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Entrevista presidente da FIERO destaca a importância da indústria madeireira na região Amazônica<br />

RASTREABILIDADE<br />

RESPONSÁVEL<br />

INSTITUIÇÃO TEM ATUADO FIRME PELA VALORIZAÇÃO<br />

DAS ATIVIDADES DA CADEIA PRODUTIVA DA MADEIRA<br />

NATIVA DE FORMA SUSTENTÁVEL<br />

RESPONSIBLE<br />

TRACEABILITY<br />

AN INSTITUTION HAS ACTED DECISIVELY FOR<br />

THE VALORIZATION OF THE SUSTAINABLE<br />

NATIVE TIMBER PRODUCTIVE CHAIN


SAALASTI: NOVO PARCEIRO INTERNACIONAL COM MAIS DE 40 ANOS DESENVOLVENDO<br />

MÁQUINAS, SOLUÇÕES E A ECONOMIA CIRCULAR DAS INDÚSTRIAS BIOENERGÉTICAS<br />

Garantindo alta tecnologia, confiabilidade e eficiência<br />

Ampla experiência e trabalho<br />

pioneiro de desenvolvimento contínuo<br />

para o processamento de biomassa<br />

Prensa SP1803<br />

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DE ELEVADA EFICIÊNCIA ENERGÉTICA<br />

PARA BIOMASSAS À BASE DE FIBRAS<br />

As soluções de desidratação mecânica Saalasti são até 30 vezes<br />

mais eficientes em termos energéticos do que a secagem térmica.<br />

As soluções de última geração são adequadas para a maioria das biomassas à<br />

base de madeira, reduzindo significativamente a energia de secagem.<br />

H₂O<br />

H₂O<br />

2,22 toneladas<br />

55%<br />

1,22t<br />

1,22 t * 50%<br />

= 0,61 t H₂O fora<br />

38%<br />

0,61t<br />

Recebido como<br />

CAVACO DE MADEIRA<br />

Cavaco de madeira=<br />

biomassa seca e água<br />

Biomassa<br />

Seca<br />

45%<br />

1t<br />

Cavaco de<br />

madeira<br />

expremido<br />

na Prensa<br />

Saalasti 1803<br />

Biomassa<br />

Seca<br />

45%<br />

1t<br />

Energia utilizada para<br />

remover 1m³ de água<br />

Secagem<br />

térmica<br />

700–1000<br />

kw/h<br />

Prensa<br />

Saalasti 1803<br />

30–50<br />

kw/h<br />

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EQUIPAMENTOS BENECKE<br />

Neste ano a Benecke completa 70 anos, investindo em tecnologia para<br />

entregar aos clientes o que há de mais moderno, tecnológico e<br />

produtivo.<br />

Mais de 5.400<br />

equipamentos instalados<br />

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técnica da Benecke<br />

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vácuo de Lâminas<br />

Juntadeira de Lâminas<br />

Restauradora de Lâminas<br />

GARANTIA DAS<br />

MELHORES SOLUÇÕES


SUMÁRIO<br />

INDUSTRIAL<br />

60<br />

2023<br />

42<br />

52<br />

48<br />

MADEIRA<br />

ANUNCIANTES DA EDIÇÃO<br />

Benecke 04<br />

Biesse 21<br />

Burntech 29<br />

Bruno <strong>Industrial</strong> 09<br />

Cipem 41<br />

Contraco 31<br />

DRV Ferramentas 11<br />

Engecass 17<br />

Fimma Brasil 39<br />

Impacto 19<br />

Indumec 27<br />

Mendes Máquinas 02<br />

Mill Indústrias 68<br />

Montana Química 07<br />

MSM Química 35<br />

MSP <strong>Industrial</strong> 67<br />

Nazzareno 23<br />

Omil 15<br />

Prêmio REFERÊNCIA 51<br />

Rotteng 13<br />

Termobio 37<br />

Termolegno 25<br />

SUMÁRIO<br />

08 Editorial<br />

10 Cartas<br />

12 Bastidores<br />

14 Notas<br />

28 Aplicação<br />

30 Frases<br />

32 Entrevista<br />

40 Coluna ABIMCI<br />

42 Principal Os desafios do setor florestal<br />

48 Evento<br />

52 Estudo<br />

56 Inauguração<br />

60 Artigo<br />

64 Agenda<br />

66 Espaço Aberto<br />

06<br />

referenciaindustrial.com.br MAIO 2023


08<br />

EDITORIAL<br />

VALORIZAÇÃO<br />

DA CADEIA<br />

PRODUTIVA<br />

A<br />

nova edição da Revista REFERÊNCIA MA-<br />

DEIRA INDUSTRIAL destaca a atuação do<br />

Cipem (Centro das Indústrias Produtoras<br />

e Exportadoras de Madeira do Estado de<br />

Mato Grosso), importante instituição que<br />

tem atuado firmemente na defesa da produção florestal<br />

brasileira de mata nativa para vencer as dificuldades da<br />

atividade. O presidente do Cipem destaca que o principal<br />

problema é mudar a imagem do setor, que apesar de aplicar<br />

modernas técnicas de manejo, ainda sofre com o preconceito.<br />

Na entrevista, o presidente da Fiero (Federação<br />

das Indústrias do Estado de Rondônia), Marcelo Thomé<br />

da Silva de Almeida, fala sobre a necessidade de se valorizar<br />

mais o setor industrial da região amazônica, e sobre a<br />

criação do Instituto Amazônia+21. A edição também traz<br />

reportagens sobre a realização da FIMMA Brasil no próximo<br />

mês de agosto, a produção da madeira serrada no<br />

Brasil, além de informações sobre marcenaria, economia e<br />

políticas do setor. Tenha uma ótima leitura!<br />

VALUE OF THE CHAIN<br />

PRODUCTIVE<br />

T<br />

he new REFERÊNCIA Madeira <strong>Industrial</strong> issue<br />

highlights the performance of the State of<br />

Mato Grosso Center of Timber Producer and<br />

Exporters (Cipem). This important institution<br />

has resolutely acted in defense of Brazilian<br />

native forest production to overcome the difficulties of<br />

the activity. The Cipem President points out that the main<br />

problem is to change the Sector’s image, which despite<br />

applying modern management techniques, still suffers<br />

from prejudice. In the interview, Marcelo Thomé da Silva<br />

de Almeida, President of the State of Rondônia Federation<br />

of <strong>Industrial</strong> Companies (Fiero), talks about the need<br />

to give more value to the <strong>Industrial</strong> Sector of the Amazon<br />

Region and about the creation of the Instituto Amazônia+21.<br />

This issue also has stories on Fimma Brazil to be<br />

held next August, on the production of sawn wood, and<br />

information on woodworking, the economy, and policies<br />

for the Sector. Peasant reading!<br />

referenciaindustrial.com.br MAIO 2023<br />

NA CAPA<br />

A CAPA DESTE MÊS DESTACA<br />

O PAPEL DO CIPEM NA DEFESA<br />

DO SETOR FLORESTAL DE<br />

MATA NATIVA QUE ENFRENTA<br />

DIVERSOS DESAFIOS.<br />

EXPEDIENTE<br />

ANO XXV - EDIÇÃO 251 - MAIO 2023<br />

A Revista da Indústria da Madeira / The Magazine for the Forest Product<br />

www.referenciaindustrial.com.br<br />

Ano XXV • Nº251•Maio 2023<br />

Entrevista presidente da FIERO destaca a importância da indústria madeireira na região Amazônica<br />

RESPONSIBLE<br />

TRACEABILITY<br />

AN INSTITUTION HAS ACTED DECISIVELY FOR<br />

THE VALORIZATION OF THE SUSTAINABLE<br />

NATIVE TIMBER PRODUCTIVE CHAIN<br />

Diretor Comercial / Commercial Director - Fábio Alexandre Machado<br />

fabiomachado@revistareferencia.com.br<br />

Diretor Executivo / Executive Director - Pedro Bartoski Jr.<br />

bartoski@revistareferencia.com.br<br />

Redação / Writing<br />

Gisele Rossi<br />

jornalismo@revistareferencia.com.br<br />

Colunista / Columnist<br />

Paulo Pupo<br />

Depto. de Criação / Graphic Design<br />

Fabiana Tokarski / Supervisão<br />

Crislaine Briatori Ferreira<br />

Guilherme Augusto Oliveira<br />

Sofia Carlesso<br />

criacao@revistareferencia.com.br<br />

Midias Sociais / Social Media<br />

Cainan Lucas<br />

Depto. Comercial / Sales Departament - Gerson Penkal - Carlos Felde<br />

comercial@revistareferencia.com.br<br />

fone: +55 (41) 3333-1023<br />

Representante Comercial - Dash7 Comunicação - Joseane Cristina Knop<br />

Tradução / Translation - John Wood Moore<br />

Depto. de Assinaturas / Subscription<br />

assinatura@revistareferencia.com.br<br />

0800 600 2038<br />

ASSINATURAS<br />

0800 600 2038<br />

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GARANTIDA GARANTEED<br />

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RASTREABILIDADE<br />

RESPONSÁVEL<br />

INSTITUIÇÃO TEM ATUADO FIRME PELA VALORIZAÇÃO<br />

DAS ATIVIDADES DA CADEIA PRODUTIVA DA MADEIRA<br />

NATIVA DE FORMA SUSTENTÁVEL<br />

A Revista REFERÊNCIA - é uma publicação mensal e independente, dirigida aos produtores e<br />

consumidores de bens e serviços em madeira, instituições de pesquisa, estudantes universitários, orgãos<br />

governamentais, ONG’s, entidades de classe e demais públicos, direta e/ou indiretamente ligados ao<br />

segmento madeireiro. A Revista REFERÊNCIA do Setor <strong>Industrial</strong> Madeireiro não se responsabiliza por<br />

conceitos emitidos em matérias, artigos ou colunas assinadas, por entender serem estes materiais de<br />

responsabilidade de seus autores. A utilização, reprodução, apropriação, armazenamento de banco<br />

de dados, sob qualquer forma ou meio, dos textos, fotos e outras criações intelectuais da Revista RE-<br />

FERÊNCIA são terminantemente proibidos sem autorização escrita dos titulares dos direitos autorais,<br />

exceto para fins didáticos.<br />

Revista REFERÊNCIA is a monthly and independent publication directed at the producers and<br />

consumers of the good and services of the lumberz industry, research institutions, university students,<br />

governmental agencies, NGO’s, class and other entities directly and/or indirectly linked to the forest based<br />

segment. Revista REFERÊNCIA does not hold itself responsible for the concepts contained in the material,<br />

articles or columns signed by others. These are the exclusive responsibility of the authors, themselves. The<br />

use, reproduction, appropriation and databank storage under any form or means of the texts, photographs<br />

and other intellectual property in each publication of Revista REFERÊNCIA is expressly prohibited without<br />

the written authorization of the holders of the authorial rights.


COMPANY EXPANDS CAPACITY IN<br />

FORMALDEHYDE AND RESINS<br />

THE PANELS MARKET<br />

Entrevista exclusiva com Juliano Vieira de Araújo, presidente reeleito da Abimci, triênio 2023-2026<br />

CARTAS<br />

A Revista da Indústria da Madeira / The Magazine for the Forest Product<br />

INVESTINDO NA CADEIA<br />

DA MADEIRA<br />

EMPRESA AMPLIA A CAPACIDADE EM<br />

PLANTA DE FORMOL E RESINAS,<br />

PARA GARANTIR EXPANSÃO NO<br />

MERCADO DE PAINÉIS<br />

INVESTING IN THE<br />

WOOD CHAIN<br />

FACTORY, TO ENSURE EXPANSION IN<br />

CAPA DA EDIÇÃO 250 DA<br />

REVISTA REFERÊNCIA INDUSTRIAL, MÊS DE MAIO DE 2023<br />

www.referenciaindustrial.com.br<br />

CARTAS<br />

GESTÃO<br />

Ano XXV • Nº250•Abril 2023<br />

ENTREVISTA<br />

Por Bianca Pereira -<br />

São Paulo (SP)<br />

Por Fernando Ávine -<br />

Santarém (PA)<br />

A ABIMCI estará em boas mãos nos próximos<br />

3 anos, com um gestor com muita experiência,<br />

Que a ABIMCI continue crescendo como nos<br />

últimos anos.<br />

Muito bom saber que<br />

o setor moveleiro tem<br />

conseguido crescer<br />

ao longo do ano. São<br />

empregos e renda<br />

gerados dentro do Brasil<br />

e que esse movimento<br />

possa continuar por muito<br />

mais tempo.<br />

Foto: Gelson Bampi<br />

Foto: Gelson Bampi<br />

Fotos: REFERÊNCIA / FLICKR FIEP<br />

EVENTO<br />

Foto: divulgação<br />

PRINCIPAL.<br />

Por Caio Mendes -<br />

Lucas do Rio Verde (MT)<br />

É sempre interessante<br />

conhecer histórias de<br />

empresas tradicionais que<br />

se destacam pelo país,<br />

como a Bonardi, de Curitiba<br />

(PR), que vem apresentando<br />

novas tecnologias.<br />

Por Gabriel Costa -<br />

Dourado (MS)<br />

A construção com madeira tem que ser<br />

cada vez mais aplicada na sociedade. Só<br />

tem vantagens e além de tudo ainda traz<br />

um charme especial para as residências.<br />

ERRATA<br />

Na última edição, na reportagem de capa da Bonardi,<br />

divulgamos que a empresa aumentou a capacidade de<br />

produção de 22 mil para 30 mil toneladas/ano, mas o correto<br />

é de 22 mil toneladas/mês para 30 mil toneladas/mês.<br />

Leitor, participe de nossas pesquisas online respondendo os<br />

e-mails enviados por nossa equipe de jornalismo.<br />

As melhores respostas serão publicadas em CARTAS. Sua opinião é<br />

fundamental para a Revista REFERÊNCIA INDUSTRIAL.<br />

E-mails, críticas e sugestões podem ser enviados para redação ou siga:<br />

jornalismo@revistareferencia.com.br<br />

CURTA NOSSA PÁGINA<br />

Referência <strong>Industrial</strong> Madeira<br />

@referenciamadeira<br />

10 referenciaindustrial.com.br MAIO 2023


OL ANÇAMENTO<br />

i<br />

do ano da drv já tem data e local:<br />

aguardem!<br />

SERRAS E FACAS INDUSTRIAIS


BASTIDORES<br />

BASTIDORES<br />

CONGRESSO<br />

DURANTE O CONGRESSO DO PINUS EM LAGES (SC), REGISTRAMOS<br />

O MOMENTO DA PARCERIA FORTE DE 23 ANOS ENTRE A EMPRESA<br />

CONTRACO E A REVISTA REFERÊNCIA.<br />

Foto: REFERÊNCIA<br />

VISITA<br />

O COMERCIAL DA REVISTA REFERÊNCIA MADEIRA INDUSTRIAL,<br />

GERSON PENKAL EM VISITA A EMPRESA IMPACTO MÁQUINAS,<br />

DE LAGES (SC), DO DIRETOR DANIEL ENGEL.<br />

Foto: REFERÊNCIA<br />

ALTA<br />

JOVENS COM<br />

EMPREGO<br />

O Paraná encerrou o mês de<br />

março com um saldo positivo<br />

de 9.360 jovens entre 18 e<br />

29 anos empregados com<br />

carteira assinada, ocupando<br />

o primeiro lugar entre os<br />

Estados no sul, segundo<br />

dados do Caged (Cadastro<br />

Geral de Empregados e Desempregados)<br />

do Ministério<br />

do Trabalho e Previdência. O<br />

desempenho é resultado de<br />

82.188 admissões de trabalhadores<br />

nesta faixa etária e<br />

72.828 demissões.<br />

BAIXA<br />

SITUAÇÃO FINANCEIRA<br />

O índice de situação financeira<br />

da pesquisa trimestral da<br />

CNI (Confederação Nacional<br />

da Indústria) Panorama da<br />

Pequena Indústria, apontou<br />

recuo nas condições financeiras<br />

das pequenas indústrias.<br />

Calculado com base na margem<br />

de lucro operacional,<br />

na situação financeira e no<br />

acesso ao crédito, o indicador<br />

caiu de 43,0 pontos para<br />

39,3 pontos na passagem<br />

do quarto trimestre de 2022<br />

para o primeiro trimestre<br />

de 2023. É o pior número<br />

trimestral desde o primeiro<br />

trimestre de 2021.<br />

12 referenciaindustrial.com.br MAIO 2023


VENHA NOS<br />

VISITAR NA


NOTAS<br />

CERTIFICAÇÃO<br />

ATERRO ZERO<br />

A Impress Decor, empresa especializada em superfícies para móveis e revestimentos, acaba de receber a certificação<br />

