a de<br />
um carro. “Foi um investimento pesado”, conta,<br />
mas que valeu a pena, pois facilitou muito<br />
o serviço: “Sem isso, hoje, não teríamos mais<br />
como continuar. E quem conhece e se acostuma,<br />
não quer voltar mais ao jeito que era”.<br />
Os Yamada chegaram à comunidade Boa<br />
Esperança, onde residem, há exatos 50 anos,<br />
vindos de Arapoti (PR). Uma família grande,<br />
com seis irmãos (quatro homens e duas mulheres),<br />
para plantar café e cultivar horta em<br />
seus 7,5 alqueires. Com o passar dos anos,<br />
cada qual passou a cuidar do próprio negócio<br />
e a família de Dagoberto seguiu na produção<br />
de grãos, sendo a soja, o carro-chefe,<br />
com uma produtividade que varia entre 140<br />
e 145 sacas por alqueire.<br />
O Rally Cocamar visitou a propriedade – que<br />
fica ao lado da unidade da Cocamar - em<br />
companhia de Pablício Araújo, especialista<br />
em agricultura de precisão da Cocamar Maquinas.<br />
Fotos/Flamma<br />
Rodney (com o pai Dagoberto): “Sem o piloto automático não teríamos mais como trabalhar”<br />
38 BOAS PRÁTICAS – A REVISTA DO RALLY COCAMAR DE PRODUTIVIDADE <strong>2022</strong>/23
Personagens de referência<br />
no caminho do Rally<br />
Aos 18 anos, no final da década de 1970, um balconista<br />
de farmácia de Florestópolis, no norte do<br />
Paraná, decidiu largar o emprego, juntar as economias<br />
e investir tudo na compra de um pequeno<br />
trator. O pai, o comerciante seu Lizinho, morador<br />
da cidade desde 1950, não tinha propriedade<br />
rural. Então, o jeito foi o filho, que queria ser fazendeiro,<br />
sair em busca de terras para arrendar.<br />
Quando se recorda de como tudo começou,<br />
um filme passa pela cabeça do produtor Antônio<br />
Luiz Ruela da Silva, o Nico Ruela, hoje com<br />
65 anos. Mesmo sem ter, na época, nenhuma<br />
experiência com agricultura, apenas vontade,<br />
ele ganhou a confiança de um juiz, o Dr. Jaci<br />
Carvalho Mendonça, que lhe arrendou um sítio.<br />
E foi a partir desse apoio inicial que o determinado<br />
jovem não parou mais.<br />
“Eu fazia todo tipo de serviço com o trator, destoca,<br />
plantio, não tinha tempo ruim”, afirma Nico,<br />
que se tornou um produtor de respeito na região.<br />
Hoje, são mais de 300 alqueires, dos quais<br />
250 de lavouras de soja, milho e trigo, sendo 160<br />
irrigados. Com 20 pivôs centrais, não tem tempo<br />
ruim mesmo. “O pivô é uma espécie de seguro,<br />
que dá estabilidade à produção”, diz o produtor.<br />
Apenas dez anos depois de decidir pela vida de<br />
agricultor, ele instalou o primeiro pivô, “para não<br />
ficar dependendo de São Pedro”.<br />
Nico tem a companhia do filho Luiz Antônio, o<br />
Niquinho, de 34 anos, para continuar sua saga e<br />
diversificar os negócios. Ele produz abóbora cabotiá<br />
em área irrigada e recentemente começou<br />
um projeto ambicioso, a produção de ovos<br />
galados – 50 mil unidades/dia – em integração<br />
com um frigorífico da região, cuja estrutura é<br />
gerida pela nora Mariana.<br />
A família trabalha com maquinários John Deere,<br />
avança na agricultura de precisão e se fortalece<br />
no cooperativismo, sendo associada da Cocamar<br />
e da cooperativa de crédito Sicredi.<br />
A família foi visitada pelo Rally Cocamar de<br />
Produtividade, quando a Cocamar Máquinas<br />
conferiu a eles o certificado de “Propriedade do<br />
Futuro”, um reconhecimento pela parceria. Representaram<br />
a Cocamar Máquinas: Bruno Trosdorf<br />
e Pablício Araújo, especialistas em agricultura<br />
de precisão; Romildo Aparecido Pinheiro e<br />
Guilherme Cícero, consultores de vendas.<br />
A família Ruela com o pessoal da<br />
Cocamar Máquinas<br />
BOAS PRÁTICAS – A REVISTA DO RALLY COCAMAR DE PRODUTIVIDADE <strong>2022</strong>/23<br />
39
Em Cambé, histórias de<br />
gerações na agricultura<br />
Fotos/Flamma<br />
Família Perucci recepcionou representantes do Rally, da Cocamar e da Cocamar Máquinas: Propriedade do Futuro<br />
Os primos Fernando e Felipe Perucci recepcionaram<br />
a equipe do Rally Cocamar de Produtividade<br />
na propriedade em Cambé, norte do<br />
Paraná, onde cultivam grãos.<br />
Eles fazem parte da terceira geração da família<br />
e, aos 33 e 24 anos, respectivamente,<br />
trabalham segundo as melhores práticas e<br />
tecnologias. Orientados pela Cocamar, os Perucci<br />
mantêm consórcio milho e braquiária<br />
no inverno, o que confere mais qualidade à<br />
palhada no verão.<br />
Na oportunidade, os dois primos – e mais Antônio,<br />
o Toninho, pai de Felipe - receberam o<br />
certificado “Propriedade do Futuro”, entregue<br />
pela concessionária Cocamar Máquinas/John<br />
Deere. Trata-se de um reconhecimento a produtores<br />
que, entre outros diferenciais, se distinguem<br />
pelo nível tecnológico com que conduzem<br />
as lavouras, utilizando maquinários da<br />
marca.<br />
Ainda em Cambé, o certificado “Propriedade<br />
do Futuro” foi conferido também à família Peruzi,<br />
representada pelo pai José, de 77 anos, o<br />
filho Frank, de 47, e o neto Cristofer, de 26.<br />
“Orgulho e amor”<br />
Ao falar da história familiar, seu José relatou<br />
ter chegado ali aos sete anos de idade, no<br />
