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Entrevista:<br />
Presidente da ABREN fala sobre geração de energia de resíduos sólidos<br />
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PARA PICADORES DE MADEIRA<br />
SÃO DESENVOLVIDAS COM<br />
MATÉRIA-PRIMA ESPECIAL<br />
ECONOMIA<br />
PELLETS DE CASCA DE ARROZ<br />
COMEÇAM A SER PRODUZIDOS<br />
NO RIO GRANDE DO SUL<br />
FEIRA<br />
LIGNA APRESENTOU INOVAÇÕES PARA<br />
PRODUÇÃO DE BIOENERGIA
Nova planta produzindo<br />
Pellets com biomassa de<br />
casca de arroz
SUMÁRIO<br />
10 | EDITORIAL<br />
Alto rendimento<br />
12 | CARTAS<br />
14 | NOTAS<br />
22 | ENTREVISTA<br />
32 | PRINCIPAL<br />
38 | SUSTENTABILIDADE<br />
Óleo de palma captura carbono<br />
42 | MERCADO<br />
Paixão por tecnologia<br />
46 | FEIRA<br />
Inovações para<br />
biomassa<br />
52 | INOVAÇÃO<br />
58 | ARTIGO<br />
64 | AGENDA<br />
66 | OPINIÃO<br />
Como fazer previsões para<br />
o varejo em um mundo<br />
imprevisível<br />
08 www.REVISTABIOMAIS.com.br
EDITORIAL<br />
A capa desta edição destaca as Facas<br />
Energy, da DRV Serras e Facas, empresa<br />
que vem contribuindo para o avanço do<br />
setor madeireiro<br />
ALTO<br />
RENDIMENTO<br />
A<br />
qualidade e eficiência da faca Energy, novo produto da empresa DRV Serras e Facas, é o destaque da nova edição da<br />
Revista REFERÊNCIA BIOMAIS. A nova ferramenta, que já está no mercado, tem se destacado no setor de biomassa proveniente<br />
de mata nativa. Na editoria Entrevista conversamos com o presidente da ABREN (Associação Brasileira de Recuperação<br />
Energética de Resíduos), Yuri Schmitke, que falou sobre este ramo de atividade que está dando os primeiros passos<br />
no Brasil. A presença de empresas brasileiras na Ligna 2023, a produção de pellets a partir de casca de arroz, a geração de energia<br />
com óleo de palma e a atuação da ANDRITZ, empresa multinacional com forte atuação no setor de biomassa, são outros assuntos<br />
abordados na edição, que ainda traz notícias sobre a área de economia, investimentos e energia renovável. Ótima leitura para todos!<br />
HIGH PERFORMANCE OPERATION<br />
T<br />
he quality and efficiency of the Energy Knife, a new product from DRV Serras e Facas, is the highlight of this issue of REFERÊNCIA <strong>Biomais</strong>.<br />
The new tool, already on the market, has stood out in the Native Forest Biomass Sector. In this issue’s Interview, we talked to<br />
Yuri Schmitke, President of the Brazilian Association for Energy Recovery of Waste (Abren), who spoke about this branch of activity<br />
taking its first steps in Brazil. The presence of Brazilian companies at Ligna 2023, the production of pellets from rice husks, the generation<br />
of energy with palm oil, and the operation of ANDRITZ, a multinational with a strong presence in the Biomass Sector, are other topics<br />
addressed in this issue, which also has news about the area of economy, investments, and renewable energy. Pleasant reading for everyone!<br />
EXPEDIENTE<br />
ANO X - EDIÇÃO 57 - JUNHO 2023<br />
Diretor Comercial/Commercial Director:<br />
Fábio Alexandre Machado<br />
(fabiomachado@revistabiomais.com.br)<br />
Diretor Executivo/Executive Director:<br />
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(bartoski@revistabiomais.com.br)<br />
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dirigida aos produtores e consumidores de energias limpas<br />
e alternativas, produtores de resíduos para geração e cogeração de<br />
energia, instituições de pesquisa, estudantes universitários, órgãos<br />
governamentais, ONG’s, entidades de classe e demais públicos,<br />
direta e/ou indiretamente ligados ao segmento. A REVISTA BIOMAIS<br />
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direitos autorais, exceto para fins didáticos.<br />
REVISTA BIOMAIS is a bimonthly and independent publication, directed<br />
at clean alternative energy producers and consumers, producers of residues<br />
used for energy generation and cogeneration, research institutions, university<br />
students, governmental agencies, NGO’s, class and other entities, directly and/<br />
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educational purposes.<br />
10 www.REVISTABIOMAIS.com.br
CARTAS<br />
PRINCIPAL<br />
Muitas empresas desperdiçam o cavaco de madeira e não sabem o poder que tem, vendo essa<br />
reportagem da Revista BIOMAIS, com certeza muitas empresas irão mudar seus conceitos.<br />
Guilherme Berbeki – Blumenau (SC)<br />
Foto: divulgação<br />
TECNOLOGIA<br />
A Energia Solar está cada vez mais presente no nosso dia, trazendo sustentabilidade para todas as cidades do Brasil. É<br />
muito bom ver que cada vez mais estamos nos importando com o meio ambiente.<br />
Isabella Guidolin – Rondonópolis (MT)<br />
REVISTA BIOMAIS<br />
Recebi em mãos a Revista BIOMAIS e achei muito boa a apresentação gráfica. Parabéns!<br />
André Camargo – Brasília (DF)<br />
INVESTIMENTO<br />
Um espaço enorme que estava sem uso, virou uma grande usina de energia ajudando a<br />
cidade inteira, ainda bem que a prefeitura de Curitiba está cada vez mais investindo na cidade.<br />
Pedro Alonso – Curitiba (PR)<br />
Foto: José Fernando Ogura/SMCS e Gilson Abreu<br />
www.revistabiomais.com.br<br />
na<br />
mí<br />
energia<br />
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NOTAS<br />
ENERGIA SOLAR NA AMAZÔNIA<br />
A energia solar acaba de ultrapassar a marca de 20 GW (Gigawatts) de potência instalada em residências, comércios, indústrias,<br />
produtores rurais, prédios públicos e pequenos terrenos no Brasil, segundo mapeamento da ABSOLAR (Associação<br />
Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica). Conforme reunião entre lideranças da entidade e o ministro de Minas e Energia,<br />
Alexandre Silveira, o uso da tecnologia fotovoltaica deve ser ampliado para o suprimento elétrico de áreas isoladas na região<br />
amazônica e para a população de baixa renda no país.<br />
De acordo com a ABSOLAR, o país possui atualmente mais de 1,8 milhão de sistemas solares fotovoltaicos conectados<br />
à rede, trazendo economia e sustentabilidade ambiental para cerca de 2,4 milhões de unidades consumidoras. Desde 2012,<br />
foram cerca de R$ 96,7 bilhões em novos investimentos, que geraram mais de 600 mil empregos acumulados no período,<br />
espalhados em todas as regiões do Brasil, e representam uma arrecadação aos cofres públicos de R$ 28,9 bilhões.<br />
Pelo mapeamento, a tecnologia solar fotovoltaica já está presente em 5.526 municípios e em todos os Estados brasileiros,<br />
sendo que os Estados líderes em potência instalada são, respectivamente: São Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Sul,<br />
Paraná e Mato Grosso.<br />
Foto: divulgação<br />
14 www.REVISTABIOMAIS.com.br
NOTAS<br />
PORTABILIDADE DA CONTA DE LUZ<br />
Em evento realizado na câmara dos deputados, em Brasília (DF), em comemoração à Semana do Meio Ambiente, o<br />
diretor do departamento de desenvolvimento energético do MME (Ministério de Minas e Energia), Carlos Alexandre Príncipe<br />
Pires, defendeu o empoderamento do consumidor para que ele possa fazer escolhas mais corretas do ponto de vista<br />
energético, ambiental e social.<br />
De acordo com Carlos Alexandre, o país deve aumentar a eficiência energética, para incluir cidadãos que hoje não têm<br />
acesso à energia; aumentar o uso de energias renováveis, que hoje já representam 45% da matriz energética; e promover<br />
a portabilidade do consumo de energia.<br />
O coordenador da frente parlamentar mista em defesa das energias renováveis, eficiência energética e portabilidade<br />
da conta de luz, o deputado Antonio Carlos Mendes Thame (PV-SP), defendeu o direito do brasileiro escolher de quem<br />
comprar sua energia, como escolhe hoje a operadora de telefonia celular. Ele observou que o mercado livre de energia já<br />
existe no Brasil desde 1995, mas é limitado a grandes consumidores, como indústrias e shoppings. De acordo com o parlamentar,<br />
o mercado livre tem possibilitado economia substancial para esses grandes consumidores, e a ideia é expandir<br />
isso para todos os consumidores, por meio da aprovação do PL 1917/15. O projeto aguarda análise na Comissão de Minas<br />
e Energia da Câmara.<br />
O presidente da ABRACEEL (Associação dos Comercializadores de Energia), Reginaldo Medeiros, também defendeu a<br />
aprovação do projeto, para que todos os consumidores, inclusive residenciais, tenham acesso ao mercado livre de energia.<br />
“O poder de escolha traz competitividade”, ressaltou.<br />
Ele também citou a pesquisa realizada pelo Ibope Inteligência em 2016 que mostra que o direito à portabilidade da<br />
conta de luz interessa a 73% da população brasileira. Conforme o levantamento, mais de 50% dos entrevistados trocariam<br />
a empresa fornecedora de energia elétrica se tivesse a oportunidade, sendo o preço o principal motivo.<br />
Foto: divulgação<br />
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NOTAS<br />
VISITAS MONITORADAS<br />
A Pirâmide Solar de Curitiba (PR), instalada no parque fotovoltaico da Caximba, localizado na região sul da capital do Estado, está<br />
aberta para visitas monitoradas. As visitas ao local tiveram início em junho, em comemoração ao dia do Meio Ambiente, celebrado<br />
em 5 de junho, e continuam de forma permanente, uma vez por mês, com agendamento antecipado. As vagas são limitadas a grupos<br />
de 30 pessoas por dia - 15 pela manhã e 15 à tarde. Técnicos da secretaria municipal do meio ambiente da prefeitura de Curitiba<br />
acompanham os visitantes que devem se deslocar até o local por conta própria. Por razões de segurança, em caso de chuva a visita é<br />
cancelada.<br />
Inovador desde a sua concepção, é o primeiro parque fotovoltaico da América Latina implantado sobre um aterro sanitário desativado,<br />
o que deu um novo significado a uma área com passivo ambiental. O aterro sanitário foi o local da destinação adequada de 12<br />
milhões de toneladas de resíduos sólidos urbanos de Curitiba e dos municípios da região metropolitana, por 21 anos.<br />
A Pirâmide Solar possui 4,5 MW (megawatts) pico de potência instalada, fornecidos por 8.596 painéis fotovoltaicos (que captam a<br />
energia solar e a transformam em eletricidade), é capaz de atender sozinha cerca de 30% do consumo dos prédios públicos municipais.<br />
Os interessados em visitar o local devem se inscrever com antecedência pelo site GuiaCuritiba (www.guia.curitiba.pr.gov.br).<br />
Fotos: José Fernando Ogura/SMCS Gilson Abreu<br />
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NOTAS<br />
DRONES PROVOCAM DESLIGAMENTO DE ENERGIA<br />
No último mês, a COPEL (Companhia Paranaense de Energia Elétrica) registrou no Paraná cinco acidentes causados por drones<br />
pulverizadores que se chocaram com a rede elétrica. Os incidentes aconteceram em áreas rurais e provocaram, em algumas situações,<br />
desligamentos de energia, além de vários outros transtornos.<br />
Trata-se dos primeiros casos de acidentes dessa natureza registrados pela companhia no Estado. Os incidentes aconteceram<br />
após a publicação da nova Resolução 710/2023 da ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil), que simplificou as regras para uso de<br />
drones em atividades agrícolas, como na dispersão de sementes, fertilizantes e defensivos nas lavouras.<br />
Ao mesmo tempo em que contribui para facilitar o uso de novas tecnologias no campo, a regulamentação demanda maior cuidado<br />
e preparação por parte dos pilotos. A colisão de um drone com a rede elétrica, por exemplo, pode provocar queda de energia,<br />