Aterro Zero pela KMW ECO, empresa parceira que defende a sustentabilidade na prática e é responsável pela gestão dos<br />

mais variados resíduos. Daniele Gimenes, responsável pelo setor de Safety and Environment da Impress Decor, informou<br />

que a implementação do programa teve início em 2020 e que o processo levou 3 anos até a obtenção deste reconhecimento.<br />

“Trabalhamos em busca de novas alternativas, testes ambientais, licenciamento e negociações. Só então, depois<br />

de alcançar sucesso em todas essas etapas, conseguimos garantir 100% da destinação dos resíduos para alternativas mais<br />

limpas”, explica Daniele.<br />

A finalidade do programa é eliminar a disposição dos resíduos em aterros industriais, direcionando-os para alternativas<br />

sustentáveis. Antes de participar do programa, a Impress Decor, já realizava o descarte de seus resíduos corretamente.<br />

“Com a jornada para o Aterro Zero junto à KMW EC0, o trabalho nos trouxe um olhar para diagnósticos mais aprofundados<br />

para a nossa empresa, que delimitaram estratégias mais assertivas e equilibradas com soluções integradas para a gestão<br />

de resíduos. Sempre soubemos que destinar os resíduos para alternativas sustentáveis, eliminando a destinação para aterros<br />

industriais, é fundamental. Este reconhecimento chancela nosso compromisso ambiental como empresa e sociedade e<br />

vem de encontro aos nossos valores. Afinal, fazer mais ao meio ambiente do que é exigido pela legislação, sempre foi um<br />

dos maiores comprometimentos da empresa com o planeta e com as futuras gerações.” destaca Daniele.<br />

A Impress Decor, sediada em Araucária, região metropolitana de Curitiba, teve a participação de todos os colaboradores<br />

para conquistar a certificação. Para se ter uma ideia deste trabalho, em 2022 a empresa gerou em média 3 mil toneladas/ano<br />

em resíduos sólidos nas áreas produtivas e administrativas. Neste mesmo período menos de 2% destes resíduos<br />

eram destinados para o aterro industrial, pois a empresa já estava trabalhando rumo ao Aterro Zero. Em 2023, 100% destes<br />

resíduos já estão licenciados para alternativas mais limpas.<br />

Foto: divulgação<br />

14 referenciaindustrial.com.br MAIO 2023


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NOTAS<br />

FEICON 2023 BATE RECORDE DE VISITAÇÃO<br />

A FEICON, realizada em meados de abril, em São Paulo (SP), registrou recorde de público, tornando-se uma das maiores<br />

edições de todos os tempos. O evento recebeu 102.500 visitantes, sendo 75% deles altamente qualificados e com poder de<br />

decisão sobre o processo de compras, o que consagra a FEICON como plataforma indispensável para impulsionar negócios,<br />

relacionamentos e parcerias da indústria de arquitetura e construção.<br />

“Recebemos visitantes qualificados em quatro dias de evento. Além disso, o evento ofereceu mais de 200h (horas) de<br />

conteúdo e impulsionou negócios para os expositores, batendo recorde de geração de leads. A FEICON definitivamente se<br />

consolidou como um dos eventos mais relevantes do mundo para a indústria da construção”, garante Mayra Nardy, Diretora<br />

de Portfólio da RX Brasil, promotora e organizadora da FEICON.<br />

A programação teve mais de 200h de conteúdo e permitiu ao evento apresentar um panorama abrangente de tendências,<br />

inovações, tecnologias e contextos macroeconômicos sobre toda a cadeia construtiva.<br />

Fotos: REFERÊNCIA<br />

16 referenciaindustrial.com.br MAIO 2023


NOTAS<br />

MERCADO ELEVA PROJEÇÃO<br />

DO CRESCIMENTO DA ECONOMIA<br />

A previsão do mercado financeiro para o crescimento da economia brasileira este ano subiu de 0,96% para 1%. A estimativa<br />

foi publicada no boletim Focus no início de maio, pesquisa divulgada semanalmente, em Brasília (DF), pelo BC (Banco<br />

Central) com a projeção para os principais indicadores econômicos.<br />

Para o próximo ano, a expectativa para o PIB (Produto Interno Bruto) é de crescimento de 1,41%. Em 2025 e 2026, o mercado<br />

financeiro projeta expansão do PIB em 1,8% para os 2 anos.<br />

A previsão para o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) - considerada a inflação oficial do país - também<br />

subiu: de 6,04% para 6,05% neste ano. Para 2024, a estimativa de inflação ficou em 4,18%. Para 2025 e 2026, as previsões<br />

são de 4%, para os 2 anos.<br />

A estimativa para este ano está acima do teto da meta de inflação que deve ser perseguida pelo BC. Definida pelo CMN<br />

(Conselho Monetário Nacional), a meta é 3,25% para 2023, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou<br />

para baixo. Ou seja, o limite inferior é 1,75% e o superior 4,75%. Segundo o BC, a chance de a inflação oficial superar o teto<br />

da meta em 2023 é de 83%.<br />

Foto: divulgação<br />

18 referenciaindustrial.com.br MAIO 2023


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NOTAS<br />

Foto: divulgação<br />

MAIS EMPREGOS<br />

EM SANTA CATARINA<br />

A economia catarinense criou 48,5 mil novos empregos formais, no primeiro trimestre do ano. As vagas<br />

de trabalho de Santa Catarina cresceram 2,1% em relação ao final de 2022, quase o dobro do índice<br />

nacional, que aumentou 1,2% no mesmo período. A indústria foi o setor que mais contribuiu para esse<br />

resultado, de acordo com dados do Ministério do Trabalho e Emprego, analisados pelo Observatório<br />

FIESC (Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina). “O aumento das vagas formais em Santa<br />

Catarina decorre do desenvolvimento econômico do Estado e da competitividade das nossas indústrias.<br />

Esse movimento gera oportunidades em diversos setores produtivos, contribuindo para os bons índices<br />

de empregabilidade e de renda”, comemorou Gilberto Seleme, presidente em exercício da FIESC.<br />

A indústria lidera a geração de empregos, com 25.824 novas vagas no primeiro trimestre de 2023.<br />

Em seguida, ficou o setor de serviços, com 21.052, e a agropecuária, que teve saldo de 2.639. Já o comércio<br />

fechou 1.044 vagas no período analisado. No mês passado, foram geradas 11.885 novas vagas<br />

em Santa Catarina, superando março de 2022, quando 7.247 mil postos de trabalho foram criados.<br />

20 referenciaindustrial.com.br MAIO 2023


Um showroom<br />

completo!<br />

A Biesse inaugurou o primeiro showroom na<br />

América do Sul. Localizado em Curitiba, ele conta<br />

com mais de 1.300 m² e 10 máquinas.<br />

Conheça a tecnologia Biesse e as principais<br />

tendências do mercado em um ambiente exclusivo.<br />

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NOTAS<br />

Foto: divulgação<br />

AÇÕES POLÍTICAS<br />

EM DEFESA DO SETOR DA MADEIRA<br />

Deputados do Paraná e do Rio Grande do Sul promoveram ações no último mês de abril, em defesa do setor da madeira.<br />

A Alep (Assembleia Legislativa do Paraná) realizou a primeira audiência pública sobre as: Oportunidades e Desafios do<br />

Setor Florestal Paranaense; realizada pelo Bloco Temático da Madeira. O objetivo do encontro foi promover o amplo debate<br />

a respeito do setor produtivo, políticas públicas e desenvolvimento sustentável. O presidente do Bloco Parlamentar da Madeira,<br />

deputado Artagão Júnior (PSD), comentou que a audiência pública foi positiva porque contou com diversos atores do<br />

setor produtivo e também com representantes do Poder Público, que tem a responsabilidade da fiscalização e da realização<br />

de políticas públicas. “O que ficou evidente aqui neste evento, ao contrário do que a sociedade imagina, é que quando a<br />

gente fala do setor florestal, da floresta plantada, temos um segmento, até por exigência das certificações internacionais,<br />

com um compromisso muito acima do convencional no sentido da preservação e da sustentabilidade”, esclareceu Artagão.<br />

A segunda ação em prol do setor foi a instalação da Frente Parlamentar da Silvicultura no Rio Grande do Sul. Ela funcionará<br />

como um fórum permanente para discutir temas de interesse do setor e atuar como elo entre os governos estadual e<br />

federal. No ato, o secretário-chefe da Casa Civil do Rio Grande do Sul, Artur Lemos, informou que o governador Eduardo<br />

Leite recebeu a proposta de Plano Estadual para Qualificar as Florestas Plantadas no Rio Grande do Sul, programa que, em<br />

sua visão, deverá nortear o futuro da silvicultura no Estado. O secretário anunciou também que o governo deverá encaminhar<br />

ao Poder Legislativo projeto de lei ampliando o prazo de licença de operação para a atividade de 5 anos para 10 anos.<br />

22 referenciaindustrial.com.br MAIO 2023


NOTAS<br />

EUROPA<br />

APROVA NOVA LEI<br />

O parlamento europeu aprovou em abril a norma que proíbe a venda na UE (União Europeia) de produtos<br />

oriundos de desmatamento. A lei barra a comercialização no bloco de qualquer cultura que esteja ligada ao corte<br />

de florestas – ilegal ou não – após 2020. Há uma lista de produtos primários na lei, que inclui, entre outros, a<br />

madeira e o gado, bem como, seus derivados, como o mobiliário e o couro. Dessa forma, após um período de<br />

transição, que está previsto para acabar em agosto de 2024, as empresas europeias terão que garantir com um documento<br />

auditado que o produto importado não é oriundo de terras que foram desmatadas. A empresa europeia<br />

que não cumprir com a lei poderá pagar uma multa de 4% de seu faturamento anual. Nesse sentido, a ABIMÓVEL<br />

(Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário) volta a reforçar a necessidade de adequação e certificação de<br />

matérias-primas e processos produtivos na indústria brasileira de móveis. Lembrando que a sustentabilidade é, de<br />

fato, uma das maiores marcas do setor, que faz parte do Pacto Global da ONU (Organização das Nações Unidas),<br />

seguindo seu guia de sustentabilidade.<br />

Além disso, cerca de 98% das empresas exportadoras ligadas ao Projeto Setorial Brazilian Furniture têm algum<br />

tipo de certificação ambiental, comprovando a preocupação e atuação com o tema, que inclui, além do reflorestamento,<br />

questões como economia circular, logística reversa e responsabilidade social, que também permeiam as<br />

ações das indústrias de móveis.<br />

Foto: divulgação<br />

24 referenciaindustrial.com.br MAIO 2023


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NOTAS<br />

60 ANOS<br />

DA INDUMEC<br />

A Revista REFERÊNCIA MADEIRA INDUSTRIAL prestigiou<br />

a confraternização pelos 60 anos da Indumec que<br />

reuniu diretores, funcionários e o fundador Stefan Koller na<br />

sede da empresa em Curitiba (PR). A comemoração aconteceu<br />

no dia da fundação da empresa, dia 28 de março.<br />

A Indumec Indústria Mecânica Ltda é referência em máquinas<br />

e equipamentos para o setor da madeira, principalmente na indústria<br />

de compensados. Foi com constante estudo e pesquisa sobre<br />

as tendências do mercado, buscando melhorias tecnológicas para<br />

implementar na empresa e prestação de serviço de qualidade que<br />

garantiram à Indumec chegar aos 60 anos como uma empresa consolidada<br />

no setor.<br />

A Indumec iniciou as atividades com a fabricação de prensas para<br />

compensados e passadeiras de cola em uma garagem com 12 funcionários.<br />

Hoje está instalada em uma área de 15 mil m 2 de área construída<br />

na Cidade <strong>Industrial</strong> de Curitiba e conta com 50 colaboradores. A<br />

prensa para compensados continua sendo o maquinário mais comercializado<br />

pela empresa, agora atualizado com carregadores e descarregadores<br />

automáticos, e com até 41 pratos, que garantem um ciclo<br />

contínuo de produção.<br />

Fotos: REFERÊNCIA<br />

26 referenciaindustrial.com.br MAIO 2023


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DESDE 1963


APLICAÇÃO<br />

STAIN BASE ÁGUA<br />

EM NOVAS CORES<br />

Durante a Feicon 2023, realizada entre 11 e 14 de abril, em São Paulo (SP),<br />

a Montana Química fez alguns lançamentos de produtos para o setor da madeira.<br />

