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UMA ANÁLISE SOBRE AS IMPLICAÇÕES DO USO INSTITUCIONAL DE REGISTROS FOTOGRÁFICOS AMADORES DE
FLAGRANTES POLICIAIS NOS SÍTIOS DA POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE GOIÁS E G1 GOIÁS1
jornalísticos locais. A prática de fotografar os flagrantes delito
está na cultura organizacional da PMGO, não havendo uma
determinação por documento oficial para esta prática.
Este artigo levantará discussão bibliográfica sobre fotojornalismo
e pontos específicos dessa prática, analisando
especificamente categorias técnicas, semióticas e éticas das
fotografias amadoras e o posterior tratamento técnico-profissional-jornalístico
delas, tanto da PMGO, quanto do site de
notícias G1 Goiás, escolhido neste trabalho para representar
os websites locais.
Fotos de uma ocorrência envolvendo flagrante delito em
março de 2017, cuja produção fotográfica foi realizada por
algum policial militar de serviço operacional, serão analisadas
segundo os critérios do parágrafo anterior. Posterior a esta
etapa, elas serão novamente exploradas pós-tratamento dos
dois portais da web em suas respectivas publicações oficiais.
Com esta análise metodológica espera-se saber até que
ponto a fotografia amadora realizada por policiais militares têm
valor jornalístico. Deste modo, o objetivo empírico é discutir
o que define a fotografia como sendo do gênero jornalístico,
e as relações que as fotos amadoras da PMGO têm com este
conceito em seu site oficial, assim como em um sítio de notícias
que também utiliza a fotografia amadora.
Partiu-se da hipótese de que a foto não profissional realizada
pelo policial no exercício da atividade policial não tem
valor jornalístico e sim um valor institucional, que é reforçado
após o tratamento para publicação do site PMGO. Presume-
-se também que o website G1 Goiás trata a imagem com o
intuito de deixá-la menos institucionalizada e mais jornalística.
1. CATEGORIAS DE ANÁLISE DO FOTOJORNALISMO
1.1 NOVAS TECNOLOGIAS E A TÉCNICA DE FOTOJORNALISMO
Inicialmente, antes de conhecer as revisões bibliográficas
sobre as técnicas de fotojornalismo cabe a este estudo discorrer
sobre fotografia amadora. Almeida (2006), em sua tese de
mestrado, expõe o amador como sendo um indivíduo que
busca conhecimento e realiza uma atividade sem necessariamente
a exercer como profissão.
Na fotografia, com a popularização de câmeras fotográficas,
houve também o aumento do interesse por parte da população,
muitos de maneira não profissional. Tendo como exemplo, uma
marca famosa de maquinário fotográfico, especificamente em
[...]1888 saiu a primeira câmera kodak 100 vistas com rolo
de papel. A máquina vendia-se carregada e, uma vez impressionadas
as cem vistas, o fotógrafo mandava a câmara para
a fábrica, onde se processava o rolo e se devolvia ao cliente
a câmera novamente carregada, acompanhada do negativo
revelado e das cópias positivas. (SOUGEZ, 2001, p. 147)
Com o passar do tempo as máquinas fotográficas amadoras
ficaram menores, mais leves, mais automatizadas, com mais
recursos e passaram da categoria analógica para a digital.
Atualmente, as câmeras fotográficas migraram para aparelhos
celulares, convergência tecnológica do telefone, da máquina
fotográfica, do computador e da internet em um só aparelho.
Essa convergência “representa uma transformação cultural,
à medida que os consumidores são incentivados a procurar
novas informações e fazer conexões em meio a conteúdos
midiáticos dispersos” (JENKINS, 2006, p. 26).
A partir do momento em que o fotógrafo amador pôde
divulgar suas imagens com mais rapidez ele intensificou o
processo pós-fotográfico, que, consoante Santaella, 2005, é
um paradigma referente às imagens sintéticas e infográficas
(virtuais), pré-modelizadas e matematicamente elaboradas
através do computador. Percebe-se a importância da fotografia
nessa interpretação à medida que ela é o parâmetro para a
existência de um pré-fotográfico e um pós-fotográfico.
Por mais que a tecnologia de câmeras amadoras mais modernas,
inclusive às embutidas em aparelhos celulares, possam
fazer com que as fotos se aproximem de uma estética profissional,
há diferenciações perceptíveis. Gerard Goggin (2006, p.
153) discorre que a fotografia produzida por aparelhos celulares
ainda será reconhecida como um importante lugar no cenário
da fotografia digital e cultura visual. No entanto, ele reputa
que suas dinâmicas estéticas e culturais ainda são precárias.
Vale salientar que há um ponto convergente da fotografia
amadora e da fotografia profissional jornalística que é
uma extensão da nossa capacidade de olhar e constitui
uma técnica de representação da realidade que, pelo seu
rigor e particularismo, se expressa através de uma linguagem
própria e inconfundível. Sendo a participação do autor (fotógrafo)
balizada por uma técnica completamente vinculada às
especialidades de uma determinada realidade, a foto resultante
pode traduzir com bastante rigor a evidência dessa realidade.
(GURAN, 1999, p.15)
Ao fazer essa comparação, nota-se que na fotografia há a
concepção de realidade de quem realiza o retrato, sendo um
canal entre o acontecimento e o receptor da imagem, “a fotografia
jornalística fixa um acontecimento e as suas impressões.
O fotografo é relator desse acontecimento: o intermediário
visual entre a notícia e o público” (LIMA, 1989, p.5)
O fotojornalismo, segundo Sousa (2004) não é um gênero
tão fácil de delimitar, pois há muitos agentes realizando esse
tipo de trabalho e desta maneira começam a ocorrer divergências
nas técnicas, expressões e pontos de vista.
No entanto, ele esclarece definições de fotojornalismo que
a conceituam em: restrita, em que este é definido como uma
atividade de “informar, contextualizar, oferecer conhecimento,
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