causar acidentes com a população, além de danos materiais às aeronaves.<br />
Foto: divulgação<br />
20 www.REVISTABIOMAIS.com.br
ENTREVISTA<br />
100<br />
95<br />
Foto: divulgação<br />
ENTREVISTA<br />
YURI<br />
SCHMITKE<br />
Formação: Advogado pelo UniCEUB (Centro Universitário de<br />
Brasília), pós-graduado em direito de energia elétrica no UniCEUB e<br />
mestre em direito e políticas públicas pelo UniCEUB.<br />
Education: Law, Centro Universitário de Brasília (UniCEUB), Post<br />
Graduate Studies in Law and Public Policy, UniCEUB, and Masters in<br />
Law and Publçic Policy, UniCEUB.<br />
Cargo: Presidente e fundador da ABREN (Associação Brasileira de<br />
Recuperação Energética de Resíduos), vice-presidente Latam do<br />
GWC (Global Waste to Energy Research and Technology Council) –<br />
Wtert e presidente do Wtert Brasil.<br />
Function: President and founder of ABREN (Brazilian Association of<br />
Energy Recovery of Waste), Latam vice-president of GWC (Global Waste<br />
to Energy Research and Technology Council) – Wtert and president of<br />
Wtert Brazil.<br />
75<br />
25<br />
5<br />
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NOVA ENERGIA<br />
NEW ENERGY<br />
A<br />
trajetória profissional na área do setor elétrico<br />
aliada aos estudos sobre Waste-to-Energy (recuperação<br />
energética de resíduos sólidos), levou<br />
o advogado, Yuri Schmitke, a fundar a ABREN<br />
(Associação Brasileira de Recuperação Energética de Resíduos)<br />
em 2019. Yuri está no segundo mandato como presidente<br />
executivo da ABREN, que começou com apenas uma empresa<br />
associada e hoje dispõe de 50 associados. A ABREN conta com<br />
empresas associadas que representam todo o ecossistema<br />
necessário para viabilizar projetos de recuperação energética<br />
de resíduos sólidos, como fabricantes de máquinas e equipamentos,<br />
construtoras, operadores e empresas de consultoria,<br />
desde engenharia, jurídico-regulatório, leilões, financiamento,<br />
licenciamento ambiental, importação, entre outros.<br />
A associação também forneceu contribuições técnicas para<br />
garantir o sucesso do Leilão A-5/2011 de RSU (Resíduo Sólido<br />
Urbano), que contratou a primeira URE (Usina de Recuperação<br />
Energética) de resíduos do Brasil, a URE Barueri (SP), que deve<br />
entrar em operação em 2025. Nesta entrevista exclusiva para<br />
a Revista BIOMAIS, Yuri fala sobre as expectativas do setor.<br />
H<br />
is professional experience in the area of the<br />
Electricity Sector, combined with studies on Waste-to-Energy<br />
(energy recovery of solid waste), led<br />
the lawyer, Yuri Schmitke, to found the Brazilian<br />
Association for Energy Recovery of Waste (Abren) in 2019.<br />
Schmitke is in his second term as executive chairman of<br />
Abren, which started with just one member company and<br />
now has 50 associates. Abren has member companies<br />
that represent the entire ecosystem necessary to enable<br />
solid waste energy recovery projects, such as machinery<br />
and equipment manufacturers, construction companies,<br />
operators, and consulting companies, from engineering, legal-regulatory,<br />
auctions, financing, environmental licensing,<br />
and importation. The Association also provided technical<br />
contributions to ensure the success of the Auction A-5/2011<br />
of MSW (Urban Solid Waste), which contracted the first<br />
Energy Recovery Plant (ERU) for waste in Brazil, URE Barueri<br />
(SP), which is expected to go live in 2025. In this exclusive<br />
interview for <strong>Biomais</strong>, Schmitke talks about the sector’s<br />
expectations.<br />
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75<br />
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5<br />
22 www.REVISTABIOMAIS.com.br<br />
0
ENTREVISTA<br />
Como foi o processo de fundação da ABREN?<br />
Comecei a reunir pessoas em um grupo de whatsapp<br />
sobre Waste-to-Energy desde o ano de 2015. A partir de<br />
conversas com os membros mais ativos do grupo para<br />
a criação de leilão para compra de energia dessa fonte,<br />
agendei uma reunião com o secretário de planejamento<br />
energético do MME (Ministério de Minas e Energia), Reive<br />
de Barros, em nome da comissão da OAB/DF (Ordem<br />
dos Advogados do Brasil do Distrito Federal) da qual<br />
participava na época. No mesmo dia, fundamos a ABREN<br />
e já contando com pessoas influentes do setor elétrico,<br />
como o Mario Menel, presidente da ABIAPE (Associação<br />
Brasileira dos Investidores em Autoprodução de Energia)<br />
e do FASE (Fórum das Associações do Setor Elétrico) na<br />
presidência do conselho, e o meu sócio no escritório de<br />
advocacia, Claudio Girardi, ex-procurador-geral da ANEEL<br />
(Agência Nacional de Energia Elétrica - 1997-2008), como<br />
diretor jurídico. Ambos me aconselharam muito sobre a<br />
estruturação da entidade e as ações necessárias para o<br />
seu sucesso.<br />
Como é a atuação na prática da ABREN?<br />
A associação representa os dois principais segmentos<br />
da recuperação energética de resíduos, que é a geração<br />
de energia por meio do tratamento térmico (incineração,<br />
gaseificação e pirólise) e o processamento de CDR (Combustível<br />
Derivado de Resíduos) para o coprocessamento.<br />
Além de trabalhar com reaproveitamento energético de<br />
resíduos da indústria e comércio.<br />
Quantos associados a ABREN tem hoje?<br />
A ABREN se consolidou como a única e exclusiva<br />
associação de recuperação energética de resíduos do<br />
Brasil, tendo ainda ultrapassado em representatividade<br />
associações tradicionais do setor de gestão de resíduos.<br />
Hoje, representa empresas que preparam 80% do CDR<br />
utilizado no coprocessamento para fabricação de cimento,<br />
como Nova Ambiental, Alternativa Ambiental, Ecoprimos,<br />
Proamb, Energy Ambiental e Ambisol, além de já contar<br />
com a maior empresa de CDR do Brasil, a Renova. Também<br />
são associados da ABREN os maiores players mundiais de<br />
Waste-to-Energy, como Veolia, Hitachi Zosen Inova, B&W<br />
Renewable, Sutco, Rambol, Sacyr, Toyo Setal, subsidiária<br />
da gigante global Mitsui. Com isso, a entidade se consolida<br />
hoje com 50 associados, cujo faturamento anual bruto<br />
global de seus associados totaliza R$ 284 bilhões.<br />
No último mês de março assumiu a vice-presidência<br />
para a América Latina do GWC (Global Waste-to-E-<br />
How was ABREN created?<br />
I started gathering people in a whatsapp group about<br />
Waste-to-Energy in 2015. From conversations with the most<br />
active members of the group for the creation of an auction for<br />
the purchase of energy from this source, I scheduled a meeting<br />
with the Secretary of Energy Planning of the Ministry of Mines<br />
and Energy (MME), Reive de Barros, on behalf of the commission<br />
of the Brazilian Bar Association of the Federal District<br />
(OAB/DF) in which I participated at the time. On the same day,<br />
we founded ABREN and already counting on influential people<br />
from the Electricity Sector, such as Mario Menel, President of<br />
the Brazilian Association of Investors in Self-Production of<br />
Energy (Abiape) and Forum of Associations of the Electric Sector<br />
(FASE), and my partner in the law firm, Claudio Girardi, the<br />
former attorney general of the National Electric Energy Agency<br />
(Aneel) 1997- 2008, as general counsel. Both advised me a lot<br />
about the structuring of the entity and the actions necessary<br />
for its success.<br />
In what are the activities does ABREN involve?<br />
The Association represents the two main segments of energy<br />
waste recovery, which is the generation of energy through<br />
heat treatment (incineration, gasification, and pyrolysis) and<br />
the processing of Waste Derived Fuel (WDF) for co-processing,<br />
in addition to working with energy reuse of waste from industry<br />
and commerce.<br />
How many members does ABREN have today?<br />
ABREN has consolidated itself as the only and exclusive<br />
association of energy recovery of waste in Brazil, having also<br />
surpassed in representativeness traditional associations of the<br />
Waste Management Sector. Today, it represents companies<br />
that prepare 80% of the CDR used in co-processing for cement<br />
manufacturing, such as Nova Ambiental, Alternativa Ambiental,<br />
Ecoprimos, Proamb, Energy Ambiental, and Ambisol, in<br />
addition to already having the largest CDR company in Brazil,<br />
Renova. Also associated with ABREN are the world's largest<br />
Waste-to-Energy players, such as Veolia, Hitachi Zosen Inova,<br />
B&W Renewable, Sutco, Rambol, Sacyr, and Toyo Setal, a<br />
subsidiary of global giant Mitsui. With this, the entity is consolidated<br />
today with 50 associates, whose global gross annual<br />
turnover of its members totals R$ 284 billion.<br />
Last March, you became Vice-president for Latin America<br />
of the Global Waste-to-Energy Research and Technology<br />
Council (GWC). What does this mean for ABREN?<br />
From a vision of combining academia with the market,<br />
and having reference studies for a sector we would begin to<br />
develop in Brazil, we signed a memorandum of understanding<br />
24 www.REVISTABIOMAIS.com.br
ENTREVISTA<br />
nergy Research and Technology Council). O que isto<br />
representa para a ABREN?<br />
A partir de uma visão de aliar a academia com o<br />
mercado, e termos estudos de referência para um setor<br />
que iríamos começar a desenvolver no Brasil, assinamos<br />
um memorando de entendimento com o Global WtERT<br />
em julho de 2020. Em 2022, após participar do Congresso<br />
Bianual do Global WtERT, em Nova Iorque, EUA (Estados<br />
Unidos da América), e ter apresentado o cenário brasileiro<br />
e todas as ações da ABREN para a estruturação de<br />
um mercado atrativo para a recuperação energética, fui<br />
convidado a compor o quadro de vice-presidentes do<br />
board, com o cargo de representar toda a América Latina.<br />
Representar o Brasil no WtERT, que está presente em 26<br />
países e é a principal entidade de academia e tecnologia<br />
para a promoção do Waste-to-Energy é um grande privilégio,<br />
mas também um grande desafio. A partir da minha<br />
entrada no Global WtERT, a associação passou a receber<br />
relevantes contribuições técnicas para desenvolver as<br />
práticas mais atuais e relevantes em gestão sustentável<br />
e integrada de resíduos. Hoje o Brasil tem sido foco de<br />
investidores de diversos países em decorrência do networking<br />
que temos promovido, não apenas com o WtERT,<br />
mas com as mais proeminentes entidades europeias que<br />
temos contatos constantes.<br />
Como vê o mercado de reaproveitamento de resíduos<br />
sólidos no Brasil para recuperação energética?<br />
A recuperação energética de resíduos, tecnologia que<br />
transforma o lixo não reciclável em energia, é uma técnica<br />
bastante utilizada em diversos países, mas que ainda dá<br />
os primeiros passos no Brasil. Enquanto há mais de 2,6 mil<br />
URE em todo o mundo, o país constrói sua primeira URE,<br />
localizada em Barueri (SP), que terá 20 MW (Megawatts)<br />
de potência instalada e deve entrar em operação a partir<br />
de 2025. Porém, esse cenário deve mudar nos próximos<br />
anos, devido principalmente às metas estabelecidas pelo<br />
Planares (Plano Nacional de Resíduos Sólidos). O documento<br />
prevê o total de 994 MW de potência instalada<br />
até 2040, o que demandaria um investimento, público,<br />
privado ou misto, de aproximadamente R$ 55 bilhões.<br />
