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Biomais_57Web

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Entrevista:<br />

Presidente da ABREN fala sobre geração de energia de resíduos sólidos<br />

THE PERFECT<br />

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MATÉRIA-PRIMA ESPECIAL<br />

ECONOMIA<br />

PELLETS DE CASCA DE ARROZ<br />

COMEÇAM A SER PRODUZIDOS<br />

NO RIO GRANDE DO SUL<br />

FEIRA<br />

LIGNA APRESENTOU INOVAÇÕES PARA<br />

PRODUÇÃO DE BIOENERGIA


Nova planta produzindo<br />

Pellets com biomassa de<br />

casca de arroz


SUMÁRIO<br />

10 | EDITORIAL<br />

Alto rendimento<br />

12 | CARTAS<br />

14 | NOTAS<br />

22 | ENTREVISTA<br />

32 | PRINCIPAL<br />

38 | SUSTENTABILIDADE<br />

Óleo de palma captura carbono<br />

42 | MERCADO<br />

Paixão por tecnologia<br />

46 | FEIRA<br />

Inovações para<br />

biomassa<br />

52 | INOVAÇÃO<br />

58 | ARTIGO<br />

64 | AGENDA<br />

66 | OPINIÃO<br />

Como fazer previsões para<br />

o varejo em um mundo<br />

imprevisível<br />

08 www.REVISTABIOMAIS.com.br


EDITORIAL<br />

A capa desta edição destaca as Facas<br />

Energy, da DRV Serras e Facas, empresa<br />

que vem contribuindo para o avanço do<br />

setor madeireiro<br />

ALTO<br />

RENDIMENTO<br />

A<br />

qualidade e eficiência da faca Energy, novo produto da empresa DRV Serras e Facas, é o destaque da nova edição da<br />

Revista REFERÊNCIA BIOMAIS. A nova ferramenta, que já está no mercado, tem se destacado no setor de biomassa proveniente<br />

de mata nativa. Na editoria Entrevista conversamos com o presidente da ABREN (Associação Brasileira de Recuperação<br />

Energética de Resíduos), Yuri Schmitke, que falou sobre este ramo de atividade que está dando os primeiros passos<br />

no Brasil. A presença de empresas brasileiras na Ligna 2023, a produção de pellets a partir de casca de arroz, a geração de energia<br />

com óleo de palma e a atuação da ANDRITZ, empresa multinacional com forte atuação no setor de biomassa, são outros assuntos<br />

abordados na edição, que ainda traz notícias sobre a área de economia, investimentos e energia renovável. Ótima leitura para todos!<br />

HIGH PERFORMANCE OPERATION<br />

T<br />

he quality and efficiency of the Energy Knife, a new product from DRV Serras e Facas, is the highlight of this issue of REFERÊNCIA <strong>Biomais</strong>.<br />

The new tool, already on the market, has stood out in the Native Forest Biomass Sector. In this issue’s Interview, we talked to<br />

Yuri Schmitke, President of the Brazilian Association for Energy Recovery of Waste (Abren), who spoke about this branch of activity<br />

taking its first steps in Brazil. The presence of Brazilian companies at Ligna 2023, the production of pellets from rice husks, the generation<br />

of energy with palm oil, and the operation of ANDRITZ, a multinational with a strong presence in the Biomass Sector, are other topics<br />

addressed in this issue, which also has news about the area of economy, investments, and renewable energy. Pleasant reading for everyone!<br />

EXPEDIENTE<br />

ANO X - EDIÇÃO 57 - JUNHO 2023<br />

Diretor Comercial/Commercial Director:<br />

Fábio Alexandre Machado<br />

(fabiomachado@revistabiomais.com.br)<br />

Diretor Executivo/Executive Director:<br />

Pedro Bartoski Jr<br />

(bartoski@revistabiomais.com.br)<br />

Redação/Writing:<br />

Gisele Rossi<br />

(jornalismo@revistabiomais.com.br)<br />

Dep. de Criação/Graphic Design:<br />

Fabiana Tokarski - Supervisão - Crislaine Briatori Ferreira<br />

Guilherme Augusto Oliveira - Sofia Carlesso<br />

(criacao@revistareferencia.com.br)<br />

Mídias Sociais/Social Media<br />

Cainan Lucas<br />

Representante Comercial/Sales representative<br />

Dash7 Comunicação - Joseane Cristina Knop<br />

Dep. Comercial/Sales Departament:<br />

Gerson Penkal - Carlos Augusto<br />

(comercial@revistabiomais.com.br) Fone: +55 (41) 3333-1023<br />

Tradução / Translation: John Wood Moore<br />

Dep. de Assinaturas/Subscription:<br />

(assinatura@revistabiomais.com.br) - 0800 600 2038<br />

ASSINATURAS<br />

0800 600 2038<br />

A REVISTA BIOMAIS é uma publicação da JOTA Editora<br />

Rua Maranhão, 502 - Água Verde - Cep: 80610-000 - Curitiba (PR) - Brasil<br />

Fone/Fax: +55 (41) 3333-1023<br />

www.jotaeditora.com.br<br />

Veículo filiado a:<br />

A REVISTA BIOMAIS - é uma publicação bimestral e independente,<br />

dirigida aos produtores e consumidores de energias limpas<br />

e alternativas, produtores de resíduos para geração e cogeração de<br />

energia, instituições de pesquisa, estudantes universitários, órgãos<br />

governamentais, ONG’s, entidades de classe e demais públicos,<br />

direta e/ou indiretamente ligados ao segmento. A REVISTA BIOMAIS<br />

não se responsabiliza por conceitos emitidos em matérias, artigos,<br />

anúncios ou colunas assinadas, por entender serem estes materiais de<br />

responsabilidade de seus autores. A utilização, reprodução, apropriação,<br />

armazenamento de banco de dados, sob qualquer forma ou meio, dos<br />

textos, fotos e outras criações intelectuais da REVISTA BIOMAIS são<br />

terminantemente proibídas sem autorização escrita dos titulares dos<br />

direitos autorais, exceto para fins didáticos.<br />

REVISTA BIOMAIS is a bimonthly and independent publication, directed<br />

at clean alternative energy producers and consumers, producers of residues<br />

used for energy generation and cogeneration, research institutions, university<br />

students, governmental agencies, NGO’s, class and other entities, directly and/<br />

or indirectly linked to the Segment. REVISTA BIOMAIS does not hold itself<br />

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by others; these are the responsibility of their authors. The use, reproduction,<br />

appropriation, databank storage, in any form or means, of the text, photos<br />

and other intellectual property of REVISTA BIOMAIS are strictly forbidden<br />

without written authorization of the holder of the authorial rights, except for<br />

educational purposes.<br />

10 www.REVISTABIOMAIS.com.br


CARTAS<br />

PRINCIPAL<br />

Muitas empresas desperdiçam o cavaco de madeira e não sabem o poder que tem, vendo essa<br />

reportagem da Revista BIOMAIS, com certeza muitas empresas irão mudar seus conceitos.<br />

Guilherme Berbeki – Blumenau (SC)<br />

Foto: divulgação<br />

TECNOLOGIA<br />

A Energia Solar está cada vez mais presente no nosso dia, trazendo sustentabilidade para todas as cidades do Brasil. É<br />

muito bom ver que cada vez mais estamos nos importando com o meio ambiente.<br />

Isabella Guidolin – Rondonópolis (MT)<br />

REVISTA BIOMAIS<br />

Recebi em mãos a Revista BIOMAIS e achei muito boa a apresentação gráfica. Parabéns!<br />

André Camargo – Brasília (DF)<br />

INVESTIMENTO<br />

Um espaço enorme que estava sem uso, virou uma grande usina de energia ajudando a<br />

cidade inteira, ainda bem que a prefeitura de Curitiba está cada vez mais investindo na cidade.<br />

Pedro Alonso – Curitiba (PR)<br />

Foto: José Fernando Ogura/SMCS e Gilson Abreu<br />

www.revistabiomais.com.br<br />

na<br />

mí<br />

energia<br />

biomassa<br />

dia informação<br />

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NOTAS<br />

ENERGIA SOLAR NA AMAZÔNIA<br />

A energia solar acaba de ultrapassar a marca de 20 GW (Gigawatts) de potência instalada em residências, comércios, indústrias,<br />

produtores rurais, prédios públicos e pequenos terrenos no Brasil, segundo mapeamento da ABSOLAR (Associação<br />

Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica). Conforme reunião entre lideranças da entidade e o ministro de Minas e Energia,<br />

Alexandre Silveira, o uso da tecnologia fotovoltaica deve ser ampliado para o suprimento elétrico de áreas isoladas na região<br />

amazônica e para a população de baixa renda no país.<br />

De acordo com a ABSOLAR, o país possui atualmente mais de 1,8 milhão de sistemas solares fotovoltaicos conectados<br />

à rede, trazendo economia e sustentabilidade ambiental para cerca de 2,4 milhões de unidades consumidoras. Desde 2012,<br />

foram cerca de R$ 96,7 bilhões em novos investimentos, que geraram mais de 600 mil empregos acumulados no período,<br />

espalhados em todas as regiões do Brasil, e representam uma arrecadação aos cofres públicos de R$ 28,9 bilhões.<br />

Pelo mapeamento, a tecnologia solar fotovoltaica já está presente em 5.526 municípios e em todos os Estados brasileiros,<br />

sendo que os Estados líderes em potência instalada são, respectivamente: São Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Sul,<br />

Paraná e Mato Grosso.<br />

Foto: divulgação<br />

14 www.REVISTABIOMAIS.com.br


NOTAS<br />

PORTABILIDADE DA CONTA DE LUZ<br />

Em evento realizado na câmara dos deputados, em Brasília (DF), em comemoração à Semana do Meio Ambiente, o<br />

diretor do departamento de desenvolvimento energético do MME (Ministério de Minas e Energia), Carlos Alexandre Príncipe<br />

Pires, defendeu o empoderamento do consumidor para que ele possa fazer escolhas mais corretas do ponto de vista<br />

energético, ambiental e social.<br />

De acordo com Carlos Alexandre, o país deve aumentar a eficiência energética, para incluir cidadãos que hoje não têm<br />

acesso à energia; aumentar o uso de energias renováveis, que hoje já representam 45% da matriz energética; e promover<br />

a portabilidade do consumo de energia.<br />

O coordenador da frente parlamentar mista em defesa das energias renováveis, eficiência energética e portabilidade<br />

da conta de luz, o deputado Antonio Carlos Mendes Thame (PV-SP), defendeu o direito do brasileiro escolher de quem<br />

comprar sua energia, como escolhe hoje a operadora de telefonia celular. Ele observou que o mercado livre de energia já<br />

existe no Brasil desde 1995, mas é limitado a grandes consumidores, como indústrias e shoppings. De acordo com o parlamentar,<br />

o mercado livre tem possibilitado economia substancial para esses grandes consumidores, e a ideia é expandir<br />

isso para todos os consumidores, por meio da aprovação do PL 1917/15. O projeto aguarda análise na Comissão de Minas<br />

e Energia da Câmara.<br />

O presidente da ABRACEEL (Associação dos Comercializadores de Energia), Reginaldo Medeiros, também defendeu a<br />

aprovação do projeto, para que todos os consumidores, inclusive residenciais, tenham acesso ao mercado livre de energia.<br />

“O poder de escolha traz competitividade”, ressaltou.<br />

Ele também citou a pesquisa realizada pelo Ibope Inteligência em 2016 que mostra que o direito à portabilidade da<br />

conta de luz interessa a 73% da população brasileira. Conforme o levantamento, mais de 50% dos entrevistados trocariam<br />

a empresa fornecedora de energia elétrica se tivesse a oportunidade, sendo o preço o principal motivo.<br />