A linha stain Osmocolor Base Água ganhou quatro novas cores e embalagem<br />

de 18L (litros) do produto. Outra novidade foi o lançamento da versão<br />

base água da Osmocolor Deck.<br />

O Osmocolor Base Água, é uma versão do stain pioneiro no mercado brasileiro<br />

que tem ganhado a preferência dos clientes. Estava disponível em seis<br />

cores: Transparente, Natural UV Gold, Imbuia, Nogueira, Mogno e Ipê. E agora<br />

ganhou mais quatro opções de cores: Castanheira, Canela, Cedro e incolor<br />

UV Glass. A Montana Química também passa a oferecer a embalagem de 18<br />

litros do stain base água. Outra novidade foi Osmocolor Deck que também<br />

ganhou a sua versão base água, na cor castanha.<br />

LANÇAMENTO NA FEICON<br />

O Osmocolor Stain Base Água é uma inovação que já vem pronta para o<br />

uso e que permite uma aplicação com menor tempo de secagem, cerca de 3h a 4h (horas) entre uma demão e<br />

outra, o que possibilita até três demãos em um único dia. Sem contar que deixa um cheiro natural possibilitando<br />

o pronto uso do ambiente em que foi aplicado o material logo após a secagem das peças. “Sabemos que<br />

a Feicon oferece conteúdo técnico de alta qualidade e inspira profissionais de todos os setores da construção<br />

civil e arquitetura todos os anos. Por isso, trazemos essas novas tecnologias do mercado para o público”, enaltece<br />

Michel Sentinelo, gerente de marketing e comunicação da Montana Química.<br />

Lançado em 2022, o Osmocolor Stain Base Água tem acabamento impregnante acetinado e como característica,<br />

penetra nos veios da madeira, realçando os seus desenhos naturais, penetra nas fibras e acompanha<br />

os movimentos, ao mesmo tempo em que protege e embeleza o substrato. Possui duplo filtro solar para proteger<br />

a madeira contra a ação dos raios ultravioleta provenientes do sol, por meio de pigmentos absorvedores<br />

que protegem a superfície. Possui, ainda, ação hidrorrepelente, que reduz o empenamento das madeiras,<br />

assegurando excelente resistência em ambientes externos.<br />

Michel Sentinelo, da Montana Química<br />

(esq.), e Fábio Machado da Revista<br />

PRODUTOS DE MADEIRA<br />

Fotos: REFERÊNCIA/divulgação<br />

28 referenciaindustrial.com.br MAIO 2023


FRASES<br />

“AS EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS DE MÓVEIS VÃO ALÉM DA<br />

VENDA DE PRODUTOS, ELAS REPRESENTAM A EXPORTAÇÃO DE<br />

MATERIAIS ÚNICOS, DE INOVAÇÃO, DESIGN, SUSTENTABILIDADE,<br />

ESTILO DE VIDA E UMA MARCA FORTE QUE O BRASIL TEM<br />

CONQUISTADO NO MERCADO INTERNACIONAL”<br />

IRINEU MUNHOZ - PRESIDENTE DA ABIMÓVEL (ASSOCIAÇÃO<br />

BRASILEIRA DAS INDÚSTRIAS DO MOBILIÁRIO)<br />

“SOMOS<br />

A MAIOR<br />

REFERÊNCIA<br />

NA CADEIA<br />

PRODUTIVA<br />

DA MADEIRA,<br />

DESDE UM SIMPLES<br />

CAVACO, ATÉ AS<br />

GRANDES INDÚSTRIAS<br />

DE CELULOSE. E O<br />

SETOR MOVELEIRO É UM<br />

POLO IMPORTANTE NA<br />

ECONOMIA DO ESTADO”<br />

“O DESAFIO PARA O BRASIL É TRANSFORMAR<br />

ESSAS VANTAGENS COMPARATIVAS EM GANHOS<br />

COMPETITIVOS REAIS. AS NOVAS BASES VERDES DE<br />

COMPETITIVIDADE ESTÃO CONSOLIDADAS, E SETORES<br />

E PAÍSES MAIS ECOINOVADORES TÊM SE MOSTRADO<br />

MAIS COMPETITIVOS”<br />

PEDRO WONGTSCHOWSKI, LÍDER DA MEI (MOBILIZAÇÃO<br />

EMPRESARIAL PELA INOVAÇÃO) DA CNI<br />

“A SOCIEDADE DE FORMA GERAL<br />

NÃO AGUENTA MAIS TRIBUTOS, A<br />

CARGA TRIBUTÁRIA CHEGOU A 33,7%<br />

DO PIB (PRODUTO INTERNO BRUTO),<br />

NO ANO PASSADO”<br />

CARLOS MASSA<br />

RATINHO JUNIOR<br />

– GOVERNADOR<br />

DO PARANÁ, NA<br />

INAUGURAÇÃO<br />

DA BIESSE BRASIL<br />

EM CURITIBA (PR)<br />

Foto: Emanoel Caldeira<br />

GUILHERME MERCÊS – DIRETOR DE<br />

ECONOMIA E INOVAÇÃO DA CNC<br />

(CONFEDERAÇÃO NACIONAL DO<br />

COMÉRCIO DE BENS, SERVIÇOS E<br />

TURISMO), DURANTE A SESSÃO DE<br />

DEBATES TEMÁTICOS NO PLENÁRIO<br />

DO SENADO FEDERAL.<br />

30 referenciaindustrial.com.br MAIO 2023


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ENTREVISTA<br />

AMAZÔNIA<br />

INDUSTRIAL<br />

AMAZON<br />

INDUSTRIAL<br />

ENTREVISTA<br />

O<br />

atual presidente da FIERO (Federação das Indústrias do<br />

Estado de Rondônia), Marcelo Thomé da Silva de Almeida,<br />

cursava a faculdade de arquitetura na UFRJ (Universidade<br />

Federal do Rio de Janeiro) quando tomou uma decisão na<br />

vida: empreender na Amazônia. Se mudou para Rondônia<br />

onde se estabeleceu como empresário da construção civil, como sócio<br />

da Wasi Arquitetura e Projetos. E foi assim que iniciou sua participação<br />

na vida sindical, colaborando com o Sinduscon de Porto Velho, em que<br />

se tornou presidente. Por meio desta participação institucional acabou<br />

chegando à presidência da FIERO, sendo reeleito para nova gestão que<br />

vai iniciar no segundo semestre deste ano. Nesta entrevista exclusiva<br />

para a Revista REFERÊNCIA MADEIRA INDUSTRIAL, Marcelo fala da necessidade<br />

de se valorizar mais o setor industrial da região amazônica, e<br />

também da criação do Instituto Amazônia+21, instituído com suporte da<br />

CNI (Confederação Nacional da Indústria) e da Ação Pró-Amazônia para<br />

promover negócios sustentáveis, entre outros assuntos.<br />

M<br />

arcelo Thomé da Silva de Almeida, the current President of<br />

the State of Rondônia Federation of <strong>Industrial</strong> Companies<br />

(Fiero), was studying architecture at the Federal University<br />

of Rio de Janeiro (Ufrj) when he made a life-making decision<br />

to undertake the challenge of living in the Amazon<br />

Region. So, he moved to Rondônia, where he established himself as a civil engineering<br />

professional, as a partner of Wasi Arquitetura e Projetos. And that<br />

is how he began participating in the business class union life, collaborating<br />

with the Porto Velho Sinduscon, where he became president. Through this<br />

institutional participation, he became President of Fiero and was re-elected<br />

for a new mandate to begin in the second half of this year. In this exclusive<br />

interview with REFERÊNCIA Madeira <strong>Industrial</strong>, Almeida talks about the need<br />

to give more value to the Amazon Region <strong>Industrial</strong> Sector and about the Instituto<br />

Amazônia+21 created with the support of the National Confederation<br />

of <strong>Industrial</strong> Companies (CNI) and Ação Pró-Amazônia to promote sustainable<br />

business, among other subjects.<br />

MARCELO THOMÉ DA<br />

SILVA DE ALMEIDA<br />

FORMAÇÃO PROFISSIONAL: GRADUADO EM ARQUITETURA<br />

PELA UFRJ (UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO)<br />

CARGO: PRESIDENTE DA FIERO (FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS<br />

DO ESTADO DE RONDÔNIA), PRESIDENTE DO INSTITUTO<br />

Foto: divulgação<br />

AMAZÔNIA+21<br />

PROFESSIONAL EDUCATION: GRADUATE IN ARCHITECTURE, FEDERAL UNIVERSITY<br />

OF RIO DE JANEIRO (UFRJ)<br />

FUNCTION: PRESIDENT OF THE STATE OF RONDÔNIA FEDERATION OF INDUSTRIAL<br />

COMPANIES (FIERO), PRESIDENT OF THE INSTITUTO AMAZÔNIA+21<br />

32 referenciaindustrial.com.br MAIO 2023


COMO FOI SUA TRAJETÓRIA DENTRO DA FIE-<br />

RO ATÉ AQUI?<br />

Assumi a FIERO a partir da construção de uma<br />

solução de consenso que é mais mérito do coletivo<br />

da instituição. Procurei traduzir esse consenso em um<br />

programa de trabalho com ampla participação do<br />

empresariado e sinergia de esforços com SENAI, SESI<br />

e IEL. Estamos tendo bons resultados e abrindo novos<br />

espaços de oportunidade para a indústria, com mais<br />

envolvimento na sociedade e maior compromisso<br />

com a sustentabilidade. Em julho vamos iniciar um<br />

novo mandato com o desafio de fortalecer a atividade<br />

industrial em Rondônia para atender as demandas internas<br />

e ganhar mercados externos, contribuindo para<br />

a conservação da Amazônia e para o desenvolvimento<br />

sustentável.<br />

QUAL A REPRESENTATIVIDADE DO SETOR IN-<br />

DUSTRIAL NA ECONOMIA DO ESTADO DE RON-<br />

DÔNIA?<br />

Rondônia está entre os três Estados mais industrializados<br />

da Amazônia, junto com Amazonas e Pará.<br />

Hoje a indústria responde por cerca de 19% do PIB<br />

(Produto Interno Bruto) do Estado. A agropecuária<br />

por 20% e os serviços por 61%, isso em números redondos.<br />

O mais importante é que a base e a própria<br />

vocação industrial de Rondônia se espalha por todo<br />

o Estado, o que cria vantagens e atrativos diversificados<br />

em diversos setores, desde o setor alimentício,<br />

até a mineração estruturada. Temos uma indústria em<br />

desenvolvimento e a Bioeconomia traz possiblidades<br />

animadoras. Estamos trabalhando para tornar a indústria<br />

a âncora do desenvolvimento sustentável em<br />

Rondônia.<br />

QUAL A CARACTERÍSTICA PRINCIPAL DAS IN-<br />

DÚSTRIAS ASSOCIADAS À FIERO?<br />

Como falei, nossa indústria tem uma base ampla<br />

e isso se reflete na formação da FIERO. Podemos<br />

destacar a construção civil, construção pesada, metal<br />

mecânico, cerâmica, mobiliário, produtos madeireiros,<br />

mineração e extrativismo, indústria gráfica, frigoríficos,<br />

laticínios, panificação, reparação, vestuário. Temos<br />

uma formação bem representativa.<br />

QUAL PANORAMA ATUAL DA INDÚSTRIA DO<br />

SETOR DA MADEIRA EM RONDÔNIA?<br />

O setor madeireiro responde por algo em torno de<br />

3% das exportações do Estado. O desafio é qualificar<br />

cada vez mais essa produção, com boas práticas, certificação<br />

e organização da cadeia produtiva, de forma<br />

a agregar valor e elevar o nível de industrialização do<br />

setor madeireiro dentro do Estado. Para esse segmento<br />

crescer, precisa vender para os mercados externos<br />

e estes exigem garantias de boa procedência da<br />

HOW DID YOU BECOME FIERO PRESIDENT?<br />

I assumed a mandate at Fiero due to constructing a<br />

consensus solution that is more the merit of the Institution’s<br />

collective than anything else. I tried to translate this consensus<br />

into a work program with broad participation of the<br />

business community and synergy of efforts with Senai, Sesi,<br />

and IEL. As a result, there are good results and new spaces<br />

of opportunity for industry, with more involvement in society<br />

and a more significant commitment to sustainability. In July,<br />

we will begin a new mandate to strengthen industrial activity<br />

in the State of Rondônia to meet internal demands and<br />

gain foreign markets, contributing to the Amazon Region’s<br />

conservation and sustainable development.<br />

WHAT IS THE PARTICIPATION OF THE INDUSTRIAL<br />

SECTOR IN THE STATE OF RONDÔNIA ECONOMY?<br />

Rondônia is among the three most industrialized states<br />

in the Amazon Region, along with the States of Amazonas<br />

and Pará. In round numbers, industrial companies account<br />

for about 19% of State GDP, agriculture 20%, and services<br />

61%. The most important thing is that the Rondônia industrial<br />

base and vocation spreads throughout the State, which<br />

creates diversified advantages and attractions in various<br />

sectors, from the food segment to structured mining. We<br />

have a developing <strong>Industrial</strong> Sector, and the Bioeconomy<br />

provides exciting possibilities. We are working to make the<br />

<strong>Industrial</strong> Sector the anchor of sustainable development in<br />