Atualmente há dez projetos de UREs em andamento no<br />
Brasil, que irão gerar R$ 10 bilhões de investimentos.<br />
Com a efetivação dos investimentos e a entrada dessas<br />
usinas em operação, entre 2027 e 2028, as plantas terão a<br />
capacidade de tratamento de mais de 5 mil toneladas por<br />
dia de lixo urbano, ou 1,8 milhões de ton/ano (toneladas<br />
por ano).<br />
with Global WtERT in July 2020. In 2022, after participating in<br />
the Biannual Global WtERT Congress in New York, USA, and<br />
having presented the Brazilian scenario and all the actions of<br />
ABREN for the structuring of an attractive market for energy<br />
recovery, I was invited to become a vice president of, with the<br />
position of representing all of Latin America. Representing<br />
Brazil at WtERT, which is present in 26 countries and is the<br />
primary entity of academia and technology for the promotion<br />
of Waste-to-Energy, is a great privilege, but also a significant<br />
challenge. Since I entered into the Global WtERT, the Association<br />
has received relevant technical contributions to develop<br />
the most current and relevant practices in sustainable and<br />
integrated waste management. Today, Brazil has become<br />
the focus of investors from several countries as a result of the<br />
networking we have promoted, not only with WtERT, but with<br />
the most prominent European entities with whom we have<br />
constant contacts.<br />
How do you see the solid waste reuse market in Brazil<br />
for energy recovery?<br />
The energy recovery of waste, a technology that transforms<br />
non-recyclable waste into energy, is a technique widely<br />
used in several countries, but it is still taking its first steps in<br />
Brazil. While there are more than 26 hundred ERUs worldwide,<br />
the Country is building its first ERU, located in Barueri (SP), which<br />
will produce 20 MW of installed power and is expected to<br />
start operating in 2025. However, this scenario should change<br />
in the coming years, mainly due to the goals established by the<br />
National Solid Waste Plan (Planares). The document foresees<br />
a total of 994 MW of installed power by 2040, which would require<br />
an, public, private, or mixed investment of approximately<br />
R$ 55 billion. There are currently ten ERU projects underway in<br />
Brazil, which will generate R$ 10 billion in investments. With<br />
the completion of investments and the entry of these plants<br />
into operation, between 2027 and 2028, the plants will have<br />
the capacity to treat more than 5 thousand tons per day of<br />
urban waste, or 1.8 million tons/year.<br />
Brazil is among the five countries that generate the<br />
most waste globally, about 80 million tons a year, and<br />
recycles less than 3%. What needs to be done to change<br />
this scenario?<br />
Brazil is the 4th largest generator of urban waste in the<br />
world. The first step is to create public policies to reduce waste<br />
production and increase recycling, with greater adoption of<br />
selective collection and education of the population. However,<br />
even with all these efforts, international experience demonstrates<br />
that a monumental amount of non-recyclable waste<br />
26 www.REVISTABIOMAIS.com.br
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ENTREVISTA<br />
O Brasil está entre os cinco países que mais geram<br />
lixo no mundo, cerca de 80 milhões de toneladas ano<br />
e recicla menos de 3%. O que precisa ser feito para<br />
mudar este cenário?<br />
O Brasil é o quarto maior gerador de lixo urbano do<br />
mundo. O primeiro passo é criar políticas públicas para<br />
reduzir a produção de lixo e aumentar a reciclagem, com<br />
a maior adoção da coleta seletiva e educação da população.<br />
No entanto, mesmo com todos esses esforços, a<br />
experiência internacional demonstra que uma quantidade<br />
monumental de resíduos não recicláveis ainda precisarão<br />
de uma destinação ambientalmente adequada. A melhor<br />
solução para isso é o tratamento térmico por meio da<br />
combustão ou o coprocessamento para produção de cimento.<br />
Para fazer frente aos investimentos necessários em<br />
recuperação energética de resíduos, a ABREN é favorável<br />
à aprovação do PL (Projeto de Lei) 924/2022, que cria o<br />
PNRE (Programa Nacional da Recuperação Energética<br />
de Resíduos). O PL, que está em trâmite na câmara dos<br />
deputados, prevê uma série de incentivos para acelerar o<br />
desenvolvimento da recuperação energética de resíduos<br />
no Brasil.<br />
Como foi viabilizado o funcionamento da primeira<br />
URE no Brasil?<br />
O leilão de energia nova A-5 para compra de energia<br />
para o longo prazo - a partir de 2026 - conseguiu viabilizar<br />
a URE de lixo do país. O empreendimento será implantado<br />
em Barueri (SP) e conseguiu vender neste leilão o total de<br />
12 MW do total que teria para oferecer – 16 MW – o que<br />
representa 75% de sua capacidade de produção. Quando<br />
estiver operacional (em 2025), a usina de Barueri vai gerar<br />
energia equivalente ao consumo de 320 mil pessoas.<br />
Serão tratadas 300 mil toneladas de lixo urbano por ano<br />
em sua usina, fornecidas através de uma PPP (parceria<br />
público-privada) firmada com o município. A URE Barueri<br />
vendeu energia a R$ 549,35/MWh, um deságio de 14,03%<br />
ante o preço teto do certame de R$ 639,00/MWh.<br />
Quais as dificuldades para instalação de uma URE?<br />
Para viabilizar o financiamento de uma URE são necessários<br />
contratos de longo prazo com os recebíveis para<br />
dar em garantia ao agente financeiro, que neste caso é a<br />
tarifa municipal pelo tratamento do resíduo e a venda da<br />
energia elétrica. Nesse sentido, a primeira dificuldade é a<br />
necessidade de estruturação de concessão municipal de<br />
30 anos para poder garantir o fornecimento do combustível<br />
para a termoelétrica (lixo urbano), a um preço<br />
viável para viabilizar o financiamento da usina. A segunda<br />
will still need an environmentally appropriate destination. The<br />
best solution for this is heat treatment through combustion or<br />
co-processing for cement production. To meet the necessary<br />
investments in energy recovery of waste, ABREN is in favor of<br />
the approval of PL 924/2022, which creates the National Program<br />
for the Energy Recovery of Waste (PNRE). The bill, which<br />
is in the Chamber of Deputies, provides a series of incentives<br />
to accelerate the development of energy recovery of waste in<br />
Brazil.<br />
How was the operation of the first ERU in Brazil made<br />
possible?<br />
The A-5 new energy auction for long-term power purchase<br />
– from 2026 – has made the Country's first garbage ERU viable.<br />
The project will be implemented in Barueri (SP) and managed<br />
to sell in this auction the total of 12 MW of the total it would<br />
have to offer – 16 MW – which represents 75% of its production<br />
capacity. When it is operational (in 2025), the Barueri plant<br />
will generate energy equivalent to the consumption of 320<br />
thousand people, and 300 thousand tons of urban waste per<br />
year will be treated at its plant, provided through a Public-<br />
-Private Partnership (PPP) signed with the municipality. ERU<br />
Barueri sold energy at R$ 549.35/MWh, a discount of 14.03%<br />
compared to the ceiling price of R$ 639.00/MWh of established<br />
for the auction.<br />
What are the difficulties of installing an ERU?<br />
To enable the financing of an ERU, long-term contracts<br />
with the receivables are necessary to guarantee the financial<br />
agent, which in this case is the municipal tariff for the<br />
treatment of the waste and the sale of electricity. In this sense,<br />
the first difficulty is the need to structure a 30-year municipal<br />
concession to be able to guarantee the supply of fuel for the<br />
thermoelectric plant (urban waste), at a viable price to enable<br />
the financing of the plant. The second step is to ensure the sale<br />
of electricity (auction) or long-term consumption (self-production).<br />
An alternative to auctions is the structuring of municipal<br />
concessions in a self-production regime, using the electricity<br />
generated by the plant in public buildings, public lighting, electromobility,<br />
electric trucks for garbage collection, trains, and<br />
subway, with a reduction in the tariff of these public services<br />
and sufficient price to make the Waste-to-Energy plant viable.<br />
What are the main achievements of ABREN since the<br />
beginning of its operations?<br />
There have been many achievements. I list some as: technical<br />
contributions to ensure the success of the A-5/2011 MSW<br />
Auction, which contracted the first waste ERU in Brazil, ERU<br />
Barueri; the Executive MBA in Administration: energy recovery<br />
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ENTREVISTA<br />
etapa é garantir a venda da energia elétrica (leilão) ou o<br />
consumo a longo prazo (autoprodução). Uma alternativa<br />
aos leilões é a estruturação de concessões municipais em<br />
regime de autoprodução, com utilização da energia elétrica<br />
gerada pela usina por edifícios públicos, iluminação<br />
pública, eletromobilidade, caminhões elétricos para coleta<br />
de lixo, trem e/ou metrô, com redução na tarifa desses<br />
serviços públicos e preço suficiente para viabilizar a usina<br />
Waste-to-Energy.<br />
Quais as principais conquistas da ABREN desde o<br />
início de sua atuação?<br />
Foram muitas conquistas. Listo algumas como:<br />
contribuições técnicas para garantir o sucesso do Leilão<br />
A-5/2011 de RSU, que contratou a primeira URE de resíduos<br />
do Brasil, a URE Barueri; o MBA Executivo em Administração:<br />
recuperação energética e tratamento de resíduos<br />
lançado pela ABREN em parceria com a FGV (Fundação<br />
Getúlio Vargas), que concluiu sua primeira turma em 2022.<br />
A associação contribuiu com a publicação de mais de<br />
500 matérias pela imprensa nacional desde a sua criação;<br />
apresentamos o texto base do PL 924/2022, que institui o<br />
Programa Nacional da Recuperação Energética de Resíduos;<br />
a realização anual do Fórum Valorização Energética de<br />
Resíduos, já em sua 4ª edição; em parceria com a ABIMAQ<br />
(Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos),<br />
criamos em setembro de 2020 a Coalização Valorização<br />
Energética de Resíduos, que tem como propósito<br />
apoiar aprovação de medidas importantes para o setor da<br />
recuperação energética de resíduos, entre outras ações.<br />
Qual expectativa para os próximos anos com o<br />
setor de recuperação energética no Brasil?<br />
Espera-se que as metas do Planares sejam efetivamente<br />
cumpridas, ano a ano, com a contratação de 994 MW de<br />
potência instalada de usinas Waste-to-Energy, até o ano<br />
de 2040, nas regiões metropolitanas em que existe essa<br />
viabilidade, e também haja o aumento da participação<br />
do CDR no coprocessamento, de 28% (atuais) para 60%.<br />
Presume-se também o aumento da reciclagem, mediante<br />
o efetivo cumprimento dos acordos setoriais de logística<br />
reversa e a comercialização de créditos de reciclagem,<br />
para que chegue no patamar de 10%, que é um percentual<br />
factível para os próximos anos. Também esperamos<br />
que projetos de compostagem sejam implementados<br />
em pequenos e médios municípios, de modo a reduzir<br />
os danos socioambientais que os resíduos orgânicos<br />
causam em aterros. Hoje o Brasil gasta 5,5 bilhões/ano no<br />
