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Revista Girolando - edição 132 out/nov/dez 2022

Tudo sobre a pecuária leiteira e a raça Girolando

Tudo sobre a pecuária leiteira e a raça Girolando

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REVISTA O GIROLANDO

MENSAGEM DA DIRETORIA

Odilon de Rezende Barbosa Filho

PRESIDENTE

Eugênio Deliberato Filho

VICE-PRESIDENTE

Marcos Amaral Teixeira

1º. DIRETOR-ADMINISTRATIVO

Márcio Luís Mendonça Alvim

2º. DIRETOR-ADMINISTRATIVO

José Antônio da Silva Clemente

1º. DIRETOR-FINANCEIRO

Luiz Fernando Reis

2º. DIRETOR-FINANCEIRO

Domício José Gregório A. Silva

DIRETOR RELAÇÕES INST. E COMERCIAIS

José Renato Chiari

DIRETOR TÉCNICO CIENTÍFICO

Tatiane Almeida Drummond Tetzner

DIRETORA DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS

Aurora Trefzger Cinato Real

DIRETORA DE FOMENTO E EVENTOS

Missão cumprida! É com este sentimento que terminamos a nossa

gestão à frente da Associação Brasileira dos Criadores de Girolando.

Foram três anos atuando em defesa da pecuária leiteira e da nossa

raça, buscando sempre o avanço da entidade em várias frentes.

Tivemos que nos reinventar para vencer as limitações impostas pela

pandemia, e conseguimos mostrar que o agro é realmente o motor da

economia do País. Não paramos, inovamos e vencemos esse período

de tantas perdas para todos.

O carro-chefe da Gestão 2020/2022 foi sem dúvida o PMGG, que

é o coração da entidade. Foram vários investimentos realizados para

ampliar o programa. Destacamos a publicação de 15 novas características

e 6 índices de seleção no Sumário de Touros 2022. No ano anterior,

já tínhamos publicado a avaliação genética para Longevidade.

Para chegar a todas essas novas características, reforçamos nossa parceria

com a Embrapa Gado de Leite e contratamos três pesquisadoras

para o PMGG.

Promovemos a ampliação do processo de coleta de informações

lineares (SALG), com milhares de animais avaliados, o que permitiu

publicar no Sumário de 2022 as primeiras informações sobre as avaliações

lineares. Também, em parceria com o Fundo de Investimento

do Programa de Melhoramento Genético da Raça Girolando (FI-

PMGG), concedemos subsídio para os criadores inscritos no Serviço

de Controle Leiteiro, no valor das análises de composição do leite.

E para encerrar com chave de ouro faremos, em breve, o custeio

da genotipagem dos animais avaliados pelo SALG: serão mais 7.000

genotipagens de filhas de touros Girolando.

No Serviço de Registro Genealógico da Raça Girolando também

avançamos. Ampliamos nossa equipe técnica no Brasil para atender

os criadores nas mais variadas regiões. Concedemos descontos em

multas, promovemos campanhas para novos associados e capacitamos

nossos técnicos para garantir a qualidade nos serviços prestados.

Atingimos a marca histórica dos 2 milhões de registros e controles, e

agora já ultrapassamos os 2.109.070 registros.

Tivemos a satisfação de realizar a Megaleite de forma presencial,

depois de dois anos com uma versão virtual, sendo que fomos a primeira

entidade do setor a investir nesse tipo de evento on-line. Poder

apresentar presencialmente ao público as evoluções da pecuária

leiteira foi gratificante e os números da Megaleite comprovaram seu

sucesso, com movimentação financeira estimada em R$200 milhões.

Também avançamos nas pistas de julgamento, com animais de

extrema qualidade concorrendo, e no marketing da raça. Desenvolvemos

campanhas promocionais, como a “Girolando 5/8 - A Raça Nacional”,

que apresentou as vantagens de investir na raça, e outra para

incentivar o consumo de leite. Ainda trabalhamos pela instituição do

Dia Nacional da Raça Girolando, uma data para celebrar nossa fantástica

raça.

Não poderíamos deixar de registrar aqui nosso agradecimento a

todos que contribuíram para o crescimento da Associação. Diversas

entidades atuaram em parceria com a Girolando nestes últimos anos,

assim como lideranças políticas do agro, pesquisadores, criadores e

produtores rurais. Agradeço também ao Parceiro Premium Embaré,

aos Parceiros Master Allflex, Tortuga, uma marca DSM, Agener União

Saúde Animal, UCBVET Saúde Animal, SobControle Fazenda, Rúmina,

Berrante Agroexperience, Agroceres Multimix, Zoetis, Mosaic

Fertilizantes, ao Canal Master TV Terraviva e ao Apoio Master #Bebamaisleite.

Essa união foi fundamental para as conquistas alcançadas.

Aproveitamos para desejar sucesso à nova Diretoria eleita, que siga

firme na defesa e promoção da raça!

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REVISTA O GIROLANDO

EDITORIAL

por Larissa Vieira

Editora

Um ano que ficará marcado na história por

tantos acontecimentos decisivos para os rumos

da raça Girolando e do Brasil. 2022 termina com

a certeza de que é preciso continuar buscando incansavelmente

o melhor para nossos negócios,

famílias e para o País. Dentro da pecuária leiteira,

o ano exigiu resiliência dos produtores rurais, que

continuaram trabalhando com custos altos e oscilações

nada animadoras dos preços pagos pelo litro

do leite ao produtor.

O certo é que a gestão do negócio teve que ser

ainda mais precisa em 2022, ampliando a necessidade

de dados seguros para o avanço do rebanho.

Para quem investe em genética bovina, este ano

ficará marcado positivamente, pois o Programa

de Melhoramento Genético da Raça Girolando

(PMGG) entregou muitos resultados. Houve a ampliação

das características com avaliações genéticas

e genômicas dentro do Sumário de Touros, o que

refletirá em gerações muito mais produtivas em

breve. É o PMGG encurtando o tempo para produzir

animais de qualidade superior.

Nesta última edição da revista Girolando de

2022, você vai acompanhar todos os avanços da

Associação nos últimos três anos, promovidos

pela atual Diretoria, sob o comando do presidente

Odilon de Rezende Barbosa Filho. Trazemos um

balanço da Gestão 2020/2022 na áreas técnica, institucional,

exposições e eventos, comunicação etc.

Foram três anos de muito investimento para manter

a raça no caminho do progresso. Parabéns ao

presidente Odilon e a todos os diretores, por este

empenho!

Outro destaque desta edição é um passo a passo

sobre produção de forragem de qualidade para

o gado. Oferta de bom alimento garante um funcionamento

adequado do rúmen e contribui para

a saúde e boa produção de leite dos animais. Ainda

trazemos dicas para a escolha de híbridos para

produção de silagem de milho de alta qualidade.

Para associar saúde, produção e dieta de alta forragem

é necessário se obter uma silagem de milho

que permita seu consumo e forneça o aporte de

nutrientes exigidos pelos animais.

Destacamos ainda como a pecuária leiteira

pode se adaptar às mudanças climáticas e as oportunidades

do agro para consolidar em seu dia a dia

práticas sustentáveis. O Girolando tem mostrado

que é a raça ideal para uma pecuária em sintonia

com o meio ambiente.

Trazemos também um artigo sobre os dados

da propriedade, os mais fortes e atuais aliados da

pecuária leiteira. Para conduzir a pecuária leiteira

a um novo patamar, é necessário ter uma gestão

precisa de dados e soluções inteligentes automatizadas,

ágeis e fáceis de serem manipuladas.

Outro destaque é a entrevista exclusiva com

a professora da Universidade Federal de Viçosa,

Polyana Pizzi Rotta. Ela explica como está o projeto

com a raça Girolando, cujos animais foram doados

por associados, os resultados já alcançados e

como tem sido o manejo dos animais. Ainda trazemos

muitas outras novidades. Confira nas páginas

a seguir.

Aproveito para desejar Boas Festas e que 2023

seja um ano de prosperidade!

EXPEDIENTE

Revista Girolando: Órgão Oficial da Associação Brasileira dos Criadores de Girolando • Editora: Larissa Vieira lamoc1@gmail.com

• Depto. Comercial: Mundo Rural (34) 3336-8888 - Míriam Borges (34) 9 9972-0808 miriamabcz@mundorural.org • Design gráfico: Yuri Silveira

(34) 9 9102-7029 yurisilveira04@hotmail.com • Revisão: Maria Rita Trindade Hoyler • Fotografias: Jadir Bison (34) 99960.4810 jadirbison@yahoo.

com.br • Conselho editorial: Odilon de Rezende Barbosa Filho, Leandro Paiva, Domício Arruda Silva, Tatiane Tetzner, Miriam Borges e Larissa Vieira

• Impressão CTP: Idealiza Grafica (43) 3373-7877 • Tiragem: 6.000 exemplares • Periodicidade: Trimestral (Março, Maio, Agosto e Novembro) •

Circulação: Dia 15 dos meses ímpares • Distribuição: Para todo o Brasil via correios e Disponível na versão on line no site www.girolando.com.

br. • Redação: Rua Orlando Vieira do Nascimento, 74 - CEP: 38040-280 - Uberaba/MG • Telefone: (34) 3331-6000 • Assinaturas: R$ 98,00/ano –

financeiro@mundorural.org • 22 anos de circulação ininterrupta

revistagirolando @ogirolando girolando.com.br revistagirolando

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REVISTA O GIROLANDO

Índice

MENSAGEM DA DIRETORIA 04

EDITORIAL 06

GIRO LÁCTEO 10

LANÇAMENTOS E INOVAÇÕES 12

COMO GARANTIR UMA FORRAGEM DE QUALIDADE PARA O GADO LEITEIRO? 18

ESCOLHA DE HÍBRIDOS PARA SILAGEM DE MILHO 20

A PECUÁRIA 4.0 É PARA TODOS? 24

DADOS: OS MAIS FORTES E ATUAIS ALIADOS DA PECUÁRIA LEITEIRA 26

ROTINA DE ORDENHA DEVE SER ORGANIZADA E COM RESPEITO

A TODOS OS PROCEDIMENTOS 28

PRODUTOR DE LEITE ULTRAPASSA DIFICULDADES E ATINGE RESULTADOS

SURPREENDENTES EM MENOS DE UM ANO COM AJUDA DE CONSULTORIA 32

A PECUÁRIA LEITEIRA PODE SE ADAPTAR ÀS MUDANÇAS CLIMÁTICAS?

OPORTUNIDADES DO AGRO 38

PASTO IRRIGADO POTENCIALIZA PECUÁRIA LEITEIRA 42

NOVOS ASSOCIADOS E CONSELHO 46

GESTÃO 2020/2022 UMA DIRETORIA EMPENHADA EM ANTECIPAR O FUTURO

DA RAÇA. 47

PMGG ANTECIPA O FUTURO DA RAÇA 50

MODERNIZAÇÃO DOS SISTEMAS DE TECNOLOGIA 54

APOSTA NAS EXPOSIÇÕES E EVENTOS 55

GIROLANDO FORTE PELO BRASIL 56

AVANÇOS NA PROMOÇÃO DA RAÇA 58

GIROLANDO KIDS 60

FALE CONOSCO 61

36

Novidades nas

Exposições

16

Pesquisas com Girolando

avançam na Universidade

de Viçosa

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MATÉRIA DE CAPA

Uma gestão para acelerar

a evolução da raça

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REVISTA O GIROLANDO

GIRO LÁCTEO

por Miriam Borges

Fêmea Jovem Suprema

A 1ª Exposição Girolando Gado Jovem foi a

novidade na programação da 52ª Exposição

Agropecuária e Industrial de Itanhandu, em

Minas Gerais. Participaram 20 expositores

da região. A competição da raça Girolando

foi conduzida pelo jurado Cláudio Aragon.

No campeonato “Fêmea Jovem Suprema”,

Aragon atuou em conjunto com o jurado

canadense Mike West, responsável pelo julgamento

da raça Holandês. Nessa disputa

concorreram tanto fêmeas de diversas composições

raciais do Girolando quanto as Holandesas

preto e branco e vermelho e branco.

A fêmea 5/8, Rachapau Brejeira 6645

Unstopabull FIV, de propriedade do expositor

Geraldo Magela dos Santos Neves, foi

escolhida a Fêmea Jovem Suprema da Expo

de Itanhandu. O evento aconteceu no período

de 21 a 24 de setembro e foi organizado

pelo Núcleo dos Criadores de Girolando do

Vale do Paraíba (Girovale).

Colégio de Jurados

O Colégio de Jurados da Raça Girolando

tem novos coordenadores. O jurado efetivo

e médico-veterinário, Tiago Moraes Ferreira,

assumiu em agosto o cargo de coordenador.

Já o jurado efetivo, o zootecnista José

Wagner Borges Júnior, assumiu o cargo de

coordenador suplente. Eles foram nomeados

pela Associação Brasileira dos Criadores

de Girolando e ficarão nos cargos durante o

período de 1° de agosto a 31 de dezembro

de 2022, quando se encerra a Gestão do

Triênio 2020/2022. Tiago Moraes Ferreira e

José Wagner Borges Júnior se colocaram à

disposição como voluntários para colaborar

como os trabalhos do Colégio de Jurados.

Maior média dos torneios

zados de 2022 até o momento. A vaca CCG

1/2 Delicada FIV Byway São Domingos, do

expositor Eduardo Werneck Paes, produziu

260,105kg/leite no total, média de 85,702kg/

leite, conquistando o título de Campeã da

categoria Vaca. A Campeã CCG 3/4 foi

Campinas FIV Severino Santa Luzia, do expositor

João Malaquis Dutra. Ela produziu

127,615kg/leite no total, média de 42,538kg/

leite. O evento ocorreu de 3 a 6 de setembro.

Mercado de suplementos

Empresas de suplementos minerais utilizados

na nutrição de rebanhos esperam um

trimestre mais movimentado para recuperar

parte da queda nas vendas, verificada em

2022. Nos nove meses deste ano, o segmento

comercializou 1,93 milhões de toneladas,

um tombo de 6,7%. Também houve redução

no percentual de animais suplementados

segundo a Associação Brasileira das

Indústrias de Suplementos Minerais (Asbram).

Saldo de 76 milhões de cabeças em

setembro passado, 3,6% menor do que em

setembro de 2021. A diminuição sobre 2021

foi ainda maior se olharmos desde janeiro:

5,2% nos nove meses.

Laticínio exclusivo de A2A2

O município de Santo Antônio do Monte/

MG ganhou um laticínio e uma queijaria

exclusivos para o processamento do leite

A2A2. O pecuarista e proprietário da empresa

GrotadasA2A2 Queijaria e Laticínios,

Tomaz de Aquino Resende, vem selecionando

touros Girolando e Gir Leiteiro A2A2

há dez anos. Hoje, seu rebanho de cerca de

80 animais, têm 100% do genótipo A2A2.

Com 50 vacas em lactação, ele produz mil

litros de leite por dia na fazenda, pasteurizados

e envasados no laticínio. O criador é

associado da Girolando.

Queijos artesanais

Sete municípios da região do Vale do Suaçuí

receberam, em outubro, uma equipe

do Instituto de Laticínios Cândido Tostes

(ILCT), vinculado a Empresa de Pesquisa

Agropecuária de Minas Gerais (EPAMIG),

para coleta de queijos artesanais locais que

O XXXIV Concurso Leiteiro Municipal de

Cambuci/RJ, oficializado pela Associação

Brasileira dos Criadores de Girolando, registrou

a maior média dos torneios oficialipassarão

por análises laboratoriais, com

objetivo de receberem uma caracterização

oficial. O Vale do Suaçuí já integra a lista

das 15 regiões mineiras oficialmente reconhecidas

como produtoras dos tipos Queijo

Minas Artesanal (QMA) e Queijo Artesanal

de Minas (QAM), mas ainda não teve o seu

queijo caracterizado, com a definição de sua

composição e de seus aspectos sensoriais

específicos. Os queijos coletados já estão

sendo submetidos a análises microbiológica,

físico-química e sensorial. A expectativa

é que o projeto seja finalizado em agosto de

2023, quando os resultados serão divulgados

em publicações científicas.

Búfalos na Megaleite

A Associação Brasileira dos Criadores

de Búfalo (ABCB) voltará a participar da

Exposição Brasileira do Agronegócio do

Leite (Megaleite) em 2023. A expectativa é

de participarem cerca de 50 animais, concorrendo

em torneio leiteiro e julgamento.