Foto: divulgação<br />

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NOTAS<br />

VISITAS MONITORADAS<br />

A Pirâmide Solar de Curitiba (PR), instalada no parque fotovoltaico da Caximba, localizado na região sul da capital do Estado, está<br />

aberta para visitas monitoradas. As visitas ao local tiveram início em junho, em comemoração ao dia do Meio Ambiente, celebrado<br />

em 5 de junho, e continuam de forma permanente, uma vez por mês, com agendamento antecipado. As vagas são limitadas a grupos<br />

de 30 pessoas por dia - 15 pela manhã e 15 à tarde. Técnicos da secretaria municipal do meio ambiente da prefeitura de Curitiba<br />

acompanham os visitantes que devem se deslocar até o local por conta própria. Por razões de segurança, em caso de chuva a visita é<br />

cancelada.<br />

Inovador desde a sua concepção, é o primeiro parque fotovoltaico da América Latina implantado sobre um aterro sanitário desativado,<br />

o que deu um novo significado a uma área com passivo ambiental. O aterro sanitário foi o local da destinação adequada de 12<br />

milhões de toneladas de resíduos sólidos urbanos de Curitiba e dos municípios da região metropolitana, por 21 anos.<br />

A Pirâmide Solar possui 4,5 MW (megawatts) pico de potência instalada, fornecidos por 8.596 painéis fotovoltaicos (que captam a<br />

energia solar e a transformam em eletricidade), é capaz de atender sozinha cerca de 30% do consumo dos prédios públicos municipais.<br />

Os interessados em visitar o local devem se inscrever com antecedência pelo site GuiaCuritiba (www.guia.curitiba.pr.gov.br).<br />

Fotos: José Fernando Ogura/SMCS Gilson Abreu<br />

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NOTAS<br />

DRONES PROVOCAM DESLIGAMENTO DE ENERGIA<br />

No último mês, a COPEL (Companhia Paranaense de Energia Elétrica) registrou no Paraná cinco acidentes causados por drones<br />

pulverizadores que se chocaram com a rede elétrica. Os incidentes aconteceram em áreas rurais e provocaram, em algumas situações,<br />

desligamentos de energia, além de vários outros transtornos.<br />

Trata-se dos primeiros casos de acidentes dessa natureza registrados pela companhia no Estado. Os incidentes aconteceram<br />

após a publicação da nova Resolução 710/2023 da ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil), que simplificou as regras para uso de<br />

drones em atividades agrícolas, como na dispersão de sementes, fertilizantes e defensivos nas lavouras.<br />

Ao mesmo tempo em que contribui para facilitar o uso de novas tecnologias no campo, a regulamentação demanda maior cuidado<br />

e preparação por parte dos pilotos. A colisão de um drone com a rede elétrica, por exemplo, pode provocar queda de energia,<br />