tratamento de saúde decorrente da gestão inadequada<br />
do lixo urbano.<br />
and waste treatment launched by ABREN in partnership with<br />
the Fundação Getúlio Vargas (FGV), which concluded its first<br />
class in 2022. The Association has contributed to the publication<br />
of more than 500 articles in the national press since its<br />
inception; we presented the basic text for PL 924/2022, which<br />
establishes the National Program for the Energy Recovery<br />
of Waste; the annual holding of the Energy Waste Recovery<br />
Forum, now in its 4th year; in partnership with the Brazilian Association<br />
of Machinery and Equipment Industry (Abimaq), we<br />
created in September 2020 the Coalition for Energy Valorization<br />
of Waste, which aims to support the approval of essential<br />
measures for the Waste Energy Recovery Sector, among other<br />
actions<br />
What are the expectations for the coming years in the<br />
Energy Recovery Sector in Brazil?<br />
It is expected that the Planares goals will be effectively<br />
met, year by year, with the contracting of 994 MW of installed<br />
power from Waste-to-Energy plants, by the year 2040, in the<br />
metropolitan regions where this viability exists, and there<br />
will also be an increase in the share of CDR in co-processing,<br />
from 28% (current) to 60%. It is also assumed there will be an<br />
increase in recycling, through the effective compliance with<br />
the sectoral agreements of reverse logistics and the commercialization<br />
of recycling credits, so that it reaches the level<br />
of 10%, a feasible percentage for the coming years. We also<br />
expect composting projects to be implemented in small and<br />
medium-sized municipalities to reduce the socio-environmental<br />
damage organic waste causes in landfills. Today, Brazil<br />
spends 5.5 billion/year on health care resulting from inadequate<br />
urban waste management.<br />
A recuperação energética<br />
de resíduos, tecnologia<br />
que transforma o lixo não<br />
reciclável em energia,<br />
é uma técnica bastante<br />
utilizada em diversos<br />
países, mas que ainda dá<br />
os primeiros passos no<br />
Brasil<br />
30 www.REVISTABIOMAIS.com.br
Você sabia que<br />
facas bem<br />
afiadas garantem:<br />
• Qualidade no cavaco<br />
• Maior produtividade do picador<br />
• Menor consumo de combustível<br />
• Aumento da vida útil do rotor<br />
• Evita quebras de embreagem do picador<br />
• Diminui as pausas para setup<br />
Afiadora e Retífica de facas Suprema e<br />
Afiadora de facas Flex, a tecnologia<br />
faz toda a diferença!<br />
SERRAS E FACAS INDUSTRIAIS
PRINCIPAL<br />
CORTE DE ALTA<br />
PERFORMANCE<br />
HIGH-PERFORMANCE CUTTING<br />
EMPRESA INVESTE EM<br />
FERRAMENTA PARA<br />
PRODUÇÃO DE BIOMASSA<br />
COMPANY INVESTS IN<br />
TOOL FOR BIOMASS<br />
PRODUCTION<br />
FOTOS DIVULGAÇÃO E FABIANO MENDES<br />
32 www.REVISTABIOMAIS.com.br
REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />
33
PRINCIPAL<br />
N<br />
o setor madeireiro as ferramentas de alta<br />
performance são imprescindíveis para garantir<br />
bons resultados na atividade. No<br />
mercado desde 2011, a DRV Serras e Facas,<br />
empresa sediada em Curitiba (PR), está sempre em busca<br />
de soluções para o setor e tem se consolidado no<br />
mercado aliando qualidade e compromisso, garantindo<br />
produtos que fazem a diferença para seus clientes.<br />
E foi pensando nos clientes que buscavam facas<br />
de alto rendimento que a empresa iniciou o projeto de<br />
desenvolvimento das facas Energy. Este projeto iniciou<br />
há cerca de 2 anos e após 1 ano de desenvolvimento as<br />
facas foram homologadas no mercado e os resultados<br />
foram surpreendentes. “Devido a necessidade dos nossos<br />
clientes por uma faca mais resistente para aguentar<br />
as florestas nativas brasileiras, começamos o processo<br />
de criação das facas Energy. Focamos na escolha do aço<br />
perfeito e no tratamento térmico especial à vácuo que<br />
ela é submetida, para chegar no produto que atenda<br />
nossos clientes”, afirma Fabiano Mendes, responsável<br />
pelo marketing da DRV Serras e Facas.<br />
I<br />
n the Forest-based Sector, high-performance tools are<br />
essential to ensure good results in the activity. In the<br />
market since 2011, DRV Serras e Facas, a company based<br />
in Curitiba (PR), is always looking for solutions for<br />
the Sector and has been consolidated in the market, combining<br />
quality and commitment, ensuring products that make a<br />
difference for its customers.<br />
And it was thinking about customers who were looking<br />
for high-performance knives that the Company started the<br />
project to develop Energy Knives. This project started about<br />
two years ago and after a year of development the knives were<br />
approved in the market and the results were surprising. “Due<br />
to our customers’ need for a more resistant knife to withstand<br />
the Brazilian native forests, we began the process of creating<br />
Energy Knives. We focus on the choice of the perfect steel and<br />
the special vacuum heat treatment to which it is subjected, to<br />
arrive at the product that serves our customers,” says Fabiano<br />
Mendes, responsible for the marketing for DRV Serras e Knives.<br />
Today, with the results of the tests carried out with native<br />
wood, it can be said that the Energy Knife is a highlight<br />
in strength and productivity among the high-performance<br />
34 www.REVISTABIOMAIS.com.br
Hoje, com os resultados dos testes realizados com<br />
madeira nativa, pode-se dizer que a faca Energy é destaque<br />
em resistência e produtividade entre as facas de<br />
alta performance disponíveis no mercado. “A inovação<br />
está em nosso DNA. Contribuímos para o avanço do<br />
agroflorestal no Brasil, com novas tecnologias”, destaca<br />
Liliane Cordeiro, diretora da DRV Serras e Facas.<br />
"Nos últimos testes<br />
realizados em florestas<br />
do Estado do Mato<br />
Grosso com madeiras<br />
nativas, as facas Energy<br />
tiveram um desempenho<br />
acima de outros modelos<br />
que estão no mercado”<br />
Diego Ricardo Vieira, diretor<br />
da DRV Serras e Facas<br />
PRODUÇÃO DE BIOMASSA<br />
A Energy é uma faca desenvolvida para aguentar as<br />
mais difíceis operações de picagem de madeira no segmento<br />
de biomassa, de madeiras consideradas duras,<br />
o que é uma realidade nas florestas do norte do Brasil.<br />
Para conseguir bom rendimento a empresa utiliza um<br />
aço diferenciado, o qual é submetido a um tratamento<br />
térmico especial. “Nos últimos testes realizados em<br />
florestas do Estado do Mato Grosso com madeiras nativas,<br />
as facas Energy tiveram um rendimento de aproximadamente<br />
1.500 m³ (metros cúbicos) de biomassa<br />
de supressão, desempenho acima de outros modelos<br />
knives available in the market. “Innovation is in our DNA. We<br />
contribute to the advancement of agroforestry in Brazil with<br />
new technologies,” says Liliane Cordeiro, Director of DRV Serras<br />
e Facas.<br />
BIOMASS PRODUCTION<br />
The Energy Knife is a knife developed to withstand the<br />
most challenging wood chopping operations in the biomass<br />
segment of wood considered hard, which is a reality in the<br />
forests of northern Brazil. The Company uses specialized steel<br />
to achieve good performance, which is subjected to a special<br />
REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />
35
PRINCIPAL<br />
que estão no mercado”, compara Diego Ricardo Vieira,<br />
diretor da DRV Serras e Facas. “Como todo produto especial,<br />
a Energy também tem sua peculiaridade, o aço<br />
é um dos nossos segredos, guardado a sete chaves,<br />
como uma receita de família”, comenta Diego.<br />
Para manter o desempenho da faca, assim como<br />
qualquer ferramenta de alta performance, as facas<br />
Energy, precisam de atenção na sua afiação: o rebolo<br />
deve ser apropriado e com uma refrigeração correta,<br />
evitando um superaquecimento ou queima do aço,<br />
cuidados que aumentam a performance e prolongam<br />
sua vida útil.<br />
MANUTENÇÃO DO PRODUTO<br />
A afiação das facas corresponde a 60% na performance<br />
do picador, em operação de picagem da madeira.<br />
Por isso a DRV vem investindo pesado na tecnologia<br />
dos equipamentos de afiação de facas. Atualmente a<br />
empresa tem disponível no mercado duas máquinas: -<br />
heat treatment. “In the last tests carried out in forests of the<br />
State of Mato Grosso with native woods, the Energy Knives<br />
had a yield of approximately 1,500 m³ of biomass suppression,<br />
a performance above other models that are on the market,”<br />
says Diego Ricardo Vieira, Director of DRV Serras e Knives. “Like<br />
any special product, the Energy Knife also has its peculiarity,<br />
steel is one of our secrets, kept under lock and key, as a family<br />
recipe,” warns Vieira.<br />
To maintain the performance of the knife, as well as any<br />
high-performance tool, Energy Knives need attention in their<br />
sharpening: the grinding wheel must be appropriate and with<br />
a correct cooling system, avoiding overheating or burning of<br />
the steel, care that increases the performance and prolongs its<br />
useful life.<br />
PRODUCT MAINTENANCE<br />
The sharpening of the knives corresponds to 60% in the<br />
performance of the chipper, in the operation of wood chipping.<br />
That is why DRV has been investing heavily in knife sharpening<br />
36 www.REVISTABIOMAIS.com.br
"A inovação está em<br />
nosso DNA. Contribuímos<br />
para o avanço do<br />
agroflorestal no Brasil,<br />
com novas tecnologias"<br />
a Suprema que pode ser personalizada nos tamanhos<br />
da mesa de afiação de 1.200 até a 3.200 mm (milímetros);<br />
- e a Flex que é uma máquina compacta, que<br />
pode ser levada a campo alimentada por um gerador<br />
de energia, no tamanho da mesa de afiação de 1.200<br />
mm. “As duas máquinas se diferenciam no mercado<br />
por serem: automatizadas, rápidas, precisas, utilizam<br />
rebolos especiais e refrigeração na afiação das facas”,<br />
explica Fabiano.<br />
Os benefícios que as máquinas de afiação levam<br />
aos picadores de madeira são: baixo consumo de combustível<br />
para o picador, menos esforço da embreagem<br />
e no rotor do picador, qualidade na granulometria do<br />
cavaco e menos pausa para troca das facas. Com isso,<br />
é importante dizer que a Energy deve ser afiada pelos<br />
equipamentos DRV.<br />
Como todos os produtos DRV, as facas Energy atendem<br />
tanto as marcas de picadores nacionais, como as<br />
importadas.<br />
Desenvolvida para atender os clientes em florestas<br />
brasileiras, as facas Energy já estão no mercado e<br />
atravessando a fronteira, pois podem ser encontradas<br />
também em alguns países vizinhos.<br />
Liliane Cordeiro, diretora<br />
da DRV Serras e Facas<br />
equipment technology. Currently, the Company has available<br />
on the market two machines: - the Supreme, which can be<br />
customized in the sizes of the grinding table from 1,200 up to<br />
3,200 mm; and the Flex, which is a compact machine that can<br />
be taken to the field powered by a power generator, in the size<br />
of the grinding table of 1,200 mm. “The two machines differ in<br />
the market by being automated, fast, precise, use special grinding<br />
wheels, and refrigeration in the sharpening of the knives,"<br />
explains Marketing Manager Mendes.<br />
The benefits that sharpening machines bring to wood chippers<br />
are low fuel consumption for the chipper, less effort of the<br />