ano de 1953, trazido pelos pais. Eles haviam se<br />
mudado de São Joaquim da Barra (SP) para<br />
o Paraná em busca de fazer a vida, tocando<br />
inicialmente um lote arrendado. Aos poucos,<br />
com muito trabalho, os Peruzi foram comprando<br />
pequenas propriedades, para plantar<br />
40 BOAS PRÁTICAS – A REVISTA DO RALLY COCAMAR DE PRODUTIVIDADE <strong>2022</strong>/23
café. “É uma história feita de muito orgulho e<br />
amor”, citou o produtor.<br />
Casado em 1973 com dona Maria Aparecida,<br />
seu José se recordou que as geadas foram<br />
acabando com o cafezal e abrindo espaço para<br />
as “lavouras brancas”. Os primeiros tempos da<br />
mecanização, segundo ele, foram complicados.<br />
“Por muito tempo a gente trabalhou em trator<br />
sem cabine, debaixo de sol quente e poeira.<br />
Muito diferente de hoje.”<br />
A exemplo dos Perucci, os Peruzi têm uma<br />
história bem sucedida de sucessão familiar<br />
e, segundo Frank, “o pai confiou e agora o<br />
filho Cristofer segue o legado”. Frank é casado<br />
com Daniele e tem outros dois filhos,<br />
Leonardo, de dez anos, e Gustavo, de quatro.<br />
Daniele também maneja o trator e ajuda<br />
nas operações. “Os pequenos estão aprendendo<br />
desde muito cedo a gostar da terra<br />
e das máquinas”, afirmou, mencionando<br />
que Gustavo, o caçula, fica o tempo todo<br />
com ela na cabine, aproveitando cada momento.<br />
A Cocamar Máquinas foi representada pelos<br />
especialistas em agricultura de precisão Pablício<br />
Araújo e Bruno Trosdorf, além de sua equipe<br />
de Marketing, com Ana Caroline, Júlia Andrade<br />
e Lídio Bravo. O coordenador de agricultura digital<br />
da Cocamar, Vitor Palaro, também participou<br />
da visita.<br />
Os Peruzzi, também de Cambé: legado que passa de pai para filho<br />
BOAS PRÁTICAS – A REVISTA DO RALLY COCAMAR DE PRODUTIVIDADE <strong>2022</strong>/23<br />
41
Fotos/Flamma<br />
Aparecido, o filho Francisco e os visitantes na propriedade em Londrina<br />
Pais e filhos afinados,<br />
crescendo no agro<br />
Desde os treze anos, Francisco Magro, o Chico,<br />
já acompanhava o pai Aparecido na lavoura,<br />
assumindo serviços na propriedade da família,<br />
situada no distrito Espírito Santo, em Londrina<br />
(PR). Hoje, aos 27 anos, ele continua fazendo<br />
uma dupla afinada com o pai, de 59, sempre<br />
procurando evoluir na atividade.<br />
Os dois receberam a visita do Rally. “Estamos<br />
investindo sempre no aumento tecnológico”,<br />
destacou Chico.<br />
Segundo Aparecido, para dar conta do trabalho<br />
é preciso ter bons maquinários porque as<br />
janelas de plantio ficaram estreitas e o período<br />
de colheita diminuiu. “Antes, a gente colhia<br />
soja por uns 90 dias, hoje esse tempo é muito<br />
menor.” A família cultiva em terras próprias e<br />
arrendadas.<br />
A realidade atual é muito diferente de quando<br />
o sogro de Aparecido adquiriu a propriedade,<br />
no final da década de 1960. O primeiro<br />
trator eles só conseguiram comprar em 1972.<br />
E, quando começaram a plantar soja, durante<br />
anos pagavam para colher.<br />
A família inteira se envolve na atividade. Isabel,<br />
esposa de Aparecido, e a filha deles, Bárbara,<br />
com o apoio de uma sobrinha, Maíra, cuidam<br />
dos papéis e da documentação no dia a dia.<br />
Durante a visita do Rally, a família Frederico<br />
Magro recebeu o certificado “Propriedade do<br />
Futuro”, entregue pela Cocamar Máquinas.<br />
Em Rolândia (PR), na comunidade Caramuru,<br />
outra bela história de parceria entre pai e<br />
42 BOAS PRÁTICAS – A REVISTA DO RALLY COCAMAR DE PRODUTIVIDADE <strong>2022</strong>/23
Família De Longhi recebeu o Rally, profissionais da Cocamar Máquinas e da Sicredi Dexis, em Rolândia<br />
filho é com a família De Longhi, que também<br />
recebeu a equipe do Rally e foi homenageada<br />
pela Cocamar Máquinas/John Deere com o<br />
certificado “Propriedade do Futuro”.<br />
Seu Antônio Braz De Longhi, de 70 anos, e o<br />
filho Ricardo, de 42, são a continuidade de um<br />
ramo familiar que chegou ao Paraná em 1938<br />
e se encantou com a beleza e a produtividade<br />
dos cafezais.<br />
Hoje eles produzem soja, milho e trigo e,<br />
igual aos Magro, utilizaram por muito tempo<br />
maquinários sem cabine. “Colher milho com<br />
uma colheitadeira sem cabine era um castigo”,<br />
recorda-se seu Antônio, acrescentando: “agora<br />
é tudo muito confortável, quase um passeio”.<br />
Se jeito regula, o pequeno Bernardo, de seis<br />
anos, filho de Ricardo, vai tomando gosto pela<br />
vida no campo. Ainda é muito cedo para falar<br />
sobre isso, mas como os De Longhi residem na<br />
propriedade, a lavoura e as máquinas fazem<br />
parte do cotidiano do menino. “Quem sabe...”,<br />
diz o pai.<br />
Acompanhando<br />
Participaram da primeira visita os especialistas<br />
em agricultura de precisão da concessionária,<br />
Bruno Trosdorf e Pablício Araújo, o consultor<br />
de vendas Romildo Aparecido Pinheiro, a<br />
equipe de Marketing formada por Ana Caroline,<br />
Júlia Andrade, Lídio Bravo, e o coordenador<br />
de agricultura de precisão da Cocamar, Vítor<br />
Palaro. Na segunda, Pablício Araújo.<br />
BOAS PRÁTICAS – A REVISTA DO RALLY COCAMAR DE PRODUTIVIDADE <strong>2022</strong>/23<br />