causar acidentes com a população, além de danos materiais às aeronaves.<br />

Foto: divulgação<br />

20 www.REVISTABIOMAIS.com.br


ENTREVISTA<br />

100<br />

95<br />

Foto: divulgação<br />

ENTREVISTA<br />

YURI<br />

SCHMITKE<br />

Formação: Advogado pelo UniCEUB (Centro Universitário de<br />

Brasília), pós-graduado em direito de energia elétrica no UniCEUB e<br />

mestre em direito e políticas públicas pelo UniCEUB.<br />

Education: Law, Centro Universitário de Brasília (UniCEUB), Post<br />

Graduate Studies in Law and Public Policy, UniCEUB, and Masters in<br />

Law and Publçic Policy, UniCEUB.<br />

Cargo: Presidente e fundador da ABREN (Associação Brasileira de<br />

Recuperação Energética de Resíduos), vice-presidente Latam do<br />

GWC (Global Waste to Energy Research and Technology Council) –<br />

Wtert e presidente do Wtert Brasil.<br />

Function: President and founder of ABREN (Brazilian Association of<br />

Energy Recovery of Waste), Latam vice-president of GWC (Global Waste<br />

to Energy Research and Technology Council) – Wtert and president of<br />

Wtert Brazil.<br />

75<br />

25<br />

5<br />

0<br />

NOVA ENERGIA<br />

NEW ENERGY<br />

A<br />

trajetória profissional na área do setor elétrico<br />

aliada aos estudos sobre Waste-to-Energy (recuperação<br />

energética de resíduos sólidos), levou<br />

o advogado, Yuri Schmitke, a fundar a ABREN<br />

(Associação Brasileira de Recuperação Energética de Resíduos)<br />

em 2019. Yuri está no segundo mandato como presidente<br />

executivo da ABREN, que começou com apenas uma empresa<br />

associada e hoje dispõe de 50 associados. A ABREN conta com<br />

empresas associadas que representam todo o ecossistema<br />

necessário para viabilizar projetos de recuperação energética<br />

de resíduos sólidos, como fabricantes de máquinas e equipamentos,<br />

construtoras, operadores e empresas de consultoria,<br />

desde engenharia, jurídico-regulatório, leilões, financiamento,<br />

licenciamento ambiental, importação, entre outros.<br />

A associação também forneceu contribuições técnicas para<br />

garantir o sucesso do Leilão A-5/2011 de RSU (Resíduo Sólido<br />

Urbano), que contratou a primeira URE (Usina de Recuperação<br />

Energética) de resíduos do Brasil, a URE Barueri (SP), que deve<br />

entrar em operação em 2025. Nesta entrevista exclusiva para<br />

a Revista BIOMAIS, Yuri fala sobre as expectativas do setor.<br />

H<br />

is professional experience in the area of the<br />

Electricity Sector, combined with studies on Waste-to-Energy<br />

(energy recovery of solid waste), led<br />

the lawyer, Yuri Schmitke, to found the Brazilian<br />

Association for Energy Recovery of Waste (Abren) in 2019.<br />

Schmitke is in his second term as executive chairman of<br />

Abren, which started with just one member company and<br />

now has 50 associates. Abren has member companies<br />

that represent the entire ecosystem necessary to enable<br />

solid waste energy recovery projects, such as machinery<br />

and equipment manufacturers, construction companies,<br />

operators, and consulting companies, from engineering, legal-regulatory,<br />

auctions, financing, environmental licensing,<br />

and importation. The Association also provided technical<br />

contributions to ensure the success of the Auction A-5/2011<br />

of MSW (Urban Solid Waste), which contracted the first<br />

Energy Recovery Plant (ERU) for waste in Brazil, URE Barueri<br />

(SP), which is expected to go live in 2025. In this exclusive<br />

interview for <strong>Biomais</strong>, Schmitke talks about the sector’s<br />

expectations.<br />

100<br />

95<br />

75<br />

25<br />

5<br />

22 www.REVISTABIOMAIS.com.br<br />

0


ENTREVISTA<br />

Como foi o processo de fundação da ABREN?<br />

Comecei a reunir pessoas em um grupo de whatsapp<br />

sobre Waste-to-Energy desde o ano de 2015. A partir de<br />

conversas com os membros mais ativos do grupo para<br />

a criação de leilão para compra de energia dessa fonte,<br />

agendei uma reunião com o secretário de planejamento<br />

energético do MME (Ministério de Minas e Energia), Reive<br />

de Barros, em nome da comissão da OAB/DF (Ordem<br />

dos Advogados do Brasil do Distrito Federal) da qual<br />

participava na época. No mesmo dia, fundamos a ABREN<br />

e já contando com pessoas influentes do setor elétrico,<br />

como o Mario Menel, presidente da ABIAPE (Associação<br />

Brasileira dos Investidores em Autoprodução de Energia)<br />

e do FASE (Fórum das Associações do Setor Elétrico) na<br />

presidência do conselho, e o meu sócio no escritório de<br />

advocacia, Claudio Girardi, ex-procurador-geral da ANEEL<br />

(Agência Nacional de Energia Elétrica - 1997-2008), como<br />

diretor jurídico. Ambos me aconselharam muito sobre a<br />

estruturação da entidade e as ações necessárias para o<br />

seu sucesso.<br />

Como é a atuação na prática da ABREN?<br />

A associação representa os dois principais segmentos<br />

da recuperação energética de resíduos, que é a geração<br />

de energia por meio do tratamento térmico (incineração,<br />

gaseificação e pirólise) e o processamento de CDR (Combustível<br />

Derivado de Resíduos) para o coprocessamento.<br />

Além de trabalhar com reaproveitamento energético de<br />

resíduos da indústria e comércio.<br />

Quantos associados a ABREN tem hoje?<br />

A ABREN se consolidou como a única e exclusiva<br />

associação de recuperação energética de resíduos do<br />

Brasil, tendo ainda ultrapassado em representatividade<br />

associações tradicionais do setor de gestão de resíduos.<br />

Hoje, representa empresas que preparam 80% do CDR<br />

utilizado no coprocessamento para fabricação de cimento,<br />

como Nova Ambiental, Alternativa Ambiental, Ecoprimos,<br />

Proamb, Energy Ambiental e Ambisol, além de já contar<br />

com a maior empresa de CDR do Brasil, a Renova. Também<br />

são associados da ABREN os maiores players mundiais de<br />

Waste-to-Energy, como Veolia, Hitachi Zosen Inova, B&W<br />

Renewable, Sutco, Rambol, Sacyr, Toyo Setal, subsidiária<br />

da gigante global Mitsui. Com isso, a entidade se consolida<br />

hoje com 50 associados, cujo faturamento anual bruto<br />

global de seus associados totaliza R$ 284 bilhões.<br />

No último mês de março assumiu a vice-presidência<br />

para a América Latina do GWC (Global Waste-to-E-<br />

How was ABREN created?<br />

I started gathering people in a whatsapp group about<br />

Waste-to-Energy in 2015. From conversations with the most<br />

active members of the group for the creation of an auction for<br />

the purchase of energy from this source, I scheduled a meeting<br />

with the Secretary of Energy Planning of the Ministry of Mines<br />

and Energy (MME), Reive de Barros, on behalf of the commission<br />

of the Brazilian Bar Association of the Federal District<br />

(OAB/DF) in which I participated at the time. On the same day,<br />

we founded ABREN and already counting on influential people<br />

from the Electricity Sector, such as Mario Menel, President of<br />

the Brazilian Association of Investors in Self-Production of<br />

Energy (Abiape) and Forum of Associations of the Electric Sector<br />

(FASE), and my partner in the law firm, Claudio Girardi, the<br />

former attorney general of the National Electric Energy Agency<br />

(Aneel) 1997- 2008, as general counsel. Both advised me a lot<br />

about the structuring of the entity and the actions necessary<br />

for its success.<br />

In what are the activities does ABREN involve?<br />

The Association represents the two main segments of energy<br />

waste recovery, which is the generation of energy through<br />

heat treatment (incineration, gasification, and pyrolysis) and<br />

the processing of Waste Derived Fuel (WDF) for co-processing,<br />

in addition to working with energy reuse of waste from industry<br />

and commerce.<br />

How many members does ABREN have today?<br />

ABREN has consolidated itself as the only and exclusive<br />

association of energy recovery of waste in Brazil, having also<br />

surpassed in representativeness traditional associations of the<br />

Waste Management Sector. Today, it represents companies<br />

that prepare 80% of the CDR used in co-processing for cement<br />

manufacturing, such as Nova Ambiental, Alternativa Ambiental,<br />

Ecoprimos, Proamb, Energy Ambiental, and Ambisol, in<br />

addition to already having the largest CDR company in Brazil,<br />

Renova. Also associated with ABREN are the world's largest<br />

Waste-to-Energy players, such as Veolia, Hitachi Zosen Inova,<br />

B&W Renewable, Sutco, Rambol, Sacyr, and Toyo Setal, a<br />

subsidiary of global giant Mitsui. With this, the entity is consolidated<br />

today with 50 associates, whose global gross annual<br />

turnover of its members totals R$ 284 billion.<br />

Last March, you became Vice-president for Latin America<br />

of the Global Waste-to-Energy Research and Technology<br />

Council (GWC). What does this mean for ABREN?<br />

From a vision of combining academia with the market,<br />

and having reference studies for a sector we would begin to<br />

develop in Brazil, we signed a memorandum of understanding<br />

24 www.REVISTABIOMAIS.com.br


ENTREVISTA<br />

nergy Research and Technology Council). O que isto<br />

representa para a ABREN?<br />

A partir de uma visão de aliar a academia com o<br />

mercado, e termos estudos de referência para um setor<br />

que iríamos começar a desenvolver no Brasil, assinamos<br />

um memorando de entendimento com o Global WtERT<br />

em julho de 2020. Em 2022, após participar do Congresso<br />

Bianual do Global WtERT, em Nova Iorque, EUA (Estados<br />

Unidos da América), e ter apresentado o cenário brasileiro<br />

e todas as ações da ABREN para a estruturação de<br />

um mercado atrativo para a recuperação energética, fui<br />

convidado a compor o quadro de vice-presidentes do<br />

board, com o cargo de representar toda a América Latina.<br />

Representar o Brasil no WtERT, que está presente em 26<br />

países e é a principal entidade de academia e tecnologia<br />

para a promoção do Waste-to-Energy é um grande privilégio,<br />

mas também um grande desafio. A partir da minha<br />

entrada no Global WtERT, a associação passou a receber<br />

relevantes contribuições técnicas para desenvolver as<br />

práticas mais atuais e relevantes em gestão sustentável<br />

e integrada de resíduos. Hoje o Brasil tem sido foco de<br />

investidores de diversos países em decorrência do networking<br />

que temos promovido, não apenas com o WtERT,<br />

mas com as mais proeminentes entidades europeias que<br />

temos contatos constantes.<br />

Como vê o mercado de reaproveitamento de resíduos<br />

sólidos no Brasil para recuperação energética?<br />

A recuperação energética de resíduos, tecnologia que<br />

transforma o lixo não reciclável em energia, é uma técnica<br />

bastante utilizada em diversos países, mas que ainda dá<br />

os primeiros passos no Brasil. Enquanto há mais de 2,6 mil<br />

URE em todo o mundo, o país constrói sua primeira URE,<br />

localizada em Barueri (SP), que terá 20 MW (Megawatts)<br />

de potência instalada e deve entrar em operação a partir<br />

de 2025. Porém, esse cenário deve mudar nos próximos<br />

anos, devido principalmente às metas estabelecidas pelo<br />

Planares (Plano Nacional de Resíduos Sólidos). O documento<br />

prevê o total de 994 MW de potência instalada<br />

até 2040, o que demandaria um investimento, público,<br />

privado ou misto, de aproximadamente R$ 55 bilhões.<br />

Atualmente há dez projetos de UREs em andamento no<br />

Brasil, que irão gerar R$ 10 bilhões de investimentos.<br />

Com a efetivação dos investimentos e a entrada dessas<br />

usinas em operação, entre 2027 e 2028, as plantas terão a<br />

capacidade de tratamento de mais de 5 mil toneladas por<br />

dia de lixo urbano, ou 1,8 milhões de ton/ano (toneladas<br />

por ano).<br />

with Global WtERT in July 2020. In 2022, after participating in<br />

the Biannual Global WtERT Congress in New York, USA, and<br />

having presented the Brazilian scenario and all the actions of<br />

ABREN for the structuring of an attractive market for energy<br />

recovery, I was invited to become a vice president of, with the<br />

position of representing all of Latin America. Representing<br />

Brazil at WtERT, which is present in 26 countries and is the<br />

primary entity of academia and technology for the promotion<br />

of Waste-to-Energy, is a great privilege, but also a significant<br />

challenge. Since I entered into the Global WtERT, the Association<br />

has received relevant technical contributions to develop<br />

the most current and relevant practices in sustainable and<br />

integrated waste management. Today, Brazil has become<br />

the focus of investors from several countries as a result of the<br />

networking we have promoted, not only with WtERT, but with<br />

the most prominent European entities with whom we have<br />

constant contacts.<br />

How do you see the solid waste reuse market in Brazil<br />

for energy recovery?<br />

The energy recovery of waste, a technology that transforms<br />

non-recyclable waste into energy, is a technique widely<br />

used in several countries, but it is still taking its first steps in<br />

Brazil. While there are more than 26 hundred ERUs worldwide,<br />

the Country is building its first ERU, located in Barueri (SP), which<br />

will produce 20 MW of installed power and is expected to<br />

start operating in 2025. However, this scenario should change<br />

in the coming years, mainly due to the goals established by the<br />

National Solid Waste Plan (Planares). The document foresees<br />

a total of 994 MW of installed power by 2040, which would require<br />

an, public, private, or mixed investment of approximately<br />

R$ 55 billion. There are currently ten ERU projects underway in<br />

Brazil, which will generate R$ 10 billion in investments. With<br />

the completion of investments and the entry of these plants<br />

into operation, between 2027 and 2028, the plants will have<br />

the capacity to treat more than 5 thousand tons per day of<br />

urban waste, or 1.8 million tons/year.<br />

Brazil is among the five countries that generate the<br />

most waste globally, about 80 million tons a year, and<br />

recycles less than 3%. What needs to be done to change<br />

this scenario?<br />

Brazil is the 4th largest generator of urban waste in the<br />

world. The first step is to create public policies to reduce waste<br />

production and increase recycling, with greater adoption of<br />

selective collection and education of the population. However,<br />

even with all these efforts, international experience demonstrates<br />

that a monumental amount of non-recyclable waste<br />

26 www.REVISTABIOMAIS.com.br


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ENTREVISTA<br />

O Brasil está entre os cinco países que mais geram<br />

lixo no mundo, cerca de 80 milhões de toneladas ano<br />

e recicla menos de 3%. O que precisa ser feito para<br />

mudar este cenário?<br />

O Brasil é o quarto maior gerador de lixo urbano do<br />

mundo. O primeiro passo é criar políticas públicas para<br />

reduzir a produção de lixo e aumentar a reciclagem, com<br />

a maior adoção da coleta seletiva e educação da população.<br />

No entanto, mesmo com todos esses esforços, a<br />

experiência internacional demonstra que uma quantidade<br />

monumental de resíduos não recicláveis ainda precisarão<br />

de uma destinação ambientalmente adequada. A melhor<br />

solução para isso é o tratamento térmico por meio da<br />

combustão ou o coprocessamento para produção de cimento.<br />

Para fazer frente aos investimentos necessários em<br />

recuperação energética de resíduos, a ABREN é favorável<br />

à aprovação do PL (Projeto de Lei) 924/2022, que cria o<br />

PNRE (Programa Nacional da Recuperação Energética<br />

de Resíduos). O PL, que está em trâmite na câmara dos<br />

deputados, prevê uma série de incentivos para acelerar o<br />

desenvolvimento da recuperação energética de resíduos<br />

no Brasil.<br />

Como foi viabilizado o funcionamento da primeira<br />

URE no Brasil?<br />

O leilão de energia nova A-5 para compra de energia<br />

para o longo prazo - a partir de 2026 - conseguiu viabilizar<br />

a URE de lixo do país. O empreendimento será implantado<br />

em Barueri (SP) e conseguiu vender neste leilão o total de<br />

12 MW do total que teria para oferecer – 16 MW – o que<br />

representa 75% de sua capacidade de produção. Quando<br />

estiver operacional (em 2025), a usina de Barueri vai gerar<br />

energia equivalente ao consumo de 320 mil pessoas.<br />

Serão tratadas 300 mil toneladas de lixo urbano por ano<br />

em sua usina, fornecidas através de uma PPP (parceria<br />

público-privada) firmada com o município. A URE Barueri<br />

vendeu energia a R$ 549,35/MWh, um deságio de 14,03%<br />

ante o preço teto do certame de R$ 639,00/MWh.<br />

Quais as dificuldades para instalação de uma URE?<br />

Para viabilizar o financiamento de uma URE são necessários<br />

contratos de longo prazo com os recebíveis para<br />

dar em garantia ao agente financeiro, que neste caso é a<br />

tarifa municipal pelo tratamento do resíduo e a venda da<br />

energia elétrica. Nesse sentido, a primeira dificuldade é a<br />

necessidade de estruturação de concessão municipal de<br />

30 anos para poder garantir o fornecimento do combustível<br />

para a termoelétrica (lixo urbano), a um preço<br />

viável para viabilizar o financiamento da usina. A segunda<br />

will still need an environmentally appropriate destination. The<br />

best solution for this is heat treatment through combustion or<br />

co-processing for cement production. To meet the necessary<br />

investments in energy recovery of waste, ABREN is in favor of<br />

the approval of PL 924/2022, which creates the National Program<br />

for the Energy Recovery of Waste (PNRE). The bill, which<br />

is in the Chamber of Deputies, provides a series of incentives<br />

to accelerate the development of energy recovery of waste in<br />

Brazil.<br />

How was the operation of the first ERU in Brazil made<br />

possible?<br />

The A-5 new energy auction for long-term power purchase<br />

– from 2026 – has made the Country's first garbage ERU viable.<br />

The project will be implemented in Barueri (SP) and managed<br />

to sell in this auction the total of 12 MW of the total it would<br />

have to offer – 16 MW – which represents 75% of its production<br />

capacity. When it is operational (in 2025), the Barueri plant<br />

will generate energy equivalent to the consumption of 320<br />

thousand people, and 300 thousand tons of urban waste per<br />

year will be treated at its plant, provided through a Public-<br />

-Private Partnership (PPP) signed with the municipality. ERU<br />

Barueri sold energy at R$ 549.35/MWh, a discount of 14.03%<br />

compared to the ceiling price of R$ 639.00/MWh of established<br />

for the auction.<br />

What are the difficulties of installing an ERU?<br />

To enable the financing of an ERU, long-term contracts<br />

with the receivables are necessary to guarantee the financial<br />

agent, which in this case is the municipal tariff for the<br />

treatment of the waste and the sale of electricity. In this sense,<br />

the first difficulty is the need to structure a 30-year municipal<br />

concession to be able to guarantee the supply of fuel for the<br />

thermoelectric plant (urban waste), at a viable price to enable<br />

the financing of the plant. The second step is to ensure the sale<br />

of electricity (auction) or long-term consumption (self-production).<br />

An alternative to auctions is the structuring of municipal<br />

concessions in a self-production regime, using the electricity<br />

generated by the plant in public buildings, public lighting, electromobility,<br />