the State of Rondônia.<br />

WHAT IS THE MAIN CHARACTERISTIC OF THE<br />

COMPANIES ASSOCIATED WITH FIERO?<br />

As I said, our <strong>Industrial</strong> Sector has a broad base, and<br />

this is reflected in the formation of Fiero. We can highlight<br />

building construction, heavy construction, metal works, ceramics,<br />

furniture, forest products, mining, extractive, graphic<br />

industry, refrigerators, dairy, bakery, repair, and textiles. So,<br />

we have a very representative lineup.<br />

WHAT IS THE CURRENT PANORAMA OF THE FO-<br />

REST PRODUCT SECTOR IN THE STATE OF RONDÔ-<br />

NIA?<br />

The Forest Product Sector accounts for around 3% of<br />

State exports. The challenge is to increasingly qualify this<br />

O BRASIL PRECISA CONHECER<br />

MELHOR A REALIDADE DA<br />

AMAZÔNIA, INCLUSIVE DO ESFORÇO DE<br />

UM SETOR PRODUTIVO REGIONAL QUE<br />

CONHECE E VALORIZA A AMAZÔNIA<br />

MAIO 2023 33


ENTREVISTA<br />

madeira. Então, investir em boas práticas, inovação e<br />

processos sustentáveis é um excelente negócio.<br />

AS INDÚSTRIAS DO ESTADO ESTÃO DENTRO<br />

DAS PRÁTICAS DE ESG?<br />

Temos hoje um nível muito bom de preocupação<br />

e compromisso com a sustentabilidade na indústria.<br />

Rondônia pode mostrar vários exemplos de empresas<br />

com práticas sustentáveis em todos os seus processos<br />

de produção. Desde as grandes usinas de energia, a<br />

Santo Antônio e a Jirau, até empresas de porte médio<br />

e pequeno. E a estratégia ESG tem ganho adesão e<br />

força com uma rapidez impressionante. Isso acontece<br />

porque quem é empreendedor na Amazônia sabe do<br />

potencial da floresta e que para ter sucesso precisa<br />

inovar, aprender e melhorar o ambiente para os negócios<br />

na região. E isso só é possível com responsabilidade<br />

socioambiental, valorização da floresta e práticas<br />

sustentáveis.<br />

QUAIS AS AÇÕES DA FIERO PARA INCENTI-<br />

VAR AS PRÁTICAS ESG NAS INDÚSTRIAS?<br />

Sabemos do interesse do mundo na Amazônia,<br />

estamos no centro de debates decisivos para o futuro<br />

do planeta, como mudanças climáticas e descarbonização.<br />

Temos debatido e estudado muito como e de<br />

que forma a estratégia ESG pode ser aplicada na realidade<br />

da Amazônia, com um olhar atento para os ODS<br />

(Objetivos de Desenvolvimento) da ONU (Organização<br />

das Nações Unidas). Muitas empresas na região,<br />

especialmente a indústria, já adotam a estratégia ESG,<br />

mas o importante é estruturar um modelo sustentável<br />

na economia regional e hoje temos um trabalho<br />

articulado da Ação Pró-Amazônia, que reúne as federações<br />

de indústrias dos nove estados da Amazônia<br />

Legal, pela sustentabilidade, a conservação da floresta<br />

e a descarbonização da Amazônia, que cobra o fim<br />

das queimadas. O principal marco dessa nova atitude<br />

é a criação do Instituto Amazônia+21, instituído com<br />

suporte da CNI e da Ação Pró-Amazônia para promover<br />

negócios sustentáveis.<br />

O QUE PRECISA SER FEITO PARA FORTALECER<br />

O SETOR INDUSTRIAL NO ESTADO?<br />

A indústria de Rondônia e da Amazônia tem uma<br />

história de pioneirismo e coragem empreendedora.<br />

Historicamente, o empresário que escolhe produzir<br />

na Amazônia enfrenta desafios muito maiores que no<br />

sudeste e sul do país. Desde a infraestrutura precária<br />

ao isolamento da região. O Brasil precisa conhecer<br />

melhor a realidade da Amazônia, inclusive do esforço<br />

de um setor produtivo regional que conhece e valoriza<br />

a Amazônia. Na verdade, o desafio do desenvolvimento<br />

econômico e social sustentável da Amazônia não<br />

depende apenas de nós, que estamos lá, depende<br />

production with good practices, certification, and organization<br />

of its chain to add value and raise the level of industrialization<br />

of the Forest Product Sector within the State.<br />

Moreover, for this segment to grow, it needs to sell to foreign<br />

markets, which requires guarantees of good origin of<br />

the timber. So, investing in good practices, innovation, and<br />

sustainable processes is an excellent business.<br />

ARE STATE OF RONDÔNIA COMPANIES OPERA-<br />

TING WITHIN ESG PRACTICES?<br />

Today, we have an outstanding level of concern and<br />

commitment to sustainability in the <strong>Industrial</strong> Sector. Rondônia<br />

provides several examples of companies with sustainable<br />

practices in all their production processes. From the<br />

large power plants, Santo Antônio and Jirau, to medium<br />

and small companies. And the ESG strategy has been gaining<br />

traction and with impressive speed. This is because<br />

those entrepreneurs in the Amazon Region know the potential<br />

of the forest. But, to succeed, they need to innovate,<br />

learn, and improve the environment for business in the<br />

Region. And this is only possible with socio-environmental<br />

responsibility, appreciation of the forest, and sustainable<br />

practices.<br />

WHAT ACTIONS IS FIERO TAKING TO ENCOURAGE<br />

ESG PRACTICES IN COMPANIES?<br />

We understand the world’s interest in the Amazon Region;<br />

we are at the center of decisive debates for the planet’s<br />

future, such as climate change and decarbonization.<br />

We have debated and studied how the ESG strategy can<br />

be applied in the reality of the Amazon Region, with a close<br />

look at the United Nations Development Goals (SDGs).<br />

Many regional companies, especially industrial ones, have<br />

already adopted the ESG strategy. Still, the important thing<br />

is to structure a sustainable model in the regional economy.<br />

Today, we have an articulated work of the Ação Pró-Amazônia,<br />

which brings together the <strong>Industrial</strong> Company Federations<br />

of the nine states of the Legal Amazon for sustainability,<br />

forest conservation, and decarbonization of the Amazon<br />

Region, which demands an end to fires. The main milestone<br />

of this new attitude is the Instituto Amazônia+21 created<br />

with the support of CNI and Ação Pró-Amazônia to promote<br />

sustainable business.<br />

WHAT NEEDS TO BE DONE TO STRENGTHEN THE<br />

INDUSTRIAL SECTOR IN THE STATE?<br />

The State of Rondônia and Amazon Region <strong>Industrial</strong><br />

Sectors have a history of pioneering and entrepreneurial<br />

courage. Historically, the entrepreneur who chooses to produce<br />

in the Amazon faces many more significant challenges<br />

than in the Southeast and South of the Country, from the<br />

poor infrastructure to the isolation of the Region. Brazil needs<br />

to know the Amazon reality better, including the effort<br />

of a productive regional sector that understands and values<br />

the Amazon Region. The challenge of the sustainable eco-<br />

34 referenciaindustrial.com.br MAIO 2023


CUPIM SUBTERRÂNEO<br />

NORMA ASTM D:3345-74 (1999)<br />

AVALIAÇÃO 10<br />

CIPERTRIN MD foi aplicado em painéis compensados pelo processo de adição à cola e tratamento superficial, posteriormente<br />

estes painéis foram submetidos ao ataque de CUPINS SUBTERRÂNEOS conforme NORMA ASTM D:3345-74 (1999)<br />

(Stabd Test Method for Laboratory Evoluation of Wood and Other Cellulosic Materials for Resistence to Termites), obtendo<br />

resultados de avaliação 10, onde demonstra total eficiência contra o ataque dos CUPINS SUBTERRÂNEOS, atendendo<br />

assim, a Norma de Preservação de Madeira ABNT 16143 (Sistema de Categoria de Uso).<br />