clutch and the chipper, rotor quality in the chip granulometry,<br />
and less downtime for changing the knives. With this, we state<br />
that the Energy Knife must be sharpened by DRV equipment.<br />
Like all DRV products, Energy Knives serve both domestic<br />
and imported chipper brands. Developed to serve customers<br />
in Brazilian forests, Energy Knives are already on the market<br />
and crossing the border, as they can also be found in some neighboring<br />
countries.<br />
REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />
37
SUSTENTABILIDADE<br />
ÓLEO DE PALMA<br />
CAPTURA CARBONO<br />
ESTADOS APOSTAM NA PRODUÇÃO DO ÓLEO<br />
DE PALMA PARA RECUPERAR EQUILÍBRIO DE<br />
ÁREAS DEGRADADAS E GERAR RENDA<br />
FOTOS DIVULGAÇÃO<br />
38 www.REVISTABIOMAIS.com.br
SUSTAINABLE PALM OIL<br />
CAPTURES CARBON<br />
STATES BET ON PALM OIL<br />
PRODUCTION TO RECOVER THE<br />
BALANCE OF DEGRADED AREAS<br />
AND GENERATE INCOME<br />
REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />
39
SUSTENTABILIDADE<br />
P<br />
romover a exploração sustentável dos bens naturais<br />
é o grande desafio para preservação do planeta<br />
e redução dos impactos da mudança climática.<br />
Pensando nisso, Estados da região norte do Brasil<br />
estão apostando em energias renováveis para atender a população.<br />
O combustível a partir do óleo de palma é a opção<br />
sustentável que está substituindo os óleos mais poluentes<br />
na região da Amazônia.<br />
O governador do Pará, Helder Barbalho, destaca a importância<br />
da diversificação neste setor: “É muito importante<br />
que possamos estimular a nossa matriz energética. Temos<br />
buscado estimular a energia fotovoltaica, biocombustível a<br />
partir da vocação da palma, e estamos iniciando um processo<br />
que é a chegada do gás. Com isso, estaremos diversificando<br />
a matriz energética do Estado, fortalecendo a atividade<br />
econômica e fazendo a transição para reduzir a combustão<br />
para a energia limpa.”<br />
O desenvolvimento sustentável assegura energia a<br />
baixo custo aos Estados da região, recuperando o equilíbrio<br />
de áreas degradadas, empregando cidadãos locais e,<br />
consequentemente, evitando gastos desnecessários com a<br />
locomoção de diesel fóssil que é necessária no sudeste.<br />
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL<br />
O senador do Amapá, Davi Alcolumbre, destaca que é<br />
importante investir no segmento. Segundo ele, propriedades<br />
de assentamento de reforma agrária serão utilizadas<br />
P<br />
romoting the sustainable exploitation of natural<br />
assets is a great challenge for preserving the<br />
planet and reducing the impacts of climate<br />
change. States in the Northern Region of Brazil<br />
are betting on renewable energies to serve the population,<br />
and fuel from palm oil is a sustainable option for replacing<br />
the most polluting oils used in the Amazon Region.<br />
Helder Barbalho, Governor of the State of Pará,<br />
highlights the importance of diversification in this Sector,<br />
“We must encourage the diversification of our energy<br />
matrix. We have sought to foster the production of<br />
photovoltaic energy and biofuel from the vocation of the<br />
palm, and we are starting a process that counts on the<br />
arrival of gas. With this, we are diversifying the State’s<br />
energy matrix, strengthening economic activity, and<br />
transitioning to reduce combustion, using clean energy.<br />
Sustainable development ensures energy at low cost<br />
for the Region’s states, recovers the balance of degraded<br />
areas, employs local citizens, and, consequently, avoids<br />
unnecessary expenses with the locomotion using fossil<br />
diesel necessary from the Southeast.”<br />
SUSTAINABLE DEVELOPMENT<br />
Davi Alcolumbre, Senator from Amapá, points out<br />
that it is essential to invest in the segment. According to<br />
him, agrarian reform settlement properties will be used to<br />
expand palm oil production. “We want to industrialize and<br />
40 www.REVISTABIOMAIS.com.br
para a expansão da produção do óleo de palma. “Queremos<br />
industrializar e fazer em escala, aproveitar essas propriedades<br />
para dar uma destinação a essas áreas, que são importantes,<br />
que têm um homem do campo vivendo ali, buscando<br />
renda, melhorando sua vida. E, com certeza esse projeto<br />
que é realizado em alguns Estados há 15 anos pode sim ir<br />
para o Amapá, para fazer essa planta de processamento de<br />
biodiesel de palma na Amazônia”, acredita o senador.<br />
A empresa Brasil BioFuels usa o combustível verde para<br />
produção de energia elétrica em comunidades isoladas do<br />
norte. O presidente da empresa, Milton Steagall, diz que<br />
entre os principais benefícios está a preservação da floresta.<br />
“O que queremos é mostrar ao mundo que temos uma legislação<br />
superpositiva para recuperação de área degradada. A<br />
cultura da palma traz segurança jurídica e fundiária para os<br />
investidores, dando a certeza de que, se eles investirem na<br />
palma não estarão ajudando o desmatamento, mas recuperando<br />
área degradada”, afirma.<br />
Agricultores familiares estão ganhando nova perspectiva<br />
com a questão, uma vez que os locais estão se transformando<br />
em polos geradores de renda. O trabalho segue no<br />
modelo verticalizado, começa com o cultivo da palma, passando<br />
por toda a cadeia produtiva. E há ainda um expressivo<br />
potencial de crescimento. “Temos 400 famílias que aderiram<br />
ao programa, e já chamo de 400 novos empresários. No ano<br />
passado, pagamos para essas famílias mais de R$ 30 milhões<br />
em receita, dos frutos que eles forneceram à BBF”, revela<br />
Steagall.<br />
do it on a large scale, taking advantage of these properties<br />
to give a destination to these important areas that have<br />
someone from the country living there, seeking income,<br />
improving his life. And, for sure, this project that has been<br />
carried out in several states for 15 years can be designed<br />
for the State of Amapá to construct a processing palm<br />
biodíesel plant in the Amazon,” believes the Senator.<br />
Brasil BioFuels uses green fuel to produce electricity<br />
in isolated communities in the North. The Company’s<br />
President, Milton Steagall, says forest preservation is the<br />
main benefit. “We want to show the world that we have<br />
super-positive legislation for recovering degraded areas.<br />
The palm culture brings legal and land ownership security<br />
to investors, giving the certainty that if they invest in<br />
palm forests, they will not be helping deforestation but<br />
recovering degraded areas,” he says.<br />
Family farmers are gaining a new perspective as the<br />
sites become income-generating hubs. The work follows the<br />
vertical model, starting with palm cultivation and passing<br />
through the entire production chain. And there is still a<br />
significant potential for growth. “We have four hundred<br />
families who have joined the program; I already call them<br />
four hundred new entrepreneurs. Last year, we paid these<br />
families more than R$ 30 million in revenue from the fruit<br />
they provided to BBF,” says Steagall.<br />
"A cultura da palma traz<br />
segurança jurídica e fundiária<br />
para os investidores,<br />
dando a certeza de que, se<br />
eles investirem na palma<br />
não estarão ajudando<br />
o desmatamento, mas<br />
recuperando área degradada"<br />
Milton Steagall, presidente da<br />
Brasil BioFuels<br />
REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />
41
MERCADO<br />
PAIXÃO POR<br />
TECNOLOGIA<br />
PASSION FOR TECHNOLOGY<br />
FOTOS DIVULGAÇÃO<br />
FUNDADO HÁ 170 ANOS NA ÁUSTRIA,<br />
GRUPO ESTÁ PRESENTE NO BRASIL HÁ 30 ANOS<br />
FOUNDED 170 YEARS AGO IN AUSTRIA,<br />
THE GROUP HAS BEEN PRESENT IN BRAZIL FOR 30 YEARS<br />
A<br />
NDRITZ é um grupo internacional de tecnologia<br />
consolidado, sediado em Graz, na Áustria,<br />
que fornece plantas, sistemas, equipamentos e<br />
serviços para diversas indústrias prezando pela<br />
eficiência e bom atendimento.<br />
A<br />
NDRITZ is a consolidated international technology<br />
group, headquartered in Graz, Austria,<br />
which provides plants, systems, equipment,<br />
and services to various industries valuing efficiency<br />
and good service.<br />
42 www.REVISTABIOMAIS.com.br
Em 170 anos, a ANDRITZ tornou-se uma grande empresa<br />
e, hoje, conta com aproximadamente 29.700 funcionários,<br />
presente em mais de 40 países, atendendo todas as<br />
capacidades de mercado, conforme a condição do cliente,<br />
que pode ser de pequeno, médio ou grande porte.<br />
A empresa atua na geração de energia (caldeiras a vapor,<br />
manuseio de biomassa, caldeiras de recuperação e fábricas<br />
de gaseificação) e tecnologia ambiental (usinas de<br />
limpeza de gases de combustão e exaustão, peletização,<br />
separação de sólidos/líquidos, mineração com filtração e<br />
secagem de lama vermelha) e oferece equipamentos para<br />
a produção de não tecidos, celulose seca e solúvel, bem<br />
como fábricas de reciclagem.<br />
NO BRASIL<br />
Há mais de 30 anos presente no país, com sede em<br />
Curitiba (PR), a ANDRITZ Brasil tem hoje em torno de 2.900<br />
colaboradores, fornecendo grandes projetos em base EPC<br />
(Engenharia, Suprimentos e Construção). Atua, ainda, na<br />
manutenção completa de fábricas, otimização, modernização<br />
e reconstrução de equipamentos, peças de reposição<br />
e suporte técnico de campo. Adicionalmente, a divisão de<br />
serviços trabalha no desenvolvimento de peças de desgaste<br />
e reposição, oferecendo também serviços técnicos<br />
especializados, simulação dinâmica de processos e monitoramento<br />
em manutenção preventiva, contando com<br />
profissionais que atendem todas as regiões do Brasil, com<br />
unidades em Araucária (PR), Belo Horizonte (MG), Serra<br />
(ES), Três Lagoas (MS) e Porto Alegre (RS), além da sede em<br />
Curitiba.<br />
In 170 years, ANDRITZ has become a large company,<br />
and today has approximately 29,700 employees, present<br />
in more than 40 countries, serving all market capacities,<br />
according to the customer's condition, either small, medium<br />
or large.<br />
The company operates in power generation (steam<br />
boilers, biomass handling, recovery boilers and gasification<br />
plants) and environmental technology (flue gas and<br />
exhaust gas cleaning plants, pelletizing, solid/liquid separation,<br />
mining with filtration and red mud drying) and offers<br />
equipment for the production of nonwovens, dry and<br />
soluble cellulose, as well as recycling plants.<br />
IN BRAZIL<br />
For over 30 years in the country, with headquarters<br />
in Curitiba (PR), ANDRITZ currently has around 2,900 employees,<br />
supplying large projects on an EPC basis (Engineering,<br />
Procurement and Construction). It also provides<br />
complete plant maintenance, optimization, modernization<br />
and reconstruction of equipment, spare parts and<br />
field technical support. Additionally, the services division<br />
works on the development of wear and spare parts, also<br />
offering specialized technical services, dynamic simulation<br />
of processes and monitoring in preventive maintenance,<br />
counting with professionals who serve all regions of Brazil,<br />
with units in Araucária (PR), Belo Horizonte (MG), Serra<br />
(ES), Três Lagoas (MS) and Porto Alegre (RS), besides the<br />
headquarters in Curitiba.<br />
REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />
43
MERCADO<br />