electric trucks for garbage collection, trains, and<br />

subway, with a reduction in the tariff of these public services<br />

and sufficient price to make the Waste-to-Energy plant viable.<br />

What are the main achievements of ABREN since the<br />

beginning of its operations?<br />

There have been many achievements. I list some as: technical<br />

contributions to ensure the success of the A-5/2011 MSW<br />

Auction, which contracted the first waste ERU in Brazil, ERU<br />

Barueri; the Executive MBA in Administration: energy recovery<br />

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ENTREVISTA<br />

etapa é garantir a venda da energia elétrica (leilão) ou o<br />

consumo a longo prazo (autoprodução). Uma alternativa<br />

aos leilões é a estruturação de concessões municipais em<br />

regime de autoprodução, com utilização da energia elétrica<br />

gerada pela usina por edifícios públicos, iluminação<br />

pública, eletromobilidade, caminhões elétricos para coleta<br />

de lixo, trem e/ou metrô, com redução na tarifa desses<br />

serviços públicos e preço suficiente para viabilizar a usina<br />

Waste-to-Energy.<br />

Quais as principais conquistas da ABREN desde o<br />

início de sua atuação?<br />

Foram muitas conquistas. Listo algumas como:<br />

contribuições técnicas para garantir o sucesso do Leilão<br />

A-5/2011 de RSU, que contratou a primeira URE de resíduos<br />

do Brasil, a URE Barueri; o MBA Executivo em Administração:<br />

recuperação energética e tratamento de resíduos<br />

lançado pela ABREN em parceria com a FGV (Fundação<br />

Getúlio Vargas), que concluiu sua primeira turma em 2022.<br />

A associação contribuiu com a publicação de mais de<br />

500 matérias pela imprensa nacional desde a sua criação;<br />

apresentamos o texto base do PL 924/2022, que institui o<br />

Programa Nacional da Recuperação Energética de Resíduos;<br />

a realização anual do Fórum Valorização Energética de<br />

Resíduos, já em sua 4ª edição; em parceria com a ABIMAQ<br />

(Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos),<br />

criamos em setembro de 2020 a Coalização Valorização<br />

Energética de Resíduos, que tem como propósito<br />

apoiar aprovação de medidas importantes para o setor da<br />

recuperação energética de resíduos, entre outras ações.<br />

Qual expectativa para os próximos anos com o<br />

setor de recuperação energética no Brasil?<br />

Espera-se que as metas do Planares sejam efetivamente<br />

cumpridas, ano a ano, com a contratação de 994 MW de<br />

potência instalada de usinas Waste-to-Energy, até o ano<br />

de 2040, nas regiões metropolitanas em que existe essa<br />

viabilidade, e também haja o aumento da participação<br />

do CDR no coprocessamento, de 28% (atuais) para 60%.<br />

Presume-se também o aumento da reciclagem, mediante<br />

o efetivo cumprimento dos acordos setoriais de logística<br />

reversa e a comercialização de créditos de reciclagem,<br />

para que chegue no patamar de 10%, que é um percentual<br />

factível para os próximos anos. Também esperamos<br />

que projetos de compostagem sejam implementados<br />

em pequenos e médios municípios, de modo a reduzir<br />

os danos socioambientais que os resíduos orgânicos<br />

causam em aterros. Hoje o Brasil gasta 5,5 bilhões/ano no<br />

tratamento de saúde decorrente da gestão inadequada<br />

do lixo urbano.<br />

and waste treatment launched by ABREN in partnership with<br />

the Fundação Getúlio Vargas (FGV), which concluded its first<br />

class in 2022. The Association has contributed to the publication<br />

of more than 500 articles in the national press since its<br />

inception; we presented the basic text for PL 924/2022, which<br />

establishes the National Program for the Energy Recovery<br />

of Waste; the annual holding of the Energy Waste Recovery<br />

Forum, now in its 4th year; in partnership with the Brazilian Association<br />

of Machinery and Equipment Industry (Abimaq), we<br />

created in September 2020 the Coalition for Energy Valorization<br />

of Waste, which aims to support the approval of essential<br />

measures for the Waste Energy Recovery Sector, among other<br />

actions<br />

What are the expectations for the coming years in the<br />

Energy Recovery Sector in Brazil?<br />

It is expected that the Planares goals will be effectively<br />

met, year by year, with the contracting of 994 MW of installed<br />

power from Waste-to-Energy plants, by the year 2040, in the<br />

metropolitan regions where this viability exists, and there<br />

will also be an increase in the share of CDR in co-processing,<br />

from 28% (current) to 60%. It is also assumed there will be an<br />

increase in recycling, through the effective compliance with<br />

the sectoral agreements of reverse logistics and the commercialization<br />

of recycling credits, so that it reaches the level<br />

of 10%, a feasible percentage for the coming years. We also<br />

expect composting projects to be implemented in small and<br />

medium-sized municipalities to reduce the socio-environmental<br />

damage organic waste causes in landfills. Today, Brazil<br />

spends 5.5 billion/year on health care resulting from inadequate<br />

urban waste management.<br />

A recuperação energética<br />

de resíduos, tecnologia<br />

que transforma o lixo não<br />

reciclável em energia,<br />

é uma técnica bastante<br />

utilizada em diversos<br />

países, mas que ainda dá<br />

os primeiros passos no<br />

Brasil<br />

30 www.REVISTABIOMAIS.com.br


Você sabia que<br />

facas bem<br />

afiadas garantem:<br />

• Qualidade no cavaco<br />

• Maior produtividade do picador<br />

• Menor consumo de combustível<br />

• Aumento da vida útil do rotor<br />

• Evita quebras de embreagem do picador<br />

• Diminui as pausas para setup<br />

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PRINCIPAL<br />

CORTE DE ALTA<br />

PERFORMANCE<br />

HIGH-PERFORMANCE CUTTING<br />

EMPRESA INVESTE EM<br />

FERRAMENTA PARA<br />

PRODUÇÃO DE BIOMASSA<br />

COMPANY INVESTS IN<br />

TOOL FOR BIOMASS<br />

PRODUCTION<br />

FOTOS DIVULGAÇÃO E FABIANO MENDES<br />

32 www.REVISTABIOMAIS.com.br


REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />

33


PRINCIPAL<br />

N<br />

o setor madeireiro as ferramentas de alta<br />

performance são imprescindíveis para garantir<br />

bons resultados na atividade. No<br />

mercado desde 2011, a DRV Serras e Facas,<br />

empresa sediada em Curitiba (PR), está sempre em busca<br />

de soluções para o setor e tem se consolidado no<br />

mercado aliando qualidade e compromisso, garantindo<br />

produtos que fazem a diferença para seus clientes.<br />

E foi pensando nos clientes que buscavam facas<br />

de alto rendimento que a empresa iniciou o projeto de<br />

desenvolvimento das facas Energy. Este projeto iniciou<br />

há cerca de 2 anos e após 1 ano de desenvolvimento as<br />

facas foram homologadas no mercado e os resultados<br />

foram surpreendentes. “Devido a necessidade dos nossos<br />

clientes por uma faca mais resistente para aguentar<br />

as florestas nativas brasileiras, começamos o processo<br />

de criação das facas Energy. Focamos na escolha do aço<br />

perfeito e no tratamento térmico especial à vácuo que<br />

ela é submetida, para chegar no produto que atenda<br />

nossos clientes”, afirma Fabiano Mendes, responsável<br />

pelo marketing da DRV Serras e Facas.<br />

I<br />

n the Forest-based Sector, high-performance tools are<br />

essential to ensure good results in the activity. In the<br />

market since 2011, DRV Serras e Facas, a company based<br />

in Curitiba (PR), is always looking for solutions for<br />

the Sector and has been consolidated in the market, combining<br />

quality and commitment, ensuring products that make a<br />

difference for its customers.<br />

And it was thinking about customers who were looking<br />

for high-performance knives that the Company started the<br />

project to develop Energy Knives. This project started about<br />

two years ago and after a year of development the knives were<br />

approved in the market and the results were surprising. “Due<br />

to our customers’ need for a more resistant knife to withstand<br />

the Brazilian native forests, we began the process of creating<br />

Energy Knives. We focus on the choice of the perfect steel and<br />

the special vacuum heat treatment to which it is subjected, to<br />

arrive at the product that serves our customers,” says Fabiano<br />

Mendes, responsible for the marketing for DRV Serras e Knives.<br />

Today, with the results of the tests carried out with native<br />

wood, it can be said that the Energy Knife is a highlight<br />

in strength and productivity among the high-performance<br />

34 www.REVISTABIOMAIS.com.br


Hoje, com os resultados dos testes realizados com<br />

madeira nativa, pode-se dizer que a faca Energy é destaque<br />

em resistência e produtividade entre as facas de<br />

alta performance disponíveis no mercado. “A inovação<br />

está em nosso DNA. Contribuímos para o avanço do<br />

agroflorestal no Brasil, com novas tecnologias”, destaca<br />

Liliane Cordeiro, diretora da DRV Serras e Facas.<br />

"Nos últimos testes<br />

realizados em florestas<br />

do Estado do Mato<br />

Grosso com madeiras<br />

nativas, as facas Energy<br />

tiveram um desempenho<br />

acima de outros modelos<br />

que estão no mercado”<br />

Diego Ricardo Vieira, diretor<br />

da DRV Serras e Facas<br />

PRODUÇÃO DE BIOMASSA<br />

A Energy é uma faca desenvolvida para aguentar as<br />

mais difíceis operações de picagem de madeira no segmento<br />

de biomassa, de madeiras consideradas duras,<br />

o que é uma realidade nas florestas do norte do Brasil.<br />

Para conseguir bom rendimento a empresa utiliza um<br />

aço diferenciado, o qual é submetido a um tratamento<br />

térmico especial. “Nos últimos testes realizados em<br />

florestas do Estado do Mato Grosso com madeiras nativas,<br />

as facas Energy tiveram um rendimento de aproximadamente<br />

1.500 m³ (metros cúbicos) de biomassa<br />

de supressão, desempenho acima de outros modelos<br />

knives available in the market. “Innovation is in our DNA. We<br />

contribute to the advancement of agroforestry in Brazil with<br />

new technologies,” says Liliane Cordeiro, Director of DRV Serras<br />

e Facas.<br />

BIOMASS PRODUCTION<br />

The Energy Knife is a knife developed to withstand the<br />

most challenging wood chopping operations in the biomass<br />

segment of wood considered hard, which is a reality in the<br />

forests of northern Brazil. The Company uses specialized steel<br />

to achieve good performance, which is subjected to a special<br />

REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />

35


PRINCIPAL<br />

que estão no mercado”, compara Diego Ricardo Vieira,<br />

diretor da DRV Serras e Facas. “Como todo produto especial,<br />

a Energy também tem sua peculiaridade, o aço<br />

é um dos nossos segredos, guardado a sete chaves,<br />

como uma receita de família”, comenta Diego.<br />

Para manter o desempenho da faca, assim como<br />

qualquer ferramenta de alta performance, as facas<br />

Energy, precisam de atenção na sua afiação: o rebolo<br />

deve ser apropriado e com uma refrigeração correta,<br />

evitando um superaquecimento ou queima do aço,<br />

cuidados que aumentam a performance e prolongam<br />

sua vida útil.<br />

MANUTENÇÃO DO PRODUTO<br />

A afiação das facas corresponde a 60% na performance<br />

do picador, em operação de picagem da madeira.<br />

Por isso a DRV vem investindo pesado na tecnologia<br />

dos equipamentos de afiação de facas. Atualmente a<br />

empresa tem disponível no mercado duas máquinas: -<br />

heat treatment. “In the last tests carried out in forests of the<br />

State of Mato Grosso with native woods, the Energy Knives<br />

had a yield of approximately 1,500 m³ of biomass suppression,<br />

a performance above other models that are on the market,”<br />

says Diego Ricardo Vieira, Director of DRV Serras e Knives. “Like<br />

any special product, the Energy Knife also has its peculiarity,<br />

steel is one of our secrets, kept under lock and key, as a family<br />

recipe,” warns Vieira.<br />

To maintain the performance of the knife, as well as any<br />

high-performance tool, Energy Knives need attention in their<br />

sharpening: the grinding wheel must be appropriate and with<br />

a correct cooling system, avoiding overheating or burning of<br />

the steel, care that increases the performance and prolongs its<br />

useful life.<br />

PRODUCT MAINTENANCE<br />

The sharpening of the knives corresponds to 60% in the<br />

performance of the chipper, in the operation of wood chipping.<br />

That is why DRV has been investing heavily in knife sharpening<br />

36 www.REVISTABIOMAIS.com.br


"A inovação está em<br />

nosso DNA. Contribuímos<br />

para o avanço do<br />

agroflorestal no Brasil,<br />

com novas tecnologias"<br />

a Suprema que pode ser personalizada nos tamanhos<br />