43
Fotos/Flamma<br />
Rally foi acompanhado, na visita, de profissionais da Cocamar Máquinas e da Sicredi Dexis<br />
Coragem e determinação<br />
para começar aos 17 anos<br />
O Rally Cocamar de Produtividade se depara,<br />
em suas andanças, com histórias inspiradoras.<br />
Imagine alguém assumir o comando de uma<br />
propriedade rural aos 17 anos. Isto aconteceu no<br />
município de Cambé, norte do Paraná.<br />
Embora sendo de uma família com longa tradição<br />
no campo, produzindo grãos, faltava um pouco<br />
mais de vivência a Daniel Delfini, ainda muito<br />
novo. Mas a mãe dele, dona Terezinha, à época<br />
professora, acreditou no filho que, em contrapartida,<br />
tinha de sobra coragem e determinação.<br />
Isso aconteceu em 2003 e a maior dificuldade,<br />
segundo Daniel, estava no maquinário, antigo e<br />
bastante limitado. Com o tempo, atendendo às<br />
expectativas, o jovem foi ganhando experiência e,<br />
quando viu, dominava a produção de soja, milho<br />
e trigo. Atualmente com 36 anos, ele tem o apoio<br />
da irmã Maiara, responsável pela área financeira,<br />
e da mãe, já aposentada, que participa da gestão.<br />
Só em 2012 Daniel e seus familiares conseguiram<br />
adquirir o primeiro trator John Deere - marca<br />
que, para ele, representava um sonho de consumo.<br />
Hoje, possuem uma linha completa.<br />
“Procuramos nos capitalizar e, nos últimos<br />
anos, investir em maquinários modernos”, disse<br />
o produtor, para quem tudo começa no plantio,<br />
que precisa ser bem feito, assim como as pulverizações.<br />
“As janelas ficaram curtas, tem que entrar<br />
rápido e com qualidade”, justificou, citando que<br />
a Cocamar Máquinas está impulsionando a agricultura<br />
de precisão na região.<br />
Nessas duas décadas como produtor, Daniel<br />
afirmou que “jamais imaginava ter presenciado,<br />
no agro, uma evolução tecnológica tão rápida”. O<br />
colaborador da família desde 2005, José Osvaldo<br />
da Silva, de 35 anos, também não. Ele comentou<br />
que a modernização do maquinário trouxe mais<br />
facilidade e agilidade aos serviços.<br />
José Osvaldo é pai de Murilo, de doze anos, e<br />
Miguel, de seis. O primeiro já o acompanha nas<br />
operações, mas o segundo, que ainda não tem<br />
idade, se contenta, por ora, com tratores de brinquedo.<br />
Ainda assim, têm que ser John Deere.<br />
O Rally foi acompanhado na visita por Pablício<br />
Araújo e Bruno Trosdorf, especialistas de agricultura<br />
de precisão da Cocamar Máquinas/John Deere.<br />
Eles conferiram ao produtor o certificado de<br />
“Propriedade do Futuro”.<br />
44 BOAS PRÁTICAS – A REVISTA DO RALLY COCAMAR DE PRODUTIVIDADE <strong>2022</strong>/23
Perseverança e<br />
conquistas<br />
Terra de fertilidade generosa e rica em oportunidades.<br />
Assim é o município de São Jorge do Ivaí, a<br />
50 quilômetros de Maringá, onde famílias enxergaram<br />
seu futuro e cresceram à custa de muito<br />
trabalho e perseverança.<br />
Paulista de Pirajuí (SP), Fábio Deganutti chegou<br />
ao lugar em 1951, trazido pela família com a<br />
idade de seis anos, vindo de São Martinho, distrito<br />
de Rolândia, onde o pai Palmiro havia tido um<br />
açougue. “Isso aqui era tudo mato”, recordou-se.<br />
Com a cidade tomando forma, ele foi crescendo<br />
e começou a trabalhar cedo, carregando sacos<br />
numa máquina de café, onde depois, seria<br />
promovido a recebedor. Mais tarde, abriu uma<br />
cerealista e foi comerciante de secos e molhados.<br />
Os tempos do desbravamento da região não<br />
eram nada fáceis. A Cia Melhoramentos, que<br />
negociava as terras, abria picadas no mato e os<br />
produtores, em mutirão, é que cuidavam dessas<br />
estradinhas, o único meio de acesso. Se houvesse<br />
um rio, seria preciso colocar pinguelas para a<br />
passagem do veículo. A maioria se deslocava em<br />
carroça, quem podia comprava um jipe e os mais<br />
abastados andavam de Rural Willys. Quando<br />
chegava um mascate, a família do sítio aproveitava<br />
para comprar logo um rolo de pano para confeccionar<br />
as roupas – iguais para todos de casa.<br />
“Eu cheguei a usar, por muito tempo, camisa feita<br />
com tecido de saco de açúcar”, recorda-se.<br />
Casado em 1970 com Maria Aparecida, Fábio tinha<br />
o sonho de investir em terras e só conseguiu<br />
adquirir o primeiro lote, uma pequena área, em<br />
1975. Segundo ele, depois da geada negra ocorrida<br />
naquele ano, que acabou com os cafezais, a<br />
região sofreu um baque. “São Jorge tinha de 33<br />
para 34 mil habitantes e o distrito de Copacabana<br />
uns 8 mil”, cita. No Copacabana havia de tudo,<br />
exceto banco, e o Expresso Planeta mantinha<br />
uma linha regular com três ônibus que pernoitavam<br />
no distrito. A geada causou um intenso<br />
êxodo populacional e algumas famílias queriam<br />
se desfazer de suas terras para irem embora. Fá-<br />
Os Deganutti com o gerente da Cocamar, Bernélio Orsini, e<br />
pessoal da Sicredi Dexis<br />
bio conta que as pessoas não avaliavam a excelência<br />
das terras que tinham em mãos e faziam<br />
qualquer negócio. “Quando acabou o café, acabou<br />
o mundo para aquela gente”. Assim, atento<br />
às oportunidades, ele canalizava investimentos<br />