A ABCB também pretende realizar seu

Encontro Anual durante a Megaleite. “Para

a Associação Brasileira dos Criadores de

Búfalo é muito importante estar presente

em um evento de grande qualidade, como

a Megaleite, que reúne as principais raças e

toda a cadeia leiteira. Vamos ter a oportunidade

de mostrar o nosso trabalho de seleção”,

destaca o presidente da ABCB. Para

o presidente da Associação Brasileira dos

Criadores de Girolando Odilon de Rezende

Barbosa Filho, a participação dos criadores

de Búfalo reforça o conceito da Megaleite

que é reunir e fortalecer a cadeia produtiva

do leite. A Megaleite 2023 terá a data anunciada

em breve.

12


Sêmen disponível:

Tel. (16) 2105-2299

www.crvlagoa.com.br

LAGARTO - GPTA leite - 1.005

com confiabilidade de 77,65%

GIROLANDO 3/4

TESTE DE PROGÊNIE

A2A2

LAGARTO HUNTER da IFQ

Mãe: AMORA da IFQ | 14.315kg/365d

NEGRA LAGARTO DA IFQ

NASC 01/03/20

IFQ - 1456 | 3/4

ANGEL LAGARTO DA IFQ

7315-BK | 3/4

NASC 20/02/20

SAICA LAGARTO DA IFQ

6671-BG | 3/4

NASC 27/04/18 - PARIU 06/05/21

8.593 KG / 365 DIAS – 1º CRIA

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REVISTA O GIROLANDO

LANÇAMENTOS E INOVAÇÕES

OnFarm amplia atuação

A OnFarm ingressou no mercado latino-

-americano. Estabelecida no mercado nacional

desde 2018, alçou novos voos em

2022, ampliando sua atuação para outros

países da América Latina. Hoje, a marca

atua em fazendas na Argentina, Uruguai,

Paraguai, Colômbia e Equador. A startup

oferece sistema único e inovador que permite

a identificação do agente causador

da mastite em 24h, por meio da cultura

microbiológica realizada na propriedade.

Com os olhares voltados para o processo

de expansão, o time OnFam buscou compreender

os anseios e características do

mercado latino, que conta com fazendas

bem estruturadas e com alto investimento

tecnológico. O primeiro país do eixo latino

a implementar o sistema foi a Argentina,

onde atualmente 10 fazendas utilizam a

solução.

Desafios em cada país

As particularidades produtivas de cada

país são levadas em consideração no

momento da implementação do sistema

OnFam. Na Argentina e no Uruguai, por

exemplo, o leite tem qualidade superior e

os desafios impostos pela mastite são menores,

mas seguem presentes na cadeia

produtiva. Já na Colômbia, Equador e

Paraguai, a prevalência da doença é equivalente

ao Brasil. Em seus quatro anos de

atuação em terras brasileiras, a empresa

contribuiu com o controle da mastite em

mais de 2.500 propriedades. São mais de

1.200 laboratórios espalhados pelo País

e cerca de 100 mil vacas monitoradas. A

solução também desempenha um importante

papel social: no ano de 2021, ajudou

a evitar o descarte de 7 milhões de litros

de leite.

Aplicativo Ideagri atualizado

As soluções Ideagri são desenvolvidas com

o objetivo de facilitar a vida do produtor

de leite. Pensando nisso, a marca realizou

uma atualização em seu aplicativo para

oferecer mais agilidade e segurança. A

nova versão traz mais praticidade para o

lançamento e recebimento de dados da

gestão da fazenda. Também é possível

cadastrar informações sobre desmama,

aptidão, secagem e baixa de animal. O

cadastro de informações ficou ainda mais

simples, sendo possível realizá-lo diretamente

no aplicativo e editar qualquer dado

de forma rápida antes do armazenamento

no sistema.

Terraviva: a casa do leilão

AUDIÊNCIA QUE AUMENTA A

LUCRATIVIDADE DO SEU LEILÃO

O Canal Terraviva comemora os bons resultados

na transmissão de leilões em 2022

e prepara muitas novidades para o próximo

ano, quando irá completar 18 anos no

ar. Considerado a maior rede de distribuição

de leilões em multiplataforma, ou seja,

em formatos virtuais, presenciais e híbridos,

na TV e na internet, o Terraviva é o

único canal do agronegócio que faz parte

de um grande grupo de comunicação, potencializando

ainda mais os resultados dos

clientes. São mais de 500 leilões por ano

com o maior pacote de divulgação do mercado,

com 50 inserções de 30 segundos ou

100 inserções de 15 segundos para cada

leilão nos 10 dias que antecedem a transmissão,

além de entrevistas nos programas

Dia Dia Rural e Tatersal. Para 2023, o canal

quer reforçar ainda mais a mensagem de

que é a casa dos principais leilões do país,

presente na parabólica, TV por assinatura

e plataformas digitais.

Reforço ideal para bezerros

A UCBVET lançou solução inovadora,

eficaz e de fácil manejo, que reforça a imunidade

dos bezerros já no primeiro dia do

nascimento. O produto Bezeguard® é um

suplemento composto por vitaminas, enzimas,

aminoácidos, minerais, probióticos,

e traz o diferencial de conter colostro

bovino e ovo pasteurizado em sua formulação.

Mais informações sobre os produtos

estão disponíveis no site ucbvet.com.

Pneumonia bovina

A Zoetis lançou o antibiótico Draxxin

KP, produto com alta eficácia na cura da

pneumonia bovina e ação rápida contra a

febre. Draxxin KP é a junção e eficiência

da Tulatrocimina Zoetis com a potência

do Cetoprofeno, sendo completo contra a

pneumonia bovina e rápido contra a febre,

resolvendo definitivamente esse problema

na fazenda. Draxxin é recomendado

para animais jovens de rebanhos leiteiros

e gado de corte. A pneumonia é responsável

por 75% das ocorrências e 50% das

mortes de bovinos em confinamento.

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REVISTA O GIROLANDO

LANÇAMENTOS E INOVAÇÕES

Nova unidade

Polo regional do agronegócio em Minas Gerais,

a cidade de Araxá foi escolhida para sediar

a nova unidade de uma das maiores distribuidoras

de insumos do estado, a Cultura

Agromais. A expectativa é de que a unidade

atenda produtores dos dez municípios da

microrregião, incluindo Campos Altos, Ibiá,

Nova Ponte, Perdizes, Pedrinópolis, Pratinha,

Sacramento e Tapira. A opção por Araxá foi

devido a seu perfil econômico e grande potencial

de expansão, tanto na área de grãos

quanto de hortifruti. A microrregião de Araxá

é uma das maiores produtoras de batatas do

país e nacionalmente reconhecida pela produção

de café, leite e diversos grãos.

Expansão até 2026

A Cultura Agromais pretende chegar a 15

unidades em Minas e São Paulo até 2026. Esta

é a quarta unidade inaugurada em 2022 pela

Cultura Agromais, que abriu lojas em Pirajuba/MG,

Capinópolis/MG e Ituverava/SP. Já na

cidade de Santa Juliana/MG a empresa realizou

recentemente uma fusão com a revenda

Agrosuporte, permitindo ampliar sua atuação

no mercado de hortifruti, com foco em nutrição

de plantas. Até então, a distribuidora

trabalhava voltada em soluções agronômicas

para a produção de grãos soja, milho, sorgo e

feijão, café energia com cana-de açúcar e fibra

com o algodão.

Carbono neutro

A DSM, empresa global baseada em Saúde,

Nutrição e Biociência, por meio da Tortuga,

marca de suplementos nutricionais para

ruminantes, e a NoCarbon, produtora de

alimentos orgânicos, firmam acordo para reduzir

a emissão de metano no setor lácteo. Por

meio da parceria, a NoCarbon passará a usar

o Bovaer® na alimentação do seu rebanho de

vacas leiteiras criadas na sua fazenda Guaraci

Agropastoril, em Itirapina (SP). O suplemento

nutricional para ruminantes é a solução mais

amplamente estudada e cientificamente comprovada

como eficaz para o imenso desafio

das emissões de metano entérico bovino na

pecuária. Desenvolvido pela DSM, o Bovaer®

reduz em média 30% a emissão de metano

entérica do gado leiteiro. O Bovaer® é resultado

de uma década de pesquisa científica,

incluindo mais de 50 estudos revisados por

pares publicados em revistas científicas independentes

e 50 testes em fazendas, em 15 países

e 4 continentes.

Controle parasitas

O controle parasitário estratégico do rebanho

é uma prática de manejo que deve ser realizada

anualmente na propriedade, em conjunto

com as demais práticas relacionadas à sanidade

animal. Nas vacas leiteiras o periparto deve

ser o alvo. Assim, um tratamento o mais próximo

possível do parto (semana da parição ou

entrada na linha de ordenha) é fundamental,

pois este é o momento de máximo relaxamento

imunológico geral, inclusive contra as principais

verminoses. A Ceva Saúde Animal traz

em seu portfólio o Eprecis®, que tem a eprinomectina

com princípio ativo, o mais moderno

endectocida de alta potência e curto período

de carência para consumo de produtos de origem

animal, sendo carência zero para o leite

e apenas 12 dias de carência para o abate. O

produto ainda controla a estefanofilariose ou

úlcera do úbere, sendo o único chancelado

pelo MAPA com este intuito.

Fundo do Agro

O fundo URA AGRO FIDC, estruturado

pela Ceres Investimentos e Artesanal Investimentos

para antecipação de direitos creditórios

de empresas do agronegócio, atingirá

patrimônio líquido superior a R$450 milhões

em nova emissão de cotas concluída em parceria

com a XP, e assessorada pelos escritórios

VBSO e VNA. A oferta de R$150 milhões teve

demanda superior a duas vezes esse valor. O

resultado reforça a confiança dos investidores

no trabalho de originação e acompanhamento

das operações realizadas pela Ceres.

Segundo Guilherme Cunha, sócio fundador

da empresa, foram feitos investimentos nos

últimos anos visando a consolidação do grupo

como um dos players do mercado com

melhor estrutura de gestão do crédito para o

agronegócio no país. Nesse contexto, além da

antecipação de recebíveis no Ura Agro, a Ceres

conta com outras estruturas, como a Ceres

Securitizadora, empresa do grupo autorizada

pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM)

para emissão de CRA (Certificado de Recebíveis

do Agronegócio), com foco em operações

de crédito pulverizado e que, para tal, conta

com sistema próprio de gestão de recebíveis.

Novo aplicativo

Gratuito e disponível, o aplicativo Feedlot Atlas

foi lançado no Brasil pela MSD Saúde Animal

e já está liberado para download em português.

A ferramenta tem mais de 700 imagens

educacionais de alta resolução e informativas

sobre doenças de bovinos confinados, abrangendo

desde condições raras de etiologia desconhecida

até doenças muito bem compreendidas

e comuns. São 10 capítulos organizados

por sistema corporal, por exemplo, doenças

do trato gastrintestinal. Embora a maioria das

imagens seja de lesões após a morte, também

há fotos de achados clínicos em animais vivos.

O objetivo do atlas é fornecer ao usuário fotografias

de referência de diferentes lesões e

doenças encontradas nos rebanhos, a fim de

auxiliar na identificação e no direcionamento

do diagnóstico, que deve ser realizado por um

médico-veterinário.

Agricultura de precisão

A HELM do Brasil lançou um aplicativo móvel

para o SKYFLD®, ferramenta de agricultura

de precisão e monitoramento, que possibilita

monitorar a lavoura, planejar as atividades

semanais e compartilhar informações com a

equipe. A ferramenta fornece uma infraestrutura

digital para gerenciar os talhões, planejar

e documentar as atividades de campo. Adequada

para organizar operações mais complexas,

permite uma comunicação direta e

segura, orientada por dados, diretamente com

colegas, funcionários ou consultores, garantindo

um alto nível de confiabilidade e transparência.

O aplicativo permite a colaboração

entre as partes interessadas da fazenda com

a criação e o compartilhamento de notas de

monitoramento de pragas, tarefas atribuídas

a membros da equipe de escritório e campo,

com datas de conclusão, organização e troca

estruturada de informações entre colegas de

equipes, simplificando a comunicação.

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APOLO

ALPHABET PINHALENSE - 3/4

OCD HELIX ALPHABET-ET x POLYFARM TEATRO FUMAÇA FIV

A Fonte da Melhor Genética

Assista ao vídeo

do Touro

MÃE DE APOLO

Filha do Consagrado Teatro da Silvana

Campeã do Torneio leiteiro Feicampo 2019.

Com pico de 93 Kg

Estância Pinhalense

Rodrigo Cadorini Fermi - (12) 99162.3466 - rcfermi@gmail.com

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REVISTA O GIROLANDO

ENTREVISTA

por Larissa Vieira

Pesquisas com Girolando avançam

na Universidade de Viçosa

Graças à doação de novilhas Girolando feitas por diversos

associados da Associação Brasileira dos Criadores de Girolando,

a Universidade Federal de Viçosa tem conduzido vários

estudos com a raça nos últimos anos. Essa parceria contribui

para a formação de futuros profissionais das áreas de

Ciências Agrárias (Agronomia, Medicina Veterinária, Zootecnia,

Agronegócio e Laticínios), permitindo uma vivência

maior com a raça e em experimentos diversos. Em um bate-

-papo com a Revista Girolando, a professora de Nutrição e

Produção em Bovinocultura de Leite da Universidade Federal

de Viçosa, zootecnista e doutora em Produção e Nutrição de

Ruminantes, Polyana Pizzi Rotta, explica como está o projeto,

os resultados já alcançados e como tem sido o manejo dos

animais. Ela destaca que os avanços genéticos do Girolando

colocam a raça como uma excelente opção para produção de

leite de forma sustentável e com rentabilidade. Confira:

Girolando

Polyana Pizzi Rotta

O rebanho da raça Girolando da

Universidade Federal de Viçosa foi formado

por animais doados pelos associados

da entidade. Que balanço faz dessa

parceria?

A parceria entre a Girolando e a Universidade

Federal de Viçosa é extremamente

positiva. Mesmo com o número

restrito de animais da raça para realização

de estudos, estamos finalizando vários experimentos.

Em uma das teses de doutorado

foi avaliada a utilização de BST em

novilhas, com o objetivo de reduzir a idade

ao primeiro parto e diminuir também a

deposição de gordura. Outra tese é sobre

programação fetal a partir de diferentes

dietas que as novilhas recebem durante a

gestação. Temos ainda um experimento

de mestrado, também envolvendo programação

fetal, avaliando a expressão de genes

relacionados ao desenvolvimento da

placenta de animais que sofrem restrição

nutricional durante a gestação. Outro estudo

em andamento está avaliando a resposta

reprodutiva de filhas dessas novilhas

que foram submetidas a diferentes dietas

durante a gestação. Acreditamos que com

esses quatro experimentos bem consolidados,

com bastante informação interessante,

conseguimos resultados muito interessantes

que não tínhamos antes para a raça.

Além disso, a parceria está contribuindo

para a formação dos profissionais, nos

Girolando

Polyana Pizzi Rotta

mais diversos níveis de estudo, indo desde

a graduação, com a iniciação científica,

até o doutorado.

Em relação às exigências nutricionais

da raça, o que os estudos baseados

em dados de animais Girolando no País

mostram?

Ao longo dos últimos 15 anos várias

pesquisas foram geradas no País, objetivando

conhecer melhor as exigências de

animais Girolando, mas precisamos evoluir

muito. Para isso, é preciso um grande

número de animais para chegarmos às

exigências corretas de animais de cada

composição racial do Girolando. No caso

de raças como a Holandesa, que tem um

padrão só, os estudos sobre as exigências

nutricionais ficam um pouco mais fáceis

de trabalhar, em termos de N de animais.

Na UFV, tivemos três orientados que

conduziram experimentos com vacas Girolando

durante a gestação, avaliando a

parte da proteína, da energia e a parte de

minerais. Vimos que existe muita discrepância

entre as exigências consolidadas

para Holandês comparado a Girolando,

indicando que deveríamos formular a

dieta do animal com base na exigência de

Girolando. O INCT, que é o Instituto Nacional

de Ciências e Tecnologia de Ciência

Animal, vem trabalhando no BR Leite,

que visa ser um sistema de exigências

nutricionais para raça Girolando. A pri-

16

18


Girolando

Polyana Pizzi Rotta

Girolando

Polyana Pizzi Rotta

meira versão foi lançada no início do ano.

