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UMA ANÁLISE SOBRE AS IMPLICAÇÕES DO USO INSTITUCIONAL DE REGISTROS FOTOGRÁFICOS AMADORES DE
FLAGRANTES POLICIAIS NOS SÍTIOS DA POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE GOIÁS E G1 GOIÁS1
tuado, outras menos perceptíveis. A assinatura institucional nos
créditos das fotografias, divulgação PM, faz com que a instituição
PMGO aceite e seja responsável por aquela fotografia,
tanto para interpretações positivas quanto para negativas dos
leitores das imagens.
Em relação à análise estética pela semiótica, percebe-se que
não há uma preocupação plástica acentuada nas imagens, pois
muitas delas não estão em equilíbrio, com traços assimétricos
que prejudicam a leitura e interpretação.
Sobre o lado ético, o portal da polícia se mostrou preocupado
com a não divulgação explicita da identidade do suspeito.
O G1 indica também esse nível de preocupação e exibiu o
preso apenas quando ele estava de costas para a câmera, nas
demais ocorrências escolheu não publicar as imagens, nem
editá-las. A exposição da pessoa presa ocorre da Assessoria de
Comunicação, PM5, por meio de grupos de compartilhamentos
privados, para os meios de comunicação e eles decidem
como vão publicar estas imagens.
O formato de veiculação das matérias da PMGO é jornalístico,
no entanto, a maneira como são realizadas as fotografias
e o tratamento técnico-profissional são institucionalizados e
essa comunicação institucional, segundo Monteiro, (2003, p.
149), ao ser veiculada para terceiros se torna uma “prestação
de contas para a sociedade”. Por esta razão, a preocupação dos
policiais militares em quase todas as imagens é em destacar a
logomarca da instituição e de alguma forma “assinar” aquela
fotografia com alguma referência do órgão, pois quase todas
as imagens analisadas há alguma referência à logomarca da
instituição e de suas unidades.
A parcialidade da visão do policial militar na elaboração
da fotografia é percebida nas fotografias e o site G1, em suas
escolhas editoriais fotográficas e tratamentos técnicos profissionais
buscam desassociar a marca da PMGO das matérias
analisadas, pois quando a logomarca está em muita evidência,
a fotografia não é escolhida e nem publicada.
Na conclusão das análises imagéticas, além das deficiências
técnicas, estéticas e éticas na produção, tratamento e divulgação
das fotografias amadoras por parte da PMGO, captamos
que a percepção de realidade do profissional de segurança
pública e a promoção institucional se fazem muito presentes
no ato fotográfico.
Dicotômico a questão do policial retratar através de uma
fotografia jornalística seu próprio ato. Pois de um lado ele
é a fonte primária da notícia e consegue de forma rápida
capturar imagens e noticiar o fato, mas de outro lado, como
analisado, ele deixa uma visão institucionalizada. O tratamento
técnico profissional realizado pela PM5, deixa o trabalho
ainda mais institucionalizado, aplicando mais logomarcas nas
fotomontagens.
O amadorismo fotográfico que pode apresentar ruídos
comunicacionais em seus aspectos: técnicos (desfocada, mal
enquadrada, com uma angulação não definida); semióticos
(com vários elementos que causam pregnância baixa na estética
e com dificuldade leitura visual) e; éticos (com problemas de
excessos de manipulação nas imagens, direitos de imagem e
direitos autorais) podem gerar uma imagem de desorganização.
Pelo fato de nem toda imagem elaborada por um policial
militar em serviço operacional conter técnicas elaboras de
fotografia, pregnância alta e preocupações éticas, pode gerar
no leitor da site da PMGO e, consequentemente, no leitor dos
portais de notícias que utilizam essas imagens, a exemplo o G1
Goiás, uma ideia de inconstância em unidade comunicacional
da instituição.
Apesar da quantidade de imagens analisadas ser apenas
uma amostragem do que é produzido diariamente em fotografias
amadoras pela PMGO (e nesta adaptação do artigo
uma quantidade mais reduzida ainda), as leituras imagéticas e
a não padronização institucional, podem criar vários discurso
em um mesmo órgão institucional e uma imagem fotográfica
incompatível com o formato proposto pelo fotojornalismo.
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