para a aquisição de terras, inclusive em outros<br />
municípios, sempre sabendo escolher bem, tendo<br />
deixado o comércio em 1981 para se dedicar<br />
exclusivamente à agricultura.<br />
Assim, a soja avançou na terra roxa, principalmente<br />
depois que a Cocamar implantou sua unidade<br />
ali, em 1976. Fábio vendeu as propriedades<br />
que tinha em outros municípios para concentrar<br />
os negócios em São Jorge, na região do Copacabana,<br />
onde a atividade é conduzida em gestão<br />
compartilhada por ele, o filho Rony, e os netos<br />
Matheus e Douglas.<br />
Fábio e Maria Aparecida, além de Rony, são pais<br />
de Sandra e Adriana. “Uma família tradicional e<br />
de referência na região, que trabalha com as melhores<br />
tecnologias e tem sua história muito ligada<br />
à Cocamar”, afirmou o gerente da Unidade<br />
local, Bernélio José Orsini.<br />
BOAS PRÁTICAS – A REVISTA DO RALLY COCAMAR DE PRODUTIVIDADE <strong>2022</strong>/23<br />
45
Agricultura moderna e diversificada<br />
“Meu pai foi médico durante 42 anos em Terra<br />
Boa (PR), onde chegou no ano de 1962, acompanhado<br />
de minha mãe. Eram recém-casados<br />
e vieram do Rio de Janeiro”. A história dos pais<br />
Valdomiro e Jacyra, já falecidos, é contada pelo<br />
filho deles, Valdomiro Peres Júnior, o Carneirinho,<br />
que recebeu a equipe do Rally em companhia<br />
do sobrinho Thiago.<br />
O casal teve outros dois filhos, Valter e Abelardo,<br />
e enquanto o pai se dedicava ao seu ofício<br />
- tendo construído um hospital na cidade e<br />
realizado mais de 5 mil partos -, a mãe percebeu<br />
que comprar terras era um bom negócio.<br />
Ela convenceu o marido e, assim, sempre que<br />
possível, eles investiam na aquisição de propriedades<br />
rurais.<br />
Uma parte da família seguiu a profissão do<br />
pai: Abelardo é neurocirurgião em São José<br />
dos Campos (SP). Casado com uma médica,<br />
ele tem dois filhos que atuam também nessa<br />
área. E, do lado de Carneirinho e Valter, as<br />
filhas Maria Cláudia e Ana Caroline estão para<br />
finalizar o curso de medicina.<br />
Mas foi graças à percepção da mãe que outra<br />
parte da família enveredou para os lados<br />
da agricultura. Carneirinho e Valter são engenheiros<br />
agrônomos, assim como seus filhos<br />
Pedro e Thiago. Eles estão à frente de propriedades<br />
em Terra Boa, Querência do Norte<br />
e Santa Cruz do Monte Castelo, mantêm um<br />
programa de diversificação de negócios e são<br />
reconhecidos por suas boas práticas.<br />
A soja e o milho, carros-chefes, compõem<br />
um conjunto de atividades que inclui aviários,<br />
produção de mandioca, gado de corte, eucaliptos<br />
e áreas de cana-de-açúcar. Em <strong>2023</strong>,<br />
eles iniciam o cultivo de sorgo para ampliar o<br />
leque de opções no inverno.<br />
Em Terra Boa, os Peres são atendidos pelo técnico<br />
agrícola Ademir Caetano, o Mirim, da Cocamar.<br />
Há anos eles se dedicam à proteção do solo,<br />
cultivando braquiária e aveia para ter palhada,<br />
além de todos os cuidados que dispensam às lavouras,<br />
o que proporciona bons resultados.<br />
Fotos/Flamma<br />
Valdomiro Peres e o sobrinho Tiago, com o gerente Everton<br />
e o agrônomo Ademir<br />
A gestão compartilhada possibilita, assim,<br />
uma sucessão natural. Thiago, de 26 anos, já<br />
está na lida há algum tempo, enquanto o recém-formado<br />
Pedro, de 24, acaba de concluir<br />
um estágio de dez meses nos Estados Unidos.<br />
Aprender sempre e aprimorar conhecimentos<br />
é o dia a dia de Thiago, para quem a experiência<br />
do pai e do tio são valiosos.<br />
“Somos uma família cooperativista”, frisa<br />
Carneirinho, lembrando que todos eles são cooperados<br />
da Cocamar. Ele, inclusive, integra o<br />
Conselho de Administração da cooperativa.<br />
Para o gerente Everton Cestaro, da unidade<br />
local da Cocamar, a história dos Peres se confunde<br />
com a própria história da cooperativa,<br />
que foi fundada em 1963 e atualmente conta<br />
com mais de 20 mil cooperados. “Se de um<br />
lado a família Peres está completando 60 anos<br />
em Terra Boa, de outro a Cocamar celebra seus<br />
60 anos no início de <strong>2023</strong>”, lembra Everton.<br />
Em resumo, muito trabalho ao longo das décadas,<br />
os desafios persistem, mas o que não<br />
falta são bons motivos para comemorar.<br />
46 BOAS PRÁTICAS – A REVISTA DO RALLY COCAMAR DE PRODUTIVIDADE <strong>2022</strong>/23
Do café para a soja,<br />
uma trajetória de sucesso<br />
O que não falta ao cooperado Antônio Benedito<br />
Bizetti, de São Jorge do Ivaí, a 50km de Maringá, é<br />
disposição. Aos 81 anos, ele está sempre atento ao<br />
desenvolvimento das lavouras e nunca deixa de<br />
ir à Unidade da Cocamar para trocar ideias com<br />
o agrônomo Mateus Pascoli e saber das novidades,<br />
sendo a gestão dos negócios compartilhada<br />
com Ricardo, um de seus filhos.<br />
Crescer tem sido a tônica dos Bizetti desde que<br />
eles chegaram ao município depois de comprar<br />
um pequeno lote de 2,5 alqueires em 1970. Bem<br />
antes disso, no ano de 1944, os pais haviam se<br />
mudado do estado de São Paulo para Rolândia,<br />
mas foi em Astorga que Antônio se casou com<br />