da mesa de afiação de 1.200 até a 3.200 mm (milímetros);<br />

- e a Flex que é uma máquina compacta, que<br />

pode ser levada a campo alimentada por um gerador<br />

de energia, no tamanho da mesa de afiação de 1.200<br />

mm. “As duas máquinas se diferenciam no mercado<br />

por serem: automatizadas, rápidas, precisas, utilizam<br />

rebolos especiais e refrigeração na afiação das facas”,<br />

explica Fabiano.<br />

Os benefícios que as máquinas de afiação levam<br />

aos picadores de madeira são: baixo consumo de combustível<br />

para o picador, menos esforço da embreagem<br />

e no rotor do picador, qualidade na granulometria do<br />

cavaco e menos pausa para troca das facas. Com isso,<br />

é importante dizer que a Energy deve ser afiada pelos<br />

equipamentos DRV.<br />

Como todos os produtos DRV, as facas Energy atendem<br />

tanto as marcas de picadores nacionais, como as<br />

importadas.<br />

Desenvolvida para atender os clientes em florestas<br />

brasileiras, as facas Energy já estão no mercado e<br />

atravessando a fronteira, pois podem ser encontradas<br />

também em alguns países vizinhos.<br />

Liliane Cordeiro, diretora<br />

da DRV Serras e Facas<br />

equipment technology. Currently, the Company has available<br />

on the market two machines: - the Supreme, which can be<br />

customized in the sizes of the grinding table from 1,200 up to<br />

3,200 mm; and the Flex, which is a compact machine that can<br />

be taken to the field powered by a power generator, in the size<br />

of the grinding table of 1,200 mm. “The two machines differ in<br />

the market by being automated, fast, precise, use special grinding<br />

wheels, and refrigeration in the sharpening of the knives,"<br />

explains Marketing Manager Mendes.<br />

The benefits that sharpening machines bring to wood chippers<br />

are low fuel consumption for the chipper, less effort of the<br />

clutch and the chipper, rotor quality in the chip granulometry,<br />

and less downtime for changing the knives. With this, we state<br />

that the Energy Knife must be sharpened by DRV equipment.<br />

Like all DRV products, Energy Knives serve both domestic<br />

and imported chipper brands. Developed to serve customers<br />

in Brazilian forests, Energy Knives are already on the market<br />

and crossing the border, as they can also be found in some neighboring<br />

countries.<br />

REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />

37


SUSTENTABILIDADE<br />

ÓLEO DE PALMA<br />

CAPTURA CARBONO<br />

ESTADOS APOSTAM NA PRODUÇÃO DO ÓLEO<br />

DE PALMA PARA RECUPERAR EQUILÍBRIO DE<br />

ÁREAS DEGRADADAS E GERAR RENDA<br />

FOTOS DIVULGAÇÃO<br />

38 www.REVISTABIOMAIS.com.br


SUSTAINABLE PALM OIL<br />

CAPTURES CARBON<br />

STATES BET ON PALM OIL<br />

PRODUCTION TO RECOVER THE<br />

BALANCE OF DEGRADED AREAS<br />

AND GENERATE INCOME<br />

REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />

39


SUSTENTABILIDADE<br />

P<br />

romover a exploração sustentável dos bens naturais<br />

é o grande desafio para preservação do planeta<br />

e redução dos impactos da mudança climática.<br />

Pensando nisso, Estados da região norte do Brasil<br />

estão apostando em energias renováveis para atender a população.<br />

O combustível a partir do óleo de palma é a opção<br />

sustentável que está substituindo os óleos mais poluentes<br />

na região da Amazônia.<br />

O governador do Pará, Helder Barbalho, destaca a importância<br />

da diversificação neste setor: “É muito importante<br />

que possamos estimular a nossa matriz energética. Temos<br />

buscado estimular a energia fotovoltaica, biocombustível a<br />

partir da vocação da palma, e estamos iniciando um processo<br />

que é a chegada do gás. Com isso, estaremos diversificando<br />

a matriz energética do Estado, fortalecendo a atividade<br />

econômica e fazendo a transição para reduzir a combustão<br />

para a energia limpa.”<br />

O desenvolvimento sustentável assegura energia a<br />

baixo custo aos Estados da região, recuperando o equilíbrio<br />

de áreas degradadas, empregando cidadãos locais e,<br />

consequentemente, evitando gastos desnecessários com a<br />

locomoção de diesel fóssil que é necessária no sudeste.<br />

DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL<br />

O senador do Amapá, Davi Alcolumbre, destaca que é<br />

importante investir no segmento. Segundo ele, propriedades<br />

de assentamento de reforma agrária serão utilizadas<br />

P<br />

romoting the sustainable exploitation of natural<br />

assets is a great challenge for preserving the<br />

planet and reducing the impacts of climate<br />

change. States in the Northern Region of Brazil<br />

are betting on renewable energies to serve the population,<br />

and fuel from palm oil is a sustainable option for replacing<br />

the most polluting oils used in the Amazon Region.<br />

Helder Barbalho, Governor of the State of Pará,<br />

highlights the importance of diversification in this Sector,<br />

“We must encourage the diversification of our energy<br />

matrix. We have sought to foster the production of<br />

photovoltaic energy and biofuel from the vocation of the<br />

palm, and we are starting a process that counts on the<br />

arrival of gas. With this, we are diversifying the State’s<br />

energy matrix, strengthening economic activity, and<br />

transitioning to reduce combustion, using clean energy.<br />

Sustainable development ensures energy at low cost<br />

for the Region’s states, recovers the balance of degraded<br />

areas, employs local citizens, and, consequently, avoids<br />

unnecessary expenses with the locomotion using fossil<br />

diesel necessary from the Southeast.”<br />

SUSTAINABLE DEVELOPMENT<br />

Davi Alcolumbre, Senator from Amapá, points out<br />

that it is essential to invest in the segment. According to<br />

him, agrarian reform settlement properties will be used to<br />

expand palm oil production. “We want to industrialize and<br />

40 www.REVISTABIOMAIS.com.br


para a expansão da produção do óleo de palma. “Queremos<br />

industrializar e fazer em escala, aproveitar essas propriedades<br />

para dar uma destinação a essas áreas, que são importantes,<br />

que têm um homem do campo vivendo ali, buscando<br />

renda, melhorando sua vida. E, com certeza esse projeto<br />

que é realizado em alguns Estados há 15 anos pode sim ir<br />

para o Amapá, para fazer essa planta de processamento de<br />

biodiesel de palma na Amazônia”, acredita o senador.<br />

A empresa Brasil BioFuels usa o combustível verde para<br />

produção de energia elétrica em comunidades isoladas do<br />

norte. O presidente da empresa, Milton Steagall, diz que<br />

entre os principais benefícios está a preservação da floresta.<br />

“O que queremos é mostrar ao mundo que temos uma legislação<br />

superpositiva para recuperação de área degradada. A<br />

cultura da palma traz segurança jurídica e fundiária para os<br />

investidores, dando a certeza de que, se eles investirem na<br />

palma não estarão ajudando o desmatamento, mas recuperando<br />

área degradada”, afirma.<br />

Agricultores familiares estão ganhando nova perspectiva<br />

com a questão, uma vez que os locais estão se transformando<br />

em polos geradores de renda. O trabalho segue no<br />

modelo verticalizado, começa com o cultivo da palma, passando<br />

por toda a cadeia produtiva. E há ainda um expressivo<br />

potencial de crescimento. “Temos 400 famílias que aderiram<br />

ao programa, e já chamo de 400 novos empresários. No ano<br />

passado, pagamos para essas famílias mais de R$ 30 milhões<br />

em receita, dos frutos que eles forneceram à BBF”, revela<br />

Steagall.<br />

do it on a large scale, taking advantage of these properties<br />

to give a destination to these important areas that have<br />

someone from the country living there, seeking income,<br />

improving his life. And, for sure, this project that has been<br />

carried out in several states for 15 years can be designed<br />

for the State of Amapá to construct a processing palm<br />

biodíesel plant in the Amazon,” believes the Senator.<br />

Brasil BioFuels uses green fuel to produce electricity<br />

in isolated communities in the North. The Company’s<br />

President, Milton Steagall, says forest preservation is the<br />

main benefit. “We want to show the world that we have<br />

super-positive legislation for recovering degraded areas.<br />

The palm culture brings legal and land ownership security<br />

to investors, giving the certainty that if they invest in<br />

palm forests, they will not be helping deforestation but<br />

recovering degraded areas,” he says.<br />

Family farmers are gaining a new perspective as the<br />

sites become income-generating hubs. The work follows the<br />

vertical model, starting with palm cultivation and passing<br />

through the entire production chain. And there is still a<br />

significant potential for growth. “We have four hundred<br />

families who have joined the program; I already call them<br />

four hundred new entrepreneurs. Last year, we paid these<br />

families more than R$ 30 million in revenue from the fruit<br />

they provided to BBF,” says Steagall.<br />

"A cultura da palma traz<br />

segurança jurídica e fundiária<br />

para os investidores,<br />

dando a certeza de que, se<br />

eles investirem na palma<br />

não estarão ajudando<br />

o desmatamento, mas<br />

recuperando área degradada"<br />

Milton Steagall, presidente da<br />

Brasil BioFuels<br />

REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />

41


MERCADO<br />

PAIXÃO POR<br />

TECNOLOGIA<br />

PASSION FOR TECHNOLOGY<br />

FOTOS DIVULGAÇÃO<br />

FUNDADO HÁ 170 ANOS NA ÁUSTRIA,<br />

GRUPO ESTÁ PRESENTE NO BRASIL HÁ 30 ANOS<br />

FOUNDED 170 YEARS AGO IN AUSTRIA,<br />

THE GROUP HAS BEEN PRESENT IN BRAZIL FOR 30 YEARS<br />

A<br />

NDRITZ é um grupo internacional de tecnologia<br />

consolidado, sediado em Graz, na Áustria,<br />

que fornece plantas, sistemas, equipamentos e<br />

serviços para diversas indústrias prezando pela<br />

eficiência e bom atendimento.<br />

A<br />

NDRITZ is a consolidated international technology<br />

group, headquartered in Graz, Austria,<br />

which provides plants, systems, equipment,<br />

and services to various industries valuing efficiency<br />

and good service.<br />

42 www.REVISTABIOMAIS.com.br


Em 170 anos, a ANDRITZ tornou-se uma grande empresa<br />

e, hoje, conta com aproximadamente 29.700 funcionários,<br />

presente em mais de 40 países, atendendo todas as<br />

capacidades de mercado, conforme a condição do cliente,<br />

que pode ser de pequeno, médio ou grande porte.<br />

A empresa atua na geração de energia (caldeiras a vapor,<br />

manuseio de biomassa, caldeiras de recuperação e fábricas<br />

de gaseificação) e tecnologia ambiental (usinas de<br />

limpeza de gases de combustão e exaustão, peletização,<br />

separação de sólidos/líquidos, mineração com filtração e<br />

secagem de lama vermelha) e oferece equipamentos para<br />

a produção de não tecidos, celulose seca e solúvel, bem<br />

como fábricas de reciclagem.<br />

NO BRASIL<br />

Há mais de 30 anos presente no país, com sede em<br />

Curitiba (PR), a ANDRITZ Brasil tem hoje em torno de 2.900<br />

colaboradores, fornecendo grandes projetos em base EPC<br />

(Engenharia, Suprimentos e Construção). Atua, ainda, na<br />

manutenção completa de fábricas, otimização, modernização<br />

e reconstrução de equipamentos, peças de reposição<br />

e suporte técnico de campo. Adicionalmente, a divisão de<br />

serviços trabalha no desenvolvimento de peças de desgaste<br />

e reposição, oferecendo também serviços técnicos<br />

especializados, simulação dinâmica de processos e monitoramento<br />

em manutenção preventiva, contando com<br />

profissionais que atendem todas as regiões do Brasil, com<br />

unidades em Araucária (PR), Belo Horizonte (MG), Serra<br />

(ES), Três Lagoas (MS) e Porto Alegre (RS), além da sede em<br />

Curitiba.<br />

In 170 years, ANDRITZ has become a large company,<br />

and today has approximately 29,700 employees, present<br />

in more than 40 countries, serving all market capacities,<br />

according to the customer's condition, either small, medium<br />

or large.<br />

The company operates in power generation (steam<br />

boilers, biomass handling, recovery boilers and gasification<br />

plants) and environmental technology (flue gas and<br />

exhaust gas cleaning plants, pelletizing, solid/liquid separation,<br />

mining with filtration and red mud drying) and offers<br />

equipment for the production of nonwovens, dry and<br />

soluble cellulose, as well as recycling plants.<br />

IN BRAZIL<br />

For over 30 years in the country, with headquarters<br />

in Curitiba (PR), ANDRITZ currently has around 2,900 employees,<br />

supplying large projects on an EPC basis (Engineering,<br />

Procurement and Construction). It also provides<br />

complete plant maintenance, optimization, modernization<br />

and reconstruction of equipment, spare parts and<br />