• Líder no tratamento inseticida de painéis de<br />

madeira, (compensados, MDF, HDF, OSB, e outros)<br />

por adição à cola e tratamento superficial;<br />

• Indicadores: EC 257-842-9 /<br />

CAS 52315-07-08 / EPA 70506-10;<br />

• Compatível com resinas de última geração;<br />

• Formulado líquido de emulsão concentrada a<br />

base d’água, não contendo Hidrocarbonetos<br />

aromáticos;<br />

• Fácil diluição em água, para tratamentos por<br />

imersão de madeiras serradas.<br />

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ENTREVISTA<br />

sobretudo da vontade do Brasil de permitir a inclusão<br />

da Amazônia na economia nacional. Quando isso for<br />

aceito, o salto do desenvolvimento sustentável não<br />

será apenas um ganho regional, mas a solução para<br />

todo o nosso país, com uma nova economia verde, de<br />

baixo carbono e protagonista no mundo do século 21.<br />

PRESIDE TAMBÉM O INSTITUTO AMAZÔ-<br />

NIA+21, QUE REÚNE NOVE FEDERAÇÕES DA<br />

INDÚSTRIA DA REGIÃO AMAZÔNICA. QUAL OB-<br />

JETIVO DESSE INSTITUTO?<br />

Como disse, o Instituto Amazônia+21 é uma iniciativa<br />

do empresariado da Amazônia. Realizamos um<br />

amplo diálogo, que teve como ponto alto o Fórum<br />

Amazônia+21, em 2020. Foi um evento internacional<br />

com ampla participação do setor produtivo, academia,<br />

sociedade, povos tradicionais. Uma das principais<br />

conclusões desses debates foi que falta projeção das<br />

oportunidades da Amazônia e presença do mercado<br />

financeiro na região. Então tomamos uma decisão,<br />

ao invés de realizar novos eventos para discutir os<br />

mesmos problemas, vamos direcionar nossas energias<br />

para uma solução. E daí modelamos o Instituto Amazônia+21,<br />

que tem o objetivo de promover negócios<br />

sustentáveis conectando oportunidades que a região<br />

oferece com investimentos possíveis nos mercados<br />

nacional e transnacional.<br />

COMO É A ATUAÇÃO NA PRÁTICA DO INSTI-<br />

TUTO AMAZÔNIA+21?<br />

Nosso desafio é buscar o engajamento de todas<br />

as partes que podem tornar um negócio sustentável<br />

do ponto de vista econômico, social e ambiental. Isso<br />

exige conhecimento do território e respeito as culturas<br />

locais. Associar vocações produtivas e proteção<br />

plena do bioma amazônico. Buscar investimentos privados<br />

e públicos. Isso exige inovação e estamos muito<br />

avançados na implantação de um sistema de Blended<br />

Finance, um modelo inovador de financiamento que<br />

busca acessar as mais diversas fontes de recursos. Na<br />

prática, isso vai conectar oferta e demanda por investimentos<br />

com escala, viabilidade, sustentabilidade<br />

e segurança jurídica. Um dos nossos projetos mais<br />

imediatos é uma parceria com o Sebrae, que vamos<br />

anunciar em breve. Será algo realmente animador<br />

para empreendedores da Amazônia.<br />

QUEM PODE PARTICIPAR DO INSTITUTO AMA-<br />

ZÔNIA+ 21?<br />

Toda empresa ou empreendedor interessado em<br />

negócios sustentáveis na Amazônia. E tudo começa<br />

com boas ideias e bons projetos. A verdade é que<br />

existe muito dinheiro disponível para financiar iniciativas<br />

sustentáveis, mas faltam bons projetos. Apesar<br />

de os governos aderirem aos compromissos, quem vai<br />

nomic and social development of the Amazon Region<br />

does not depend only on us who live there; it depends,<br />

above all, on Brazil’s will to allow the inclusion of the<br />

Amazon Region in the domestic economy. When this happens,<br />

the leap of sustainable development will not only<br />

be a regional gain but the solution for our entire Country,<br />

with a new green, low-carbon economy and becoming a<br />

worldwide protagonist of the 21st century.<br />

YOU ALSO CHAIR THE INSTITUTO AMAZÔ-<br />

NIA+21, WHICH BRINGS TOGETHER NINE INDUS-<br />

TRIAL COMPANY FEDERATIONS IN THE AMAZON<br />

REGION. WHAT IS THE PURPOSE OF THIS INSTITU-<br />

TE?<br />

As I said, the Instituto Amazônia+21 is an Amazon<br />

Region business community initiative. We held a broad<br />

dialogue, which had as its highlight the Amazon+21<br />

Forum in 2020. It was an international event with broad<br />

participation of the productive sector, academia, society,<br />

and indigenous people. One of the main conclusions of<br />

these debates was that there is a lack of projection of the<br />

opportunities and a lack of the presence of the financial<br />

market in the Amazon Region. So, instead of holding<br />

new events to discuss the same problems, we directed<br />

our energies toward a solution. As such, we created the<br />

Instituto Amazônia+21, which aims to promote sustainable<br />

business by connecting the Region’s opportunities<br />

with possible investments in the domestic and transnational<br />

markets.<br />

HOW DOES THE INSTITUTO AMAZÔNIA+21<br />

OPERATE IN PRACTICE?<br />

Our challenge is to seek the engagement of all<br />

parties that can operate a sustainable business from an<br />

economic, social, and environmental point of view. This<br />

requires knowledge of the territory and respect for local<br />

O SETOR MADEIREIRO<br />

RESPONDE POR 3% DAS<br />

EXPORTAÇÕES DE RONDÔNIA. O<br />

DESAFIO É QUALIFICAR CADA VEZ MAIS<br />

ESSA PRODUÇÃO, COM BOAS PRÁTICAS,<br />

CERTIFICAÇÃO E ORGANIZAÇÃO DA<br />

CADEIA PRODUTIVA, DE FORMA A<br />

AGREGAR VALOR E ELEVAR O NÍVEL DE<br />

INDUSTRIALIZAÇÃO DO SETOR<br />

MADEIREIRO<br />

36 referenciaindustrial.com.br MAIO 2023


Soluções em caldeiras<br />

para sua indústria<br />

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ENTREVISTA<br />

implementar a agenda de mitigação das mudanças<br />

climáticas é o setor privado. Então, precisamos ter<br />

projetos e o Instituto vem para ajudar empresas nesse<br />

desafio, com foco na estratégia ESG e na agenda<br />

ODS. Convido a todos a conhecer melhor o Instituto<br />

Amazônia+21. Isso pode começar com uma simples<br />

visita ao nosso site, que desde já, agradeço.<br />

UM DOS PROJETOS DO INSTITUTO É ESTRU-<br />

TURAR A CADEIA PRODUTIVA DE MADEIRA<br />

ENGENHEIRADA COM BASE EM FLORESTAS<br />

PLANTADAS NA REGIÃO AMAZÔNICA PARA<br />

CONSTRUÇÃO DE HABITAÇÕES DE INTERESSE<br />

POPULAR. COMO ESTÁ SENDO DESENVOLVIDO<br />

ESTE PROJETO?<br />

É preciso repensar o papel da Amazônia na produção<br />

madeireira nacional, que tem que ser sustentável.<br />

Ao invés de desmatar, podemos conservar florestas. O<br />

Instituto Amazônia+21 traz um projeto com a própria<br />

CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção),<br />

a FIERO, a FIEMT (Federação das Indústrias do Mato<br />

Grosso) e o SENAI para estruturar uma nova cadeia<br />

produtiva na Amazônia para construção de casas de<br />

madeira. A prioridade é desenvolver modelos de casas<br />

de interesse social, usando madeira laminada em<br />

indústrias instaladas na Amazônia, completando uma<br />

cadeia inovadora desde o incentivo ao setor primário<br />

para reflorestamento de áreas já abertas e degradadas.<br />

Isso pode contribuir para recuperar a importância<br />

relativa da construção civil no PIB brasileiro, que já foi<br />

o dobro do que é hoje. Com soluções mais baratas,<br />

diversificadas, sustentáveis e inovadoras, além de ampliar<br />

possibilidades de negócios, podemos superar a<br />

imagem de um setor associado ao desmatamento, lhe<br />

colocando em um novo patamar de contribuição para<br />

a conservação da floresta amazônica.<br />

A VERDADE É QUE EXISTE<br />

MUITO DINHEIRO DISPONÍVEL<br />

PARA FINANCIAR INICIATIVAS<br />

SUSTENTÁVEIS, MAS FALTAM BONS<br />

PROJETOS. APESAR DE OS GOVERNOS<br />

ADERIREM AOS COMPROMISSOS, QUEM<br />

VAI IMPLEMENTAR A AGENDA DE<br />

MITIGAÇÃO DAS MUDANÇAS<br />

CLIMÁTICAS É O SETOR PRIVADO<br />

cultures - to associate productive vocations and complete<br />

protection of the Amazon biome. Seek private and<br />

public investments. This requires innovation, and we are<br />

very advanced in implementing a Blended Finance System,<br />

an innovative financing model that seeks to access<br />

the most diverse sources of funds. In practice, this will<br />

connect supply and demand for investments with scale,<br />

feasibility, sustainability, and legal certainty. One of our<br />

most immediate projects is a partnership with Sebrae,<br />

which we will announce soon. It will be something exciting<br />

for entrepreneurs in the Amazon Region.<br />

WHO CAN PARTICIPATE IN THE INSTITUTO<br />

AMAZÔNIA+21?<br />

Every company or entrepreneur interested in carrying<br />

out sustainable business in the Amazon Region. And it<br />

all starts with good ideas and promising projects. The<br />

truth is that there is a lot of money available to finance<br />

sustainable initiatives, but good projects are still needed.<br />

Although governments adhere to the commitments, it is<br />

the Private Sector that will implement the climate change<br />

mitigation agenda. So, we need to have projects, and<br />

the Instituto comes forward to help companies in this<br />

challenge, focusing on the ESG strategy and the SDG<br />

agenda. I invite everyone to get to know the Instituto<br />

Amazônia+21 better. This can start with a simple visit to<br />

our website, for which I thank you in advance.<br />

ONE OF THE INSTITUTO’S PROJECTS IS TO<br />

STRUCTURE THE ENGINEERED WOOD PRODUC-<br />

TION CHAIN BASED ON PLANTED FORESTS IN<br />

THE AMAZON REGION FOR POPULAR HOUSING<br />

CONSTRUCTION. HOW IS THIS PROJECT BEING<br />

DEVELOPED?<br />

It is necessary to rethink the role of the Amazon<br />

Region in domestic forest products, which must be sustainable.<br />

Instead of deforesting, we can conserve forests.<br />

The Instituto Amazônia+21 is carrying out a project with<br />

the Brazilian Building Construction Industry Chamber<br />

(Cbic), Fiero, the Mato Grosso Federation of <strong>Industrial</strong><br />

Companies (Fiemt), and Senai to structure a new production<br />

chain in the Amazon for the construction of houses<br />

using wood. The priority is to develop models of places<br />

of social interest, using laminated wood from companies<br />

installed in the Amazon Region, completing an innovative<br />

chain from the incentive to the primary sector for<br />

reforestation of already open and degraded areas. This<br />

can contribute to recovering the relative importance of<br />

building construction in the Brazilian GDP, which was<br />

once double what it is today. With less expensive, diversified,<br />

sustainable, and innovative solutions, in addition<br />

to expanding business possibilities, we can overcome<br />

the image of a Sector associated with deforestation, putting<br />

it on a new level of contribution to the conservation<br />

of the Amazon rainforest.<br />

38 referenciaindustrial.com.br MAIO 2023


COLUNA ABIMCI<br />

A MUDANÇA DE POSICIONAMENTO<br />

DO SETOR FLORESTAL<br />

Paulo Pupo<br />

Superintendente da Associação<br />

Brasileira da Indústria de Madeira<br />

Processada Mecanicamente<br />

Contato: abimci@abimci.com.br<br />

As últimas décadas, foram de ampla mudança<br />

para o setor de base florestal. Os sistemas<br />

de colheita foram otimizados com considerável<br />

desenvolvimento tecnológico, as pesquisas<br />

com material genético e as técnicas<br />

de manejo evoluíram embasadas em estudos científicos<br />

que são referência para o restante do mundo. Passamos a<br />

utilizar prioritariamente a madeira proveniente de florestas<br />

plantadas e as de origem legal quando de florestas nativas.<br />

Houve intenso desenvolvimento de normas técnicas<br />

para os produtos madeireiros, assim como amplo investimento<br />

em tecnologia e gestão de processos por parte<br />

das empresas fabricantes de produtos madeireiros. Mas,<br />

mesmo assim, ainda existem pré-conceitos e preconceitos<br />

latentes na sociedade a respeito das práticas do setor.<br />

É extremamente comum nos depararmos com afirmações<br />

distorcidas como “os madeireiros estão acabando<br />

com a Amazônia e a Mata Atlântica”, “o eucalipto seca o<br />

solo”, “o plantio de florestas destrói as florestas nativas”,<br />

“o eucalipto prejudica a biodiversidade”, “os plantios<br />

de pinus machucam as aves”. Com toda a certeza, nos<br />

sentimos incomodados quando ouvimos isto ou somos<br />

surpreendidos com reportagens e conteúdos com esta<br />

retórica.<br />

Seguidamente, nos questionamos sobre o que efetivamente<br />

temos feito para mudar a percepção da sociedade<br />

a respeito da nossa comprometida e responsável atuação.<br />

A resposta não é simples, pois estamos diante de um<br />

cenário de alta complexidade e de desafios constantes,<br />

mas que precisam ser instigados e reforçados em nossa<br />

reflexão.<br />

É fato que produzimos, ano a ano, relatórios mais completos<br />

a respeito das nossas atividades, ampliamos nossos<br />

métodos de controle, cumprimos as exigências das certificações<br />

florestais e de produtos, buscamos meios legais de<br />

ampliar nossa base florestal. Por essência, atendemos às<br />

práticas do ESG, que agora passam a ser incorporadas por<br />

outros setores. Temos enorme potencial para atuar com<br />

créditos de carbono e somos exemplo incontestável de<br />

Foto: divulgação<br />

estoque de carbono em nossos produtos.<br />

O setor de base florestal, em seus diversos segmentos<br />

de atuação possui uma ampla capilaridade, estamos presentes<br />

pelo país afora, gerando tributos, emprego, renda.<br />

Somos intensivos em mão de obra, contribuímos para o<br />

balanço social em especial nos pequenos municípios do<br />

país.<br />

Mas então, o que falta para que a sociedade brasileira<br />

e uma grande parte da opinião pública tenham maior razoabilidade<br />

na avaliação dos fatos, e que tenham orgulho<br />

de dizer que o Brasil é um país de base florestal? Precisamos<br />

melhorar o posicionamento estratégico frente à<br />

sociedade. Cada empresa deve utilizar toda a sua força de<br />

comunicação para apresentar as potencialidades do setor<br />

e suas boas práticas, destacando as políticas ambientais<br />

que cumpre, apresentando a tecnologia que permeia sua<br />

produção, os inúmeros empregos que gera, entre muitos<br />

outros pontos.<br />

A Abimci (Associação Brasileira da Indústria de Madeira<br />

Processada Mecanicamente) está imbuída em atuar<br />

para unificar todos os esforços possíveis para a melhoria<br />

desse cenário, estimulando as empresas, estruturando um<br />

diálogo com as demais associações nacionais e estaduais<br />

para que juntos, com um discurso uníssono, claro, objetivo,<br />

indiferente dos diferentes usos, formas de condução<br />

florestal, diferentes ciclos econômicos, bem como os<br />

propósitos e objetivos a que se destinam as empresas florestais<br />

e madeireiras, por meio da enorme gama de seus<br />

produtos, possamos atingir o maior número de canais e<br />

pessoas possíveis,<br />

Estamos convictos que este é o momento e que estas<br />

ações são necessárias para nos mostrarmos de forma positiva,<br />

para que em um breve futuro, possamos ser reconhecidos<br />

pelos benefícios sociais e ambientais que proporcionamos<br />

para a sociedade.<br />

O SETOR DE BASE FLORESTAL,<br />

EM SEUS DIVERSOS SEGMENTOS<br />

DE ATUAÇÃO POSSUI UMA AMPLA<br />

CAPILARIDADE, ESTAMOS PRESENTES<br />

PELO PAÍS AFORA, GERANDO TRIBUTOS,<br />

EMPREGO, RENDA. SOMOS INTENSIVOS<br />

EM MÃO DE OBRA, CONTRIBUÍMOS PARA<br />

O BALANÇO SOCIAL EM ESPECIAL NOS<br />

PEQUENOS MUNICÍPIOS DO PAÍS<br />

40 referenciaindustrial.com.br MAIO 2023


Inteligência Artificial Pode Aumentar a Acurácia da<br />

Identificação de Espécies no Manejo Florestal<br />

CIPEM financia estudo para o desenvolvimento de um Sistema de inteligência artificial que poderá auxiliar<br />

com maior eficácia na identificação de árvores no Manejo Florestal Sustentável com fins madeireiros,<br />