Neide e de onde eles saíram para fazer a vida na<br />
nova região. “Tinha seis anos de casado e nosso<br />
negócio era plantar café”, lembrou o produtor.<br />
Contudo, as geadas ocorridas em 1972 e 1975<br />
fizeram com que os Bizetti mudassem de ideia.<br />
Em vez de café, como pensava, Antônio seguiu<br />
uma tendência entre os produtores naquele<br />
tempo e começou a cultivar soja, cultura que<br />
avançava ainda timidamente, mas ganhou força<br />
depois que a Cocamar instalou no município um<br />
entreposto com armazém graneleiro para receber<br />
a produção, em 1976.<br />
Segundo Bizetti, a soja não era tão trabalhosa<br />
quanto o café e todos se acostumaram logo.<br />
Antônio conta que, desde então, só se deu bem<br />
com essa lavoura. “De 1975 para cá, apenas em<br />
quatro safras nós colhemos abaixo de 100 sacas<br />
por alqueire”, afirma.<br />
O segredo para produzir bem, segundo Antônio,<br />
é ter dedicação, capricho e fazer tudo na hora<br />
certa, além de investir em uma boa adubação e<br />
cuidar do solo. Todos os anos ele faz a correção de<br />
suas terras com calcário, uma providência “com<br />
retorno garantido”.<br />
O agrônomo Mateus Pascoli frisa que o produtor<br />
é receptivo a adoção de novas tecnologias e,<br />
ao lado do filho Ricardo, faz um manejo adequado<br />
de pragas e doenças. “Com toda a sua experiência,<br />
ele faz questão de conversar e ouvir as<br />
orientações agronômicas”, pontua. E, na colheita,<br />
ele conta com o apoio de outro filho, o Júnior.<br />
Foi com muito trabalho que sua família prosperou<br />
na atividade, ao longo das décadas. E, atento<br />
a oportunidades, Antônio nunca deixou de comprar<br />
terras. Com isso, de 2,5 alqueires de quando<br />
começou, ele detém hoje nada menos que 134<br />
alqueires de áreas próprias no município, o que<br />
demonstra o seu sucesso.<br />
Bizetti com o agrônomo Mateus Pascoli<br />
BOAS PRÁTICAS – A REVISTA DO RALLY COCAMAR DE PRODUTIVIDADE <strong>2022</strong>/23<br />
47
Família de Rolândia faz<br />
da Cocamar um porto seguro<br />
Duas famílias, a dos primos Paulo Roberto da<br />
Silva e Bento da Silva, habitam o Sítio São Paulo,<br />
município de Rolândia. Situada às margens da<br />
Estrada São Rafael, a propriedade é próxima de<br />
uma capela construída em 1937 por imigrantes<br />
alemães e consagrada àquele mesmo santo.<br />
Um lugar muito visitado por quem aprecia a<br />
natureza, história e belas paisagens.<br />
O Sítio São Paulo faz jus a toda essa beleza. O<br />
que não falta ali é capricho, estrutura adequada<br />
e espaços floridos, conferindo qualidade de vida<br />
aos moradores.<br />
Acompanhado pelo agrônomo da unidade local<br />
da cooperativa, Cirineu Cordeiro Vieira, o Rally<br />
foi recebido por Paulo Roberto da Silva, a esposa<br />
Leonice, o filho André e a mãe Maria, ao redor de<br />
uma mesa servida com café, bolachas de nata,<br />
pipoca, arroz doce e geleia de jaboticaba.<br />
Cooperados cem por cento, eles falaram da<br />
parceria com a Cocamar, o atendimento que recebem<br />
da unidade e da presteza do agrônomo<br />
Cirineu. “Uma palavra resume a Cocamar para<br />
nós: tranquilidade”, afirmou Paulo, de 53 anos.<br />
Em uma gestão compartilhada, eles produzem<br />
soja, milho e trigo em terras próprias e arrendadas.<br />
O filho, de 27 anos, que é engenheiro<br />
agrônomo, participa ao lado pai nas atividades<br />
da lavoura, enquanto a esposa garante todo o<br />
apoio.<br />
Orientada por Cirineu, a família faz o planejamento<br />
das safras e a aquisição antecipada dos<br />
insumos. Paulo contou que além da orientação<br />
técnica recebida da cooperativa, o filho André<br />
está sempre antenado nas novidades.<br />
Um outro diferencial é a iniciativa da família<br />
em adaptar tecnologias que venham a facilitar<br />
os serviços. Observadora e contando com uma<br />
oficina ao lado do barracão, eles desenvolveram<br />
sistemas econômicos e interessantes para agilizar<br />
a semeadura, por exemplo, a partir da colocação<br />
das sementes em compartimentos na<br />
carroceria de um caminhão.<br />
Fotos/Flamma<br />
A família Silva: uma profícua parceria com a Cocamar<br />
48 BOAS PRÁTICAS – A REVISTA DO RALLY COCAMAR DE PRODUTIVIDADE <strong>2022</strong>/23
O profissionalismo de<br />
um produtor campeão<br />
O distrito de São Martinho em Rolândia, norte<br />
do Paraná, é referência em embutidos de qualidade<br />
que os consumidores encontram em<br />
vários açougues ao longo da rodovia que atravessa<br />
o lugar. Ali reside o cooperado Vanderley<br />
Leonardi, um dos campeões de produtividade<br />
de soja do concurso promovido pela Cocamar<br />
em sua edição 2019/2020, com a marca de 214<br />
sacas por alqueire (88,4/hectare).<br />
Ligado à unidade de Jaguapitã, Leonardi é reconhecido<br />
pelo capricho que dispensa às lavouras<br />
de soja e milho, a começar pela semeadura.<br />
“Semear é a etapa mais importante, pois precisa<br />
ser feita com todo o cuidado, sem pressa, e<br />
não admite falhas”, afirma o produtor. Para isso,<br />
além da própria experiência, ele recebe orientação<br />
técnica do agrônomo da cooperativa, Guilherme<br />
Henrique Araújo.<br />
Em outubro, ao visitar Leonardi em sua casa,<br />