Mesmo com essa publicação, precisamos

conduzir mais experimentos, aumentar o

N e o banco de dados para que possamos

responder as dúvidas referentes à exigência

nutricional de todas as composições

raciais do Girolando.

De que forma a parceria com a Associação

de Girolando tem contribuído

para a formação dos estudantes?

A parceria tem contribuído para a formação

profissional de diversos estudantes,

pois toda vez que conduzimos experimentos

na pós-graduação envolvemos

também estudantes da graduação. Eles

têm a oportunidade de trabalhar diretamente

com a raça. Antes da parceria não

tínhamos na UFV exemplares Girolando

e tínhamos que trabalhar somente com

a raça Holandesa. Agora, essa realidade

mudou. Além disso, nas nossas aulas práticas

conseguimos mostrar as diferenças

de conformação, fenotípicas, de manejo

do Girolando em comparação ao Holandês.

Como tem sido o manejo dos animais

e o direcionamento adotado, inclusive

os cruzamentos, para garantir o

avanço genético do rebanho?

Atualmente, os animais têm sido manejados

no free stall e compost barn, que

são os tipos de sistema de confinamento

que temos na UFV. Recebem dois a três

banhos por dia antes das ordenhas, sendo

submetidos a três ordenhas diárias. É

um sistema bem intensivo que visa conforto

aos animais e otimizar a produção.

As novilhas doadas pelos associados, que

chegaram por volta de 10 meses de idade,

estão agora em fase de lactação. Elas

receberam embriões Girolando CCG 3/4,

doados pela Fazenda Santa Luzia, que

aproveito aqui para agradecer o criador

Maurício Silveira Coelho pelos 50 embriões

cedidos. Esse material genético foi utilizado

no experimento de programação

fetal. Para esta pesquisa era necessário o

nascimento somente de fêmeas e do mesmo

padrão genético, e optamos pela composição

3/4 em decorrência do tipo de

instalação de manejo que temos na UFV.

Estamos observando médias de produção

acima de 30 litros nas novilhas em primeira

lactação. As filhas dessas novilhas

são todas 3/4. Agora, estamos inseminando

os animais doados com sêmen de

Holandês, visto que para o nosso padrão

de confinamento ter animais com essa

composição é mais apropriado. Daqui em

diante os experimentos continuam com

as duas gerações.

Girolando

Polyana Pizzi Rotta

Girolando

Polyana Pizzi Rotta

A UFV teve participação importante

no estudo inédito no mundo sobre genoma

de Girolando, publicado no Journal

of Dairy Science em 2020. Acredita

que a genômica futuramente substituirá

as avaliações tradicionais da raça?

Acredito que a genômica veio realmente

para ficar e estou muito feliz de

ver a evolução que a raça está alcançando

com essa ferramenta. É uma tecnologia

que vai ajudar muito o produtor e que,

com certeza, fundamenta ainda mais a seleção

de animais, dando mais segurança,

colocando o Girolando em um patamar

de raças importantes para o Brasil. É um

ganho não só para a Associação e produtores,

mas também para a população em

geral, que será beneficiada com um leite

de excelente qualidade nutricional.

O que os estudos têm apontado em

relação à raça Girolando e as mudanças

climáticas?

Na UFV não temos estudos sobre

impacto ambiental específico da raça Girolando,

mas em um contexto geral de

nível de produção. Sabemos que quanto

maior é a produção da vaca menor será

o impacto gerado em relação ao metano.

Por exemplo, se eu precisar produzir mil

litros de leite e tiver no meu rebanho cem

vacas, com média de dez litros/dia, vou ter

cem vacas com volume de produção de

metano e de dejetos muito grande. Se eu

conseguir produzir os mesmos mil litros

de leite com quarenta vacas, com média

de 25 litros/dia, consigo diminuir muito a

produção de metano, ou seja, mais importante

do que a raça nesse caso é a produção

por vaca. Temos visto no Girolando

uma evolução grande de produção, com

vacas produzindo muito leite. Este é o caminho.

Quase a metade do que é liberado

de gases de efeito estufa em uma fazenda

é do metano entérico, produzido pelo animal.

Este é o ponto que precisamos focar

em diminuir. Outro ponto é a nutrição.

Vacas que se alimentam mais de pastagem

e comem menos ração acabam eliminando

mais metano. Precisamos trabalhar

com a dieta dos animais de tal forma que

eles produzam mais leite, permitindo ao

produtor ter menos vaca no rebanho e,

de certa forma, que haja diminuição da

produção de metano pela diminuição de

consumo de pasto, por exemplo. Por outro

lado, é importante destacar que as pastagens

bem manejadas contribuem para a

captação do carbono, ou seja, para o equilíbrio

do carbono na fazenda. Agora, se a

fazenda tem pasto degradado, não há essa

contribuição.

19

17


REVISTA O GIROLANDO

PASTAGEM

Bruno Guimarães, Médico-

-veterinário, técnico do Rehagro Leite

CARLOS LOPES

Como garantir uma forragem de qualidade para o gado leiteiro?

Planejamento ajuda a ter uma

forragem de qualidade

O consumo do volumoso é parte

essencial para a manutenção da saúde

e bom desempenho dos ruminantes.

Com as vacas leiteiras não é diferente:

a oferta de forragem de qualidade

garante funcionamento adequado

do rúmen e contribui para a saúde e

boa produção de leite dos animais.

Quais passos, contudo, são necessários

para garantir uma forragem de

qualidade para o rebanho?

Qual forragem produzir?

Antes de tudo é necessário entender

que nem sempre a espécie forrageira

que melhor se adapta na sua fazenda

é a mesma que melhor se adaptará na

propriedade de outro produtor.

Esta é uma questão multifatorial e

que depende da realidade de cada fazenda.

A situação prática a seguir ajudará

a esclarecer isso.

Considere uma fazenda produtora

de leite cujo sistema de produção é

a base de pasto rotacionado. Logo, a

principal forragem para essa fazenda

será justamente o pasto.

Da mesma forma, não condiz uma

fazenda com sistema de produção confinado

ter como principal forragem o

pasto, certo? Esses exemplos, por mais

básicos e lógicos que sejam, servem

para retratar o raciocínio que devemos

ter. Em outras palavras, a forragem

produzida deve ser coerente com o objetivo

da fazenda.

As características de área da propriedade

também interferem diretamente.

Variáveis como clima, topografia,

altitude, perfil de solo, média anual

de temperatura e pluviosidade fazem

toda a diferença no momento de decidir

qual forragem produzir.

Em regiões com boa distribuição de

chuvas, por exemplo, é factível a produção

de culturas mais exigentes, ao

passo que em regiões com regime pluviométrico

desafiador pode ser mais

interessante a produção de culturas

mais rústicas e tolerantes.

Em ambos os cenários citados é

possível viabilizar a produção forrageira

com qualidade. Tudo depende de

um diagnóstico situacional bem-feito,

que identifique de forma criteriosa as

oportunidades da fazenda. Ou seja,

devemos sempre identificar o padrão

de rebanho leiteiro que estamos trabalhando

(exigência e produtividade,

principalmente), em qual sistema de

produção e em qual região juntamente

às suas condições.

Como obter forragem de qualidade?

20


Independente da espécie forrageira

produzida, um ponto é certo. Para ter

qualidade de comida é necessário planejamento!

Planejamento para que a

forragem seja de qualidade e em quantidade

adequada para o rebanho.

• Qual o número de cabeças que

serão alimentadas com essa forragem?

• Por quanto tempo?

• Qual o consumo médio diário?

• Qual a demanda total de forragem?

• Qual a produtividade média esperada

da cultura?

• Qual o tamanho da área que será

necessário plantar?

Essas são algumas das principais

perguntas que devem ser respondidas

no momento de planejar a produção

de comida para o rebanho leiteiro. Boa

parte da energia de todo o planejamento

deve ser direcionada a essas perguntas.

Uma conhecida frase retrata muito

bem este pensamento de planejamento:

“Se eu tivesse apenas uma hora para

cortar uma árvore, eu usaria os primeiros

quarenta e cinco minutos afiando

meu machado.”

Seja pasto ou lavoura, uma condução

agronômica afiada é fundamental.

Boas diretrizes se fazem necessárias

para o manejo do solo, seleção de mudas/sementes,

determinação da época

de plantio, tratos culturais e organização

da colheita. Sem isso não é possível

ter muitas esperanças de elevada produtividade

com uma forragem de alta

qualidade ao final.

Alguns processos, é claro, são específicos

da espécie forrageira que está

sendo trabalhada e o seu objetivo. Se

considerarmos a pastagem, um ponto

a se preocupar é o manejo do pasto e

do pastejo.

• A área será dividida em piquetes/

talhões?

• Qual a capacidade de suporte da

pastagem?

• Qual será a taxa de lotação?

• Como os animais serão manejados

nos piquetes?

• Qual será o período de ocupação?

• Haverá alguma ação de agricultura

durante o período de descanso do

pasto?

Pensando agora no uso das lavouras

para silagem é importante que se pense,

por exemplo, no ponto de colheita

dessa lavoura, no maquinário a ser utilizado,

no processamento do material,

na compactação e vedação do silo, no

tempo de armazenamento… enfim,

são muitos os pontos de atenção.

E assim, devemos raciocinar para

qualquer que seja a forragem. Seja ela

pasto, lavoura, pré-secado, ou qualquer

outra. O foco principal deve ser em

quais medidas devem ser feitas para

que a produção e a qualidade da forragem

sejam otimizadas ao máximo.

Considerações

Um dos principais gargalos das

fazendas leiteiras é a produção de comida,

em especial a produção de forragem.

A palavra-chave para contornar

esse desafio é planejamento.

No entanto, antes de planejar é necessário

identificar qual forragem será

produzida. Para isso, é preciso levar em

consideração aspectos específicos do

rebanho e da propriedade, conforme

citado no texto. De tal maneira, associar

a boas práticas agronômicas.

Somente dessa forma é que se torna

possível produzir com garantia uma

forragem de qualidade para o gado leiteiro.

Afinal, antes de ser um bom produtor

de leite, é necessário ser um bom

agricultor!

21


REVISTA O GIROLANDO

NUTRIÇÃO

João Paulo Costa Gonçalves

Consultor de Serviços Técnicos para Bovinos

na Agroceres Multimix

DIVULGAÇÃO

Escolha de híbridos para silagem de milho

A silagem de milho é a principal forragem

utilizada na dieta de ruminantes

confinados no Brasil, e isso ocorre porque

a cultura do milho possui características

que a levaram a ser o volumoso

de eleição entre os produtores de bovinos

de leite, como: alta produtividade

de matéria seca por área; alta produção

de energia e/ou amido por kg/MS; ampla

variedade de híbridos no mercado

com adaptabilidade a diversos climas e

regiões; alta capacidade de intervenção

técnica; possibilidade de resistência e

tratamento a pragas e doenças, além

de boa digestibilidade da fibra, gerando

alto valor nutricional.

Principalmente em rebanhos leiteiros

de alta produção e eficiência, observamos

uma tendência em trabalhar

dietas com inclusão de forragem elevada

na busca de maior saúde ruminal,

produção de sólidos, longevidade, entre

outras características de produção.

Porém, para associar saúde, produção

e dieta de alta forragem é necessário se

obter uma silagem de milho de ótima

qualidade, que permita seu consumo e

forneça o aporte de nutrientes exigidos

pelos animais.

A produção de silagem de milho

com alto valor nutricional inclui praticamente

três fatores principais: alta

densidade energética, alta digestibilidade

do amido e boa digestibilidade da

FDN (fibra em detergente neutro).

Para produzir silagem de alta densidade

energética é necessário que ela

possua teor de amido elevado, ou seja,

a lavoura de milho precisa produzir

muitos grãos, sendo este o primeiro requisito

na escolha do híbrido.

O amido é a principal fonte de

carboidratos para síntese de proteína

microbiana no rúmen e precursor

de glicose para a vaca. Portanto, é um

nutriente indispensável para a produção

de leite e manutenção do animal.

Com as produtividades dos híbridos

de hoje em dia, podemos considerar

que um teor de amido alto na silagem

seria acima de 30% na matéria seca, o

que já não é tão raro de se encontrar

Lavoura de milho precisa produzir muitos grãos para gerar

uma silagem de alta densidade energética

atualmente. Além da escolha de um híbrido

de alta produção de grãos, outras

estratégias podem ser adotadas para

produzir alto amido, como elevação da

altura de corte, colheita mais tardia, entre

outras.

As dietas de vacas leiteiras de alta

produção geralmente possuem de 20 a

30% de amido. Portanto, quanto maior

for o teor de amido da forragem, menos

necessário será a suplementação de

milho oriundo da ração, ou seja, menor

gasto com concentrado e menor custo

alimentar por vaca/dia.

No cenário atual de preços de milho,

cada ponto percentual de amido na

silagem pode representar em torno de

200 a 300 g de milho moído a mais ou a

menos na dieta para se obter o mesmo

teor de amido final. Em outras palavras,

considerando-se a mesma dieta e

o preço do milho em torno de R$1,50/

kg, uma silagem com 20% de amido

pode representar um custo alimentar

de R$3,00 a R$4,50 por vaca/dia maior

quando comparado à uma silagem com

22


Outro fator importante com relação à vitreosidade do grão refere-se ao

processamento no momento da colheita do milho. Híbridos que possuem grãos mais

macios certamente serão processados mais facilmente, seja a colheita realizada com

máquinas que possuem processador de grãos, ou não.

siderado na silagem de milho é a digestibilidade

da fibra. Na nutrição de

ruminantes consideramos a fração fibrosa

como FDN, que é composta basicamente

por: carboidratos estruturais,

celulose, hemicelulose e lignina, que

sustentam as células vegetais da planta

do milho.

Figura 1. Microscopia grão de milho de endosperma vítreo

Quanto maior for a digestibilidade

da fibra, maior a possibilidade de inclusão

da forragem na dieta, promovendo

Figura 2. Microscopia grão de milho de endosperma farináceo

30% de amido.

do endosperma do grão, ou em outras

mais saúde para o animal e menor custo

alimentar. Também, mais nutrientes

Conforme já mencionamos anteriormente,

o amido é responsável endosperma vítreo ou farináceo. Grãos

palavras, se o grão é duro ou macio,

Outro ponto importante a ser considerado na silagem de milho é a digestibilidade

serão disponíveis no rúmen gerando

pela

da

maior

fibra. Na

produção

nutrição

de

de

proteína

ruminantes

microbiana

no rúmen, e esta última, por proteica entre grânulos de amido,

consideramos

mais vítreos

a fração

possuem

fibrosa

maior

como FDN,

matriz

que mais é energia disponível para lactação.

Para saber todos os detalhes sobre

composta basicamente por: carboidratos estruturais, celulose, hemicelulose e lignina,

sua vez, é a principal fonte de aminoácidos

que sustentam para vacas as células leiteiras. vegetais Portanto, da planta croscópica do milho. abaixo, formando uma “pa-

conforme demonstrado na foto mi-

a digestibilidade da fibra, aponte seu

celular para o QR Code e acesse o conteúdo

completo.

nas dietas de animais de alta produção rede” densa e dificultando o acesso das

Quanto maior for a digestibilidade da fibra, maior a possibilidade de inclusão da

sempre se busca a otimização da síntese

forragem de bactérias na dieta, no rúmen. promovendo Para isso, mais é saúde Os grãos para o menos animal vítreos, e menor ou custo farináceos, alimentar.

bactérias para degradação (figura 1).

necessário fornecer o maior aporte de

Também, mais nutrientes serão disponíveis

possuem

no rúmen

os grânulos

gerando mais

de amido

energia

mais

disponível

espaçados

e menos quantidade de matriz

carboidratos possível, principalmente

amido, para lactação. disponíveis à degradação pelas proteica entre eles, facilitando a sua degradação

(figura 2).

bactérias, ou seja, o amido precisa ter

alta taxa de

Para

degradação

saber todos

e exposto/aces-

detalhes sobre a digestibilidade

Outro fator importante

da fibra, aponte

com relação

seu celular

sível para aos o microrganismos QR Code e acesse do o rúmen. conteúdo completo. à vitreosidade do grão refere-se ao processamento

no momento da colheita

Contudo, não menos importante que o

teor de amido na silagem, é a sua digestibilidade,

pois quanto maior, mais leite mais macios certamente serão proces-

do milho. Híbridos que possuem grãos

produzido.

sados mais facilmente, seja a colheita

Sendo assim, no processo de escolha

do híbrido é extremamente im-

processador de grãos, ou não.

realizada com máquinas que possuem

portante avaliar o grau de vitreosidade Outro ponto importante a ser con-

DIVULGAÇÃO

Oferecer silagem de milho de ótima qualidade garante o

aporte de nutrientes exigidos pelos animais

23


Mais vitalidade já no primeiro dia pós-parto!