contribuindo para o uso e conservação da flora.<br />

O projeto para desenvolver “Um Sistema de Inteligência Artificial<br />

para Reconhecer Espécies no Manejo Florestal Madeireiro na<br />

Amazônia Brasileira” teve início em julho de 2022, pela firmação de<br />

Convênio de Cooperação entre o Centro das Indústrias Produtoras e<br />

Exportadoras de Madeira do Estado do Mato Grosso (CIPEM),<br />

financiador do projeto, e a Universidade Federal do Pará (UFPA), com<br />

interveniência administrativa e financeira da Fundação de Amparo e<br />

Desenvolvimento da Pesquisa (FADESP).<br />

No âmbito do MFS (Manejo Florestal Sustentável) - com fins<br />

madeireiros, o Inventário Florestal 100% (IF100%), ou censo florestal,<br />

é uma atividade que antecede a exploração florestal, fundamental<br />

para identificação do potencial produtivo da floresta, regulação da<br />

produção e definição de estratégias operacionais nas etapas<br />

exploratórias e pós-exploratórias. Por meio do IF100%, as árvores de<br />

interesse econômico (e de valor potencial) e com diâmetro mínimo<br />

pré-estabelecido são mapeadas na floresta, recebem uma placa de<br />

identificação, têm sua localização definida com auxílio de GPS e<br />

comumente são identificadas por nomes vernaculares.<br />

A identificação de espécies da flora é, sem dúvida, um dos<br />

principais desafios do censo florestal no âmbito do MFS para fins<br />

madeireiros, pois não é incomum a ocorrência de erros de<br />

identificação. Os erros de identificação podem ter origem no campo,<br />

por exemplo, pela confusão devido ao compartilhamento de<br />

características entre espécies, pelo uso de diferentes nomes<br />

vernaculares para identificar uma mesma espécie, ou ainda, pelo uso<br />

do mesmo nome vernacular, por diferentes “mateiros”, para identificar<br />

espécies distintas. Soma-se a isso, os erros graves ocasionados pela<br />

conversão de nomes vernaculares para nomes científicos, baseado<br />

em listas pré-existentes de órgãos ambientais, que muitas vezes<br />

diferem entre si.<br />

Neste contexto, é fundamental a reflexão e o desenvolvimento de<br />

tecnologias inovadoras para aumentar a acurácia da identificação de<br />

espécies em IF100%. Uma abordagem de grande potencial é o uso de<br />

tecnologias baseadas em inteligência artificial, em especial, pela<br />

associação de técnicas de visão computacional e aprendizado de<br />

máquina.<br />

O projeto tem por objetivo desenvolver uma aplicação web para<br />

reconhecer automaticamente espécies da flora em IF100% no âmbito<br />

do MFS com fins madeireiros, baseado em imagens digitais do<br />

ritidoma (casca) e alburno de árvores, além de suas características<br />

qualitativas e quantitativas.<br />

É esperado que o produto originado do projeto seja de grande<br />

utilidade para o setor de base florestal, por se tratar de uma<br />

ferramenta auxiliar na identificação de árvores no MFS com fins<br />

madeireiros, seja por profissionais liberais, identificadores botânicos,<br />

técnicos de órgãos ambientais, leigos, entre outros. Portanto,<br />

espera-se contribuir para o aumento da acurácia na identificação de<br />

espécies, em especial, daquelas mais confundidas e, por conseguinte,<br />

minimizar os impactos ecológicos e econômicos originados pelos<br />

erros de identificação de espécies no IF100%. Por fim, esta tecnologia<br />

tem potencial para contribuir no refinamento da identificação de<br />

espécies em diferentes regiões da Amazônia.<br />

SOBRE O PROJETO:<br />

O projeto conta com uma equipe de especialistas de quatro<br />

instituições de ensino, sendo coordenado pelo Prof. Deivison Venicio<br />

Souza (UFPA), com colaboração do Prof. Samuel de Pádua Chaves e<br />

Carvalho (UFMT), Prof. Eduardo da Silva Leal (UFRA), Prof. Luis<br />

Eduardo Soares Oliveira (UFPR), e Profa. Márcia Orie de Souza<br />

Hamada (UFPA). O Projeto também possui uma bolsista de Mestrado<br />

Acadêmico no Programa de Pós-graduação em Biodiversidade e<br />

Conservação (PPGBC) da UFPA, Natally Celestino Gama, que está<br />

desenvolvendo a pesquisa intitulada “Reconhecimento de Espécies de<br />

Árvores no Manejo Florestal Baseado em Imagens de Cascas”. A<br />

coleta de dados em campo está prevista para segunda quinzena de<br />

julho de 2023, e ocorrerá em três AMF (Áreas de Manejo Florestal),<br />

localizadas nos municípios de Nova Maringá, Feliz Natal e Cotriguaçu,<br />

no Estado do Mato Grosso.<br />

CipemdeMT CipemMT cipemmt<br />

www.cipem.org.br<br />

(65) 3644-3666<br />

Manejosustentavel


PRINCIPAL<br />

Fotos: divulgação<br />

Foto: Tarcisio Schnaider / Shutterstock.com<br />

42 referenciaindustrial.com.br MAIO 2023


OS DESAFIOS<br />

DO SETOR FLORESTAL<br />

CIPEM É A INSTITUIÇÃO QUE<br />

FORTALECE O SETOR FLORESTAL DE<br />

MATA NATIVA EM MATO GROSSO<br />

CHALLENGES FOR THE<br />

FOREST-BASED SECTOR<br />

CIPEM IS THE INSTITUTION THAT AIMS TO<br />

STRENGTHEN THE FOREST-BASED SECTOR IN THE<br />

STATE OF MATO GROSSO AMAZON RAINFOREST<br />

MAIO 2023 43


PRINCIPAL<br />

O<br />

manejo florestal sustentável e a rastreabilidade<br />

da produção florestal brasileira já são<br />

realidade, mas ainda há muitos desafios para<br />

os empresários do setor. O Cipem (Centro<br />

das Indústrias Produtoras e Exportadoras de<br />

Madeira do Estado de Mato Grosso) é a instituição que<br />

atua em prol do fortalecimento das empresas de base florestal,<br />

representa a união de oito sindicatos empresariais e<br />

tem por objetivo organizar e fortalecer o setor, incentivar a<br />

produtividade e o consumo consciente da madeira e seus<br />

produtos com respeito à legislação e em harmonia com o<br />

meio ambiente.<br />

Rafael Mason, presidente do Cipem, diz que apesar da<br />

produção florestal ser uma atividade econômica extremamente<br />

importante para o Brasil, que gera empregos e renda<br />

em diversas regiões do país, a atividade enfrenta uma série<br />

de desafios e dificuldades que passam pela burocracia, pela<br />

falta de padronização de procedimentos e principalmente<br />

pelo preconceito existente com a atividade. “O principal<br />

desafio é a mudança de imagem do setor de base florestal,<br />

que precisa urgentemente deixar de ser visto como vilão,<br />

para ser visto como protagonista na conservação da floresta<br />

Amazônica. Com essa mudança de reputação se consolidando<br />

e sendo defendida pelos governantes, os outros<br />

desafios serão superados em sequência”, defende Rafael.<br />

PRINCIPAIS DIFICULDADES<br />

Entre os desafios enfrentados pelo setor se destacam as<br />

centenas de apreensões de cargas por questões administrativas<br />

que não configuram crime ambiental, mas causam prejuízos<br />

na reputação da produção florestal brasileira perante<br />

o país e o mundo. Essas apreensões são decorrentes de<br />

vários fatores, como por exemplo, problemas relacionados<br />

à interpretação de normativas que regem a atividade, que<br />

muitas vezes não são claras ou estão em conflito com outras<br />

normativas. Nesta situação, os órgãos responsáveis pelas<br />

fiscalizações podem interromper o transporte da carga,<br />

mesmo que não haja ilegalidade na produção florestal, e<br />

fazem isso sem qualquer aviso prévio ou justificativa clara.<br />

Outra dificuldade apontada pelo Cipem é a burocracia<br />

como resquício de um passado que não condiz com a<br />

realidade atual. “O setor de base florestal organizado é<br />

totalmente a favor de um controle rigoroso da legalidade<br />

da madeira, principalmente porque a madeira ilegal concorre<br />

deslealmente com os produtos dos empreendimentos<br />

que produzem com responsabilidade e respeito às normas<br />

ambientais. Por isso é primordial que haja um movimento<br />

para reconhecer que existem muitas empresas idôneas”,<br />

salienta Rafael.<br />

Um exemplo de burocracia é referente ao memorial descritivo<br />

da rota que a carga de madeira irá percorrer, desde<br />

a sua origem, até o seu destinatário. “Atualmente ocorre<br />

o microgerenciamento dessa rota e, caso o motorista faça<br />

qualquer alteração no trajeto a ser percorrido, como pode<br />

acontecer naturalmente pelos mais variados motivos, mesmo<br />

que a carga esteja inteiramente legal, sem causar dano<br />

S<br />

ustainable forest management and traceability of<br />

Brazilian forest production have already become<br />

a reality, but many challenges remain for businesses<br />

in the Sector. The State of Mato Grosso<br />

Center of Timber Producers and Exporters<br />

(Cipem) is the institution that works to strengthen forest-<br />

-based companies, represents the union of eight business<br />

class associations, and aims to organize and support the<br />

Sector, encourage productivity and conscious timber consumption<br />

and its products in harmony with legislation and<br />

the environment.<br />

Rafael Mason, President of Cipem, says that although<br />

forest production is a significant economic activity in<br />

Brazil, generating jobs and income in several regions of<br />

the Country, the activity faces a series of challenges and<br />

difficulties, from bureaucracy to the lack of standardization<br />

of procedures and especially the existing prejudice with the<br />

activity. “The main challenge is to change the image of the<br />

Forest-based Sector, which urgently needs to change from<br />

being seen as a villain to being seen as a protagonist in the<br />

conservation of the Amazon Rainforest. With this, consolidating<br />

the change of reputation and being defended by<br />

governments (State and Federal), the other challenges will<br />

be overcome in sequence,” states Mason.<br />

MAIN DIFFICULTIES<br />

Among other challenges faced by the Sector are the<br />

hundreds of cargo seizures for administrative issues that do<br />

not constitute an environmental crime but cause damage<br />

to the reputation of Brazilian forest production before the<br />

Country and the world. These apprehensions are due to<br />

several factors, such as problems related to interpreting<br />

regulations that govern the activity, which often need to be<br />

clarified or conflict with other regulations. In this situation,<br />

the agencies responsible for inspections can interrupt cargo<br />

transport, even if there is no illegality in forest production,<br />

and do so without any prior notice or clear justification.<br />

Another area for improvement pointed out by the<br />

Cipem President is the bureaucracy as remnants of a past<br />

that does not match the current reality. “The organized<br />

Forest-based Sector is totally in favor of strict control of<br />

the legality of timber, mainly because illegal timber competes<br />

unfairly with the products of enterprises that produce<br />

responsibly and with respect for environmental standards.<br />

That is why there must be a movement to recognize that<br />

there are many reputable companies,” highlights Mason.<br />

An outstanding example is the bureaucracy involved<br />

with the descriptive memorial of the timber cargo’s route<br />

from origin to destination. “Currently, there is micromanagement<br />

of the route, and if the driver makes any change<br />

to the route to be traveled, as can happen naturally for<br />

the most varied reasons, even if the load is entirely legal,<br />

without causing environmental damage or crime, the truck<br />

and cargo will be seized, subjecting those involved to all<br />

the appropriate sanctions for the infraction committed,”<br />

says the Cipem President.<br />

44 referenciaindustrial.com.br MAIO 2023


ambiental ou crime, o caminhão e a carga serão apreendidos,<br />

sujeitando os envolvidos a todas as sanções cabíveis<br />

para a infração cometida”, conta o presidente do Cipem.<br />

“Diante dessa e outras distorções, o setor de base<br />

florestal vem sofrendo impacto com a logística por muitas<br />

transportadoras recusarem cargas de madeira pelo simples<br />

fato do risco que a sua empresa e o seu colaborador podem<br />

sofrer. A solução, que parece simples ao setor, seria de revisar<br />

as normativas para evitar que sejam cometidos excessos<br />

que não trazem benefício ao meio ambiente, sobrecarregam<br />

os administradores e agentes fiscalizadores, e desequilibram<br />

a sustentabilidade ambiental e econômica, tudo isso sem<br />

falar do prejuízo para a reputação da produção florestal<br />

brasileira”, explica Rafael acerca das burocracias que o<br />

produtor de madeira natural nativa passa.<br />

FATORES LIMITANTES<br />

A falta de linhas de crédito disponíveis para o manejo<br />

florestal sustentável é um fator limitante para o crescimento<br />

da produção de madeira legal, pois, para iniciar a colheita<br />

das árvores é necessário realizar investimentos em infraestrutura.<br />

“Isso se deve ao preconceito com a atividade, que<br />

acaba sendo incorretamente associada ao desmatamento”,<br />

aponta o presidente do Cipem. Além disso, a falta de estudos<br />

e pesquisas para as espécies de interesse comercial<br />

ocasiona em proibições de exploração sem fundamentos,<br />

incluindo espécies em lista de extinção sem considerar<br />

resultados de pesquisas.<br />

Há pouca segurança jurídica quando se trata do mercado<br />

de exportação por conta da falta de padronização<br />

nas análises de processos que antecedem a emissão da<br />

licença específica. “Além disso, há ainda a solicitação de<br />

documentos relacionados ao CAR (Cadastro Ambiental<br />

Rural), que é uma ferramenta que está há mais de 10 anos<br />

“Faced with this and other regulatory distortions, the<br />

Forest-based Sector has been impacted by logistics. Many<br />

carriers refuse to transport timber cargo because of the risks<br />

that the company and its employee may suffer. The solution,<br />

which seems simple to the Sector, would be to revise the<br />

regulations to avoid excesses that do not bring benefit to<br />

the environment, overload administrators and inspection<br />

agents, and unbalance environmental and economic sustainability,<br />

all this without mentioning the damage to the<br />

reputation of Brazilian forest production,” explains Mason<br />

about the bureaucracies that the native timber producer<br />

must face.<br />

Foto: divulgação<br />

Foto: divulgação<br />

LIMITING FACTORS<br />