a equipe do Rally soube que ele lida com soja<br />
desde 1980. São 42 alqueires conduzidos em<br />
parceria com o filho Damilo.<br />
Deslocando-se em companhia do cooperado<br />
para ver a lavoura, o Rally constatou a qualidade<br />
da semeadura. “Um trabalho exemplar”, destacou<br />
o gerente técnico da Cocamar, Rafael Furlanetto,<br />
que integrou a equipe.<br />
A umidade tem favorecido a germinação e, de<br />
olho na produtividade, Leonardi comentou que<br />
neste ano vai utilizar o fertilizante foliar Viridian<br />
para garantir a nutrição das plantas até a fase<br />
de granação. E faz planos de, em breve, investir<br />
em forrageiras durante o inverno para melhorar<br />
cada vez mais o solo e a qualidade do plantio<br />
direto. “O sr. Vanderley Leonardi é um verdadeiro<br />
campeão”, afirma o agrônomo Guilherme, citando<br />
que ele faz análise de solo regularmente,<br />
calagem e, entre várias outras práticas, aplica<br />
580 quilos de adubo por alqueire, em média. É<br />
sempre receptivo a novas tecnologias, interessado<br />
em impulsionar o seu negócio.<br />
“Meu objetivo é oferecer as condições para<br />
explorar todo o potencial produtivo da cultura”,<br />
sintetiza o produtor que tem, como resposta,<br />
boas médias de produtividade, geralmente acima<br />
de 150 sacas por alqueire (62/hectare).<br />
Leonardi: sempre interessado em impulsionar sua atividade<br />
BOAS PRÁTICAS – A REVISTA DO RALLY COCAMAR DE PRODUTIVIDADE <strong>2022</strong>/23<br />
49
Fazenda Flor Roxa,<br />
referência em ILPF no país<br />
Conduzida pela família Vellini, a Fazenda Flor<br />
Roxa, em Jardim Olinda (PR), possui 500 hectares<br />
mantidos com integração lavoura-pecuária-floresta<br />
(ILPF), tendo começado há mais de<br />
duas décadas por incentivo da Cocamar que,<br />
com o apoio da Embrapa, instalou lá uma área<br />
demonstrativa.<br />
Enquanto o marido César e o filho Vítor,<br />
ambos engenheiros agrônomos, dedicam-<br />
-se à agricultura, a médica-veterinária Márcia<br />
responde pela pecuária. “Em duas décadas,<br />
aprendemos muito”, comenta César, frisando<br />
que a região apresenta solo e clima muito desafiadores,<br />
pois a propriedade fica a uma baixa<br />
altitude e é margeada pelo Rio Paranapanema.<br />
“Um ano é diferente do outro e temos que ficar<br />
atentos a tudo”, diz.<br />
No mês de outubro, logo após o plantio, a família<br />
recebeu a visita do Rally Cocamar de Produtividade,<br />
que estava acompanhado, entre<br />
outros, de Lucas Marchi e Alisson Galbiati, respectivamente<br />
gerente e engenheiro agrônomo<br />
da unidade da cooperativa em Paranacity,<br />
e do gerente técnico Rodrigo Sakurada.<br />
Segundo o produtor, a fazenda tinha metade<br />
de suas terras arrendadas por uma usina para<br />
o cultivo de cana-de-açúcar e mantinha pecuária<br />
extensiva. Atualmente, produz soja no verão,<br />
milho no inverno e possui um rebanho formado<br />
por animais angus que são abatidos precocemente,<br />
com cerca de 24 meses, ao peso médio<br />
de 22 arrobas.<br />
As lavouras de soja e milho apresentam, todos<br />
os anos, boas médias de produtividade, superiores,<br />
inclusive, a de solo e clima menos hostis,<br />
à exceção da safra de verão 2021/22, em que<br />
o noroeste paranaense foi bastante castigado<br />
pela estiagem.<br />
Em relação à soja os Vellini já conquistaram,<br />
em várias ocasiões, o prêmio de produtividade<br />
do grão na categoria ILPF com médias, não<br />
Fotos/Flamma<br />
Vellini (com o agrônomo Alisson Galbiati): nada<br />
de improvisos e com muita orientação técnica<br />
50 BOAS PRÁTICAS – A REVISTA DO RALLY COCAMAR DE PRODUTIVIDADE <strong>2022</strong>/23
aro, ao redor de180 sacas por alqueire (74,3/<br />
hectare).<br />
No último ciclo de milho de inverno – cultivado<br />
em consórcio com a braquiária – a colheita<br />
ficou entre 240 e 300 sacas por alqueire (109 a<br />
124 sacas/hectare), mesmo com os problemas<br />
enfrentados pelo ataque da cigarrinha, causadora<br />
do enfezamento das plantas, algo que se<br />
tornou recorrente em todas as regiões produtoras<br />
do Estado. Em Maringá e imediações, para<br />
se ter ideia, a média não passou de 180 sacas<br />
por alqueire (74,3/hectare). E, para incrementar<br />
a produtividade das lavouras, evitando perdas<br />
com déficit hídrico, a família adquiriu uma estrutura<br />
de irrigação com pivô central que deve<br />
ser instalada no primeiro semestre de <strong>2023</strong>.<br />
César Vellini comenta ser indispensável que<br />
o produtor, ao se decidir pela integração, o faça<br />
sem improvisos e com uma adequada orientação<br />
técnica: “É preciso acompanhar tudo de<br />
perto, não adianta delegar para os funcionários<br />
e administrar por telefone”. No inverno, se por<br />
um lado é comum no sistema tradicional os<br />
pastos minguarem em razão do frio e causar<br />
o efeito “sanfona” – em que o gado engorda no<br />
verão e perde peso na época fria – na Fazenda<br />
Flor Roxa o volume de braquiária assegura<br />
alimentação de sobra para o rebanho, mesmo<br />
nos períodos mais críticos.<br />
Os eucaliptos, por sua vez, plantados junto às<br />
cercas, oferecem conforto térmico aos animais<br />