Uma especialidade exclusiva

Agroceres Multimix

24


Deixe que elas

se esbaldem em

vitalidade!

Sonda esofágica é coisa do

passado! Chegou o agVitta.

Consumo voluntário

e máxima energia

para seu rebanho.

25


REVISTA O GIROLANDO

GESTÃO

Carlos Augusto de Assis Lima, Engenheiro de Sistemas e Computação pela

UERJ, Mestre em Tratamento da Informação pelo IME-RJ, Sócio fundador da Rerum Engenharia

de Sistemas, titular do Sitio Córrego do Prata, e criador das raças Jersey, Holandês e Girolando.

Deisiane Soares Murta Nobre, Médica Veterinária pela USP, com especialização em Clínica

de Bovinos e mestrado em Clínica Veterinária pela USP, Analista de Dados do SobControle Fazenda,

Discente de MBA em Ciência de Dados pela ESALQ, e tesoureira da Associação Paulista de Buiatria.

DIVULGAÇÃO

A pecuária 4.0 é para todos?

A pecuária 4.0 trará grandes benefícios ao setor

O produtor de leite está sempre à

procura de formas mais eficientes de

trabalho, pois economia de tempo e gestão

adequada dos recursos significam

economia de dinheiro. Em busca de

soluções inovadoras aplicadas à criação

de bovinos, é comum os produtores se

depararam com a expressão “Pecuária

4.0”. Mas, afinal, o que ela significa? É

possível aplicá-la em qualquer propriedade

leiteira?

Pecuária 4.0 seria o equivalente,

dentro da criação animal, da chamada

Indústria 4.0. Esta, por sua vez, é o modelo

produtivo que estamos passando

na atualidade. Isso significa que já existiram

a indústria 1.0, 2.0 e 3.0, sendo que

o início de cada um desses momentos

esteve relacionado à aplicação de novas

tecnologias, como o uso de máquinas a

vapor, energia elétrica e informática. A

indústria 4.0, por sua vez, é caracterizada

pela era dos dados e uso de tecnologias

consideradas “disruptivas”, como a

inteligência artificial e a automação, por

exemplo.

A aplicação de tecnologias na pecuária

também foi acompanhando, sempre

que possível, as alterações observadas na

indústria; afinal, as ferramentas se tornam

mais acessíveis e necessárias para

acompanhar a demanda produtiva.

Assim, surgiu a Pecuária 4.0, que

apresenta diversas características:

- uso de internet das coisas: esse termo

é utilizado quando há integração das

fases de trabalho com a internet, permitindo

a integração e controle, inclusive à

distância;

- uso de inteligência artificial: uso

de algoritmos, isto é, cálculos de acordo

com as informações da produção;

- automação: uso de mecanismos automatizados,

como robôs.

Em um primeiro momento pode

parecer, ao produtor de leite tradicional,

que essas tecnologias não estão

dentro de sua realidade. Pode existir o

questionamento sobre se determinadas

tecnologias são aplicáveis a sua produção,

tanto em termos de investimento

quanto os ganhos que podem trazer. Porém,

é preciso destacar que a aplicação

de novas tecnologias não tem o intuito

de gerar um status ao produtor, para ser

considerado “moderno” e “atualizado”.

O grande objetivo é fazer com que a fazenda,

assim como ocorre com a indústria,

se torne mais eficiente, com aumento

da produtividade, padronização dos

processos, diminuição do desperdício e

gerenciamento de informações para geração

do conhecimento dos padrões da

propriedade.

Além disso, quando se fala sobre tecnologias

disruptivas em uma fazenda,

muitas vezes vem à mente ferramentas

que requerem alto investimento, como

ordenhas robotizadas e drones. Entretanto,

nas fazendas leiteiras, a pecuária

4.0 pode ser implementada de várias

formas, que muitas vezes cabem no bolso

do pequeno e/ou médio produtor. Alguns

exemplos são:

- uso de sistema de gerenciamento

de dados da fazenda;

- dispositivos eletrônicos de identificação;

- software de balanceamento individual

de dieta;

- mecanismos automatizados.

Um sistema de gerenciamento de dados

da fazenda é uma forma de garantir

o controle da produção mesmo à distância.

Além disso, é possível controlar

a produção de leite e os protocolos reprodutivos

e detectar se os animais estão

produzindo dentro do esperado. Assim,

o produtor toma decisões baseadas em

26

Em um primeiro momento pode parecer, ao produtor de leite tradicional, que

essas tecnologias não estão dentro de sua realidade. Pode existir o

questionamento sobre se determinadas tecnologias são aplicáveis a sua

produção, tanto em termos de investimento quanto os ganhos que podem


DIVULGAÇÃO ALLFLEX

Uma das novidades são os identificadores de

monitoramento com LED

informações concretas, geradas pelo sistema,

com a finalidade de atingir metas

específicas para aquela fazenda. Trata-

-se de uma ferramenta de menor custo,

visto que a estrutura é custeada pela empresa

fornecedora do serviço, e já muito

utilizada em propriedades leiteiras.

Os dispositivos eletrônicos de identificação

também possuem boa aplicabilidade

atualmente. Coleiras eletrônicas,

brincos eletrônicos ou com código de

barras e bolus ruminais e transponders

injetáveis são dispositivos que já utilizados

em diversas propriedades. O bolus

intra-ruminal consiste em um dispositivo

eletrônico que é alocado dentro do

rúmen do animal. As principais vantagens

são a identificação livre de fraudes,

impedindo a re-identificação do animal,

e a manutenção do bem-estar animal.

Além disso, o transponder pode ser reaproveitado

após o descarte do animal.

O transponder injetável, por sua vez,

possui mecanismo de funcionamento

semelhante ao do bolus ruminal, porém

aplicado no subcutâneo do animal.

Em relação ao brinco com código

de barras, o investimento inicial é baixo,

pois os brincos são fabricados em material

plástico semelhante ao dos brincos

de identificação tradicionais. Nesse caso,

o investimento maior é o leitor de código

de barras, o qual possui vida útil tal

que compensa o investimento.

Em um sistema digital de balanceamento

de dietas, há individualização das

dietas a serem fornecidas aos animais,

sendo respeitadas as particularidades da

categoria e do próprio animal. É necessário

utilizar, nesse caso, sensores nos

animais.

A automação, por sua vez, pode ser

inserida na fazenda com a construção

de cochos com abertura autorizada pela

detecção do sensor (transponder) localizado

no animal, geralmente localizado

em uma coleira eletrônica.

Outra forma de utilizar essas tecnologias

inovadoras é a automação das

colheitas, isto é, o uso de maquinário

agrícola que inicia e realiza automaticamente

o processo, o que compõe, também,

a chamada Agricultura 4.0.

Entre os exemplos citados, a utilização

de um software de gerenciamento da

propriedade leiteira é o melhor começo

para o pequeno produtor, por ser uma

ferramenta economicamente viável, ao

mesmo tempo em que é indispensável

para o médio e grande pecuarista. A pecuária

4.0 é a criação de animais baseada

em dados, e a coleta e gerenciamento

precisa ser realizada por um software

especializado. Assim, independente do

grau de tecnificação da fazenda, ela

sempre será beneficiada por esse tipo de

sistema.

Então, voltando à pergunta: A Pecuária

4.0 é para todos? A resposta é: SIM!

É para todos! O que precisa ser avaliado

é o investimento que pode ser realizado

na realidade de uma determinada fazenda

para escolher o melhor recurso em

termos de custo-benefício. As boas práticas

no uso dessas ferramentas fazem

com que o produtor economize tempo e

tenha processos mais eficientes.

Assim, o uso dessas tecnologias torna

a produção mais eficiente e padronizada,

melhorando a gestão e obtendo

bom retorno sobre o investimento realizado.

O agro 4.0 engloba tecnologias que otimizam a

gestão das propriedades

27


REVISTA O GIROLANDO

SANIDADE

Raquel Maria Cury Rodrigues, Zootecnista pela Unesp de

Botucatu e Especialista em Gestão da Produção pela Ufscar

DIVULGAÇÃO RÚMINA

Dados: os mais fortes e atuais aliados da pecuária

leiteira

Conduzir a pecuária leiteira a um

novo patamar por meio de uma gestão

precisa de dados e soluções inteligentes

automatizadas, ágeis e fáceis de serem

manipuladas. Essa é uma realidade

que ganha cada vez mais espaço na atividade,

visto que maximiza o valor do

negócio, seja integrando e conectando

informações, seja explorando o mundo

dos algoritmos em busca de resultados

mais precisos.

São várias as tecnologias disponíveis

hoje, com esse intuito, mas em

comum elas priorizam a transparência

e clareza da propriedade rural, ressignificando

o valor do conjunto de informações

capturadas, organizando-as

e decifrando possíveis obstáculos que

emperram a alavancagem da produção

de leite. De maneira bem resumida,

elas permitem que o pecuarista e sua

equipe conheçam com mais detalhes

O sucesso da pecuária leiteira está ligada à gestão precisa

de dados e soluções inteligentes automatizadas

os entraves da fazenda, contribuindo

para que ela se posicione no mercado

estrategicamente e com discernimento.

Para Cristian Martins, gerente de

Produtos da Rúmina, são inúmeras as

informações desde o momento em que

a semente de milho é semeada até o

preço do litro de leite no mercado. Segundo

ele, a pecuária de leite é complexa

e diversos fatores podem afetar a eficiência

econômica da fazenda. Dessa

forma, tecnologias como softwares de

gestão de rebanho e algoritmos de inteligência

artificial têm se tornado cada

vez mais importantes para os produtores

identificarem os principais fatores

que impactam na eficiência econômica

da fazenda.

“Você já parou para pensar no volume

de dados que podem ser extraídos

de uma fazenda de leite? Por meio de

tecnologias é possível entender o comportamento

de índices zootécnicos e

seus impactos na eficiência produtiva,

medir a eficácia das ações tomadas e

até mesmo predizer ocorrências de

principais doenças e tendências futuras

do rebanho”, comentou.

Em cima disso, quem poderia imaginar

há uns anos que o setor leiteiro

seria auxiliado no diagnóstico automático

da mastite clínica e na análise de

dados por meio da inteligência artificial?

Pois bem, essa já é uma realidade.

E isso só foi possível devido a um banco

de dados robusto com milhões de

imagens de leitura de placa de cultura

armazenadas ao longo do tempo. De

maneira resumida, a tecnologia compara

a foto tirada pelo produtor com

todas as outras do seu banco de dados

para diagnosticar qual é o agente causador

da mastite naquele caso, levando

em consideração as características de

28


forma e cor das colônias bacterianas.

Além disso, existe um outro algoritmo

que avalia o escore das chances de cura

da mastite, gerando informações com

dados reais para a comunidade de On-

Farmers, produtores que usam o sistema

OnFarm de cultura microbiológica

na fazenda.

Cristian ainda acrescentou que nos

últimos anos, uma nova descrição surgiu

para a sigla “IA”. “O que durante

muito tempo foi destinado apenas para

representar a inseminação artificial,

agora pode ter mais uma associação:

inteligência artificial. Ela já está presente

em diversas fazendas do Brasil e

poderá ser considerada uma revolução

tanto quanto a inseminação artificial

foi quando surgiu no mercado, mudando

de patamar o desempenho das

fazendas”.

São diversos os exemplos em que

vemos atualmente a inteligência artificial

sendo aplicada: nos sistemas de ordenha

voluntários (robôs); sistemas de

colares de monitoramento de cio e detecção

de doenças; ou, ainda, na análise

de dados do rebanho em busca de

entender padrões, análise da eficácia

de ações e até mesmo predizer tendências

do rebanho com base nos padrões

históricos. De acordo com o gerente de

Produtos Rúmina, o uso de softwares

de gestão e soluções utilizando inteligência

artificial são caminhos sem volta

para as fazendas que querem seguir

aumentando sua eficiência produtiva,

econômica e sustentável.

E como ter eficiência na gestão,

na análise de dados e na tomada de

decisões?

Basicamente, o produtor pode seguir

alguns passos para alcançar os

melhores resultados dentro da sua fazenda.

A gestão por resultados começa

pelo registro de dados no campo, depois,

o lançamento dessas informações

em uma base de dados. A partir disso,

é possível fazer uma análise e interpretação

para, então, o produtor tomar as

melhores decisões.

Para a escolha da tecnologia, como

um software por exemplo, é necessário

antes de tudo entender quais são as

demandas da fazenda de leite para não

perder o foco e direcionar os passos

em prol dos principais objetivos. Não

é coerente o levantamento e registro

de um extenso volume de dados sem o

tratamento adequado e uso estratégico

dos mesmos. Na rotina no campo são

diversos os indicadores que devem ser

acompanhados e trabalhados. Eles vão

desde a compra dos insumos, acompanhamento

zootécnico e planejamento

financeiro e econômico.

Vale destacar que a base desses sistemas

tecnológicos é construída normalmente

por meio dos próprios dados

da fazenda e que - de maneira ágil

e eficaz - pode ajudar a identificar o retrato

atual da leiteria e fazer uma leitura

do que mais necessita de atenção no

momento. O intuito é sempre ter um

plano de ação definido, com metas responsáveis,

prazos e desdobramentos.

E é através da era tecnológica que

hoje já é possível:

• saber quais são os melhores tratamentos

e como controlar determinadas

doenças no rebanho, como a

mastite;

• quais são os sêmens que proporcionam

as maiores taxas de concepção;

• até quando o investimento em ração

está sendo convertido em produção

de leite;

• eliminar erros oriundos de lançamentos

feitos à mão;

• ter acesso a aplicativos para uso

no campo;

• realizar backups na nuvem com

segurança de dados, entre outros.

A transformação de dados em informações

para tomada de decisões é

o caminho para aproveitar as oportunidades

com uma análise assertiva. É

muito importante que esses registros

sejam adequados e, para isso, cada fazenda

deve estruturar o seu processo

e definir o que funciona melhor dentro

de sua realidade. Uma questão que

pode parecer muito básica, mas que

vale ser comentada é que a qualidade

dos dados é fundamental. Se a informação

inserida no banco de dados do

sistema for imprecisa, o resultado também

vai ser impreciso e não será útil

para tomar decisões que tragam retorno

para a fazenda.

Inclusive, o Índice Ideagri de Leite

Brasileiro (IILB), referência sobre qualidade

e eficiência produtiva da pecuária

leiteira nacional, mostrou que o

setor leiteiro ainda tem grande espaço

para crescer. De acordo com o boletim

publicado pela Ideagri, empresa que o

desenvolve, na pecuária moderna as

fazendas que se destacam são as que

realizam uma gestão inteligente dos

dados.

Assim, pode-se notar que o mundo

digital e a internet das coisas (IoT) vêm

sendo grandes facilitadores da agropecuária.

No meio rural, cabe a cada fazenda

leiteira encontrar a tecnologia

que mais contribuirá com as suas ações

do cotidiano. Vale apostar - sem medo

do novo - nessa nova realidade, já que,

sem dúvidas, os frutos colhidos serão

extremamente fartos.

O que lemos para escrever esse

artigo:

Como ter eficiência na gestão de dados

e na tomada de decisões?, Ideagri,

2021. Disponível em: <https://ideagri.

com.br/posts/como-ter-eficiencia-na-

-gestao-na-analise-de-dados-e-na-

-tomada-de-decisoes>. Acesso em:

13/09/2022.

Grande volume de dados pode ser extraído

de uma fazenda de leite

DIVULGAÇÃO RÚMINA

29


REVISTA O GIROLANDO

SANIDADE

Raquel Maria Cury Rodrigues, Zootecnista pela Unesp de Botucatu e

Especialista em Gestão da Produção pela Ufscar

Giulia Soares Latosinski, Médica Veterinária, Mestre em Medicina Veterinária

Preventiva com ênfase em qualidade do leite, diagnóstico e controle de mastite

bovina pela FMVZ/UNESP Botucatu e Analista de Sucesso do Cliente na OnFarm

Rotina de ordenha deve ser organizada e com respeito

a todos os procedimentos

O sucesso da pecuária leiteira está ligada à gestão precisa

de dados e soluções inteligentes automatizadas

Para ter qualidade no leite, redução de mastite e lucratividade, é essencial o uso de

indicadores como a contagem de células somáticas e a contagem padrão em placas.