field technical support. Additionally, the services division<br />

works on the development of wear and spare parts, also<br />

offering specialized technical services, dynamic simulation<br />

of processes and monitoring in preventive maintenance,<br />

counting with professionals who serve all regions of Brazil,<br />

with units in Araucária (PR), Belo Horizonte (MG), Serra<br />

(ES), Três Lagoas (MS) and Porto Alegre (RS), besides the<br />

headquarters in Curitiba.<br />

REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />

43


MERCADO<br />

TECNOLOGIA DE PONTA<br />

Como fornecedora global de soluções tecnológicas<br />

para os processos, a empresa oferece um escopo abrangente<br />

de equipamentos de produção em configurações<br />

autônomas e plantas completas para os clientes. Atualizações<br />

e retrofits são constantemente consideradas além de<br />

soluções de sistema personalizadas e totalmente integradas.<br />

Na área de biomassa, a ANDRITZ fabrica todos os principais<br />

equipamentos para produção de pellet de biomassa<br />

ou outra matéria-prima existente.<br />

De acordo com o gerente de vendas para Projetos EPC<br />

da ANDRITZ Brasil, Luiz Paulo da Cunha, é importante mostrar<br />

o quanto a ANDRITZ pode oferecer em relação a equipamentos<br />

e projetos. "A ANDRITZ Brasil faz o desenvolvimento<br />

de engenharia executiva, fornece todos os materiais<br />

para instalação, faz a construção da planta civil e montagem,<br />

condiciona e entrega a chave pronta para o cliente.<br />

O que temos a oferecer é um pouco mais além do que só o<br />

equipamento ou peças de desgastes”, garante.<br />

Um dos últimos lançamentos da empresa é a peletizadora<br />

PM30-6 de alto desempenho projetada para biomassa.<br />

Com base na velocidade otimizada da matriz e em<br />

um sistema de alimentação patenteado, ela produz pellets<br />

de alta qualidade com custo de manutenção reduzido e<br />

maior capacidade. Desenvolvido na Europa, cada detalhe<br />

do equipamento foi meticulosamente projetado para entregar<br />

perfeição e garantir a longevidade da vida útil da<br />

máquina, assim como a alta produtividade. O novo equipamento<br />

foi apresentado na Feira Ligna 2023, realizada em<br />

maio, na Alemanha.<br />

"É importante mostrar o<br />

quanto a ANDRITZ pode<br />

oferecer em relação a<br />

equipamentos e projetos"<br />

Luiz Paulo da Cunha, gerente de vendas<br />

para Projetos EPC da ANDRITZ Brasil<br />

STATE-OF-THE-ART TECHNOLOGY<br />

As a global provider of technology solutions for processes,<br />

the Company offers a comprehensive scope of<br />

equipment in stand-alone configurations or as complete<br />

plants to customers. Upgrades and retrofits are constantly<br />

considered with customized and fully integrated system<br />

solutions. In biomass, ANDRITZ manufactures all the major<br />

equipment for the production of biomass pellets or<br />

other existing raw materials.<br />

According to the sales manager for EPC Projects at AN-<br />

DRITZ Brasil, Luiz Paulo da Cunha, it is important to show<br />

how much ANDRITZ can offer concerning equipment and<br />

projects. "ANDRITZ Brazil develops executive engineering,<br />

provides all the materials for installation, constructs the<br />

civil plant and assembly conditions, and delivers the key<br />

ready to the customer. What we have to offer is more than<br />

just the equipment or the wear parts,” ensures.<br />

One of the Company's latest launches is the high-performance<br />

PM30-6 pelletizer designed for biomass. Based<br />

on optimized die speed and a patented feed system, it produces<br />

high-quality pellets with reduced maintenance cost<br />

and increased capacity. Developed in Europe, every detail<br />

of the equipment has been meticulously designed to deliver<br />

perfection and ensure the longevity of the machine's<br />

service life, as well as high productivity. The new equipment<br />

was presented at the Ligna 2023 trade fair, held in<br />

May, in Germany.<br />

44 www.REVISTABIOMAIS.com.br


FEED & BIOFUEL<br />

SISTEMAS DE BIOMASSA<br />

COM SOLUÇÕES<br />

EFICIENTES<br />

EMPRESA COMPROMETIDA<br />

EM ALIMENTAR E ABASTECER<br />

COMBUSTÍVEL AO PLANETA<br />

COM ENERGIA RENOVÁVEL E<br />

BIOMASSA<br />

A ANDRITZ é a líder global no fornecimento<br />

de soluções comprovadas de<br />

sistemas de processamento de<br />

biomassa para o setor de energia renovável.<br />

Com uma tecnologia confi ável para a<br />

geração de energia através da biomassa,<br />

a ANDRITZ tem soluções completas<br />

e adaptáveis às necessidades<br />

dos clientes para transformação de<br />

fontes diversas em energias renováveis,<br />

através do processamento de<br />

biomassa ou outro tipo de resíduos.<br />

A ANDRITZ possui escopo completo<br />

de máquinas que operam no processo<br />

de transformação dessa energia,<br />

armazenando, peneirando, triturando<br />

e peletizando diferentes tipos de<br />

resíduos, e é fonte vital para garantir<br />

suprimento global aos clientes com<br />

a confi abilidade padronizada para<br />

combustíveis e ração animal.<br />

ANDRITZ Brasil Ltda. ⁄ Av. Vicente Machado, 589 ⁄ 80420-010 Curitiba - PR ⁄ Brasil ⁄ andritz.com


FEIRA<br />

INOVAÇÕES<br />

PARA BIOMASSA<br />

MAIOR FEIRA DO MUNDO NO SETOR DA MADEIRA,<br />

A LIGNA 2023 ATRAIU 80 MIL VISITANTES<br />

FOTOS REVISTA BIOMAIS E LIGNA HANNOVER<br />

46 www.REVISTABIOMAIS.com.br


TRADE FAIR BIOMASS<br />

INNOVATIONS<br />

THE WORLD’S LARGEST TRADE FAIR IN THE<br />

WOODWORKING SECTOR, LIGNA 2023<br />

ATTRACTED 80 THOUSAND VISITORS<br />

A<br />

o longo de cinco dias, a Ligna 2023, principal<br />

feira comercial do mundo para marcenaria<br />

e processamento de madeira, apresentou<br />

inovações, inspiração e networking.<br />

Foram 1.300 empresas de 50 países que apresentaram<br />

suas soluções para a indústria madeireira, moveleira,<br />

marcenaria e setor primário, com foco na sustentabilidade<br />

e digitalização. A feira realizada em Hannover, na<br />

Alemanha, recebeu 80 mil visitantes de 160 países que<br />

aproveitaram a oportunidade para se informar sobre<br />

máquinas inteligentes e processos de produção que<br />

economizam recursos.<br />

O<br />

ver the course of five days, Ligna<br />

2023, the world’s leading trade fair for<br />

woodworking and wood processing,<br />

showcased innovations, inspiration,<br />

and networking. There were 13 hundred companies<br />

from 50 countries that presented their solutions for<br />

the Timber, Furniture, Woodworking, and Primary<br />

Sector, focusing on sustainability and digitalization.<br />

The Fair held in Hannover, Germany, welcomed 80<br />

thousand visitors from 160 countries who took the<br />

opportunity to learn about smart machines and<br />

resource-saving production processes.<br />

REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />

47


FEIRA<br />

Após um intervalo de 4 anos, devido a pandemia de<br />

Covid-19, o clima entre expositores e visitantes era de<br />

entusiasmo por poder se reunir novamente e testemunhar<br />

o poder inovador da indústria de processamento<br />

de madeira. Como resultado, máquinas, sistemas e processos<br />

inteligentes e conectados que tornam os custos<br />

e a produção mais eficientes tornaram-se populares entre<br />

a comunidade presente. Houve também uma forte<br />

demanda por soluções de automação e otimização de<br />

processos para amortecer o impacto da escassez de trabalhadores<br />

e mão de obra. O potencial uso de resíduos<br />

e restos de madeira como matéria-prima para a produção<br />

de bioenergia, uma área importante da indústria<br />

de processamento de madeira, também apresentou<br />

novidades e tomou boa parte do espaço da feira.<br />

“A Ligna 2023 superou as expectativas de nossas<br />

empresas, expositoras e visitantes, demonstrando que<br />

as máquinas, equipamentos e soluções apresentadas<br />

na feira estão abrindo caminho para uma indústria sustentável<br />

e digitalizada de madeira, móveis e construção”,<br />

avaliou Jochen Köckler, presidente do conselho de<br />

administração do grupo de empresas Deutsche Messe<br />

(feira alemã, em tradução livre). A Revista REFERÊNCIA<br />

BIOMAIS esteve presente na feira e destaca a participação<br />

de empresas parceiras na Ligna 2023.<br />

After a gap of four years due to the Covid-19<br />

pandemic, the mood among exhibitors and visitors<br />

was one of excitement to be able to gather again<br />

and witness the innovative power of the wood<br />

processing industry. As a result, smart and connected<br />

machines, systems, and processes that make costs<br />

and production more efficient have become popular<br />

among the community present. There has also<br />

been a strong demand for automation and process<br />

optimization solutions to cushion the impact of<br />

the shortage of skilled workers. The potential use of<br />

wood waste and scraps as raw material for bioenergy<br />

production, an important area of the wood<br />

processing industry, also had news during the Fair.<br />

“Ligna 2023 exceeded the expectations of our<br />

companies, exhibitors, and visitors, demonstrating<br />

that the machines, equipment, and solutions<br />

presented at the Fair are paving the way for a<br />

sustainable and digitized wood, furniture, and<br />

construction industry,” said Jochen Köckler,<br />

Chairman of the Board of Management of the<br />

Deutsche Messe Group. REFERÊNCIA <strong>Biomais</strong> was<br />

present at the Fair and highlights the participation of<br />

partner companies in Ligna 2023.<br />

A Ligna Hannover 2023<br />

apresentou máquinas,<br />

sistemas e processos<br />

inteligentes e conectados<br />

que tornam os custos e a<br />

produção mais eficientes<br />

Fábio Machado e Pedro Bartoski Jr., diretores da<br />

Revista REFERÊNCIA BIOMAIS, na LIGNA Hannover 2023<br />

48 www.REVISTABIOMAIS.com.br


TMSA<br />

A empresa TMSA – Tecnologia em Movimentação é<br />

a representante no Brasil da Kahl, empresa de origem<br />

alemã com soluções para fabricação de pellets para<br />

diversas aplicações, que também esteve presente na<br />

Ligna 2023. “Temos uma representatividade grande no<br />

mundo e o Brasil é um mercado muito importante para<br />

nós, principalmente por conta do crescimento que tem<br />

ocorrido nos últimos anos”, salientou Marcelo Joaquim,<br />

representante da Kahl no país. O representante da<br />

TMSA, Matheus Taffarel, ressaltou a ampliação das atividades<br />

da empresa. “Como o mercado tomou proporções<br />

maiores, a TMSA virou também distribuidora da<br />

Kahl. Temos peças, assistência técnica, toda esta parte<br />

à disposição dos clientes com estrutura própria no Brasil,<br />

o que facilita muito esse translado de informações<br />

entre Alemanha e Brasil”, explicou Matheus.<br />

TMSA – Tecnologia em Movimentação is the Brazilian representative in Brazil for Kahl, a German company with solutions for the<br />

manufacture of pellets for various applications and was also present at Ligna 2023. “We have a great representation in the world, and<br />

Brazil is a very important market for us, mainly because of the growth that has occurred in recent years,” said Marcelo Joaquim, Kahl’s<br />

representative in Brazil. Matheus Taffarel, the TMSA representative, stressed the Company’s expansion activities. “As the market took on<br />

larger proportions, TMSA also became Kahl’s distributor. We have parts, technical assistance, all this part at the disposal of customers<br />

with our own structure in Brazil, which greatly facilitates this transfer of information between Germany and Brazil,” explains Taffarel.<br />

CPM<br />

A empresa norte-americana CPM, especializada em<br />

máquinas de peletização para indústria de biomassa,<br />

expôs na feira a tecnologia da empresa voltada para<br />

eficiência energética. O diretor da CPM no Brasil, Evandro<br />

Magnus, destacou a qualidade dos equipamentos.<br />

“Na Ligna trouxemos uma tecnologia que somente a<br />

CPM possui, bastante voltada para eficiência energética<br />

e aumento de capacidade. É uma tecnologia já conceituada<br />

no mercado, e enfatizamos muito a questão do<br />

aumento de produtividade e a redução do consumo de<br />

energia de quilowatts por tonelada. A CPM está sempre<br />

inovando e buscando ser a melhor opção para quem<br />

busca qualidade e produtividade na sua empresa”,<br />

destacou Evandro.<br />

CPM, an American company specializing in manufacturing pelletizing machines for the biomass industry, exhibited its technology<br />

focused on energy efficiency at the Fair. Evandro Magnus, Director of CPM in Brazil, highlighted the quality of the equipment. “At Ligna,<br />

we brought a technology that only CPM has, very focused on energy efficiency and increased capacity. It is already a technology wellknown<br />

in the market, and we emphasize a lot the issue of increasing productivity and reducing kilowatts per ton of energy consumed.<br />