The lack of credit lines available for sustainable forest<br />

management is a limiting factor for the growth of legal<br />

timber production since investment in infrastructure is necessary<br />

to start harvesting trees. “This is due to prejudice<br />

against the activity, which ends up being incorrectly associated<br />

with deforestation,” points out the Cipem President.<br />

In addition, the lack of studies and research for species of<br />

commercial interest leads to unfounded exploitation bans,<br />

including species on the endangered list without considering<br />

research results.<br />

There needs to be more legal certainty regarding the<br />

export market due to the need for more standardization in<br />

analyzing the processes that precede the issuance of the<br />

specific license. “There is also the request for documents<br />

related to the Rural Environmental Registry (CAR), a tool<br />

MAIO 2023 45


PRINCIPAL<br />

sendo implementada, e sem previsão de conclusão. O empresário<br />

não tem o poder e nem a competência para justificar<br />

e ou comprovar a validação do CAR, mas ainda assim, está<br />

refém dessa situação, sob pena de perder a sua carga e,<br />

consequentemente, perder clientes e espaço no mercado<br />

de exportação”, relata o presidente.<br />

AÇÕES PARA O SETOR<br />

O Cipem esteve à frente de uma das principais conquistas<br />

do setor em 2020, quando a Resolução Conama número<br />

411/2009 foi alterada pela Resolução nº 497/2020, que trouxe<br />

a rastreabilidade dos produtos florestais e outra importante<br />

mudança foi a retirada do controle da comercialização com<br />

base na nomenclatura do produto mantendo o controle por<br />

volume e espécie. “Essa mudança foi necessária, pois com o<br />

texto antigo, mesmo que a carga tivesse origem legal, com<br />

volume e espécie corretamente identificados na documentação,<br />

caso o nome comercial do produto estivesse divergente,<br />

ou seja, se uma vigota estivesse identificada como viga, a<br />

carga seria apreendida e considerada ilegal”, explica Rafael.<br />

“Apesar da Resolução número 497/2020 ter sido bastante<br />

aguardada pelo setor, até o presente momento ela não está<br />

sendo empregada em sua totalidade por problemas de sistemas<br />

de controle”, alerta o presidente do Cipem.<br />

Para mudar a visão sobre o negócio e ganhar novos mercados,<br />

o Cipem realiza várias ações com o FNBF (Fórum Nacional<br />

das Atividades de Base Florestal), como por exemplo, o<br />

Dia na Floresta, que está caminhando para a sua IV edição em<br />

2023, mobilizando representantes de embaixadas dos países<br />

compradores da madeira do Brasil, além de autoridades dos<br />

poderes Judiciário, Executivo e Legislativo para conhecer o<br />

manejo florestal sustentável na prática. A instituição também<br />

investe em pesquisas técnico científicas junto com a EM-<br />

BRAPA Florestas e outras instituições de ensino e pesquisa,<br />

abastecendo a literatura sobre as espécies madeireiras.<br />

implemented more than ten years ago, with no forecast for<br />

completion. The entrepreneur has no power or competence<br />

to justify and prove CAR validation. Still, he is hostage to<br />

it, under penalty of losing his cargo and, consequently,<br />

losing customers and space in the export market,” says<br />

the Cipem President.<br />

ACTIONS FOR THE SECTOR<br />

Cipem was at the forefront of one of the significant<br />

Sector achievements in 2020 when Conama Resolution<br />

No. 411/2009 was amended by Resolution No. 497/2020,<br />

which led to the traceability of forest products and another<br />

significant change was the withdrawal of marketing control<br />

based on product nomenclature while maintaining volume<br />

and species control. “This change was necessary because<br />

under the previous text, even if the cargo had a legal<br />

origin, with volume and species correctly identified in the<br />

documentation, if the commercial name of the product was<br />

divergent, that is, if a beam were identified as a girder, the<br />

cargo would be seized and considered illegal,” explains<br />

Mason. “Although the Sector has long awaited Resolution<br />

No. 497/2020, so far it is not being used in its entirety due to<br />

problems of control systems,” warns the Cipem President.<br />

To change the vision of the business and gain new markets,<br />

Cipem is carrying out several activities in conjunction with<br />

the National Forum of Forest-based Activities (Fnbf), such<br />

as the Day in the Forest, which is heading towards its fourth<br />

year in 2023, mobilizing representatives of embassies of the<br />

countries that buy forest products from Brazil, as well as Judiciary,<br />

Executive, and Legislative authorities to understand<br />

sustainable forest management in practice. The institution<br />

also invests in scientific-technical research with Embrapa<br />

Forests and other teaching and research institutions, supplying<br />

literature on timber species.<br />

Foto: divulgação<br />

O SETOR DE BASE FLORESTAL<br />

ORGANIZADO É TOTALMENTE A<br />

FAVOR DE UM CONTROLE RIGOROSO DA<br />

LEGALIDADE DA MADEIRA,<br />

PRINCIPALMENTE PORQUE A MADEIRA<br />

ILEGAL CONCORRE DESLEALMENTE COM OS<br />

PRODUTOS DOS EMPREENDIMENTOS QUE<br />

PRODUZEM COM RESPONSABILIDADE E<br />

RESPEITO ÀS NORMAS AMBIENTAIS<br />

RAFAEL MASON, PRESIDENTE DO CIPEM<br />

46 referenciaindustrial.com.br MAIO 2023


Foto: divulgação<br />

BRAÇO FORTE PARA ASSOCIADOS<br />

O vice-presidente do Cipem e presidente do Sindusmad<br />

(Sindicato das Indústrias Madeireiras do Norte do Estado do<br />

Mato Grosso), Wilson José Volkweis, enaltece a importância<br />

da instituição. “O Cipem é para nós uma instituição que faz<br />

um trabalho muito sério e que tem feito a diferença. Contribui<br />

muito para o setor e para sociedade mostrando o quanto é<br />

sustentável e responsável a exploração da floresta.”<br />

Vanessa Rodrigues Túrela, administrativo da empresa<br />

Madeiras Zórtea Ltda, explica que o Cipem é fundamental<br />

para o setor. “Ele está inserido em todas as etapas desde a<br />

orientação, trazendo informação, e fazendo acompanhamento<br />

em processos individuais ou coletivos, dando consultoria e<br />

respaldo legal até o último momento, evitando algum possível<br />

prejuízo”, destaca Vanessa.<br />

POLÍTICA PARA O SETOR<br />

Com o novo governo e a alteração no nome do Ministério<br />

do Meio Ambiente e Mudança Climática, sabendo que<br />

a atividade traz benefícios socioeconômicos e garante a<br />

manutenção do ativo florestal do país, a direção do Cipem<br />

espera que o setor receba o devido reconhecimento e seja<br />

tratado como um dos protagonistas da mitigação aos efeitos<br />

das mudanças climáticas. “Uma sugestão ao governo federal<br />

é a criação de programas que incentivem a utilização de percentuais<br />

de madeira nas obras públicas, a exemplo de outros<br />

países. Além da descarbonização, garante uma obra mais<br />

eficiente com menor consumo de água e energia gerando<br />

menor quantidade de resíduos”, exemplifica Rafael. Ainda de<br />

acordo com o presidente do Cipem, é preciso cada um fazer<br />

a sua parte. “Tudo gira em torno da reputação da madeira<br />

brasileira perante o mercado interno e externo, e do apoio do<br />

governo em defender a atividade nos diálogos internacionais<br />

como uma das principais responsáveis para a mitigação dos<br />

efeitos das mudanças climáticas”, resume Rafael Mason.<br />

STRONG HAND FOR MEMBERS<br />

José Volkweis Wilson, Cipem Vice President and President<br />

of the North of the State of Mato Grosso Business<br />

Class Association of Timber Producers (Sindusmad), praises<br />

the institution’s importance. “For us, Cipem is an institution<br />

that does a concerted job and has made a difference.<br />

Furthermore, it contributes greatly to the Sector and society<br />

by showing how sustainable and responsible forest<br />

exploitation is.”<br />

Vanessa Rodrigues Túrela, Administrative Officer for Madeiras<br />

Zórtea Ltda, says Cipem is fundamental to the Sector.<br />

“It is inserted in all stages from orientation to providing<br />

information, monitoring individual or collective processes,<br />

and providing advice and legal support even last minute,<br />

avoiding any possible damage,” says Túrela.<br />

POLICY FOR THE SECTOR<br />

With the new Government and the change in the<br />

name of the Ministry to Environment and Climate Change,<br />

knowing that the activity provides socioeconomic benefits<br />

and ensures the maintenance of the Country’s Forest assets,<br />

Cipem’s management hopes that the Sector will receive due<br />

recognition and be treated as one of the protagonists for<br />

the mitigation to the effects of climate change. “A suggestion<br />

made to the Federal Government was the creation of<br />

programs that encourage a minimum use of timber in public<br />

works, as in other countries. In addition to decarbonization,<br />

it ensures more efficient work with less water and energy<br />

consumption, generating less waste”, exemplifies Mason.<br />

Also, according to the Cipem President, each one must do<br />

their part. “Everything revolves around the reputation of<br />

Brazilian timber before the domestic and foreign markets.<br />

The Government is responsible for supporting and defending<br />

the activity in international dialogue for mitigating<br />

climate change effects,” Mason sums up.<br />

MAIO 2023 47


EVENTO<br />

Foto: Cesar Silvestro<br />

FIMMA BRASIL:<br />

ITALIANOS CONFIRMAM<br />

PARTICIPAÇÃO<br />

48 referenciaindustrial.com.br MAIO 2023


EM BUSCA DE APROXIMAÇÃO<br />

COM INDÚSTRIAS DE MÓVEIS<br />

BRASILEIRAS, EMPRESAS DA ITÁLIA<br />

SERÃO EXPOSITORAS NA FEIRA<br />

FIMMA 2023<br />

Atentas às oportunidades de negócios que a<br />

Fimma (Feira Internacional de Fornecedores<br />

da Cadeia Produtiva de Madeira e Móveis)<br />

representa para o setor moveleiro, empresas<br />

italianas confirmaram participação como<br />

expositoras na edição de 2023. O Brasil é o sexto maior<br />

produtor de móveis do planeta, atendendo às demandas<br />

do mercado interno e exportando para 163 outros países.<br />

A Fimma está entre os principais eventos do segmento<br />

moveleiro mundial, o que atrai empresários interessados<br />

neste mercado. De 28 a 31 de agosto, as empresas de origem<br />

italiana SCM Group, Costruzioni Nazzareno, Giardina<br />

Group, Fom Industrie, Termolegno e Bacci, entre outros,<br />

estarão em Bento Gonçalves (RS), apresentando suas soluções<br />

para indústrias moveleiras e marcenarias.<br />

FEIRA DE NEGÓCIOS<br />

Passados tempos de crise, de pandemia de Covid-19,<br />

e ainda vivendo em um cenário internacional desafiador,<br />

em 2023 a Fimma Brasil tem uma retomada de empresas<br />

estrangeiras. Conforme explica o presidente da feira,<br />

Euclides Longhi, a presença desses expositores sinaliza<br />

movimento e avanço tanto para a indústria brasileira que<br />

fabrica móveis, quanto para os fornecedores italianos.<br />

“Esse retorno mostra que os fornecedores da Itália continuam<br />

de olho no potencial da nossa indústria, que se<br />

mantém ativa e em busca de inovação, além de reconhe-<br />

MAIO 2023 49


CONSTRUÇÃO CIVIL<br />

cerem a importância da Fimma para o segmento. Temos<br />

certeza de que a participação delas vai ser vantajosa para<br />

quem fornece soluções e para quem produz móveis”, comenta<br />

Euclides.<br />

Outro fator que contribuirá para a geração de negócios<br />

é a realização conjunta com a Movelsul Brasil –<br />

principal feira de móveis da América Latina para lojistas<br />

e varejistas. Isso porque os expositores da Movelsul são<br />

majoritariamente indústrias de móveis, ou seja, o principal<br />

público-alvo que a Fimma Brasil busca atingir. As empresas<br />

de ambas as feiras realizam negócios não apenas com<br />

os visitantes, como também, entre si. Juntas, Fimma Brasil<br />

e Movelsul Brasil formam o principal evento de negócios<br />

da cadeia moveleira nacional, criando uma verdadeira<br />

arena de oportunidades.<br />

FIMMA BRASIL<br />

A Fimma continua levantando a bandeira da inovação<br />

e do empreendedorismo como ferramentas de competitividade.<br />

Uma dessas frentes será o espaço Ecossistema de<br />

Inovação, que neste ano foca no tema Inteligência Artificial.<br />

Além de conteúdos relevantes, contará com startups<br />

e parceiros que apresentarão suas soluções para o futuro<br />

do setor moveleiro. Já a Movelsul mantém sua tradicional<br />

mostra do Prêmio Salão Design, principal premiação brasileira<br />

do design de mobiliário, que em 2023 celebra sua<br />

XXV edição. Criada em 1993 pela Movergs (Associação<br />

das Indústrias de Móveis do Estado do Rio Grande do<br />

Sul), a Fimma Brasil tem o objetivo de fomentar negócios<br />

e inovação para o setor moveleiro. Reúne expositores de<br />

diversos segmentos e fornecedores para a fabricação de<br />

móveis – como máquinas, matérias-primas, tecnologia,<br />

serviços, logística e tintas. Repetindo o sucesso de aceitação<br />

em 2022, Fimma e Movelsul – esta realizada pelo<br />

Sindmóveis (Sindicato das Indústrias do Mobiliário de<br />

Bento Gonçalves) – estarão novamente juntas em 2023,<br />

aproximando a cadeia moveleira de ponta a ponta com<br />

negócios, parcerias, networking, inovação e conhecimento.<br />

O credenciamento para visitar as feiras Fimma e Movelsul<br />

já está disponível pelo site (www.fimma.com.br),<br />

permitindo que os profissionais se antecipem para conferir<br />

as novidades que serão apresentadas por mais de 500<br />

marcas expositoras entre 28 e 31 de agosto, no Parque de<br />

Exposições de Bento Gonçalves.<br />

ESSE RETORNO MOSTRA<br />

QUE OS FORNECEDORES DA<br />

ITÁLIA CONTINUAM DE OLHO NO<br />

POTENCIAL DA NOSSA INDÚSTRIA,<br />

QUE SE MANTÉM ATIVA E EM BUSCA<br />

DE INOVAÇÃO, ALÉM DE<br />

RECONHECEREM A IMPORTÂNCIA DA<br />

FIMMA PARA O SEGMENTO<br />

EUCLIDES LONGHI, PRESIDENTE<br />

DA FIMMA BRASIL 2023<br />

Foto: Augusto Tomasi<br />

50 referenciaindustrial.com.br MAIO 2023


VEM AÍ!<br />

04 DE DEZEMBRO - CURITIBA (PR)<br />

PATROCINADORES:<br />

ASSOCIAÇÃO DO COMÉRCIO E INDÚSTRIA DE<br />

MADEIRAS E DERIVADOS DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO<br />