A Contagem Padrão em Placas

(CPP) e a Contagem de Células

Somáticas (CCS) são aliadas do

produtor de leite visto que são

parâmetros que os guiam na identificação

de possíveis problemas

com a qualidade do leite.

A CCS nada mais é do que a

quantidade de células de defesa

da vaca e de células epiteliais da

glândula mamária por cada mL de

leite. Esse indicador se relaciona

diretamente com a saúde da glândula

mamária já que quando há

um processo infeccioso em curso,

ocorre a migração dessas linhagens

celulares para tentar combater

o microrganismo responsável

30


pela mastite.

São diversas as consequências

negativas causadas pelos altos valores

de CCS, tanto com relação

ao impacto negativo na produção

de leite, como no rendimento industrial

devido às alterações na

composição da matéria-prima.

Por isso, é importante que a CCS

seja controlada e que haja a implantação

de medidas de controle

com base nas prioridades, objetivos,

situação financeira e potencial

de crescimento da fazenda.

Não ter um plano para detectar

continuamente as vacas com mastite

subclínica pode acabar saindo

caro para o bolso do produtor de

leite.

Então, como controlar a contagem

de células somáticas no rebanho?

Antes de tudo, é interessante

destacar que a CCS do tanque é

um indicador para a mastite subclínica

no rebanho. Já a CCS individual,

além de também calcular a

prevalência de mastite subclínica,

monitora a incidência de novos

casos e a prevalência de animais

crônicos.

A implementação da rotina na

coleta dos dados e a identificação

dos patógenos causadores de mastite

são peças-chave no combate à

doença. Tratar (quando necessário)

as vacas às cegas, faz com que

as chances de cura sejam menores,

assim como a rentabilidade do negócio.

Assim, é recomendado a cultura

microbiológica do leite em

animais que apresentarem CCS

>200 mil células/ml e de todos novos

casos de infecções subclínicas

(CCS <200 mil na análise anterior

e >200 mil na análise atual), dos

animais pós-parto (principalmente

novilhas) e de mastite clínica.

Além da avaliação desses indicadores,

é necessário acompanhar

a situação do rebanho e desenhar

o escopo do problema, começando,

por exemplo, com esses itens:

Análise da frequência de novos

casos;

Infecções curadas e crônicas;

Ajustes na linha de ordenha;

Separação dos animais sadios e

infectados;

Cálculo de contribuição individual

das vacas sobre a CCS do

tanque.

Outras dicas valiosas para evitar

o aumento de contagem de células

somáticas são:

Manutenção das vacas leiteiras

em ambientes limpos, confortáveis,

bem dimensionados e limpos

constantemente para reduzir

a contaminação dos tetos;

Rotina de ordenha organizada

e com respeito a todos os procedimentos

a fim de resultar em tetos

limpos, secos e bem estimulados;

Rotina de manutenção e uso

adequado dos equipamentos de

ordenha. Estes, devem passar por

avaliação e manutenção periódica

para a garantia do seu bom funcionamento;

Dar a devida atenção para a

secagem das vacas a fim de evitar

novas infecções;

Descarte e/ou segregação de

vacas com mastite crônica;

Implantação de medidas de

biossegurança contra mastite contagiosa

e;

Avaliação periódica das medidas

de controle de mastite.

Contagem padrão em placas:

um bom indicador higiênico-sanitário

da ordenha

A CPP quantifica o número

total de bactérias aeróbias do leite

cru. Ela é utilizada para monitorar

a qualidade do manejo de

ordenha, já que acaba sendo um

retrato das práticas adequadas de

limpeza do sistema de ordenha,

higiene do úbere, técnicas para

prevenção, controle da mastite,

entre outros.

Na CPP, uma alíquota de leite

é distribuída em placas com meio

de cultura e incubada. As bactérias

presentes no leite, e que se

encontram viáveis, crescem a tal

ponto de serem visíveis a olho nu,

chamadas “colônias”. Com isso é

possível contar quantas cresceram

e em função do volume da amostra,

determina-se a CPP expressa

em unidades formadoras de colônias

por mL de leite (UFC/mL).

Embora seja muito difícil eliminar

todas as fontes de contaminação

bacteriana no leite, há

muitas medidas para reduzir essa

contagem focando principalmente

em procedimentos de ordenha

bem realizados.

É interessante destacar que a

contaminação do leite cru ocorre

principalmente durante e após a

ordenha. A contaminação ambiental

da pele dos tetos e do úbere são

potenciais fontes de contaminação

do leite cru durante a ordenha. Os

tetos podem estar contaminados

pela microbiota normal da pele

dos tetos ou por microrganismos

ambientais. A microbiota da pele

dos tetos tem menor contribuição

para a contaminação do leite, pois

não se multiplicam no leite refrigerado.

Ainda abordando o tema refrigeração,

vale a pena destacar a

importância dessa importante etapa

dentro da propriedade após a

ordenha, pois quanto mais rápido

for a redução da temperatura, melhor

será a conservação do leite. O

resfriamento imediato após a ordenha

em temperatura ideal com

condições adequadas de higiene

sem dúvidas é um dos principais

pontos na produção de leite com

qualidade, pois com a temperatura

de armazenamento correta, diminui-se

a taxa de multiplicação

bacteriana.

Segundo a IN 76, tanto na refrigeração

do leite quanto no seu

transporte até o estabelecimento,

devem ser observados os seguintes

limites máximos de temperatura:

I – Recebimento do leite no estabelecimento:

7,0° C (sete graus

Celsius), admitindo-se, excepcionalmente,

o recebimento até 9,0°

C (nove graus Celsius);

II – Conservação e expedição

do leite no posto de refrigeração:

4,0° C (quatro graus Celsius);

III – Conservação do leite na

usina de beneficiamento ou fábrica

de laticínios antes da pasteu-

31


DIVULGAÇÃO

Para ter qualidade no leite, é preciso controlar a mastite

rização: 4,0ºC (quatro graus Celsius).

Importância da manutenção do

equipamento de ordenha

Os resíduos orgânicos que

compõem o leite, como gordura,

proteína e lactose, ficam aderidos

à superfície interna dos equipamentos

de ordenha e favorecem a

multiplicação de microrganismos

contaminantes. Os equipamentos

de ordenha são a principal fonte

de contaminação do leite cru.

Sendo assim, os procedimentos

de limpeza e higienização dos

equipamentos afetam diretamente

a contagem padrão em placas do

tanque e por isso, é fundamental

que essas práticas façam parte da

rotina, inclusive, com o uso de

água clorada e de boa qualidade.

É por meio dessas e de outras

ferramentas que se torna possível

produzir leite com qualidade e

que atenda as demandas do mercado,

tornando a cadeia leiteira

brasileira forte e competitiva no

cenário do agronegócio.

32


33


REVISTA O GIROLANDO

GESTÃO

GUILHERME OLIVEIRA, CONSULTOR EMBARÉ ASSIST.

Produtor de leite ultrapassa dificuldades e atinge resultados

surpreendentes em menos de um ano com ajuda de consultoria

Localizada em Martinho Campos

(MG), a Fazenda Urucum enfrentava

uma série de obstáculos

para intensificar sua produção de

leite. Em abril deste ano (2022),

Antônio Norberto da Silva procurou

os técnicos da Alvoar Lácteos

para auxiliá-lo.

Rebanho da Fazenda Urucum

Conheça a história de parceria do produtor Antônio Norberto da Silva

com o Embaré Assist, programa de assistência técnica ao produtor da

Alvoar Lácteos – Unidade Sudeste

Com o objetivo de oferecer assistência

extremamente flexível às

necessidades e deficiências da fazenda

do Sr. Antônio, a Alvoar Lácteos

o incluiu no programa Embaré

Assist e, com apenas cinco meses de

atuação, todos os indicadores técnicos

e gerenciais determinados para

34


35


Rebanho da fazenda está mais produtivo

fazenda registraram avanços significativos.

Alguns índices já haviam, inclusive,

superado a meta prevista para

dezembro. Dentre os destaques está

a produção, que registrou um crescimento

de cerca de 45% no período

(abril a setembro). O aumento

do volume foi acompanhado de

melhoria significativa na qualidade,

com queda na taxa de Contagem

de Células Somáticas (CCS) e

com redução de infecções uterinas,

que agora ficaram limitadas a 3%.

Ou seja, com a identificação e implementação

de ações corretivas na

produção e gestão foi possível garantir

a expansão sustentável e lucrativa

da atividade.

O desempenho positivo da Fazenda

Urucum é mais um que comprova

a eficiência da consultoria

técnica e gerencial na transformação

da produção leiteira. Nesse

caso, por exemplo, na primeira

etapa, os técnicos do Embaré Assist

acompanharam toda a rotina, com

a finalidade de identificar pontos

de melhorias. Após o diagnóstico,

foram implantadas técnicas mais

eficientes, instaladas práticas de

manutenção e limpeza, além de

protocolos para tratamentos fármacos

e ocorrências sanitárias.

Para melhorar a produção, na

segunda etapa do programa os animais

foram agrupados em três lotes,

em função da produção e reprodução.

Um plano nutricional foi

traçado com a utilização das pastagens,

silagem de milho e alimentos

concentrados. Com foco na performance

de reprodução, foi adotado

calendário de vacinação reprodutiva,

avaliação ginecológica e implantação

de protocolos de IATF.

Atuou-se, também, na capacitação

de colaboradores para adequação

dos processos operacionais.

Com técnica e conhecimento, a

fazenda decolou de forma sustentável,

segura e com qualidade.

Sobre o Embaré Assist

Lançado em janeiro de 2020, o

Embaré Assist é um programa de

consultoria técnico e gerencial na

Unidade Sudeste da Alvoar Lácteos

– empresa detentora das marcas

Camponesa, Embaré e Betânia

– que busca a máxima eficiência

econômica para o produtor de leite.

Atualmente, 40 técnicos especializados

entre médicos veterinários,

zootecnistas e engenheiros agrônomos

fazem parte do projeto.

Disponível para todos os produtores

rurais parceiros da Embaré,

o programa atua no melhoramento

dos indicadores zootécnicos, na

qualidade do leite e nos processos

econômicos da fazenda, auxiliando

o produtor a gerenciar seu negócio

de forma mais eficiente e lucrativa.

Entre janeiro de 2020 e agosto

de 2022, foram realizadas mais de

12.000 visitas, com 650 produtores

e 13 cooperativas parceiras atendidos

e mais de 7 milhões de reais investidos

no projeto, que conta com

o apoio do Programa Mais Leite

Saudável, do Ministério da Agricultura

Pecuária e Abastecimento

(Mapa) e recursos do Programa de

Integração Social (PIS) e da Contribuição

para o Financiamento da

Seguridade Social (Cofins).

Ações corretivas garantiram a expansão

sustentável e lucrativa da atividade

36


37


REVISTA O GIROLANDO

EXPOSIÇÕES E EVENTOS

CARLOS LOPES

Novidades nas exposições

Raça Girolando segue com forte presença nas exposições

38


Megaleite 2022*

A raça Girolando vem participando

de diversas exposições por

todo o Brasil, mostrando sua evolução

genética nas pistas. Os eventos

ranqueados pela Associação Brasileira

dos Criadores de Girolando

que ocorreram após a Megaleite e até

o dia 11 de setembro de 2022 foram

auditados pela entidade e compõem

o resultado parcial do Ranking Nacional

de Girolando 2022/2023, que

está disponível na íntegra, no site da

entidade.

Outra novidade no calendário

de eventos é a mudança na data e

local da Exposição Interestadual

de Girolando – Circuito Megaleite

2022/2023 – Etapa Sul/Sudeste. Ela

será realizada durante a Exposição

Agropecuária e Industrial de Leopoldina

(Expoleo), que ocorrerá em abril

de 2023, na cidade de Leopoldina/MG.

A mudança ocorre porque a edição de

2022 da LeiteShow foi cancelada por

seus organizadores. Com essa alteração,

o Núcleo Sem Fronteiras passa a

ser responsável pela próxima edição

Circuito Megaleite 2022/2023 – Etapa

Sul/Sudeste, que acontecerá no parque

de exposições de Leopoldina.

Melhor Vaca Jovem e Melhor Úbere Jovem CCG

1/4HOL + 3/4GIR: Pass Ocitocina FIV

Expositor: Túlio Gomes Araújo

Grande Campeã CCG 1/4HOL + 3/4GIR: Rachapau

Edite 1889 FIV

Expositor: Geraldo Magela dos Santos Neve

*Na edição passada, dois resultados da Megaleite trouxeram fotos incorretas desses dois animais, que corrigimos agora.

Aos expositores, pedimos desculpas pelo ocorrido.

39


REVISTA O GIROLANDO

GESTÃO

Renata Negri , Pesquisadora do PMGG e Pos-doc da Embrapa

Gado de Leite.

Marcos Vinicius Gualberto Barbosa da Silva,

Pesquisador da Embrapa Gado de Leite

DIVULGAÇÃO

A pecuária leiteira pode se adaptar às mudanças climáticas?

Oportunidades do Agro

Tolerância ao estresse térmico é um

diferencial da raça Girolando

Você já ouviu falar sobre o conceito “vaca do futuro”? Ele se refere a um animal que cause menor

impacto ambiental, eficiente em produção, tolerante às mudanças climáticas e que ainda contribua

para a redução na emissão de gases de efeito estufa. Este é o futuro do Agro e nós já demos o

primeiro passo para chegar lá.

40


contribuir de forma efetiva para

a produção de leite mais eficiente,

adaptada às mudanças climáticas e

com maior consciência ambiental,

a pecuária brasileira vem utilizando

animais mais adaptados com

predomínio do regime alimentar

a pasto. Estes sistemas podem ser

estratificados em diferentes níveis

organizacionais e tecnológicos, que

vão desde pequenas propriedades

rurais até grandes cooperativas. No

entanto, para a viabilidade e sustentabilidade

da propriedade rural, é

essencial que o animal seja eficiente

em produção sob qualquer adversidade

e, consequentemente, reduza a

intensidade de emissão de metano

por quilograma de leite produzido,

promovendo ganho ambiental.

Nesse contexto, são ressaltadas

características importantes da raça

Girolando, a qual é genuinamente

brasileira e está presente na grande

maioria dos estabelecimentos rurais,

sendo responsável por 80% da

produção de leite no Brasil. A raça

Girolando é oriunda do cruzamento

de animais das raças Holandesa

e Gir, que vem sendo realizado

há muitas décadas no País. Desde

1997, com a criação oficial da raça

pelo Ministério da Agricultura,

Pecuária e Abastecimento, ela tem

sido objeto de intenso processo de

seleção genética.

A avaliação genética da raça, coaproximadamente

21 mil animais genotipados, coletados de 2000 a 2020 no

Brasil todo, verificou-se ótimo desempenho da raça para tolerância ao calor.

A Figura 1 ilustra os limites de conforto térmico de cada uma das

principais composições raciais do Girolando. Na mesma imagem, consta,

para comparação, o limite de conforto térmico identificado na raça

Holandesa, utilizando a mesma metodologia. É possível observar a

superioridade dos animais Girolando para tolerância ao estresse térmico,

uma vez que a diferença pode chegar a 10ºC quando comparamos os limites

extremos de tolerância ao calor. Esta diferença é extremamente significativa

quando se trata de sistemas de produção a pasto em clima tropical, como é o

caso do Brasil, pois mostra que os animais da raça Girolando mantém estável

sua produção de leite, apesar do aumento da temperatura. Dessa forma, a

raça contribui para uma constância de oferta de matéria-prima para a

indústria, independente da estação do ano e das condições climáticas.

FIGURA 1 – Limites de conforto térmico para diferentes composições raciais.