TECNOLOGIA DE PONTA<br />
Como fornecedora global de soluções tecnológicas<br />
para os processos, a empresa oferece um escopo abrangente<br />
de equipamentos de produção em configurações<br />
autônomas e plantas completas para os clientes. Atualizações<br />
e retrofits são constantemente consideradas além de<br />
soluções de sistema personalizadas e totalmente integradas.<br />
Na área de biomassa, a ANDRITZ fabrica todos os principais<br />
equipamentos para produção de pellet de biomassa<br />
ou outra matéria-prima existente.<br />
De acordo com o gerente de vendas para Projetos EPC<br />
da ANDRITZ Brasil, Luiz Paulo da Cunha, é importante mostrar<br />
o quanto a ANDRITZ pode oferecer em relação a equipamentos<br />
e projetos. "A ANDRITZ Brasil faz o desenvolvimento<br />
de engenharia executiva, fornece todos os materiais<br />
para instalação, faz a construção da planta civil e montagem,<br />
condiciona e entrega a chave pronta para o cliente.<br />
O que temos a oferecer é um pouco mais além do que só o<br />
equipamento ou peças de desgastes”, garante.<br />
Um dos últimos lançamentos da empresa é a peletizadora<br />
PM30-6 de alto desempenho projetada para biomassa.<br />
Com base na velocidade otimizada da matriz e em<br />
um sistema de alimentação patenteado, ela produz pellets<br />
de alta qualidade com custo de manutenção reduzido e<br />
maior capacidade. Desenvolvido na Europa, cada detalhe<br />
do equipamento foi meticulosamente projetado para entregar<br />
perfeição e garantir a longevidade da vida útil da<br />
máquina, assim como a alta produtividade. O novo equipamento<br />
foi apresentado na Feira Ligna 2023, realizada em<br />
maio, na Alemanha.<br />
"É importante mostrar o<br />
quanto a ANDRITZ pode<br />
oferecer em relação a<br />
equipamentos e projetos"<br />
Luiz Paulo da Cunha, gerente de vendas<br />
para Projetos EPC da ANDRITZ Brasil<br />
STATE-OF-THE-ART TECHNOLOGY<br />
As a global provider of technology solutions for processes,<br />
the Company offers a comprehensive scope of<br />
equipment in stand-alone configurations or as complete<br />
plants to customers. Upgrades and retrofits are constantly<br />
considered with customized and fully integrated system<br />
solutions. In biomass, ANDRITZ manufactures all the major<br />
equipment for the production of biomass pellets or<br />
other existing raw materials.<br />
According to the sales manager for EPC Projects at AN-<br />
DRITZ Brasil, Luiz Paulo da Cunha, it is important to show<br />
how much ANDRITZ can offer concerning equipment and<br />
projects. "ANDRITZ Brazil develops executive engineering,<br />
provides all the materials for installation, constructs the<br />
civil plant and assembly conditions, and delivers the key<br />
ready to the customer. What we have to offer is more than<br />
just the equipment or the wear parts,” ensures.<br />
One of the Company's latest launches is the high-performance<br />
PM30-6 pelletizer designed for biomass. Based<br />
on optimized die speed and a patented feed system, it produces<br />
high-quality pellets with reduced maintenance cost<br />
and increased capacity. Developed in Europe, every detail<br />
of the equipment has been meticulously designed to deliver<br />
perfection and ensure the longevity of the machine's<br />
service life, as well as high productivity. The new equipment<br />
was presented at the Ligna 2023 trade fair, held in<br />
May, in Germany.<br />
44 www.REVISTABIOMAIS.com.br
FEED & BIOFUEL<br />
SISTEMAS DE BIOMASSA<br />
COM SOLUÇÕES<br />
EFICIENTES<br />
EMPRESA COMPROMETIDA<br />
EM ALIMENTAR E ABASTECER<br />
COMBUSTÍVEL AO PLANETA<br />
COM ENERGIA RENOVÁVEL E<br />
BIOMASSA<br />
A ANDRITZ é a líder global no fornecimento<br />
de soluções comprovadas de<br />
sistemas de processamento de<br />
biomassa para o setor de energia renovável.<br />
Com uma tecnologia confi ável para a<br />
geração de energia através da biomassa,<br />
a ANDRITZ tem soluções completas<br />
e adaptáveis às necessidades<br />
dos clientes para transformação de<br />
fontes diversas em energias renováveis,<br />
através do processamento de<br />
biomassa ou outro tipo de resíduos.<br />
A ANDRITZ possui escopo completo<br />
de máquinas que operam no processo<br />
de transformação dessa energia,<br />
armazenando, peneirando, triturando<br />
e peletizando diferentes tipos de<br />
resíduos, e é fonte vital para garantir<br />
suprimento global aos clientes com<br />
a confi abilidade padronizada para<br />
combustíveis e ração animal.<br />
ANDRITZ Brasil Ltda. ⁄ Av. Vicente Machado, 589 ⁄ 80420-010 Curitiba - PR ⁄ Brasil ⁄ andritz.com
FEIRA<br />
INOVAÇÕES<br />
PARA BIOMASSA<br />
MAIOR FEIRA DO MUNDO NO SETOR DA MADEIRA,<br />
A LIGNA 2023 ATRAIU 80 MIL VISITANTES<br />
FOTOS REVISTA BIOMAIS E LIGNA HANNOVER<br />
46 www.REVISTABIOMAIS.com.br
TRADE FAIR BIOMASS<br />
INNOVATIONS<br />
THE WORLD’S LARGEST TRADE FAIR IN THE<br />
WOODWORKING SECTOR, LIGNA 2023<br />
ATTRACTED 80 THOUSAND VISITORS<br />
A<br />
o longo de cinco dias, a Ligna 2023, principal<br />
feira comercial do mundo para marcenaria<br />
e processamento de madeira, apresentou<br />
inovações, inspiração e networking.<br />
Foram 1.300 empresas de 50 países que apresentaram<br />
suas soluções para a indústria madeireira, moveleira,<br />
marcenaria e setor primário, com foco na sustentabilidade<br />
e digitalização. A feira realizada em Hannover, na<br />
Alemanha, recebeu 80 mil visitantes de 160 países que<br />
aproveitaram a oportunidade para se informar sobre<br />
máquinas inteligentes e processos de produção que<br />
economizam recursos.<br />
O<br />
ver the course of five days, Ligna<br />
2023, the world’s leading trade fair for<br />
woodworking and wood processing,<br />
showcased innovations, inspiration,<br />
and networking. There were 13 hundred companies<br />
from 50 countries that presented their solutions for<br />
the Timber, Furniture, Woodworking, and Primary<br />
Sector, focusing on sustainability and digitalization.<br />
The Fair held in Hannover, Germany, welcomed 80<br />
thousand visitors from 160 countries who took the<br />
opportunity to learn about smart machines and<br />
resource-saving production processes.<br />
REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />
47
FEIRA<br />
Após um intervalo de 4 anos, devido a pandemia de<br />
Covid-19, o clima entre expositores e visitantes era de<br />
entusiasmo por poder se reunir novamente e testemunhar<br />
o poder inovador da indústria de processamento<br />
de madeira. Como resultado, máquinas, sistemas e processos<br />
inteligentes e conectados que tornam os custos<br />
e a produção mais eficientes tornaram-se populares entre<br />
a comunidade presente. Houve também uma forte<br />
demanda por soluções de automação e otimização de<br />
processos para amortecer o impacto da escassez de trabalhadores<br />
e mão de obra. O potencial uso de resíduos<br />
e restos de madeira como matéria-prima para a produção<br />
de bioenergia, uma área importante da indústria<br />
de processamento de madeira, também apresentou<br />
novidades e tomou boa parte do espaço da feira.<br />
“A Ligna 2023 superou as expectativas de nossas<br />
empresas, expositoras e visitantes, demonstrando que<br />
as máquinas, equipamentos e soluções apresentadas<br />
na feira estão abrindo caminho para uma indústria sustentável<br />
e digitalizada de madeira, móveis e construção”,<br />
avaliou Jochen Köckler, presidente do conselho de<br />
administração do grupo de empresas Deutsche Messe<br />
(feira alemã, em tradução livre). A Revista REFERÊNCIA<br />
BIOMAIS esteve presente na feira e destaca a participação<br />
de empresas parceiras na Ligna 2023.<br />
After a gap of four years due to the Covid-19<br />
pandemic, the mood among exhibitors and visitors<br />
was one of excitement to be able to gather again<br />
and witness the innovative power of the wood<br />
processing industry. As a result, smart and connected<br />
machines, systems, and processes that make costs<br />
and production more efficient have become popular<br />
among the community present. There has also<br />
been a strong demand for automation and process<br />
optimization solutions to cushion the impact of<br />
the shortage of skilled workers. The potential use of<br />
wood waste and scraps as raw material for bioenergy<br />
production, an important area of the wood<br />
processing industry, also had news during the Fair.<br />
“Ligna 2023 exceeded the expectations of our<br />
companies, exhibitors, and visitors, demonstrating<br />
that the machines, equipment, and solutions<br />
presented at the Fair are paving the way for a<br />
sustainable and digitized wood, furniture, and<br />
construction industry,” said Jochen Köckler,<br />
Chairman of the Board of Management of the<br />
Deutsche Messe Group. REFERÊNCIA <strong>Biomais</strong> was<br />
present at the Fair and highlights the participation of<br />
partner companies in Ligna 2023.<br />
A Ligna Hannover 2023<br />
apresentou máquinas,<br />
sistemas e processos<br />
inteligentes e conectados<br />
que tornam os custos e a<br />
produção mais eficientes<br />
Fábio Machado e Pedro Bartoski Jr., diretores da<br />
Revista REFERÊNCIA BIOMAIS, na LIGNA Hannover 2023<br />
48 www.REVISTABIOMAIS.com.br
TMSA<br />
A empresa TMSA – Tecnologia em Movimentação é<br />
a representante no Brasil da Kahl, empresa de origem<br />
alemã com soluções para fabricação de pellets para<br />
diversas aplicações, que também esteve presente na<br />
Ligna 2023. “Temos uma representatividade grande no<br />
mundo e o Brasil é um mercado muito importante para<br />
nós, principalmente por conta do crescimento que tem<br />
ocorrido nos últimos anos”, salientou Marcelo Joaquim,<br />
representante da Kahl no país. O representante da<br />
TMSA, Matheus Taffarel, ressaltou a ampliação das atividades<br />
da empresa. “Como o mercado tomou proporções<br />
maiores, a TMSA virou também distribuidora da<br />
Kahl. Temos peças, assistência técnica, toda esta parte<br />
à disposição dos clientes com estrutura própria no Brasil,<br />
o que facilita muito esse translado de informações<br />
entre Alemanha e Brasil”, explicou Matheus.<br />
TMSA – Tecnologia em Movimentação is the Brazilian representative in Brazil for Kahl, a German company with solutions for the<br />
manufacture of pellets for various applications and was also present at Ligna 2023. “We have a great representation in the world, and<br />
Brazil is a very important market for us, mainly because of the growth that has occurred in recent years,” said Marcelo Joaquim, Kahl’s<br />
representative in Brazil. Matheus Taffarel, the TMSA representative, stressed the Company’s expansion activities. “As the market took on<br />
larger proportions, TMSA also became Kahl’s distributor. We have parts, technical assistance, all this part at the disposal of customers<br />
with our own structure in Brazil, which greatly facilitates this transfer of information between Germany and Brazil,” explains Taffarel.<br />
CPM<br />
A empresa norte-americana CPM, especializada em<br />
máquinas de peletização para indústria de biomassa,<br />
expôs na feira a tecnologia da empresa voltada para<br />
eficiência energética. O diretor da CPM no Brasil, Evandro<br />
Magnus, destacou a qualidade dos equipamentos.<br />
“Na Ligna trouxemos uma tecnologia que somente a<br />
CPM possui, bastante voltada para eficiência energética<br />
e aumento de capacidade. É uma tecnologia já conceituada<br />
no mercado, e enfatizamos muito a questão do<br />
aumento de produtividade e a redução do consumo de<br />