que, nas horas mais quentes do dia, procuram<br />
o sombreamento. “A integração é um grande<br />
negócio para esta região”, assevera o produtor,<br />
lembrando ainda que a Cocamar oferece<br />
facilidades, como estruturas de recebimento<br />
de grãos em Paranacity e Paranapoema, municípios<br />
próximos, além de corpo técnico para<br />
prestar apoio aos produtores, incluindo um<br />
programa destinado à compra de animais em<br />
que remunera pela qualidade diferenciada da<br />
carne.<br />
BOAS PRÁTICAS – A REVISTA DO RALLY COCAMAR DE PRODUTIVIDADE <strong>2022</strong>/23<br />
51
EM MEMÓRIA<br />
Seu Aristides, um<br />
produtor que fez história<br />
Há pessoas que, com seu protagonismo, fizeram<br />
a história de uma região. É o caso do cooperado<br />
Aristides de Caires, do município de Prado Ferreira,<br />
a 60 quilômetros de Londrina, norte do Paraná.<br />
Ele faleceu de causas naturais no dia 27 de<br />
março, aos 87 anos.<br />
Visitado pelo Rally na manhã de 25/10, um bem<br />
humorado Aristides falou de sua trajetória.<br />
Ele estava à frente de várias propriedades em<br />
Prado Ferreira, Florestópolis e Cambé, onde se<br />
dedicava à produção de soja e milho. A idade não<br />
o impedia de dirigir a caminhonete e nem de<br />
acompanhar pessoalmente as atividades em suas<br />
terras: “sou um homem da roça”, disse.<br />
Nascido em Catanduva (SP), sua família vivia<br />
em Rancharia, no vizinho Estado, quando em<br />
1968 se mudou para o Paraná. “Viemos para plantar<br />
algodão, mas ficamos encantados mesmo foi<br />
com a soja”, contou.<br />
O primeiro plantio de soja, em 1973, se deu numa<br />
época em que eram incipientes os maquinários,<br />
as variedades tinham de ser trazidas do estado de<br />
São Paulo e era difícil achar um agrônomo que<br />
entendesse do assunto. Mesmo assim, caprichando<br />
na adubação, ele lembra que, logo de cara, colheu<br />
uma média muito alta, ao redor de 140 sacas<br />
por alqueire – pouco menos do que obtém nos<br />
dias atuais.<br />
A partir daí, não parou mais de lidar com a oleaginosa,<br />
tendo adquirido as primeiras colheitadeiras<br />
para atender sua demanda e prestar serviços<br />
para terceiros. Foi assim que cresceu, conta,<br />
sempre sabendo aproveitar as oportunidades:<br />
“A gente foi comprando um pedacinho de terra<br />
aqui, outro ali, outro acolá”.<br />
Cem por cento Cocamar, Aristides era assistido<br />
pelo engenheiro agrônomo da unidade local<br />
da cooperativa, Felipe Laginski Dias. Um de seus<br />
planos era investir em capim braquiária nos próximos<br />
anos para cobrir o solo de palha e garantir<br />
ainda mais eficiência ao plantio direto.<br />
“Seu Aristides ficou tão satisfeito com o atendi-<br />
Sua família<br />
veio do<br />
interior de<br />
São Paulo<br />
para cultivar<br />
algodão,<br />
mas ficou<br />
encantada<br />
com a soja<br />
mento dispensado a ele pela unidade que chegou<br />
a promover um churrasco em sua sede, para agradecer,<br />
reunindo todos os nossos colaboradores e<br />
familiares”, contou o então gerente José Depieri<br />
Conti, hoje à frente da unidade de Astorga. Cooperativista,<br />
ele também era associado do Sicredi.<br />
Ativo personagem da história, ele foi eleito em<br />
Mirasselva para um mandato de prefeito entre<br />
1989 e 1992. A então Vila Prado pertencia a esse<br />
município e Aristides trabalhou pela sua emancipação.<br />
Após o desmembramento de Prado Ferreira,<br />
em 1995, ele ganhou a eleição para a prefeitura<br />
desse novo município, ficando no cargo de 1997 e<br />
2004, época em que realizou uma grande quantidade<br />
de obras para a estruturação da cidade.<br />
Viúvo de dona Luíza, com quem teve nove filhos,<br />
Aristides uniu-se em segundas núpcias com<br />
dona Maria Madalena.<br />
52 BOAS PRÁTICAS – A REVISTA DO RALLY COCAMAR DE PRODUTIVIDADE <strong>2022</strong>/23
Viúdes<br />
conta com a<br />
assessoria do<br />
Grupo Mais<br />
Elevar suas médias,<br />
o desafio dos produtores<br />
para se manterem competitivos<br />
Morador em Cambé, norte do Paraná, o produtor<br />
Sérgio Luís Viúdes aposta nas melhores tecnologias<br />
e na orientação técnica prestada pela Cocamar<br />
para alcançar um objetivo a que se propôs<br />
há algum tempo: a média de 200 sacas de soja<br />
por alqueire (ou 86,2 na conta em hectare).<br />
Visitado pela equipe do Rally, Viúdes explicou<br />
que vem fazendo tudo o que está ao seu alcance<br />
para atingir aquele número, o qual, para ele,<br />
significa otimizar ainda mais os custos e maximizar<br />
a rentabilidade – fatores essenciais para<br />
se manter competitivo.<br />
“Já venho trabalhando com agricultura de precisão”,<br />
disse o produtor, falando de ferramentas<br />
que considera fundamentais. Entre outras, a<br />
aplicação com taxa variável, a utilização de mapa<br />
de colheita e a análise de solo referenciada, buscando<br />
sempre o perfil adequado e melhorando<br />
suas propriedades físico, químicas e biológicas.<br />
Para tornar ainda mais assertivo o seu esforço,<br />
Viúdes contratou na safra <strong>2022</strong>/23 a orientação<br />
especializada do Grupo Mais, oferecido pela Cocamar,<br />
que mobiliza uma equipe de profissionais<br />