Quando os animais estão em estresse térmico podem deixar de

Com as constantes mudanças e contornar a fragilidade do Brasil

ambientais produzir em e climáticas média 1.000kg e o de aumento leite, considerando para atender uma lactação os requisitos de 305 propostos dias

da

(Figura

frequência

2). Em

de

casos

eventos

de

climáticos

estresse térmico

na

severo,

COP-26

as

(Conferência

perdas produtivas

das Nações

Unidas sobre Mudança do Cli-

extremos, o agronegócio vive momentos

superaram cada os vez 2.000kg mais de desafiadores,

leite por lactação. ma Valores de 2021), muito quanto expressivos na redução e que das

os

demonstram

quais exigem

que

a

uma

transição

vaca, em

do

uma

modelo

de produção, visando sistemas Dentro deste contexto e ocupando

única emissões lactação, pode de gases deixar de de produzir efeito estufa.

mais eficientes, mais sustentáveis

e com menor impacto ambiental.

Apesar da suposição de vulnerabilidade

do País no tema, é importante

lembrar que as mudanças climáticas

estão relacionadas com questões sociais

e econômicas, de interesse e

impacto em toda a população.

papel de destaque, a pecuária pode

contribuir significativamente para

reduzir as emissões de carbono e

promover sistemas sustentáveis em

curto, médio e longo prazos, com

o uso de animais mais resilientes,

eficientes e adaptados às mudanças

climáticas.

O agronegócio, considerado Particularmente, a pecuária leiteira

por muitos como o grande vilão na

emissão de gases de efeito estufa,

é o principal motor da economia

brasileira. No entanto, seu papel

é fundamental tanto na mitigação

dos efeitos das mudanças climáticas

brasileira, presente em quase

todos os municípios, gera em torno

de 5 milhões de empregos diretos

e/ou indiretos e representa volume

de negócios de aproximadamente

US$18 bilhões. No sentido de

Animais Girolando emitem menos metano

41


e ao mercado consumidor, em função da sazonalidade da produção de leite

nos trópicos.

REVISTA O GIROLANDO

FIGURA 2 – Produção de leite conforme nível de estresse térmico.

ordenada O benefício pela Embrapa de uso de Gado animais de leite

desafios e Associação climáticos Brasileira se deve ao uso dos de Cria-

animais mais 305 tolerantes dias (Figura geneticamente 2). Em casos de

da raça te, Girolando considerando para contornar uma os lactação de

dores de Girolando, incluiu em seu estresse térmico severo, as perdas

ao estresse térmico, os quais consequentemente são mais eficientes em

sumário, em 2022, a classificação de produtivas superaram os 2.000kg

tolerância produção e, ao com estresse isso, há redução térmico na intensidade dos de de leite emissão por de lactação. metano por Valores muito

animais. quilograma Com de leite base produzido, nos resultados fazendo com expressivos que seja possível e que atender demonstram os que

obtidos por meio de minucioso estudo,

considerando mais de 650 mil pode deixar de produzir até 34%. A

uma vaca, em uma única lactação,

requisitos da COP-26, em um dos cinco pilares, a agricultura e pecuária de

controles baixo carbono leiteiros, e preservando de mais as condições de 69 de perda bem-estar produtiva animal. gera Estudos impacto negativo

que em ao toda longo a de cadeia 18 anos do leite e ao

mil realizados vacas, pela e com Embrapa aproximadamente

Gado de Leite comprovam

21 mil animais genotipados, coletados

mercado consumidor, em função da

(2000

de

a

2000

2018),

a

houve

2020

aumento

no Brasil

de 60%

todo,

na produção sazonalidade de leite de da bovinos produção da de leite

verificou-se raça Girolando ótimo e os mesmos desempenho apresentaram da redução nos trópicos. de 40% na emissão de

raça metano para (g tolerância CH 4 por quilograma ao calor. de leite produzido) O benefício (Pereira de e uso Silva, de animais da

A Figura 1 ilustra os limites de raça Girolando para contornar os

conforto comunicação térmico pessoal, de 14 cada de setembro uma de das 2022) desafios - (Figura 3). climáticos se deve ao uso

principais composições raciais do de animais mais tolerantes geneticamente

ao estresse térmico, os quais

Girolando. Na mesma imagem,

consta, para comparação, o limite

de conforto térmico identificacientes

em produção e, com isso, há

consequentemente são mais efido

na raça Holandesa, utilizando redução na intensidade de emissão

a mesma metodologia. É possível de metano por quilograma de leite

observar a superioridade dos animais

Girolando para tolerância ao possível atender os requisitos da

produzido, fazendo com que seja

estresse térmico, uma vez que a diferença

pode chegar a 10ºC quando

COP-26, em um dos cinco pilares,

comparamos os limites extremos de

tolerância ao calor. Esta diferença é

extremamente significativa quando

se trata de sistemas de produção a

pasto em clima tropical, como é o

caso do Brasil, pois mostra que os

animais da raça Girolando mantém

estável sua produção de leite, apesar

do aumento da temperatura. Dessa

forma, a raça contribui para uma

constância de oferta de matéria-prima

para a indústria, independente

da estação do ano e das condições

climáticas.

Quando os animais estão em

estresse térmico podem deixar de

produzir em média 1.000kg de lei-

a agricultura e pecuária de baixo

carbono e preservando as condições

de bem-estar animal. Estudos realizados

pela Embrapa Gado de Leite

comprovam que ao longo de 18 anos

(2000 a 2018), houve aumento de

60% na produção de leite de bovinos

da raça Girolando e os mesmos

apresentaram redução de 40% na

emissão de metano (g CH4 por quilograma

de leite produzido) (Pereira

e Silva, comunicação pessoal, 14

de setembro de 2022) - (Figura 3).

Nesse contexto, a raça Girolando

se encaixa no conceito vaca do futuro,

o qual se refere a uma nova geração

de animais cujas emissões de

gases que provocam o efeito estufa

são reduzidas, além de ser mais eficientes

produtivamente e tolerantes

às mudanças climáticas. Além de

oferecer ao mercado um produto

com maior consciência ambiental, é

possível agregar valor na comercialização

e globalização do material

genético dos animais mais adaptados

às mudanças climáticas, expandindo

as fronteiras de um produto

de origem brasileira.

Outro aspecto importante é

quanto à problemática da possível

crise alimentar mundial, pois o uso

de animais mais tolerantes às mudanças

climáticas, cenário de um

futuro incerto, podem contribuir

para a eficiência produtiva de um

alimento extremamente rico nutricionalmente

e importante para o

desenvolvimento infantil e, ainda

assim, contribuir na redução de gases

de efeito estufa.

FIGURA 3 – Produção de leite e intensidade de emissão de gases de efeito estufa.

42

Nesse contexto, a raça Girolando se encaixa no conceito vaca do

futuro, o qual se refere a uma nova geração de animais cujas emissões de


43


REVISTA O GIROLANDO

MANEJO

Larissa Vieira

DIVULGAÇÃO

Pasto irrigado potencializa pecuária leiteira

Animais em sistema de pastagem irrigada

na Agropecuária Irmãos Chiari

Produção de leite a pasto com uso de pivô central, aliado à genética da raça

Girolando, vem garantindo a expansão de projeto pecuário em Goiás

O pasto irrigado por pivô central

vem viabilizando a produção de leite

em larga escala da Agropecuária

Irmãos Chiari, localizada em Morrinhos/GO,

cujo projeto é atingir

nos próximos anos 20 mil litros/dia,

aumento de 11% em comparação

aos atuais 18 mil/litros/dia. Como

já utilizava o pivô para a produção

de grãos na propriedade, o grupo

decidiu diversificar os negócios e

explorar esse sistema também na

pecuária, o que vem ocorrendo desde

2008. “Antes trabalhávamos com

um sistema mais simples, de pasto

e cocho, mas o irrigado garantiu a

expansão do projeto. E a raça Girolando

encaixou como uma luva

no manejo a pasto, pois os animais

adaptam-se muito bem a sistemas

mais tropicais. Hoje temos 700 vacas

em lactação. Elas são manejadas

a pasto e duas vezes ao dia, após

cada ordenha, recebem um concentrado”,

explica o pecuarista José Renato

Chiari.

A exceção fica para o grupo de

44


DIVULGAÇÃO

primíparas, mantidas no compost

barn durante o dia e, à noite, vão

para o pasto. Elas ficam nesse manejo

até 100 dias após o parto e, depois,

seguem para o sistema de pasto

convencional. A estratégia tem

como objetivo evitar problemas de

balanço energético negativo, condição

fisiológica que pode ocorrer

durante o período de transição das

vacas, diminuindo a produção de

leite e causando perdas econômicas.

A propriedade fica a 850 metros

de altitude, o que garante noites

frescas para as vacas pastejarem,

porém durante o dia é quente. Morrinhos

tem uma época de chuva

Criatório redobra a atenção com a

qualidade das forrageiras

bem determinada, sendo seis meses

de chuva e seis de seca, exigindo do

pecuarista um planejamento muito

grande para garantir comida para o

gado o ano todo.

A Agropecuária Irmãos Chiari

conta com três pivôs, sendo dois

de 17ha, que dão 34ha, e um maior

que cobre 44ha. É feita a rotação dos

pivôs para que possam irrigar toda

a área de pasto, que e dividida em

formato de pizza, 35 no total. Cada

pivô irriga duas partes, ficando um

período de 12 horas em cada pizza.

Sempre oferecendo pasto de ponta

para os animais em lactação.

A estrutura do pivô ainda é utilizada

para fazer uma aspersão sobre

os animais durante o dia. “Quando

as vacas se aquecem vão lá tomar

uma chuveirada. Isso ajuda na parte

de controle do estresse térmico”,

destaca.

Como no verão a fazenda tem excesso

de produção de forrageira, as

sobras são utilizadas para fabricação

de silagem de capim (pré-secado de

capim), garantindo alimento para

o rebanho no inverno. Outra estratégia

adotada é a sobressemeadura,

que consiste em plantar pastagens

anuais de inverno sobre a pastagem

perene de verão ou o campo nativo.

Com essa medida, a produção das

forrageiras de inverno preenche o

vazio criado pelas espécies de verão,

que no caso da Agropecuária

Irmãos Chiari são cultivadas tifton

e mombaça. “Nos meses de abril e

maio, plantamos aveia e azevém em

cima do pasto de verão para garantirmos

boas pastagens nos meses de

junho e julho. Com essas duas medidas,

estamos conseguindo fugir

da diferença de produção de forrageira

comum no inverno/verão. Estamos

muito felizes com o sistema a

pasto”, conta Chiari. Para ajudar na

adubação dos pastos, a fazenda faz

a compostagem do esterco, contribuindo

para a redução dos custos.

O pecuarista alerta, porém, que

a produção a pasto exige cuidados

constantes. “É preciso estar ligado

o tempo inteiro, pois trabalhamos

com muitas variáveis dentro de uma

produção a céu aberto, literalmente.

É importante acompanhar a qualidade

do pasto, a disponibilidade de

forragem, buscando o melhor pasto

para ser consumido, pois as vacas

precisam do máximo consumo possível

para produzirem bem”, orienta.

Apesar da atenção redobrada

com a qualidade das forrageiras, a

produção a pasto é vantajosa economicamente,

principalmente em momentos

de alto custo dos insumos,

como vem acontecendo agora. Segundo

Chiari, o produtor consegue

produzir leite com um custo menor

que o sistema confinado.

Chiari destaca ainda que, dentro

do sistema a pasto, é mais interessante

trabalhar com um índice de

produção/hectare e não produção/

45


DIVULGAÇÃO

vaca. “Estamos alcançando uma

produção/hectare bem interessante.

Hoje, trabalhamos com 22 litros/

leite/dia, em média a pasto, mas o

importante é que estamos atingindo

entre 45 mil e 50 mil litros/hectare/

ano. É um conceito muito difundido

na agricultura, não se fala em quantas

espigas colhidas, mas quantas

sacas de milho. E na pecuária leiteira

precisamos adotar esse conceito,

passando a usar como referência a

produção/hectare”, acredita o pecuarista.

Produção de genética- Além de

grande produtor de leite, a Agropecuária

Irmãos Chiari atua no

mercado de genética. Conta com

doadoras das raças Girolando, Gir

Leiteiro e Guzerá, dentre outras.

“A mudança no conceito de produção

de vacas de leite aconteceu em

2003, quando nasceu ICH Canela,

um animal diferenciado. A partir

desse momento, fortalecemos nosso

trabalho de seleção e multiplicação

genética do Girolando. ICH Canela

foi a primeira vaca Girolando a ter

produção vitalícia de 100.000kg.

Dentro do Sumário de Fêmeas da

raça, alcançou destaque entre as top

1000, inclusive com várias de suas

filhas também bem avaliadas”, esclarece

José Renato Chiari.

O criatório ainda conta com

touros em central e tem alcançado

destaque nas pistas de julgamento

em todo o País. Na ExpoZebu 2022,

conquistou premiações em várias

composições raciais, dentre elas:

Grande Campeã CCG 1/2, Grande

Campeã CCG 3/4, Melhor Fêmea

Jovem Girolando. Na Megaleite

2022, fez a Grande Campeã Girolando,

Campeã Vaca Jovem, Campeã

Úbere Jovem e Grande Campeã

Animais do rebanho participam do PMGG

CCG 3/4.

Segundo o criador José Renato

Chiari, a procura pela raça Girolando

vem crescendo em todo o País

por conta da sua boa produção a

pasto e outras características de impacto

econômico, como por exemplo

a longevidade.

De acordo com dados da Embrapa

Gado de Leite, há um crescente

incremento na produção de leite

das vacas Girolando. Considerando

a produção de leite em até 305

dias, em 2000, a produção média

alcançava 3.695kg e, já em 2021,

essa média aumentou para 6.032kg,

representando um aumento de 60%

no período de 20 anos. Além disso,

corresponde a 80% do leite produzido

no Brasil, sendo capazes de

manter bom nível de produção em

diferentes sistemas de manejo e de

condições climáticas.

46


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REVISTA O GIROLANDO

NOVOS ASSOCIADOS

ESTES SÃO OS NOVOS CRIADORES E ENTIDADES DE CLASSE QUE PASSARAM A INTEGRAR O QUADRO

SOCIAL DA GIROLANDO NOS MESES DE AGOSTO E SETEMBRO DE 2022.

Nº CRIADOR MUNÍCIPIO

10719 Agropecuária B2J Ltda

Goiânia – GO

10667 Agropecuária Capim Branco Ltda

Anápolis - GO

10695 Agropecuária Nascente do Matão Ltda

São José do Rio Preto - SP

10665 Alexandre Gontijo Queiroz Araújo Costa

Bom Despacho - MG

10692 Ana Laura Silva Souza

Anápolis – GO

10716 André Luiz Silva Martins de Almeida

Divinópolis – MG

10663 Arquimandes Barcelos Corrêa

Uberaba - MG

10668 Charles Ramon Alves Xavier

Montes Claros - MG

10682 Cintia Barbosa de Almeida

Brasília de Minas - MG

10688 Cláudio Toledo Lana

Caratinga - MG

10689 Claudiomar Silvério de Souza

Jaraguá – GO

10691 Cristiano Passarin

Ji-Paraná – RO

10655 Daniel de Carvalho e Silva

Taubaté - SP

10670 Edivaldo Ferreira Júnior

Sacramento - MG

10705 Ednei Geraldo do Carmo

Belo Vale – MG

10699 Eduardo Augusto Menezes

Curvelo - MG

10678 Edvaldo Godofredo Dantas Gama Sobrinho

Ribeira do Pombal - BA

10703 Evandro da Silva Golfeto

Glória De Dourados – MS

10609 Fábio Alexandre Carneiro

Ribeirão Preto – SP

10702 Fabrício Ribeiro Velozo

Patrocínio do Muriaé – MG

10706 Flávia Tamara do Vale Carvalho

Natércia – MG

10714 Francisco Valdery Alves de Magalhães

Senador Pompeu – CE

10696 Genyl Francisco de Lima

Lagarto - SE

10662 Gustavo Almeida da Silva Paes

Juiz de Fora – MG

10686 Hebert Valério Filho

Uberaba - MG

10685 Heleno Guimarães de Carvalho

Palmas – TO

10684 Integra Leite Ltda

Lavras - MG

10658 Joab Tárcio da Silveira

São João do Manteninha - MG

10711 João Batista de Miranda Siqueira

Barbacena – MG

9523 João Bernardino de Castro Neto

Parnamirim - RN

10712 João Carlos Duarte

Brasília – DF

10704 Joao Félix de Godoi

Corinto – MG

10707 João Paulo de Oliveira Rodrigues Rezende

Iturama - MG

PRESIDENTE:

Odilon de Rezende Barbosa Filho

VICE-PRESIDENTE:

Eugênio Deliberato Filho

1º. DIRETOR-ADMINISTRATIVO:

Marcos Amaral Teixeira

2º. DIRETOR-ADMINISTRATIVO:

Márcio Luís Mendonça Alvim

1º. DIRETOR-FINANCEIRO:

José Antônio da Silva Clemente

2º. DIRETOR-FINANCEIRO:

Luiz Fernando Reis

DIRETOR RELAÇÕES INST. E COMERCIAIS:

Domício José Gregório A. Silva

AL Alexandre Gondim da R. Oiticica

AL André Gama Ramalho

AL Marcos Ramos Costa

AM Ildo Lúcio Gardingo

AM Muni Lourenço Silva Júnior

BA Cláudio Micucci Vaz Almeida

BA Fernando Luiz Andrade Rocha

BA Francisco Peltier Queiroz Filho

BA Valdemir Acácio Osório

CE Diego Teixeira Brito

DF Léo Machado Ferreira

ES Rodrigo José Gonçalves Monteiro

ES Marcos Corteletti

GO Ildo Ferreira (in memoriam)

GO Adauto Luís Caumo

GO Rogério Omar Correa

MG Bernardo Sousa Lima Mattos

de Paiva

MG Wander Campos Marcos

MG Rodrigo Bernardo Silva

MG Alex Lima Alves

Nº CRIADOR MUNÍCIPIO

10681

10710

10720

10693

10715

10666

10659

10664

10669

10679

10683

10718

10674

10717

10694

10660

10677

10656

10680

10698

10701

10709

10700

10672

10671

10675

10661

10708

10673

10676

10657

10687

10697

Jociley Luiz Alves

Jorge Paulo de Jesus

José Aguinaldo Ribeiro

Jose Benedito de Castro Fe

José Carlos Alves

José Oscar Silva

Leandro Cézar da Silva

Leonardo Fernando Cherin Pires

Marcelo Rodrigues Pacífico

Márcio Barros Santana Garboggini

Marcio Tadeu Boisa Alonso

Marco Aurélio Dayrell de Magalhães

Marcos Aurélio Santos de Araújo

Maria Izabel Pereira de Oliveira

Maria Merça da Silva Mesquita

Matheus Antônio Gontijo Pinto

Nathan Daniel Sardinha Moreira

Pasu Patrimonial Ltda

Pedro Machado Silva Bandoli

Rafael de Paula Guedes

Rafael Moraes Nolasco

Raymara Santos Vieira

Renato Oliveira Silva

Rodrigo Castro Félix Santos

Ronildo Pereira de Oliveira

Ronildo Vieira de Paulo

Ruy Carlos Leite de Abreu Júnior

Sandro Borges de Barros

Silvânia Alves Santos

Tales Matheus Lopes

Teotônio Paula Duarte

Thiago Monteiro de Barros Ferreira

Vinícius Fedrigo

Associação Brasileira dos Criadores de Girolando Triênio 2020-2022

Conselho de Representantes Estaduais:

MG Luiz Cláudio Bastos de Moura

MG José Eduardo Coelho Branco

Junqueira Ferraz

MG Paulo Roberto Andrade Cunha

MG Evandro do Carmo Guimaraes

MG João Machado Prata Junior

MG Rodrigo Lauar Lignani

MG Arildo Benetti Ferreira

MG Rubens Balieiro de Souza

MG Maria Cristina Alves Garcia

MG Maria Helena Freitas dos Santos

MG Marcelo Pinto Pelegrini Cancela

MG José Coelho da Rocha

MG Roberto de Azevedo Rezende

MG Sérgio Reis Peixoto

MG João Dario Ribeiro

MS Fábio Taveira Sandim

MS Gustavo Henrique Panucci da Silva

MS Thiago Barros Xavier

MS Thiago Nogueira Lemos

MT Aylon David Neves

DIRETOR TÉCNICO CIENTÍFICO:

José Renato Chiari

DIRETOR DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS:

Tatiane Almeida Drummond Tetzner

DIRETOR DE FOMENTO E EVENTOS:

Aurora Trefzger Cinato Real

CONSELHO FISCAL:

Afonso Celso de Resende

Alexandre Honorato

José Luiz Zago

CONSELHO CONSULTIVO:

Everardo Leonel Hostalácio

Alexandre Lopes Lacerda

Paulo Cruz Martins Junqueira

PA Adelino Junqueira Franco Neto

PB Antônio Dimas Cabral

PE Cristiano Nobrega Malta

PI José Gomes do Amaral Neto

PR Ronald Rabbers

PR Bernardo Garcia de Araújo Jorge

RJ Cipriano Bairral

RJ Jean Vic Mesabarba e Aguiar Arrabal

de M. Vicente

RJ André Luís Gonçalves de Souza

RJ José Gabriel Souza Machado

RN Ricardo José Roriz da Rocha

RN Alexandre Carlos Mendes

RN Manoel Montenegro Neto

RO Darcy Afonso da Silva Neto

RO Gilberto Assis Miranda

RO Otayr Costa Filho

RS Álvaro José Bombonatto

RS José Adalmir Ribeiro do Amaral

RS Roberta Quinteiro de Medeiros Rigol

SE Lafayette Franco Sobral

Ouro Preto Do Oeste - RO

Andradas - MG

Luz – MG

Corrente – PI

Inhapim – MG

Água Comprida - MG

Bom Despacho - MG

Uberaba - MG

Goiânia - GO

Salvador – BA

Penápolis - SP

Curvelo – MG

Uberaba - MG

Presidente Bernardes – SP

Sete Lagoas – MG

Moema - MG

Brasília - DF

Salvador - BA

Natividade – RJ

Eugenópolis - MG

Guaçuí – ES

Ribeira do Pombal – BA

Governador Valadares - MG

Antas - BA

Governador Valadares - MG

Lagamar - MG

Engenheiro Beltrão - PR

Goiânia – GO

Ribeira do Pombal - BA

Cabo Frio - RJ

Campina Verde - MG

Juiz de Fora - MG

Uberaba – MG

Marcelo Renck Real

Ronan Rinaldi de Souza Salgueiro

SUPLENTES CONSELHO FISCAL:

Marcos José de Paiva

Gustavo Frederico Burger Aguiar

João Eduardo Benini Reis

SUPLENTES DO CONSELHO CONSULTIVO:

Adaulto Augusto Nascimento Feitosa

Paulo Victor Sousa Machado

Leonardo Xavier Gonçalves

Nelson Ariza

Olavo de Resende Barros Junior

SE João Bosco Machado

SP Rubens Aparecido Câmara Júnior

SP Raul de Oliveira Andrade Neto

SP Paulo Gabriel Reis Nader

SP Eduardo Lopes de Freitas

SP Pedro Luiz Dias

SP Fructuoso Roberto de Lima Filho

SP Roberta Bertin Barros

SP Alexandre Pereira da Costa

SP Paulo Massanori Yamamoto

SP Fernando Antônio de Macedo

TO Napoleão Machado Prata

CDT

Membros Natos

Fernando Augusto, Leandro Paiva

Membros Efetivos

Edivaldo Júnior, Fábio Fogaça, Gustavo Gonçalves,

José Renato Chiari, Maurício Coelho, Marcello Mamedes,

Olavo Barros Júnior, Samuel Bastos, Tiago Ferreira

48


Gestão 2020/2022

Uma Diretoria empenhada em

antecipar o futuro da raça.

49


REVISTA O GIROLANDO

MATÉRIA DE CAPA

Larissa Vieira

Uma gestão para acelerar a evolução da raça

Sede da Associação Brasileira dos

Criadores de Girolando

Ações realizadas pela atual Diretoria da Girolando levaram a entidade a conquistar

vários avanços em várias áreas, dentre elas: melhoramento genético, ampliação

do atendimento e parcerias com outras entidades

A Associação Brasileira dos Criadores

de Girolando chega, em 2022,

a seus 44 anos de fundação, com

muito a comemorar. Com associados

em todo o País, a entidade atingiu a

marca recorde de 2.109.070 registros

e controles genealógicos em setembro

de 2022. Apesar da pandemia,

houve crescimento nessa área em

relação aos anos anteriores. De janeiro

de 2020 a setembro de 2022,

foram efetuados pela equipe técnica

256.423 registros/controles.

Para chegar a esses números, a

Associação investiu na equipe técnica.

Foram realizadas capacitações

anuais, que ocorreram durante a

“Semana Técnica Nacional Girolando”,

para aprimorar o Serviço de

Registro Genealógico. Também foi

ampliada a equipe, com a contratação

de novos técnicos para os

estados do Piauí, Amazonas, Mato

Grosso, Tocantins e Rondônia, que

estão prestando diversos serviços,

tais como: controle de genealogia,

registro genealógico, controle leiteiro,

inspeção zootécnica e zoneamento

técnico, além de palestras para

fomentar o uso da raça nos estados.

Outra ação foi a campanha de

incentivo ao Registro Genealógico,

ocorrida em 2020, que concedeu

descontos no valor do registro

genealógico da modalidade de

Controle de Genealogia Definitivo

(CGD) de animais com Genealogia

Desconhecida (GD), conhecido também

como “Livro Aberto - LA”. Com

a iniciativa, foi possível viabilizar

ainda mais a inscrição do rebanho

base de novos associados, bem como

de novos animais e seus descendentes,

junto ao Serviço de Registro Genealógico.

Os descontos variaram de

30% a 50%.

Campanha de redução das

multas sobre comunicações em

atraso foi outro benefício concedido

pela Diretoria e ocorreu nos três

50


BERRANTE COMUNICAÇÃO

Alysson Paolinelli, equipe da Girolando e criadores

durante o registro simbólico de 2 milhões

anos da gestão. Foi aplicada uma

redução significativa no valor das

multas com até 30 dias de atraso no

envio das comunicações, chegando

ao valor de R$0,01 (um centavo),

além de reduções consideráveis nos

valores das demais faixas. A cobrança

da multa é uma determinação

do Ministério da Agricultura,

Pecuária e Abastecimento (Mapa).

Com a cobrança simbólica de um

centavo, a Girolando reafirma suas

políticas de descontos e de benefícios

adotadas nos últimos anos.

Para viabilizar a ampliação de

seu quadro associativo, a entidade

realizou anualmente a Campanha

de Novos Associados garantindo

a redução de taxa de

admissão. Mais de 400 pessoas

aderiram.

Atendimentos, controles e registros genealógicos efetuados pela GIROLANDO

ANO ATENDIMENTOS CGN/RGN CGD/RGD (GC) CGD (GD) CGD/RGD (GC+GD) RF TOTAL

2019 2.093 35.401 30.202 15.809 46.011 N/D 81.412

2020 1.714 34.594 31.218 24.729 55.947 N/D 90.541

2021 1.952 40.846 32.761 21.024 53.785 N/D 94.631

2022 (até 30/09)* 1.666 30.457 25.872 14.922 40.794 N/D 71.251

Total (2019 -

setembro de

2022)

7.425 141.298 120.053 76.484 196.537 0 337.835

Fonte: Superintendência do Serviço de Registro Genealógico da Raça Girolando (SRGRG), outubro de 2022.

51


REVISTA O GIROLANDO

MATÉRIA DE CAPA

Larissa Vieira

DIVULGAÇÃO CANTO PORTO

PMGG antecipa o futuro da raça

Programa ampliou o número de características avaliadas pelo Sumário

de Touros, aprimorou o Sistema de Avaliação Linear e subsidiou as

análises dos componentes qualitativos do leite

Tendo como principal pilar da

gestão o Programa de Melhoramento

Genético da Raça Girolando

(PMGG), a Associação, em parceria

com a Embrapa Gado de Leite, promoveu

uma série de investimentos

para ampliar as avalições genéticas

da raça.

Para aumentar o banco de dados

do PMGG, os técnicos da Associação

passaram, em 2020, a realizar

coleta de informações referentes

aos componentes qualitativos do

leite, como Controle de Células Somáticas,

gordura e proteína em todos

os rebanhos atendidos pelo Serviço

de Controle Leiteiro Oficial da

raça Girolando. A medida atendeu à

Instrução Normativa n° 78, de 26 de

novembro de 2018.

Como forma de auxiliar na implantação

dessa rotina, o Fundo de

Investimento do Programa de Melhoramento

Genético da Raça Gi-

Produção média da raça

aumentou 60% em 20 anos.

rolando (FIPMGG) fez uso de seus

recursos a fim de subsidiar parte

das análises nos três anos da gestão.

Foi feito o custeio de 50% do valor

cobrado por análise no primeiro

ano, de 40% no segundo ano, e de

30% no terceiro. O benefício pôde

ser retirado na forma de serviços

oferecidos pela Associação, que puderam

ser os presentes na tabela de

emolumentos, multas por atraso em

comunicações e reposições de brin-

52


Técnicos da Girolando foram treinados para

coletar informações do Sistema Linear

cos de identificação.

Sistema de Avaliação Linear

Um grande avanço do PMGG

foi a remodelação do Sistema de

Avaliação Linear da Raça Girolando

(SALG), que ocorreu a partir de

2020. Ele tem como objetivo mensurar

e avaliar características de conformação

de animais da raça Girolando,

de modo a gerar informações

de alta confiabilidade que possam

ser usadas para as predições dos valores

genéticos e, posteriormente,

dos valores genômicos. Essas predições

serão úteis para que os criadores,

dentro dos seus rebanhos,

possam efetuar a seleção dos touros

e das matrizes, almejando o melhoramento

genético das características

de importância econômica, atingindo

mais rapidamente os objetivos de

seleção propostos.

Técnicos da Associação foram

treinados para atuarem nessa coleta

dos escores em rebanhos de várias

regiões do País.

O Sumário de Touros trouxe pela

primeira vez, em 2022, as avaliações

genéticas na forma de STAs (capacidade

prevista de transmissão do

SALG padronizada das características

de manejo e de conformação) de

diversos reprodutores.

Outra ação adotada pela Associação

para o avanço do SALG foi o

custeio da genotipagem dos animais

avaliados, que deve chegar a mais

7.000 genotipagens, a ser implantada

neste final de 2022.

O Sumário de Touros avançou

em outras frentes que trarão grande

impacto no melhoramento genético

da raça. Em 2021, o documento

trouxe avaliação genética para a característica

de Longevidade.

No Sumário de Touros Girolando

2022 foi apresentada a avaliação dos

touros para Tolerância ao Estresse

Térmico. Para a realização desse

trabalho foram considerados dados

coletados pelo Controle Leiteiro

Oficial do Girolando entre os anos

de 2000 e 2020, constituindo uma

base de dados com mais de 650 mil

controles leiteiros, de mais de 69 mil

vacas e com aproximadamente 21

mil animais genotipados.

A edição de 2022 o Sumário publicou

15 novas características e 6

índices de seleção. Agora, o Sumário

de Touros traz PTAs genéticas

e genômicas para produção de leite

em até 305 dias (PTAL), intervalo de

partos (PTA IP), idade ao primeiro

parto (PTA IPP), tolerância ao estresse

térmico (TE), peso do bezerro

ao nascimento (PTA PN), período

gestacional da vaca (PTA PG), Índice

de Produção e Persistência na

Lactação do Girolando (IPPLG), Índice

de Eficiência Tropical do Girolando

(IETG), Índice de Facilidade

de Parto do Girolando (IFPG), Índice

de Reprodução do Girolando

(IRG), Composto do Sistema Locomotor

do Girolando (CSLG), Composto

Sistema Mamário do Girolando

(CSMG).

Avanços nas pesquisas - Para

dar robustez aos estudos da raça, a

Associação contratou três pesquisadoras

para o PMGG. Tolerância

ao estresse térmico, eficiência tropical,

longevidade, persistência

Média de GPTA por Grupo de Touros (PL305)

53


DIVULGAÇÃO

Fazu ganhou Vitrine Tecnológica Girolando

na lactação e avaliação genômica

multirracial são exemplos de pesquisas

realizadas.

Fundo de investimento - O Comitê

do Fundo de Investimento do

Programa de Melhoramento Genético

da Raça Girolando (FIPMGG)

busca direcionar os recursos para o

enriquecimento de informações fenotípicas

e genotípicas que servirão

de apoio técnico e comercial para

as avaliações genéticas/genômicas

de machos e fêmeas Girolando. Nos

últimos três anos, o Fundo direcionou

vários recursos para o PMGG,

como o subsídio para coleta de

amostras de leite do Controle Leiteiro

e para a genotipagem de animais

do SALG.