energia de quilowatts por tonelada. A CPM está sempre<br />
inovando e buscando ser a melhor opção para quem<br />
busca qualidade e produtividade na sua empresa”,<br />
destacou Evandro.<br />
CPM, an American company specializing in manufacturing pelletizing machines for the biomass industry, exhibited its technology<br />
focused on energy efficiency at the Fair. Evandro Magnus, Director of CPM in Brazil, highlighted the quality of the equipment. “At Ligna,<br />
we brought a technology that only CPM has, very focused on energy efficiency and increased capacity. It is already a technology wellknown<br />
in the market, and we emphasize a lot the issue of increasing productivity and reducing kilowatts per ton of energy consumed.<br />
CPM is always innovating and seeking to be the best option for those who seek quality and productivity in their company,” highlights<br />
Magnus.<br />
REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />
49
FEIRA<br />
COSTRUZIONI NAZZARENO<br />
A empresa italiana fundada em 1988, Costruzioni<br />
Nazzareno, com forte presença no Brasil, especializada<br />
em projetos e fabricação de sistemas completos para o<br />
setor de energia renovável, sobretudo para a transformação<br />
de resíduos da produção industrial, participou<br />
da Ligna 2023 com destaque. “A feira é sempre boa, é<br />
um mundo de encontro. Mesmo estando na Alemanha,<br />
tem mais brasileiro nesta feira, do que em feiras<br />
no Brasil. E vamos nos encontrar em Bento Gonçalves<br />
(RS), na Fimma Brasil”, declarou Francesco Stella, diretor<br />
comercial da Costruzioni Nazzareno, reforçando o nível<br />
dos visitantes na Ligna 2023.<br />
Costruzioni Nazzareno is an Italian company founded<br />
in 1988, with a strong presence in Brazil, specializing in<br />
the design and manufacture of complete systems for the Renewable Energy Sector, especially for transforming waste from industrial<br />
production. The Company also participated in Ligna 2023. “The Fair is always good and a world of encounters. Even being held in<br />
Germany, there were more Brazilians at this year’s Fair than at trade fairs in Brazil. And we will meet again in Bento Gonçalves (RS), at<br />
Fimma Brasil,” states Francesco Stella, Director of Sales for Costruzioni Nazzareno.<br />
ANDRITZ<br />
Empresa com forte presença no mercado mundial, a<br />
ANDRITZ apresentou toda linha de equipamentos para<br />
produção de pellets de madeira durante a Ligna. “Em<br />
um mercado como esse é muito importante a credibilidade<br />
dos equipamentos, para atender um mercado tão<br />
exigente e com uma matéria-prima tão nobre quanto é a<br />
madeira”, comentou Eduardo Soffioni, gerente de vendas<br />
da ANDRITZ. Na Ligna foi apresentada a nova peletizadora<br />
PM30-6, que é versão mais nova da PM30-5. Um equipamento<br />
desenvolvido especificamente para trabalhar<br />
com biomassa, não só da madeira mas de outros tipos,<br />
com mais capacidade produtiva e menos manutenção.<br />
Luiz Paulo da Cunha, EPC Sales Team Leader da empresa<br />
ressaltou que a ANDRITZ atende desde o fornecimento<br />
de máquinas individuais como pode fornecer também<br />
plantas completas incluindo construção e montagem.<br />
“Conseguimos entregar conforme a condição que o cliente definir para o projeto dele, seja mercado pequeno, médio ou grande”,<br />
salientou Luiz Paulo.<br />
ANDRITZ, a company with a strong presence in the world market, presented it’s entire line of equipment for wood pellet production<br />
during Ligna. “In a market like this, the credibility of the equipment is very important to meet a market as demanding and with a raw<br />
material as noble as wood,” comments Eduardo Soffioni, Sales Manager for ANDRITZ. At Ligna, the Company presented the new PM30-6<br />
pelletizer, the latest version of the PM30-5. A piece of equipment developed specifically to work with biomass, not only from wood but<br />
from other materials, with more productive capacity and less maintenance. Luiz Paulo da Cunha, EPC Sales Team Leader for the Company,<br />
stressed that ANDRITZ supplies individual machines, as well as supplying complete plants including construction and assembly. “We were<br />
able to deliver according to the condition that the customer defines for their project, whether for a small, medium, or large market,” says<br />
da Cunha.<br />
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53
INOVAÇÃO<br />
O<br />
crescimento do número de indústrias<br />
que produzem pellets é uma realidade<br />
no Brasil. Se há 10 anos não chegava<br />
há uma dezena, hoje são ao menos 60<br />
empresas registradas como peletizadoras no país, e<br />
o mercado está em crescimento. Apesar da madeira<br />
ser uma matéria-prima importante para o processo<br />
de pellet, é possível fazer o produto utilizando<br />
outros materiais.<br />
Especializada em comercialização e instalação<br />
de equipamentos para biomassa de madeira a JSIC<br />
Comex, empresa sediada em Curitiba (PR), recentemente<br />
comercializou uma de suas máquinas para<br />
produção de pellets a partir da casca de arroz. A<br />
experiência foi com a UTE São Borja (Usina Termoelética<br />
de Energia), no Rio Grande do Sul, que no<br />
desenvolvimento de pesquisas para encontrar o<br />
carbeto de silício, chegou ao pellet.<br />
ECONOMIA CIRCULAR<br />
A produção de pellets com casca de arroz acontece<br />
na região responsável pela produção de 70%<br />
do arroz consumido no Brasil, onde está instalada<br />
a UTE São Borja. A usina gera energia a partir da<br />
54 www.REVISTABIOMAIS.com.br
casca de arroz desde 2011. São necessárias 96 mil<br />
toneladas por ano de casca de arroz para o funcionamento<br />
da termoelétrica que tem capacidade de<br />
produção de 12,3 MW (megawatts), o suficiente<br />
para abastecer uma cidade de 80 mil habitantes.<br />
Como há excedente da matéria-prima a empresa<br />
vem desenvolvendo pesquisas para produção<br />
de carbeto de silício, e no meio deste processo<br />
surgiu o pellet. “Buscamos alternativa para usar o<br />
excedente da casca de arroz, e nossa intenção é<br />
desenvolver o carbeto de silício. E nesse processo,<br />
fizemos uma mistura com areia pesada e surgiu o<br />
pellet”, conta Mário Fernandez, gerente industrial<br />
da UTE São Borja.<br />
O que acabou surgindo meio por acaso, na<br />
busca pelo desenvolvimento do carbeto de silício,<br />
acabou se tornando um novo produto que foi<br />
colocado no mercado com o nome Bioátomos. “Já<br />
existe negociações em andamento para comercialização<br />
do pellet. É um exemplo totalmente de<br />
"Já existem negociações<br />
em andamento para<br />
comercialização do pellet.<br />
É um exemplo totalmente<br />
de economia circular,<br />
economia verde. Estamos<br />
no centro do eixo de<br />
produção de arroz no Rio<br />
Grande do Sul, utilizando a<br />
matéria-prima que temos<br />
como excedente"<br />
Mário Fernandez, gerente industrial<br />
da UTE São Borja<br />
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REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />
55
INOVAÇÃO<br />
"A JSIC está na frente de<br />
projetos que devem, nos<br />
próximos meses, testar<br />
casca de amendoim, caroço<br />
de açaí, bagaço de canade-açúcar,<br />
casca de soja,<br />
entre outros materiais para<br />
produção de pellets"<br />
Dalclis Azevedo, gerente da JSIC<br />
economia circular, economia verde. Estamos no<br />
centro do eixo de produção de arroz no Rio Grande<br />
do Sul, utilizando a matéria-prima que temos<br />
como excedente”, comenta Mário. Como ainda há<br />
excedente de casca de arroz, as experiências dos<br />
profissionais da UTE para chegar ao carbeto de<br />
silício continuam.<br />
DIFERENTES MATERIAIS<br />
“Não há necessidade de alterações na máquina.<br />
Para a fabricação de pellets de casca de arroz foi<br />
apenas necessário encontrar a matriz que melhor<br />
se adapta à matéria-prima, nesse caso a matriz foi<br />
com taxa de 5.6”, explica Dalclis Azevedo, gerente<br />
da JSIC, responsável pelo equipamento adquirido<br />
56 www.REVISTABIOMAIS.com.br
pela UTE, uma peletizadora - 180 cv (cavalo-vapor)<br />
para produção acima de 1.5 TPH (toneladas por<br />
hora).<br />
Conforme Dalclis, a mesma máquina pode peletizar<br />
várias matérias-primas o que vai mudar é a<br />
taxa da matriz, e em alguns processos pode mudar<br />
o consumo de energia que também é regulável.<br />
“Em um ou dois dias no máximo conseguimos determinar<br />
qual matriz vai peletizar a matéria-prima<br />
em questão”, disse o gerente. “A JSIC está na frente<br />
de projetos que devem, nos próximos meses, testar<br />
casca de amendoim, caroço de açaí, bagaço de cana-de-açúcar,<br />
casca de soja entre outros materiais<br />
para produção de pellets”, destaca Dalclis, salientando<br />
que é possível usar vários materiais para<br />
peletizar. “Mas é preciso levar em conta algumas<br />
variáveis como: poder calorífico da matéria-prima,<br />
aceitação do mercado consumidor, custo de operação<br />
e quantidades”, explicou.<br />
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57
ARTIGO<br />
MAPEAMENTO DOS PROBLEMAS<br />
ASSOCIADOS À GERAÇÃO E<br />
TRATAMENTO DAS CINZAS NA<br />
COMBUSTÃO DA<br />
BIOMASSA FLORESTAL<br />
EM CALDEIRA<br />
FOTOS DIVULGAÇÃO<br />
58 www.REVISTABIOMAIS.com.br
MARTHA ANDREIA BRAND<br />
UESC (Universidade do Estado de Santa Catarina) - Lages (SC)<br />
RENY ALDO HENNE<br />
Centro Universitário Unifacvest, Lages (SC)<br />
VIVIANE APARECIDA SPINELLI SCHEIN<br />
UESC (Universidade do Estado de Santa Catarina) - Lages (SC)<br />
EDERSON RODRIGUES PEREIRA<br />
Pilar Produtos Agroecológicos, Bom Retiro (SC)
ARTIGO<br />
RESUMO<br />
O<br />
s problemas relacionados à combustão da<br />
biomassa e o seu impacto sobre a eficiência<br />
das caldeiras dependem das características do<br />
combustível e do projeto e operação dos equipamentos.<br />
Assim, este estudo teve como objetivo mapear<br />
os problemas associados à geração, coleta e tratamento<br />
das cinzas da biomassa florestal queimada em caldeiras<br />
industriais. O estudo foi realizado em uma usina termelétrica<br />
que gera 28 MW/hora (megawatt por hora) e usa biomassa<br />
florestal como combustível. Foram feitas três coletas de cavacos<br />
de madeira, antes da entrada na fornalha da caldeira<br />
e em quatro locais de passagem de cinzas na caldeira, onde<br />
ocorre o tratamento e recolhimento para disposição final<br />
deste resíduo da biomassa. Parte do mix de biomassa foi<br />
calcinado em laboratório para comparação entre os pontos<br />
de amostragem com as propriedades da biomassa. As propriedades<br />
analisadas foram: composição química elementar<br />
inorgânica; teste de fusão das cinzas e a potencialidade de<br />
ocorrência de problemas por meio dos índices de: R (deposição<br />
das cinzas); Rs (escória); Fu (incrustação); Sr (viscosidade)<br />
e Al (álcali). Os compostos presentes em maior concentração<br />
nas cinzas foram os Si (óxidos de silício), Al (alumínio), Fe<br />
(ferro), Ca (cálcio), K (potássio) e Mg (magnésio). A temperatura<br />
de fusão das cinzas foi entre 1261°C (graus Celsius)<br />
e 1385°C. O mapeamento dos problemas apontou baixos<br />
riscos de formação de escória e viscosidade. O índice de<br />
incrustação foi alto para o decantador (0,69) e o readler teve<br />
médio potencial de viscosidade (1,11). A formação de álcali<br />
ocorreu no readler e decantador, provocando corrosões<br />
nestes pontos. Os cálculos dos índices de deposição foram<br />