para o acompanhamento técnico e minucioso<br />
das lavouras. Em Cambé, ele conta com os serviços<br />
do engenheiro agrônomo Osmar Buratto.<br />
O agrônomo comentou que o sistema de produção<br />
de grãos mais usual no Estado do Paraná<br />
é soja seguida de milho safrinha, “o que representa<br />
uma sucessão de culturas com relativa<br />
fragilidade, tanto no âmbito agronômico, com<br />
pragas, doenças, plantas daninhas, nematoides,<br />
quanto conservacionista”.<br />
Ele destacou que uma alternativa para minimizar<br />
esses impactos negativos da sucessão soja/<br />
milho é a rotação de culturas, utilizando plantas<br />
com potencial comercial e de cobertura, que<br />
além de enriquecerem o sistema com a biodiversidade<br />
de espécies vegetais, contribui para as<br />
melhorias físicas, químicas e biológicas do solo.<br />
“O produtor Sérgio é uma referência na região<br />
e, com o grupo Mais, ele está conduzindo muito<br />
bem essa prática.” Isso resulta em pelo menos<br />
24 toneladas de palha por alqueire, fazendo a<br />
proteção do solo e gerando uma série de outros<br />
benefícios.<br />
BOAS PRÁTICAS – A REVISTA DO RALLY COCAMAR DE PRODUTIVIDADE <strong>2022</strong>/23<br />
53
PRODUTORES VISITADOS<br />
• Luiz Alberto Palaro – Floresta (PR)<br />
• Antônio José Mulati – Ourizona (PR)<br />
• Luiz Takumi Shigueoka – Assaí (PR)<br />
• Nestor Miranda – Paranavaí (PR)<br />
• Osvaldir Basílio Solis – Rolândia (PR)<br />
• Sônia Maria Zacarias Baroni – Maringá (PR)<br />
• Sidnei Baroni – Maringá (PR)<br />
• Vânio Pasquali – Paranavaí (PR)<br />
• Eduardo Zacarias – Santa Fé (PR)<br />
• Luiz Paulo Lorenzetti – Mirador (PR)<br />
• Gislaine Gilioli – Nova Esperança (PR)<br />
• Edivânia Aparecida Vicentim – Alto Paraná (PR)<br />
• Sérgio Luis Viúdes – Cambé (PR)<br />
• Paulo Roberto da Silva – Rolândia (PR)<br />
• Silvio Roes – Cianorte (PR)<br />
• Hélio Gremes – Maringá (PR)<br />
• Luiz Bruschi – Maringá (PR)<br />
• Gustavo Bruschi – Maringá (PR)<br />
• Aristides de Caires – Prado Ferreira (PR)<br />
• Vanderley Leonardi – São Martinho (PR)<br />
• Edson Gusman – Paranacity (PR)<br />
• Edimarcos Gusman – Paranacity (PR)<br />
• César Luis Vellini – Jardim Olinda (PR)<br />
• Heitor Pauro – São Jorge do Ivaí (PR)<br />
• Antônio Benedito Bizetti – São Jorge do Ivaí (PR)<br />
• Rony Emerson Deganutti – São Jorge do Ivaí (PR)<br />
• Matheus Deganutti – São Jorge do Ivaí (PR)<br />
• Francisco Divanir Boschi – São Jorge do Ivaí (PR)<br />
• João Claudemir Mori – Ivatuba (PR)<br />
• Valdomiro Caobianco – Ivatuba (PR)<br />
• Gustavo Caobianco – Ivatuba<br />
• Eliete Nespolo – Iporã PR)<br />
• Tereza Negri – Jussara<br />
• Fernando Perucci – Cambé<br />
• Felipe Perucci – Cambé<br />
• Antônio Perucci (Toninho) – Cambé<br />
• Cristofer Peruzi – Cambé (PR)<br />
• Frank Peruzi – Cambé (PR)<br />
• Aparecido Magro – Londrina (PR)<br />
• Francisco Magro – Londrina (PR)<br />
• Sérgio Mori – Ivatuba (PR)<br />
• Celso Mori - Ivatuba (PR)<br />
• Antonio Luiz Ruela da Silva– Florestópolis (PR)<br />
• Luiz Antônio Ruela da Silva – Florestópolis (PR)<br />
• José Antônio Moreno – Alvorada do Sul (PR)<br />
• Lucas Anderson – Alvorada do Sul (PR)<br />
• José Cláudio Soares – Alvorada do Sul (PR)<br />
• Valdomiro Peres Júnior – Terra Boa (PR)<br />
• Tiago Peres – Terra Boa PR)<br />
• Rodiney Yamada – Ibiporã PR)<br />
• Roberto Iwanaga – Ourizona (PR)<br />
• Gines Sanches Cavalcante – Ourizona (PR)<br />
• Marcelo Liberali – Lobato (PR)<br />
• Marcos Liberali – Lobato (PR)<br />
• Anderson Fabrício Maestrello – Cruzeiro do Sul (PR)<br />
• Marcos Lucredi – Atalaia (PR)<br />
• Sidnei José Celestino – Ivatuba (PR)<br />
• Tânia Celestino – Ivatuba (PR)<br />
• Milton Martinez – Sertanópolis (PR)<br />
• José Roberto Simões – Tamarana (PR)<br />
• Omar Maciel Anésio – Tamarana (PR)<br />
• Ludmila Manetti – Dr. Camargo (PR)<br />
• Liliana Manetti – Dr, Camargo (PR)<br />
• Mariluce Teixeira de Anchieta – Astorga (PR)<br />
• Frederico Camargo de Anchieta – Astorga (PR)<br />
• Rogério Lorenzetti – Paranavaí (PR)<br />
• Luiz Carlos Muniz – Sertaneja (PR)<br />
• Pedro Favoreto – Sertaneja (PR)<br />
• Vítor Carvalho – Sertaneja (PR)<br />
• Tamara Bragagnolo – Pedrinhas Paulista (SP)<br />
• Leonardo Berardi – Pedrinhas Paulista (SP)<br />
• Andrea Vicentini – Pedrinhas Paulista (SP)<br />
• Júlio Ciavolella – Cruzália (SP)<br />
• Auro Rodrigues Damasceno – Cruzália (SP)<br />
• Joel Alves – Palmital (SP)<br />
• Luiz Henrique Tanno – Londrina (PR)<br />
• Gustavo Tanno – Londrina (PR)<br />
• Valter Luca – Maringá (PR)<br />
• Valdecir Luca – Maringá (PR)<br />
• João Bologuese – Paiçandu (PR)<br />
• Braulino Bologuese – Paiçandu (PR)<br />
• Nazareno Maróstica – Dr. Camargo (PR)<br />
• Dário Dartibale – Dr. Camargo (PR)<br />
• Hilário Luvizoto – Mandaguaçu (PR)<br />
• Paulo Gulhão – Nova Fátima (PR)<br />
• Joaquim Canedo – Nova Fátima (PR)<br />
• João Dolphini – Floresta (PR)<br />
• Alcides Gabriel – Apucarana (PR)<br />
• Ronaldo Gabriel – Apucarana (PR)<br />
• Carla Rossato – Sertanópolis (PR)<br />
• Cleber Veroneze – Maringá (PR)<br />
54 BOAS PRÁTICAS – A REVISTA DO RALLY COCAMAR DE PRODUTIVIDADE <strong>2022</strong>/23
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