O Fundo também teve o ingresso

de três centrais de inseminação artificial

em seu grupo: ST Genetics,

Select Sires e AG (em processo de

oficialização). Também integram

o comitê: Alta, ABS, CRV, Genex e

Semex.

Girolando nas universidades - A

“Vitrine Tecnológica Girolando PS e

5/8” foi erguida em Uberaba/MG,

na fazenda modelo da Fazu (Faculdades

Associadas de Uberaba), para

possibilitar aos produtores rurais

mais acesso às inovações da pecuária

leiteira. A iniciativa é resultado

da cooperação técnica intensificada

em 2022, entre a Associação o e a

instituição de ensino.

O espaço é dedicado à seleção de

um rebanho Girolando, composto

de animais Puro Sintético e de composição

racial 5/8. Para ampliação

do rebanho da Fazu, a Associação

doou 20 doses de sêmen de touros

participantes do Teste de Progênie.

Esse material genético está sendo

utilizado para inseminar as fêmeas

do plantel da faculdade. A parceria

entre as duas entidades ainda prevê

o desenvolvimento de pesquisas

com a raça, capacitação da equipe

técnica da Associação e um programa

de estágio contínuo para atuação

dos estudantes nas rotinas técnicas

da Associação.

Número de Touros

700

600

500

400

300

200

100

0

Genótipos de Touros na Pré-Seleção

70

150

233

Outra instituição de ensino parceira

é a Universidade Federal de

Viçosa (UFV). Na entidade, foi formado

um rebanho da raça a partir

da doação de novilhas, feita por associados

da Girolando. Nos últimos

três anos, a UFV desenvolveu diversas

pesquisas com a raça, dentre elas

redução da idade ao primeiro parto,

programação fetal e nutrição. A parceria

ainda vem contribuindo para

a formação de futuros profissionais

das áreas de Ciências Agrárias

(Agronomia, Medicina Veterinária,

Zootecnia, Agronegócio e Laticínios),

permitindo uma vivência

maior com a raça e em experimentos

diversos.

297

600

40 25 33 23 41

2017-2018 2018-2019 2019-2020 2020-2021 2021-2022

Ano da Prova de Pré-Seleção

Touros Genotipados

Touros para TP

54


55


REVISTA O GIROLANDO

MATÉRIA DE CAPA

Larissa Vieira

Modernização dos Sistemas de Tecnologia

AppGirolando permite acesso aos valores

genéticos/genômicos dos animais

Investimentos em infraestrutura e desenvolvimento asseguraram ao banco de

dados da Girolando mais consistência e segurança

Detentora de um dos maiores bancos

de dados de bovinos leiteiros do Brasil,

a Girolando priorizou nos últimos três

anos os investimentos em tecnologias

para garantir o funcionamento de todos

os seus sistemas. A equipe do setor de

Tecnologia da Informação da entidade

também foi reforçada.

Outros investimentos foram feitos em

Desenvolvimento e Infraestrutura. Confira:

Desenvolvimento

• Conclusão de 452 adequações nos

sistemas;

• Início do desenvolvimento do sistema

de Certificação Internacional;

• Desenvolvimento do Novo Sistema

de Controle Leiteiro;

• Adequações nos sistemas para atender

as necessidades do Regulamento Girolando

e Mapa;

• Adequação dos sistemas à LGPD;

• Adequações nos bancos de dados

para suportar a comercialização de afixos;

• Ampliação da equipe de desenvolvimento.

Infraestrutura

• Troca dos equipamentos do Data-

center da Girolando (servidores, nobreak,

switch e rack), utilizando sempre tecnologia

de ponta;

• Otimização do sistema de backup

dos servidores, garantindo ainda mais

segurança;

• Reforma no ambiente de redes e

parte elétrica do STA, otimizando a performance

dos sistemas;

• Aumento de velocidade no Link-

-Dedicado, a fim de garantir maior velocidade

nos acessos internos;

• Integração do banco de dados com a

Ideagri e Sobcontrole.

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REVISTA O GIROLANDO

MATÉRIA DE CAPA

Larissa Vieira

CARLOS LOPES

Aposta nas exposições e eventos

A Girolando criou novos formatos de eventos para permitir que a raça continuasse

em destaque no cenário nacional

A agenda de eventos da raça Girolando

foi marcada pela inovação nos

últimos três anos, como uma forma

de driblar as limitações impostas pela

pandemia. A Associação foi a primeira

no Brasil a realizar uma exposição

totalmente virtual: a Megaleite na TV,

ocorrida em 2020. Com transmissão

pelo canal parceiro Terraviva, o evento

contou com programação técnica

intensa na TV, permitindo que os pecuaristas

de todo o País acompanhassem

de casa as novidades da pecuária

leiteira.

Já no ano de 2021 a entidade realizou

o Encontro Virtual da Raça

Girolando, permitindo acompanhar

palestras ao vivo com renomados especialistas

do Brasil e dos Estados Unidos,

além de visitas em salas virtuais

para conhecer as novidades e tecnologias

de diversas empresas. Durante

o evento, foi celebrada a marca histórica

dos 2 milhões de registros. O

agrônomo e ex-ministro da Agricultura,

Alysson Paolinelli, fez o registro

genealógico simbólico de um animal,

representando o feito alcançado, pela

primeira vez no Brasil, por uma raça

leiteira nacional.

Outra inovação foi a 1ª Copa Virtual

Girolando, ocorrida na plataforma

STyle, permitindo que criadores

de todo o território nacional pudessem

expor seus animais. O objetivo foi

possibilitar a avaliação morfológica, de

maneira totalmente virtual, de animais

Girolando e de seus cruzamentos, por

meio de fotos e vídeos.

Em 2022, a entidade realizou durante

a Exposição Internacional das

Raças Zebuínas (ExpoZebu), em Uberaba/MG,

o Dia G, com o tema “Características

e performance da raça nacional”.

A Megaleite (Exposição Brasileira

do Agronegócio do Leite) voltou a

ser presencial em 2022, ocorrendo em

Belo Horizonte/MG. O evento terminou

com uma movimentação financeira

recorde, estimada em R$200

milhões. Mais de 80 empresas expositoras

participaram da Megaleite, que

teve um público de 70 mil pessoas de

sete países.

Incentivo - A Associação de Girolando

realizou ações para incentivar os

eventos da raça pelo País. Uma delas

foi o lançamento do selo para chancelar

eventos dos Núcleos - “Núcleos

Girolando em Ação. A Associação

apoia os eventos” e o selo para leilões

“Leilão Apoiado” e “Leilão Homologado”.

Também foi criado o Certificado

Megaleite 2022 movimentou a capital mineira

Ranking Nacional, enviado a todos os

criadores classificados.

57


REVISTA O GIROLANDO

MATÉRIA DE CAPA

Larissa Vieira

PITTY

Girolando forte pelo Brasil

A Associação trabalhou em conjunto com outras entidades para defender os

direitos dos produtores rurais

Um dos projetos defendidos pela

Associação foi a criação do “Dia Nacional

da Raça Girolando”. O Projeto

de Lei 1.229/2022, de autoria do deputado

federal Emidinho Madeira, tem

por objetivo instituir no Brasil o Dia

Nacional da Raça Girolando. A

proposta é que ele seja comemorado

em 1º de fevereiro, data em que o Girolando

foi reconhecido oficialmente

como raça, pelo Ministério da Agricultura,

Pecuária e Abastecimento.

Já para garantir a isenção de ICMS

sobre a comercialização de animais da

raça, a entidade reivindicou ao Conselho

Nacional de Política Fazendária

(Confaz) a atualização da redação do

Diretoria da Girolando atuou pelo

avanço da raça no país

Presidente Odilon foi homenageado durante a 84ª Expoleo pela

Cooperativa Agropecuária Região Leste de Minas Gerais

DIVULGAÇÃO

58


DIVULGAÇÃO DIVULGAÇÃO

Convênio ICM nº 35/77. O pedido foi

atendido em julho de 2022. Assim,

passam a ser documentos de

comprovação do controle de genealogia

oficial para fins de isenção

do ICMS, o Certificado de Controle

de Genealogia e o Registro Genealógico.

A alteração aprovada pelo Confaz

vinha sendo pleiteada pela Diretoria

da Girolando desde 2020, com o

apoio da Federação da Agricultura e

Pecuária do Estado de Minas Gerais

(Faemg) e da Confederação da Agricultura

e Pecuária do Brasil (CNA).

Outra reivindicação referente à

tributação foi a prorrogação dos

Convênios 100/97 e 52/91. Em

2021, a entidade enviou ao governador

de Minas Gerais, Romeu Zema,

documento solicitando empenho do

Estado na prorrogação, por no mínimo

mais 12 meses, dos Convênios

Confaz 100/97 e 52/91. O Convênio

100/97 tinha prazo de vigência até dezembro

de 2020, mas o Conselho Nacional

de Política Fazendária (Confaz)

aprovou em outubro de 2020 a prorrogação

dos dois Convênios até março

de 2021.

A Girolando defendeu em 2022 a

retomada da alíquota sobre a importação

de queijos muçarela, em 28%.

A entidade defendeu que a redução a

zero da alíquota traria grandes prejuízos

para os produtores rurais, que já

enfrentam dificuldades por conta do

baixo preço do leite pago ao produtor

FAEMG está entre as entidades

parceiras da Girolando

e da alta nos custos dos insumos.

A Associação também participou

de reuniões promovidas pela CNA e

Câmara Setorial do Leite para deliberações

sobre o mercado leiteiro e

previsibilidade de preços do leite. A

Girolando passou a integrar o Grupo

de Inteligência Setorial de Uberaba

(GIS-Agro), voltado para as instituições

e empresas que fazem parte

do Parque Tecnológico de Uberaba.

O grupo tem como objetivo compartilhar

ideias entre as instituições/empresas,

construir projetos e buscar novas

oportunidades, além de promover

a integração do agronegócio com os

setores de Tecnologia da Informação

e Ensino Acadêmico.

Parceria com a Embrapa Gado de

Leite fortalecida durante a gestão

59


REVISTA O GIROLANDO

MATÉRIA DE CAPA

Larissa Vieira

Avanços na promoção da raça

Realização de eventos e campanhas de marketing contribuíram para divulgação

do Girolando no País

DIVULGAÇÃO

PITTY

Entrega de doação do projeto Leite é

Vida para a APAE de Uberaba

60


DIVULGAÇÃO

Campanha de valorização do

Controle Leiteiro

A raça Girolando ganhou mais

espaço nas redes sociais e veículos

de comunicação nos últimos

três anos. A Associação investiu

na realização de lives técnicas e

webinars em seus canais de comunicação,

levando informações para

pessoas de vários países.

Nas redes sociais, já são mais de

137 mil seguidores, incluindo Instagram,

Facebook, Twitter e Youtube.

Além disso, a entidade ganhou

um novo portal, totalmente

reestruturado, para tornar o acesso

mais ágil e fácil às informações.

Outra ação importante foi a

ampla campanha promocional “Girolando

5/8 - A Raça Nacional”. Ao

longo do ano de 2022, várias ações

de marketing foram executadas

para levar mais informações sobre

os animais Puro Sintético e 5/8,

composições raciais que são consideradas

a raça propriamente dita

pelo Mapa. Também vem sendo

feita nas redes sociais campanha

de incentivo ao consumo de leite.

Ação social - A Megaleite 2022

contribuiu para ajudar famílias necessitadas

e instituições sociais de

Minas Gerais. Durante o evento,

vários visitantes que passaram pelo

Parque da Gameleira doaram um

litro de leite. O total arrecadado

foi destinado ao Projeto Mãos de

Clara, Tio Flávio, Associação das

Obras Pavonianas de Assistência

e Cape-MG. A ação solidária foi

promovida pela Associação Brasileira

dos Criadores de Girolando

em parceria com o movimento

#BEBAMAISLEITE.

Três instituições sociais de

Minas Gerais foram beneficiadas

pelo projeto “Leite é Vida”, conduzido

pela Associação Brasileira

dos Criadores de Girolando e pela

empresa Alvoar Lácteos. Elas receberam

recursos arrecadados com

a venda do leite captado durante

a Megaleite 2022, exposição pecuária

ocorrida em junho na capital

mineira. O montante angariado foi

de R$36.101,76 e cada instituição

recebeu R$12.033,92.

As entidades beneficiadas foram

a Casa de Acolhida Padre Eustáquio

– Cape, em Belo Horizonte/

MG, que trabalha no acolhimento

de crianças, adolescentes e seus

acompanhantes durante o tratamento

contra o câncer e outras

doenças não infecciosas; o Lar São

Vicente, em Lagoa da Prata/MG,

que atende idosos; e a Apae, de

Uberaba/MG.

61


REVISTA O GIROLANDO

GIROLANDO KIDS

Anna Clara Feltran Moirão - Sitio Campo Triste -

São João da Boa Vista - SP

Arthur Alves Cardoso - Fazenda Nova Escócia - MG

Heitor Vitor de Oliveira Ferreira - Fazenda Serra

Azul - Itabira - MG

Luísa Alves Cardoso - Fazenda Nova Escócia - MG

Manuela - Fazenda Retiro - Carmo da Mata - MG

Quer ver a foto do seu filho na revista Girolando? Envie a foto junto com o nome da criança e da

propriedade para o e-mail imprensa@girolando.com.br

60 62


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Nome Cargo/Profissão Telefone Email Cidade/UF

Associação Brasileira dos Criadores de Girolando

Depto. Financeiro / ADM / MKT

Dúvidas / Reclamações: faleconosco@girolando.com.br

SUPERINTENDÊNCIA TÉCNICA E PMGG

EQUIPE DE CONSULTORES TÉCNICOS DO SRGRG

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Assessoria de Imprensa

Assessoria Executiva da Diretoria

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Compras

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Controle Leiteiro

Departamento do Colégio de Jurados

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Genealogia

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Secretaria Executiva da Diretoria

Secretaria Executiva do Departamento Técnico

Superintendência Administrativa e Financeira

Superintendência de Tecnologia da Informação

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Leandro de Carvalho Paiva

Edivaldo Ferreira Júnior

Frederico Eduardo Martins de Paiva

José Wagner Borges Júnior

Mariana D’Angelo Moreno

Yasmine Micaella Lopes Loubach e Silva

André Nogueira Junqueira

Antônio Carlos Alves Brum

Ariana de Miranda Barros

Breno de Morais Cavalcanti

César Júnior Santos Dellatesta

Cléssio José Gomes Moreira

Dagmar Aparecido Rezende Ferreira

Diogo Balderramas Hulpan Pereira

Érico Maisano Ribeiro

Euclides Prata dos Santos Neto

Fabiano Samuel Balistieri

Fernando Boaventura Oliveira

Gabriel Khoury da Costa

George Abreu Filho

Geraldo Victor Rodrigues

Gilmar Sartori Júnior

José Renes da Silva

Juscelino Alves Ferreira

Katilene Lima Moraes

Leandro Rodello

Limírio Cézar Bizinotto

Lívia Tavares da Silva

Marcello de Aguiar R. Cembranelli

Maurício Bueno Venâncio Silva

Nilton Cézar Barcelos Júnior

Pétros Camara Medeiros

Raphael Henrique Machado Stacanelli

Samuel Silva Bastos

Thiago Cavalcanti de Almeida

Wewerton Bibiano Resende Rodrigues

Willian de Oliveira Santos

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Técnico PMGG e Inspetor Técnico SRGRG - Zootecnista (34) 99159-3213

Técnico PMGG e Inspetor Técnico SRGRG - Zootecnista (34) 98823-8267 / 99971-4367

Técnica PMGG e Inspetora Técnica SRGRG - Zootecnista (34) 99290-4950

Técnica PMGG e Inspetora Técnica SRGRG - Méd. Veterinária (34) 99868-3228

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(88) 99608-4982 / 99272-5788

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(61) 99853-1020

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(34) 99972-3965

(66) 99995-5985

(34) 99248-0302

(75) 99981-0581 / (34) 99284-0581

(89) 99904-6484

(38) 99168-7566

(43) 9972-7576

(34) 99972-7882 / 99113-9613

(34) 99978-2237

(64) 99600-1814

(14) 99754-7595

(34) 99972-2820

(92) 99139-7097

(34) 98851-2831 / (51) 98047-7565

(65) 9920-2004

(34) 98403-7452 / (17) 99656-3380

(31) 97512-3456

(37) 99919-7808 / (34) 99969-1517

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