CPM is always innovating and seeking to be the best option for those who seek quality and productivity in their company,” highlights<br />

Magnus.<br />

REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />

49


FEIRA<br />

COSTRUZIONI NAZZARENO<br />

A empresa italiana fundada em 1988, Costruzioni<br />

Nazzareno, com forte presença no Brasil, especializada<br />

em projetos e fabricação de sistemas completos para o<br />

setor de energia renovável, sobretudo para a transformação<br />

de resíduos da produção industrial, participou<br />

da Ligna 2023 com destaque. “A feira é sempre boa, é<br />

um mundo de encontro. Mesmo estando na Alemanha,<br />

tem mais brasileiro nesta feira, do que em feiras<br />

no Brasil. E vamos nos encontrar em Bento Gonçalves<br />

(RS), na Fimma Brasil”, declarou Francesco Stella, diretor<br />

comercial da Costruzioni Nazzareno, reforçando o nível<br />

dos visitantes na Ligna 2023.<br />

Costruzioni Nazzareno is an Italian company founded<br />

in 1988, with a strong presence in Brazil, specializing in<br />

the design and manufacture of complete systems for the Renewable Energy Sector, especially for transforming waste from industrial<br />

production. The Company also participated in Ligna 2023. “The Fair is always good and a world of encounters. Even being held in<br />

Germany, there were more Brazilians at this year’s Fair than at trade fairs in Brazil. And we will meet again in Bento Gonçalves (RS), at<br />

Fimma Brasil,” states Francesco Stella, Director of Sales for Costruzioni Nazzareno.<br />

ANDRITZ<br />

Empresa com forte presença no mercado mundial, a<br />

ANDRITZ apresentou toda linha de equipamentos para<br />

produção de pellets de madeira durante a Ligna. “Em<br />

um mercado como esse é muito importante a credibilidade<br />

dos equipamentos, para atender um mercado tão<br />

exigente e com uma matéria-prima tão nobre quanto é a<br />

madeira”, comentou Eduardo Soffioni, gerente de vendas<br />

da ANDRITZ. Na Ligna foi apresentada a nova peletizadora<br />

PM30-6, que é versão mais nova da PM30-5. Um equipamento<br />

desenvolvido especificamente para trabalhar<br />

com biomassa, não só da madeira mas de outros tipos,<br />

com mais capacidade produtiva e menos manutenção.<br />

Luiz Paulo da Cunha, EPC Sales Team Leader da empresa<br />

ressaltou que a ANDRITZ atende desde o fornecimento<br />

de máquinas individuais como pode fornecer também<br />

plantas completas incluindo construção e montagem.<br />

“Conseguimos entregar conforme a condição que o cliente definir para o projeto dele, seja mercado pequeno, médio ou grande”,<br />

salientou Luiz Paulo.<br />

ANDRITZ, a company with a strong presence in the world market, presented it’s entire line of equipment for wood pellet production<br />

during Ligna. “In a market like this, the credibility of the equipment is very important to meet a market as demanding and with a raw<br />

material as noble as wood,” comments Eduardo Soffioni, Sales Manager for ANDRITZ. At Ligna, the Company presented the new PM30-6<br />

pelletizer, the latest version of the PM30-5. A piece of equipment developed specifically to work with biomass, not only from wood but<br />

from other materials, with more productive capacity and less maintenance. Luiz Paulo da Cunha, EPC Sales Team Leader for the Company,<br />

stressed that ANDRITZ supplies individual machines, as well as supplying complete plants including construction and assembly. “We were<br />

able to deliver according to the condition that the customer defines for their project, whether for a small, medium, or large market,” says<br />

da Cunha.<br />

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FABRICAÇÃO DE PELLETS DE<br />

DIFERENTES MATÉRIAS-PRIMAS<br />

FOTOS DIVULGAÇÃO<br />

52 www.REVISTABIOMAIS.com.br


REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />

53


INOVAÇÃO<br />

O<br />

crescimento do número de indústrias<br />

que produzem pellets é uma realidade<br />

no Brasil. Se há 10 anos não chegava<br />

há uma dezena, hoje são ao menos 60<br />

empresas registradas como peletizadoras no país, e<br />

o mercado está em crescimento. Apesar da madeira<br />

ser uma matéria-prima importante para o processo<br />

de pellet, é possível fazer o produto utilizando<br />

outros materiais.<br />

Especializada em comercialização e instalação<br />

de equipamentos para biomassa de madeira a JSIC<br />

Comex, empresa sediada em Curitiba (PR), recentemente<br />

comercializou uma de suas máquinas para<br />

produção de pellets a partir da casca de arroz. A<br />

experiência foi com a UTE São Borja (Usina Termoelética<br />

de Energia), no Rio Grande do Sul, que no<br />

desenvolvimento de pesquisas para encontrar o<br />

carbeto de silício, chegou ao pellet.<br />

ECONOMIA CIRCULAR<br />

A produção de pellets com casca de arroz acontece<br />

na região responsável pela produção de 70%<br />

do arroz consumido no Brasil, onde está instalada<br />

a UTE São Borja. A usina gera energia a partir da<br />

54 www.REVISTABIOMAIS.com.br


casca de arroz desde 2011. São necessárias 96 mil<br />

toneladas por ano de casca de arroz para o funcionamento<br />

da termoelétrica que tem capacidade de<br />

produção de 12,3 MW (megawatts), o suficiente<br />

para abastecer uma cidade de 80 mil habitantes.<br />

Como há excedente da matéria-prima a empresa<br />

vem desenvolvendo pesquisas para produção<br />

de carbeto de silício, e no meio deste processo<br />

surgiu o pellet. “Buscamos alternativa para usar o<br />

excedente da casca de arroz, e nossa intenção é<br />

desenvolver o carbeto de silício. E nesse processo,<br />

fizemos uma mistura com areia pesada e surgiu o<br />

pellet”, conta Mário Fernandez, gerente industrial<br />

da UTE São Borja.<br />

O que acabou surgindo meio por acaso, na<br />

busca pelo desenvolvimento do carbeto de silício,<br />

acabou se tornando um novo produto que foi<br />

colocado no mercado com o nome Bioátomos. “Já<br />

existe negociações em andamento para comercialização<br />

do pellet. É um exemplo totalmente de<br />

"Já existem negociações<br />

em andamento para<br />

comercialização do pellet.<br />

É um exemplo totalmente<br />

de economia circular,<br />

economia verde. Estamos<br />

no centro do eixo de<br />

produção de arroz no Rio<br />

Grande do Sul, utilizando a<br />

matéria-prima que temos<br />

como excedente"<br />

Mário Fernandez, gerente industrial<br />

da UTE São Borja<br />

A maior capacidade instalada para produção de pellets no país é KAHL<br />

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REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />

55


INOVAÇÃO<br />

"A JSIC está na frente de<br />

projetos que devem, nos<br />

próximos meses, testar<br />

casca de amendoim, caroço<br />

de açaí, bagaço de canade-açúcar,<br />

casca de soja,<br />

entre outros materiais para<br />

produção de pellets"<br />

Dalclis Azevedo, gerente da JSIC<br />

economia circular, economia verde. Estamos no<br />

centro do eixo de produção de arroz no Rio Grande<br />

do Sul, utilizando a matéria-prima que temos<br />

como excedente”, comenta Mário. Como ainda há<br />

excedente de casca de arroz, as experiências dos<br />

profissionais da UTE para chegar ao carbeto de<br />

silício continuam.<br />

DIFERENTES MATERIAIS<br />

“Não há necessidade de alterações na máquina.<br />

Para a fabricação de pellets de casca de arroz foi<br />

apenas necessário encontrar a matriz que melhor<br />

se adapta à matéria-prima, nesse caso a matriz foi<br />

com taxa de 5.6”, explica Dalclis Azevedo, gerente<br />

da JSIC, responsável pelo equipamento adquirido<br />

56 www.REVISTABIOMAIS.com.br


pela UTE, uma peletizadora - 180 cv (cavalo-vapor)<br />

para produção acima de 1.5 TPH (toneladas por<br />

hora).<br />

Conforme Dalclis, a mesma máquina pode peletizar<br />

várias matérias-primas o que vai mudar é a<br />

taxa da matriz, e em alguns processos pode mudar<br />

o consumo de energia que também é regulável.<br />

“Em um ou dois dias no máximo conseguimos determinar<br />

qual matriz vai peletizar a matéria-prima<br />

em questão”, disse o gerente. “A JSIC está na frente<br />

de projetos que devem, nos próximos meses, testar<br />

casca de amendoim, caroço de açaí, bagaço de cana-de-açúcar,<br />

casca de soja entre outros materiais<br />

para produção de pellets”, destaca Dalclis, salientando<br />

que é possível usar vários materiais para<br />

peletizar. “Mas é preciso levar em conta algumas<br />

variáveis como: poder calorífico da matéria-prima,<br />

aceitação do mercado consumidor, custo de operação<br />

e quantidades”, explicou.<br />

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57


ARTIGO<br />

MAPEAMENTO DOS PROBLEMAS<br />

ASSOCIADOS À GERAÇÃO E<br />

TRATAMENTO DAS CINZAS NA<br />

COMBUSTÃO DA<br />

BIOMASSA FLORESTAL<br />

EM CALDEIRA<br />

FOTOS DIVULGAÇÃO<br />

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MARTHA ANDREIA BRAND<br />

UESC (Universidade do Estado de Santa Catarina) - Lages (SC)<br />

RENY ALDO HENNE<br />

Centro Universitário Unifacvest, Lages (SC)<br />

VIVIANE APARECIDA SPINELLI SCHEIN<br />

UESC (Universidade do Estado de Santa Catarina) - Lages (SC)<br />

EDERSON RODRIGUES PEREIRA<br />

Pilar Produtos Agroecológicos, Bom Retiro (SC)