capazes de expressar os problemas que ocorrem na queima<br />
da biomassa florestal em caldeira.<br />
Kennedy (2005) destacaram a importância de se questionar:<br />
quais problemas podem ser gerados pelos resíduos e cinzas<br />
durante a combustão do combustível em caldeira?<br />
De forma geral, os problemas gerados pelas cinzas na<br />
combustão da biomassa em caldeiras estão relacionados<br />
com: (1) a formação de aglomerados de cinzas parcialmente<br />
fundida, e sua influência sobre a deposição na grelha e de<br />
escória em altas temperaturas, devido a problemas de manuseio,<br />
defluidização, condições de combustão inadequadas<br />
e remoção de cinzas; (2) em zonas de baixa temperatura,<br />
formação de depósitos de cinzas nas superfícies de troca<br />
de calor em caldeiras com secções convectivas; (3) corrosão<br />
acelerada; (4) erosão do metal onde ocorre a passagem<br />
dos gases, em função da emissão de cinzas em aerossol; (5)<br />
acúmulos e posterior desprendimento e queda de depósitos<br />
da parte superior da caldeira, representando riscos aos<br />
componentes do sistema de combustão (Sommersacher et<br />
al., 2011; Lamberg et al., 2013; Nunes et al., 2016).<br />
Os tipos de problemas e o seu efeito sobre a eficiência<br />
das caldeiras depende das propriedades do combustível<br />
(principalmente a composição química inorgânica e o teor<br />
de cinzas), bem como do projeto construtivo e operação do<br />
equipamento (Cherney; Verma, 2013). Os compostos inorgânicos,<br />
que constituem a composição química das cinzas,<br />
INTRODUÇÃO<br />
Quando uma partícula de combustível queima, em<br />
função das elevadas temperaturas, o equilíbrio da fração<br />
inorgânica da cinza ocorre devido a passagem desta por várias<br />
transformações físicas e químicas simultâneas (Abraham<br />
et al., 2013; Nunes et al., 2016). Assim, as partículas de cinza<br />
são resultado de processos de evaporação, precipitação,<br />
separação, coalescência e nucleação, tendo um amplo range<br />
de composição, forma e tamanho. No entanto, esses fenômenos<br />
dependem de vários fatores, como composição do<br />
combustível e morfologia, tempo de residência do combustível<br />
e temperatura de combustão durante a queima (Nunes<br />
et al., 2016).<br />
Alguns problemas estão associados à combustão de<br />
qualquer combustível. Em função disso, Capehart, Turner e<br />
60 www.REVISTABIOMAIS.com.br
se apresentam na biomassa como óxidos alcalinos e sais e<br />
estão relacionados aos problemas de deposição, aglomeração<br />
e corrosão nas superfícies de transferência de calor da<br />
caldeira (Werther et al., 2000). Além da composição da cinza,<br />
também os parâmetros térmicos, físicos e químicos locais<br />
influenciam a deposição de partículas de cinzas nas superfícies<br />
de troca de calor e paredes refratárias das caldeiras e a<br />
formação de fases fundidas (Masiá et al., 2007).<br />
MATERIAL E MÉTODOS<br />
A biomassa e as cinzas utilizadas neste estudo foram<br />
coletadas em uma termelétrica (produção de 28MW/hora),<br />
localizada em Lages (SC) - (27°48’34.5”S 50°22’34.9”W).<br />
O combustível utilizado na usina é composto de 70% de<br />
cavaco, 25% de serragem e 5% de casca, destopos e toretes,<br />
originários de plantios florestais e indústrias de transformação<br />
mecânica da madeira. As espécies que compõem a<br />
biomassa são pinus (99,5%) e eucalipto (0,5%). O consumo<br />
médio de cavacos é de 58 t/h, com 50% de umidade (base<br />
úmida). As temperaturas na câmara de combustão são em<br />
torno de 800 a 1000°C.<br />
A parte da usina destinada à geração do vapor é composta<br />
por fornalha, caldeira, superaquecedor, economizador<br />
e aquecedor de ar. A biomassa queima na fornalha, que tem<br />
6 locais de alimentação do biocombustível na sua parte<br />
frontal. Foi coletada a biomassa, antes da entrada na câmara<br />
de combustão. A mistura queimada era constituída de<br />
cavacos, serragem e casca, com umidade de 60,14% (base<br />
úmida). Na câmara de combustão, o sistema de queima é<br />
composto por grelha fixa, onde o combustível queima em<br />
uma camada com 30-40 cm (centímetros).<br />
Durante o processo de combustão, as cinzas pesadas<br />
são recolhidas no fundo da fornalha por meio de um selo<br />
d’água e recolhida pelo readler. Neste ponto foi coletada a<br />
amostra de cinzas com maior nível de contaminação, como<br />
fragmentos de pedras, areia e cavacos parcialmente carbonizados,<br />
com umidade entre 37-38% (base úmida). As cinzas<br />
leves são levadas juntamente com os gases, em direção aos<br />
superaquecedores, na parte superior da fornalha. Após este<br />
ponto, as cinzas passam pela tremonha, que é um duto onde<br />
também há a extração de cinzas. Neste ponto foi coletada<br />
uma amostra de cinzas leves, por se tratar de material com<br />
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REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />
61
ARTIGO<br />
Os problemas associados à<br />
combustão da biomassa em<br />
caldeiras de grande porte<br />
variam nos diferentes pontos<br />
de transporte e de tratamento<br />
das cinzas<br />
menor granulometria (
A temperatura de fusão das cinzas foi alta em todos<br />
os pontos de amostragem, reduzindo a probabilidade de<br />
ocorrência de problemas derivados da deposição das cinzas<br />
na caldeira. No entanto, as oscilações observadas nos parâmetros<br />
de operação da usina aumentaram o potencial de<br />
ocorrência de problemas associados à queima da biomassa.<br />
De forma geral, os problemas associados à combustão<br />
da biomassa em caldeiras de grande porte variam nos<br />
diferentes pontos de transporte e de tratamento das cinzas.<br />
As condições de operação da caldeira têm importante<br />
influência nas alterações da temperatura de fusão das cinzas<br />
e agravamento dos problemas relacionados aos índices de<br />
deposição.<br />
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REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />
63
AGENDA<br />
JUNHO 2023<br />
ENASE (ENCONTRO NACIONAL DE<br />
AGENTES DO SETOR ELÉTRICO) 2023<br />
Data: 21 a 22<br />
Local: Rio de Janeiro (RJ)<br />
Informações: www.enase.com.br<br />
DESTAQUE<br />
AGOSTO 2023<br />
FENASUCRO & AGROCANA<br />
Data: 15 a 18<br />
Local: Sertãozinho (SP)<br />
Informações: www.fenasucro.com.br<br />
SETEMBRO 2023<br />
VII FÓRUM COGEN<br />
Data: 20<br />
Local: São Paulo (SP)<br />
Informações: https://www.cogen.com.br/<br />
CONGRESSO ECOENERGY 2023<br />
Data: 20 a 22 de Setembro<br />
Local: São Paulo (SP)<br />
Informações: https://congressoecoener<br />
gy.com.br/<br />
OUTUBRO 2023<br />
360SOLAR<br />
Data: 26 e 27<br />
Local: Florianópolis (SC)<br />
Informações: https://360solar.com.br/<br />
Um dos maiores congressos do setor de energia<br />
solar, eólica, biomassa, GTDC e outras energias<br />
limpas e renováveis, o Congresso Ecoenergy 2023<br />
– Congresso Brasileiro de Geração de Energia<br />
Renovável, traz para este ano assuntos de extrema<br />
relevância para debater e analisar os desafios, as<br />
tendências e os avanços tecnológicos para o setor<br />
de geração de energia renovável no Brasil, e proporcionar<br />
um ambiente estratégico de discussões<br />
com o objetivo de incentivar a busca constante<br />
por inovação aos desafios tecnológicos do setor.<br />
64 www.REVISTABIOMAIS.com.br
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04 DE DEZEMBRO - CURITIBA (PR)<br />
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OPINIÃO<br />
Foto: divulgação<br />
COMO FAZER PREVISÕES<br />
PARA O VAREJO EM UM<br />
MUNDO IMPREVISÍVEL<br />
T<br />
er uma gestão eficiente da cadeia de suprimentos sempre<br />
foi um aspecto crucial da operação de empresas de<br />
varejo e bens de consumo. Mas garantir essa eficiência,<br />
assim como mitigar os vários desafios que afetam essa<br />
área tão crítica do negócio, se tornará algo ainda mais complexo<br />
ao longo de 2023. Neste ano, as organizações precisam que<br />
suas cadeias sejam capazes de atravessar grandes rupturas,<br />
como tensões geopolíticas, mudanças macroeconômicas bruscas,<br />
desastres naturais e ataques cibernéticos.<br />
COMO ESTAR PREPARADO PARA AQUILO QUE AINDA<br />
NEM CONHECEMOS, EM UM MUNDO TÃO IMPREVISÍVEL?<br />
A boa notícia é que alguns avanços tecnológicos podem<br />
ajudar as empresas a se antecipar às mudanças súbitas do<br />
mercado e a responder rapidamente às necessidades que ainda<br />
vão surgir. Mas o jogo ainda não está ganho: muitas organizações<br />
sofrem para adotar as ferramentas necessárias, embora<br />
elas já estejam disponíveis no mercado. Mais do que um desafio<br />
tecnológico, este é um problema cultural, que foi escancarado<br />
durante a pandemia do coronavírus.<br />
Não é novidade que esse período expôs lacunas na capacidade<br />
das empresas de varejo e bens de consumo de prever<br />
e planejar a demanda com eficiência, à medida que os consumidores<br />
mudaram rapidamente seus padrões de compra.<br />
As empresas devem ser capazes de reagir em tempo real para<br />
gerenciar imprevistos relacionados à sua cadeia de suprimentos<br />
se quiserem se manter competitivas e proteger sua fatia de mercado.<br />
Para isso, precisam se tornar cada vez mais data-driven,<br />
algo que ainda está longe de ser realidade.<br />
Em termos de tecnologia, uma tendência muito relevante<br />
nesse segmento é o uso de gêmeos digitais, ou digital twins. O<br />
termo se refere a réplicas virtuais de objetos físicos, processos<br />
ou sistemas que podem ser usados para simular e analisar eventos.<br />
Na gestão da cadeia de suprimentos, essa abordagem pode<br />
desempenhar um papel importante na melhoria da eficiência,<br />
visibilidade e agilidade. Esses sistemas funcionam de forma<br />
similar a um APP como waze, que digitalmente dá diferentes<br />
rotas e opções para chegar a um destino.<br />
Além disso, é possível também reduzir custos e aumentar a<br />
eficiência no processo de criação de produtos na indústria de<br />
bens de consumo com os gêmeos digitais. E casos de uso vêm<br />
se tornando cada vez mais frequentes. Um dos nossos clientes<br />
têm usado digital twins para transformar a maneira como<br />
desenvolve um sabão de lavar roupas. Desde a cor utilizada no<br />
líquido até os componentes do produto podem ser criados e<br />
modificados em um verdadeiro laboratório digital que leva em<br />
conta dados reais.<br />
E os avanços não param por aí. Em um país com dimensões<br />
continentais como o Brasil, ter visibilidade em tempo real da<br />
cadeia de suprimentos, conectando os dados com sistemas de<br />
demand planning, pode ser um grande diferencial. Hoje já é<br />
possível rastrear, gerenciar, medir e otimizar cada etapa dessa<br />
jornada enquanto ela ocorre, utilizando essas informações para<br />
tornar as previsões de demanda ainda mais precisas.<br />
O fato é que os varejistas já sabem como uma compra vai da<br />
matéria-prima para a prateleira de uma loja ou para a porta do<br />
consumidor, mas não têm uma visibilidade de toda a cadeia de<br />
suprimentos, muito menos em tempo real. A previsão e o monitoramento<br />
da demanda, bem como o uso de gêmeos digitais,<br />
são tendências tecnológicas relevantes na gestão da cadeia de<br />
suprimentos, e empresas precisam ultrapassar as barreiras culturais<br />
para adotar os recursos mais avançados de uso de dados<br />
para a tomada de decisão.<br />
Por Cristian Figueroa,<br />
diretor de varejo e bens de consumo do SAS para Latam<br />
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