ARTIGO<br />

RESUMO<br />

O<br />

s problemas relacionados à combustão da<br />

biomassa e o seu impacto sobre a eficiência<br />

das caldeiras dependem das características do<br />

combustível e do projeto e operação dos equipamentos.<br />

Assim, este estudo teve como objetivo mapear<br />

os problemas associados à geração, coleta e tratamento<br />

das cinzas da biomassa florestal queimada em caldeiras<br />

industriais. O estudo foi realizado em uma usina termelétrica<br />

que gera 28 MW/hora (megawatt por hora) e usa biomassa<br />

florestal como combustível. Foram feitas três coletas de cavacos<br />

de madeira, antes da entrada na fornalha da caldeira<br />

e em quatro locais de passagem de cinzas na caldeira, onde<br />

ocorre o tratamento e recolhimento para disposição final<br />

deste resíduo da biomassa. Parte do mix de biomassa foi<br />

calcinado em laboratório para comparação entre os pontos<br />

de amostragem com as propriedades da biomassa. As propriedades<br />

analisadas foram: composição química elementar<br />

inorgânica; teste de fusão das cinzas e a potencialidade de<br />

ocorrência de problemas por meio dos índices de: R (deposição<br />

das cinzas); Rs (escória); Fu (incrustação); Sr (viscosidade)<br />

e Al (álcali). Os compostos presentes em maior concentração<br />

nas cinzas foram os Si (óxidos de silício), Al (alumínio), Fe<br />

(ferro), Ca (cálcio), K (potássio) e Mg (magnésio). A temperatura<br />

de fusão das cinzas foi entre 1261°C (graus Celsius)<br />

e 1385°C. O mapeamento dos problemas apontou baixos<br />

riscos de formação de escória e viscosidade. O índice de<br />

incrustação foi alto para o decantador (0,69) e o readler teve<br />

médio potencial de viscosidade (1,11). A formação de álcali<br />

ocorreu no readler e decantador, provocando corrosões<br />

nestes pontos. Os cálculos dos índices de deposição foram<br />

capazes de expressar os problemas que ocorrem na queima<br />

da biomassa florestal em caldeira.<br />

Kennedy (2005) destacaram a importância de se questionar:<br />

quais problemas podem ser gerados pelos resíduos e cinzas<br />

durante a combustão do combustível em caldeira?<br />

De forma geral, os problemas gerados pelas cinzas na<br />

combustão da biomassa em caldeiras estão relacionados<br />

com: (1) a formação de aglomerados de cinzas parcialmente<br />

fundida, e sua influência sobre a deposição na grelha e de<br />

escória em altas temperaturas, devido a problemas de manuseio,<br />

defluidização, condições de combustão inadequadas<br />

e remoção de cinzas; (2) em zonas de baixa temperatura,<br />

formação de depósitos de cinzas nas superfícies de troca<br />

de calor em caldeiras com secções convectivas; (3) corrosão<br />

acelerada; (4) erosão do metal onde ocorre a passagem<br />

dos gases, em função da emissão de cinzas em aerossol; (5)<br />

acúmulos e posterior desprendimento e queda de depósitos<br />

da parte superior da caldeira, representando riscos aos<br />

componentes do sistema de combustão (Sommersacher et<br />

al., 2011; Lamberg et al., 2013; Nunes et al., 2016).<br />

Os tipos de problemas e o seu efeito sobre a eficiência<br />

das caldeiras depende das propriedades do combustível<br />

(principalmente a composição química inorgânica e o teor<br />

de cinzas), bem como do projeto construtivo e operação do<br />

equipamento (Cherney; Verma, 2013). Os compostos inorgânicos,<br />

que constituem a composição química das cinzas,<br />

INTRODUÇÃO<br />

Quando uma partícula de combustível queima, em<br />

função das elevadas temperaturas, o equilíbrio da fração<br />

inorgânica da cinza ocorre devido a passagem desta por várias<br />

transformações físicas e químicas simultâneas (Abraham<br />

et al., 2013; Nunes et al., 2016). Assim, as partículas de cinza<br />

são resultado de processos de evaporação, precipitação,<br />

separação, coalescência e nucleação, tendo um amplo range<br />

de composição, forma e tamanho. No entanto, esses fenômenos<br />

dependem de vários fatores, como composição do<br />

combustível e morfologia, tempo de residência do combustível<br />

e temperatura de combustão durante a queima (Nunes<br />

et al., 2016).<br />

Alguns problemas estão associados à combustão de<br />

qualquer combustível. Em função disso, Capehart, Turner e<br />

60 www.REVISTABIOMAIS.com.br


se apresentam na biomassa como óxidos alcalinos e sais e<br />

estão relacionados aos problemas de deposição, aglomeração<br />

e corrosão nas superfícies de transferência de calor da<br />

caldeira (Werther et al., 2000). Além da composição da cinza,<br />

também os parâmetros térmicos, físicos e químicos locais<br />

influenciam a deposição de partículas de cinzas nas superfícies<br />

de troca de calor e paredes refratárias das caldeiras e a<br />

formação de fases fundidas (Masiá et al., 2007).<br />

MATERIAL E MÉTODOS<br />

A biomassa e as cinzas utilizadas neste estudo foram<br />

coletadas em uma termelétrica (produção de 28MW/hora),<br />

localizada em Lages (SC) - (27°48’34.5”S 50°22’34.9”W).<br />

O combustível utilizado na usina é composto de 70% de<br />

cavaco, 25% de serragem e 5% de casca, destopos e toretes,<br />

originários de plantios florestais e indústrias de transformação<br />

mecânica da madeira. As espécies que compõem a<br />

biomassa são pinus (99,5%) e eucalipto (0,5%). O consumo<br />

médio de cavacos é de 58 t/h, com 50% de umidade (base<br />

úmida). As temperaturas na câmara de combustão são em<br />

torno de 800 a 1000°C.<br />

A parte da usina destinada à geração do vapor é composta<br />

por fornalha, caldeira, superaquecedor, economizador<br />

e aquecedor de ar. A biomassa queima na fornalha, que tem<br />

6 locais de alimentação do biocombustível na sua parte<br />

frontal. Foi coletada a biomassa, antes da entrada na câmara<br />

de combustão. A mistura queimada era constituída de<br />

cavacos, serragem e casca, com umidade de 60,14% (base<br />

úmida). Na câmara de combustão, o sistema de queima é<br />

composto por grelha fixa, onde o combustível queima em<br />

uma camada com 30-40 cm (centímetros).<br />

Durante o processo de combustão, as cinzas pesadas<br />

são recolhidas no fundo da fornalha por meio de um selo<br />

d’água e recolhida pelo readler. Neste ponto foi coletada a<br />

amostra de cinzas com maior nível de contaminação, como<br />

fragmentos de pedras, areia e cavacos parcialmente carbonizados,<br />

com umidade entre 37-38% (base úmida). As cinzas<br />

leves são levadas juntamente com os gases, em direção aos<br />

superaquecedores, na parte superior da fornalha. Após este<br />

ponto, as cinzas passam pela tremonha, que é um duto onde<br />

também há a extração de cinzas. Neste ponto foi coletada<br />

uma amostra de cinzas leves, por se tratar de material com<br />

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REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />

61


ARTIGO<br />

Os problemas associados à<br />

combustão da biomassa em<br />

caldeiras de grande porte<br />

variam nos diferentes pontos<br />

de transporte e de tratamento<br />

das cinzas<br />

menor granulometria (


A temperatura de fusão das cinzas foi alta em todos<br />

os pontos de amostragem, reduzindo a probabilidade de<br />

ocorrência de problemas derivados da deposição das cinzas<br />

na caldeira. No entanto, as oscilações observadas nos parâmetros<br />

de operação da usina aumentaram o potencial de<br />

ocorrência de problemas associados à queima da biomassa.<br />

De forma geral, os problemas associados à combustão<br />

da biomassa em caldeiras de grande porte variam nos<br />

diferentes pontos de transporte e de tratamento das cinzas.<br />

As condições de operação da caldeira têm importante<br />

influência nas alterações da temperatura de fusão das cinzas<br />

e agravamento dos problemas relacionados aos índices de<br />

deposição.<br />

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63


AGENDA<br />

JUNHO 2023<br />

ENASE (ENCONTRO NACIONAL DE<br />

AGENTES DO SETOR ELÉTRICO) 2023<br />

Data: 21 a 22<br />

Local: Rio de Janeiro (RJ)<br />

Informações: www.enase.com.br<br />

DESTAQUE<br />

AGOSTO 2023<br />

FENASUCRO & AGROCANA<br />

Data: 15 a 18<br />

Local: Sertãozinho (SP)<br />

Informações: www.fenasucro.com.br<br />

SETEMBRO 2023<br />

VII FÓRUM COGEN<br />

Data: 20<br />

Local: São Paulo (SP)<br />

Informações: https://www.cogen.com.br/<br />

CONGRESSO ECOENERGY 2023<br />

Data: 20 a 22 de Setembro<br />

Local: São Paulo (SP)<br />

Informações: https://congressoecoener<br />

gy.com.br/<br />

OUTUBRO 2023<br />

360SOLAR<br />

Data: 26 e 27<br />

Local: Florianópolis (SC)<br />

Informações: https://360solar.com.br/<br />

Um dos maiores congressos do setor de energia<br />

solar, eólica, biomassa, GTDC e outras energias<br />

limpas e renováveis, o Congresso Ecoenergy 2023<br />

– Congresso Brasileiro de Geração de Energia<br />

Renovável, traz para este ano assuntos de extrema<br />

relevância para debater e analisar os desafios, as<br />

tendências e os avanços tecnológicos para o setor<br />

de geração de energia renovável no Brasil, e proporcionar<br />

um ambiente estratégico de discussões<br />

com o objetivo de incentivar a busca constante<br />

por inovação aos desafios tecnológicos do setor.<br />

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OPINIÃO<br />

Foto: divulgação<br />

COMO FAZER PREVISÕES<br />

PARA O VAREJO EM UM<br />

MUNDO IMPREVISÍVEL<br />

T<br />

er uma gestão eficiente da cadeia de suprimentos sempre<br />

foi um aspecto crucial da operação de empresas de<br />

varejo e bens de consumo. Mas garantir essa eficiência,<br />

assim como mitigar os vários desafios que afetam essa<br />

área tão crítica do negócio, se tornará algo ainda mais complexo<br />

ao longo de 2023. Neste ano, as organizações precisam que<br />

suas cadeias sejam capazes de atravessar grandes rupturas,<br />

como tensões geopolíticas, mudanças macroeconômicas bruscas,<br />

desastres naturais e ataques cibernéticos.<br />

COMO ESTAR PREPARADO PARA AQUILO QUE AINDA<br />

NEM CONHECEMOS, EM UM MUNDO TÃO IMPREVISÍVEL?<br />

A boa notícia é que alguns avanços tecnológicos podem<br />

ajudar as empresas a se antecipar às mudanças súbitas do<br />

mercado e a responder rapidamente às necessidades que ainda<br />

vão surgir. Mas o jogo ainda não está ganho: muitas organizações<br />

sofrem para adotar as ferramentas necessárias, embora<br />

elas já estejam disponíveis no mercado. Mais do que um desafio<br />

tecnológico, este é um problema cultural, que foi escancarado<br />

durante a pandemia do coronavírus.<br />

Não é novidade que esse período expôs lacunas na capacidade<br />

das empresas de varejo e bens de consumo de prever<br />

e planejar a demanda com eficiência, à medida que os consumidores<br />

mudaram rapidamente seus padrões de compra.<br />

As empresas devem ser capazes de reagir em tempo real para<br />

gerenciar imprevistos relacionados à sua cadeia de suprimentos<br />

se quiserem se manter competitivas e proteger sua fatia de mercado.<br />

Para isso, precisam se tornar cada vez mais data-driven,<br />

algo que ainda está longe de ser realidade.<br />

Em termos de tecnologia, uma tendência muito relevante<br />

nesse segmento é o uso de gêmeos digitais, ou digital twins. O<br />

termo se refere a réplicas virtuais de objetos físicos, processos<br />

ou sistemas que podem ser usados para simular e analisar eventos.<br />

Na gestão da cadeia de suprimentos, essa abordagem pode<br />

desempenhar um papel importante na melhoria da eficiência,<br />

visibilidade e agilidade. Esses sistemas funcionam de forma<br />

similar a um APP como waze, que digitalmente dá diferentes<br />

rotas e opções para chegar a um destino.<br />

Além disso, é possível também reduzir custos e aumentar a<br />

eficiência no processo de criação de produtos na indústria de<br />

bens de consumo com os gêmeos digitais. E casos de uso vêm<br />

se tornando cada vez mais frequentes. Um dos nossos clientes<br />

têm usado digital twins para transformar a maneira como<br />

desenvolve um sabão de lavar roupas. Desde a cor utilizada no<br />

líquido até os componentes do produto podem ser criados e<br />

modificados em um verdadeiro laboratório digital que leva em<br />

conta dados reais.<br />

E os avanços não param por aí. Em um país com dimensões<br />

continentais como o Brasil, ter visibilidade em tempo real da<br />

cadeia de suprimentos, conectando os dados com sistemas de<br />

demand planning, pode ser um grande diferencial. Hoje já é<br />

possível rastrear, gerenciar, medir e otimizar cada etapa dessa<br />

jornada enquanto ela ocorre, utilizando essas informações para<br />

tornar as previsões de demanda ainda mais precisas.<br />

O fato é que os varejistas já sabem como uma compra vai da<br />

matéria-prima para a prateleira de uma loja ou para a porta do<br />

consumidor, mas não têm uma visibilidade de toda a cadeia de<br />

suprimentos, muito menos em tempo real. A previsão e o monitoramento<br />

da demanda, bem como o uso de gêmeos digitais,<br />

são tendências tecnológicas relevantes na gestão da cadeia de<br />

suprimentos, e empresas precisam ultrapassar as barreiras culturais<br />

para adotar os recursos mais avançados de uso de dados<br />

para a tomada de decisão.<br />

Por Cristian Figueroa,<br />

diretor de varejo e bens de consumo do SAS para Latam<br />

Foto: divulgação<br />

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A FACA<br />

GIGANTE<br />

DO AGRO<br />

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