SERRAS E FACAS INDUSTRIAIS<br />

www<br />

revistareferencia.com.br<br />

comercial@revistareferencia.com.br


ESTUDO<br />

MADEIRA<br />

SERRADA<br />

52 referenciaindustrial.com.br MAIO 2023


ESTUDO DA ABIMCI MOSTRA<br />

EVOLUÇÃO DA PRODUÇÃO E<br />

EXPORTAÇÃO DE MADEIRA SERRADA<br />

Fotos: divulgação<br />

MAIO 2023 53


ESTUDO<br />

A<br />

indústria de produtos de madeira<br />

processada mecanicamente tem<br />

um papel importante no desenvolvimento<br />

econômico e social em<br />

diversas regiões do país, gerando<br />

emprego e renda. Com base em dados de 2021<br />

a Abimci (Associação Brasileira da Indústria de<br />

Madeira Processada Mecanicamente) lançou em<br />

2022 o Estudo Setorial com importantes informações<br />

sobre o setor da madeira. Conforme o documento,<br />

a produção e exportação de madeira<br />

serrada de coníferas e folhosa, um dos produtos<br />

da indústria da madeira, tem sido crescente, contribuindo<br />

para a balança comercial nacional.<br />

MADEIRA SERRADA DE CONÍFERAS<br />

Destinada para indústria da construção civil,<br />

embalagens, móveis, segmentos de molduras,<br />

portas e outros produtos, a madeira serrada de<br />

coníferas teve um crescimento médio anual de<br />

2,1% no cenário mundial e a exportação, em termos<br />

de volume cresceu 4,2% entre 2021 e 2022,<br />

acumulando 44% de crescimento mundial na<br />

década.<br />

No Brasil, em 2021, 3,2 milhões de m 3 (metros<br />

cúbicos) da produção foi para exportação. A<br />

produção nacional ficou em 8,2 milhões de m 3 ,<br />

sendo os estados de Santa Catarina, Paraná e<br />

Rio Grande do Sul os principais produtores de<br />

madeira serrada de coníferas no país. Em 2020 a<br />

produção foi de 8,1 milhões de m 3 .<br />

Apesar deste volume de produção, ao longo<br />

da última década houve um declínio na média<br />

anual de -1,3% no Brasil, com queda acentuada<br />

entre 2012 e 2015. Mesmo com a redução na<br />

produção na última década, a madeira brasileira<br />

vem ganhando cada vez mais espaço na exportação,<br />

com crescimento contínuo, sendo os EUA<br />

(Estados Unidos da América), México e China os<br />

principais destinos.<br />

MADEIRA SERRADA DE FOLHOSAS<br />

Já a madeira serrada de folhosas, baseada<br />

principalmente em madeira tropical de florestas<br />

nativas, tem os Estados do Paraná, Mato Grosso<br />

e Pará como maiores produtores. Ao contrário<br />

da madeira serrada de coníferas, a madeira serrada<br />

de folhosas teve redução na produção e<br />

consumo na última década no Brasil. Em 2021<br />

a produção foi de 1,8 milhões de m 3 , sendo 461<br />

mil m 3 para exportação. Em 2020 a produção em<br />

volume chegou a 1,9 milhões m 3 .<br />

54 referenciaindustrial.com.br MAIO 2023


Destinada para fabricação e beneficiamento<br />

de produtos florestais, como móveis, pisos, decks,<br />

portas, janelas e outros, a madeira serrada<br />

de folhosos do Brasil teve como principais destinos<br />

o Vietnã, EUA e Holanda em 2021. No cenário<br />

mundial a produção da madeira serrada de<br />

folhosas teve um aumento discreto de 0,2%.<br />

MERCADO INTERNACIONAL<br />

Apesar dos avanços em tecnologias voltadas<br />

ao manejo de florestas nativas, certificação e<br />

verificação da legalidade da madeira o comércio<br />

mundial de madeira serrada de folhosas tem enfrentado<br />

desafios como a alteração na preferência<br />

do consumidor, e redução da participação de<br />

produtos de origem nativa em competição com<br />

produtos da madeira de florestas plantadas, o<br />

que tem colaborado para menores níveis de produção.<br />

O Brasil, com vasta área de florestas nativas<br />

e atento a estas possibilidades que podem<br />

dificultar o mercado mundial tem avançado em<br />

sistemas de rastreabilidade para demonstrar que<br />

a madeira tem origem legal, o que é fundamental<br />

para melhor o posicionamento no mercado internacional.<br />

A PRODUÇÃO E EXPORTAÇÃO<br />

DE MADEIRA SERRADA DE<br />

CONÍFERAS E FOLHOSA TEM SIDO<br />

CRESCENTE, CONTRIBUINDO PARA A<br />

BALANÇA COMERCIAL NACIONAL<br />

VOLUME DE PRODUÇÃO E EXPORTAÇÃO EM 2021<br />

Madeira serrada de coníferas em 2021<br />

8,2 milhões de m 3<br />

3,2 milhões de m 3 foi para exportação<br />

Madeira serrada de folhosas em 2021<br />

1,8 milhões de m 3<br />

461 mil m 3 foi para exportação<br />

MAIO 2023 55


INAUGURAÇÃO<br />

BIESSE BRASIL<br />

AGORA EM CURITIBA<br />

56 referenciaindustrial.com.br MAIO 2023


INAUGURAÇÃO DO SHOWROOM NA CAPITAL DO PARANÁ<br />

CONTOU COM AUTORIDADES E MOSTRA DE TECNOLOGIA<br />

Fotos: Emanuel Caldeira<br />

C<br />

om a presença de autoridades, clientes<br />

e diretores da empresa, o grupo Biesse<br />

inaugurou oficialmente sua filial no Brasil. A<br />

empresa de origem italiana promoveu uma<br />

semana de portas abertas, o Biesse Inside,<br />

quando clientes e interessados puderam conferir de<br />

perto as máquinas e tecnologias da Biesse no showroom<br />

inaugurado em Curitiba no final do mês de abril.<br />

O governador do Paraná, Carlos Massa Ratinho Junior<br />

participou da inauguração do escritório brasileiro<br />

do Grupo Biesse, além do presidente da Câmara de Co-<br />

mércio Brasil-Itália, Francesco Pallaro e da cônsul interina<br />

da Itália em Curitiba, Maria Salamandra, entre outros.<br />

A empresa fabrica sistemas e máquinas para as<br />

indústrias de móveis de madeira e de vidro e está presente<br />

no Brasil desde 1987. A inauguração da filial no<br />

país é uma ampliação do grupo que, com a unidade<br />

em Curitiba estará mais próximo de clientes no Brasil e<br />

de países da América do Sul. A semana de inauguração<br />

contou com visitantes de Estados do Rio Grande do Sul,<br />

Santa Catarina, e de países como Peru, Chile, Uruguai,<br />

Argentina, Venezuela, Colômbia e Equador.<br />

MAIO 2023 57


INAUGURAÇÃO<br />

INVESTIMENTO<br />

O investimento na nova sede foi de cerca de R$<br />

11,1 milhões, empregando atualmente 20 colaboradores.<br />

A expectativa é chegar a 50 empregados em<br />

até 3 anos, além de duplicar o volume de negócios<br />

atual. A unidade inaugurada em Curitiba tem 600<br />

m 2 (metros quadrados) e um showroom de 1.300<br />

m 2 , o maior da América do Sul nesse segmento. O<br />

espaço é totalmente equipado e será utilizado para<br />

demonstrar aos clientes as aplicações das máquinas<br />

produzidas pela Biesse.<br />

Durante a inauguração, o governador Ratinho<br />

Junior destacou que o Estado é um importante polo<br />

moveleiro no país e é líder nacional na produção<br />

de madeira, além de estar próximo aos principais<br />

mercados consumidores do segmento. “É motivo<br />

de orgulho para o Paraná ter sido escolhido para<br />

ser o ponto de referência para a América do Sul<br />

dessa grande multinacional italiana. Somos um polo<br />

É MOTIVO DE ORGULHO<br />

PARA O PARANÁ TER SIDO<br />

ESCOLHIDO PARA SER O PONTO DE<br />

REFERÊNCIA PARA A AMÉRICA DO<br />

SUL DESSA GRANDE<br />

MULTINACIONAL ITALIANA<br />

CARLOS MASSA RATINHO JUNIOR -<br />

GOVERNADOR DO PARANÁ<br />

58 referenciaindustrial.com.br MAIO 2023


moveleiro no Brasil, setor que é muito importante para a<br />

economia do Estado”, discursou.<br />

ESTRUTURA LOGÍSTICA<br />

Para o diretor Regional da Biesse para as Américas,<br />

Federico Broccoli, a expectativa com a nova filial é<br />

atender o mercado da América do Sul com mais agilidade<br />

e competência. “A Biesse iniciou sua expansão no<br />

mercado internacional pela América, com a instalação<br />

de indústrias no Canadá e nos EUA (Estados Unidos da<br />

América), mas sempre houve a necessidade de ampliar<br />

os negócios nessa região do mundo, até porque foi ela<br />

que nos permitiu crescer e chegar onde estamos”, destacou<br />

Federico.<br />

O diretor Financeiro da Biesse no Brasil, Eduardo<br />

Toledo, colocou a estrutura da cidade e a proximidade<br />

com os polos moveleiros de Santa Catarina e Rio Grande<br />

do Sul entre os motivos pela escolha de Curitiba para<br />

a implantação de sua filial. “Foi uma escolha estratégica,<br />

porque Curitiba é uma capital cosmopolita, com um<br />

ambiente de negócios muito bom, que vem crescendo<br />

muito nos últimos anos, além de estar muito próxima do<br />

polo moveleiro da região sul”, destacou.<br />

Operando em mais de 160 países, a Biesse possui 14<br />

fábricas e 29 filiais, com presença direta nos principais<br />

mercados mundiais. A empresa conta com cerca de 4,4<br />

mil funcionários e tem um volume de negócios avaliado<br />

em R$ 4,4 bilhões, com a produção de 7 mil máquinas<br />

por ano.<br />

FOI UMA ESCOLHA<br />

ESTRATÉGICA PORQUE<br />

CURITIBA É UMA CAPITAL<br />

COSMOPOLITA, COM UM AMBIENTE<br />

DE NEGÓCIOS MUITO BOM, QUE<br />

VEM CRESCENDO MUITO NOS<br />

ÚLTIMOS ANOS, ALÉM DE ESTAR<br />

MUITO PRÓXIMA DO POLO<br />

MOVELEIRO DA REGIÃO SUL<br />

EDUARDO TOLEDO – DIRETOR<br />

FINANCEIRO DA BIESSE BRASIL<br />

MAIO 2023 59


ARTIGO<br />

COMPORTAMENTO DA MADEIRA A<br />

TEMPERATURAS<br />

ELEVADAS<br />

Fotos: divulgação<br />

JESÚS MANRIQUEZ FIGUEROA<br />

UFSC (UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA<br />

CATARINA), FLORIANÓPOLIS (SC) - BRASIL<br />

POLIANA DIAS DE MORAES<br />

UFSC (UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA<br />

CATARINA), FLORIANÓPOLIS (SC) - BRASIL<br />

60 referenciaindustrial.com.br MAIO 2023


RESUMO<br />

N<br />

o Brasil, a combustibilidade da madeira<br />

e a insegurança diante de potenciais<br />

riscos relacionados a incêndios são<br />

consideradas restrições para a construção<br />

de edificações com sistemas<br />

estruturais em madeira. Essa situação<br />

é fruto do desconhecimento do comportamento<br />

da madeira em relação ao fogo. Nesse contexto, o<br />

objetivo deste trabalho é apresentar uma revisão<br />

bibliográfica abrangente sobre o comportamento<br />

da madeira a temperaturas elevadas, abordando<br />

assuntos relativos à degradação térmica, à taxa de<br />

carbonização e à influência da temperatura sobre<br />

as propriedades mecânicas da madeira. Essas informações<br />

podem contribuir para o aprimoramento de<br />

modelos numéricos sobre o comportamento termomecânico<br />

de estruturas de madeira em situação de<br />

incêndio, para a construção de edificações mais seguras<br />

e também para a eliminação do preconceito<br />

relativo ao uso desse material na construção civil.<br />

MAIO 2023 61


ARTIGO<br />

INTRODUÇÃO<br />

A madeira é um dos materiais de construção<br />

mais antigos e possui enormes potencialidades na<br />

indústria da construção. Ela tem bom desempenho<br />

quando aplicada em edifícios projetados, construídos<br />

e mantidos de forma adequada, porém seu<br />

uso como material de construção é limitado devido<br />

ao preconceito relativo à sua reação ao fogo.<br />

A madeira é um material combustível e, como os<br />

demais materiais combustíveis sólidos, quando<br />

aquecida, produz gases combustíveis que, quando<br />

expostos ao calor, queimam e produzem chama. Os<br />

gases quentes e as chamas, por sua vez, aquecem<br />

a porção de madeira ainda não atingida pelo calor<br />

e promovem a liberação de mais gases inflamáveis,<br />

gerando um processo em cadeia que alimenta a<br />

combustão.<br />

A madeira, quando é submetida a uma situação<br />

de incêndio, irá queimar. Porém, tanto a madeira<br />

quanto o carvão oriundo da combustão da primeira<br />

são isolantes térmicos e retardam o fluxo de calor<br />

para o interior da seção, abrandando a velocidade<br />

da degradação térmica e retardando o avanço<br />

da frente de carbonização. Dessa forma, quando<br />

submetidos ao fogo, os elementos estruturais de<br />

madeira exibem em seus interiores, após a camada<br />

carbonizada, uma estreita camada aquecida, cujas<br />

propriedades mecânicas são afetadas pelo calor,<br />

e um núcleo inalterado. Segundo White (2002), a<br />

resistência ao fogo de um elemento ou estrutura<br />

de madeira depende da existência de uma camada<br />

protetora ou espessura da camada carbonizada<br />

da madeira e das dimensões da seção residual, as<br />

quais dependem da taxa de carbonização da espécie<br />

de madeira usada.<br />

INFLUÊNCIA DA TEMPERATURA SOBRE OS<br />

POLÍMEROS DE MADEIRA<br />

Vários trabalhos foram realizados sobre a influência<br />

da temperatura nos polímeros da madeira,<br />

principalmente sobre seu amolecimento, o qual é<br />

caracterizado pela temperatura de transição vítrea<br />

(Back; Salmén, 1982; Bhuiyan; Hirai; Sobue, 2000;<br />

Fengel, 1967; Fengel; Wegener, 1984; Goring, 1963;<br />

Hatakeyama; Hatakeyama; Nakano, 1974; Irvine,<br />

1984; Mangalam, 2005; Zeronian, Menefee, 1976;<br />

Poncsák et al., 2006; Salmén, 1982; Schaffer, 1973;<br />

Sivonen et al., 2002; Yano; Hatakeyama; Hatakeyama,<br />

1976; Yildiz; Gümüskaya, 2007; Olsson; Salmén,<br />

1997). A transição vítrea é a passagem de um estado<br />

desordenado rígido (vítreo) do polímero para um<br />

estado desordenado maior, no qual as cadeias poliméricas<br />

possuem uma maior mobilidade. Essa mobilidade,<br />

no caso de algumas classes de polímeros<br />

naturais como a hemicelulose, a celulose e a lignina,<br />

dá origem a um comportamento menos rígido. A<br />

lignina e a hemicelulose são polímeros amorfos e<br />

essencialmente termoplásticos para os quais o principal<br />

ponto de amolecimento é aquele da transição<br />

vítrea. As transições vítreas da madeira estão ligadas<br />

à temperatura, ao teor de umidade, ao peso molecular<br />

do polímero, à natureza do material, se ele<br />

está em sua forma isolada ou se está na forma de<br />

madeira, na forma cristalina ou amorfa.<br />

INFLUÊNCIA DA TEMPERATURA SOBRE AS<br />

PROPRIEDADES MECÂNICAS DA MADEIRA<br />

Vários trabalhos foram realizados para determinar<br />

a influência da temperatura sobre as propriedades<br />

mecânicas da madeira submetida a altas<br />

temperaturas (Gerhards, 1982; Green; Winandy;<br />

Kretschmann, 1999; Knudson; Schniewind, 1975;<br />

Kollmann; Côté, 1968 Lau; Barret, 1979; Manríquez,<br />

2008; Moraes, 2003; Moraes; Rogaume; Triboulot,<br />

2005; Nyman, 1980; Ohsawa; Yoneda, 1978; Ostman,<br />

1985; Pescador, 2008; Preusser, 1968; Sano, 1961;<br />

Schaffer, 1967, 1973, 1986). Essa influência pode se<br />

manifestar por meio de efeitos temporários e efei-<br />

62 referenciaindustrial.com.br MAIO 2023


tos permanentes, os quais dependem do grau de<br />

degradação do material causado pela exposição ao<br />

calor e pela temperatura.<br />

Os efeitos permanentes não desaparecem<br />

depois do resfriamento da madeira e ocorrem a<br />

temperaturas superiores a 65ºC (graus Celsius),<br />

sem perda significativa de peso dos carboidratos.<br />

Dependem da temperatura e do teor de umidade<br />

da madeira e são oriundos, provavelmente, das<br />

reações de despolimerização, nas quais a ruptura<br />

das ligações químicas começa a ocorrer a temperaturas<br />

superiores a 100ºC. Os efeitos permanentes se<br />

manifestam pela perda do peso dos carboidratos,<br />

perda de água de adesão e pelo amolecimento da<br />

lignina (Atreya, 1983; Bryden, 1998; Browne, 1958;<br />

Miller; Bellan, 1996; Shafizadeh, 1985) e refletem diretamente<br />

nas propriedades mecânicas da madeira.<br />

CONCLUSÃO<br />

Este trabalho apresenta uma revisão bibliográfica<br />

abrangente sobre o comportamento da madeira<br />

em situação de incêndio, na qual são discutidos<br />

assuntos como degradação térmica, taxas de carbonização,<br />

influência da temperatura sobre os polímeros<br />

da madeira e influência da temperatura sobre as<br />

propriedades mecânicas da madeira.<br />

Esta pesquisa leva às seguintes conclusões: o<br />

conhecimento do comportamento da madeira submetida<br />

a temperaturas elevadas permite o desenvolvimento<br />

de modelos numéricos avançados para<br />

a modelagem do comportamento das estruturas de<br />

madeira em situação de incêndio; a madeira, quando<br />

exposta ao calor, apresenta a degradação térmica<br />

de seus polímeros, a redução de suas propriedades<br />

mecânicas e a carbonização de sua superfície;<br />

as taxas de carbonização das madeiras variam<br />

conforme a massa específica, o teor de umidade, a<br />

espécie de madeira, as dimensões da peça de madeira,<br />

a forma da seção transversal e a intensidade<br />

do fluxo de calor. Em geral, situam-se entre 0,37 e<br />

0,80 mm/min. Os valores próximos a 0,37 são para<br />

madeiras mais densas e teores de umidade mais<br />

elevados, enquanto os próximos a 0,80 mm/min são<br />

para madeiras secas e com baixa massa específica.<br />

Os valores mais recomendados para o projeto de<br />

estruturas de MLC (madeira laminada colada) são<br />

próximos a 0,65 mm/min; e a redução das propriedades<br />

mecânicas em função da temperatura indica<br />

a necessidade de empregar um fator redutor das<br />

propriedades obtidas à temperatura ambiente.<br />

Link de acesso: https://www.scielo.br/j/<br />

ac/a/84J9dfRHFVdzF35xnjscXty/?format=html#<br />

MAIO 2023 63


AGENDA<br />

AGENDA<br />

2023<br />

MAIO 2023<br />

15 A 19<br />

AGOSTO 2023<br />

09 A 11<br />

AGOSTO 2023<br />

28 A 31<br />

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LOCAL: RIBEIRÃO PRETO (SP)<br />

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FIMMA E MOVELSUL 2023<br />

LOCAL: BENTO GONÇALVES (RS)<br />

INFORMAÇÕES:<br />

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MÓVEL BRASIL 2023<br />

15 A 19 DE MAIO<br />

LOCAL: BALNEÁRIO CAMBORIÚ (SC)<br />

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ESPAÇO ABERTO<br />

NOVO RELATÓRIO<br />

CLIMÁTICO FAZ ULTIMATO<br />

PARA COMUNIDADE MUNDIAL<br />

N<br />

o último mês de março o mundo teve acesso<br />

ao VI relatório produzido pelo IPCC (Painel<br />

Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas,<br />

na sigla em português), um importante<br />

instrumento de avaliação científica sobre a<br />

mudança do clima, suas implicações e possíveis riscos futuros,<br />

bem como para propor políticas imediatas de preservação<br />

ambiental. Criado em 1988 pelo programa da ONU<br />

(Organização das Nações Unidas) para o Meio Ambiente e<br />

pela OMM (Organização Meteorológica Mundial), o IPCC<br />

é a maior autoridade mundial a respeito do aquecimento<br />

global, sendo responsável por determinar o cenário sobre<br />

a mudança do clima, identificação de consenso na comunidade<br />

científica para promover as ações, e em que áreas<br />

mais pesquisas são necessárias.<br />

Neste novo informe, ao longo de suas 37 páginas,<br />

os 95 cientistas pontuam que os esforços para reduzir as<br />

emissões de GEE (gases de efeito estufa) não têm sido suficientes.<br />

Além disso, as opções disponíveis para adaptação<br />

às mudanças climáticas estão se tornando mais limitadas e<br />

menos eficazes a cada incremento no aquecimento. Com<br />

isso, a década atual é crucial para mitigar efeitos de um<br />

clima que já está mudando para pior. Ou seja, as consequências<br />

já estão sendo impostas e, daqui para frente, só<br />

nos resta trabalhar para que sejam menos danosas para a<br />

sociedade.<br />

É unânime entre a comunidade internacional de que<br />

se trata de um alerta final e que algo precisa ser feito, já<br />

que as concentrações de dióxido de carbono estão no seu<br />

ponto mais alto em pelo menos 2 milhões de anos. Para<br />

se ter uma ideia ainda melhor sobre a gravidade, o estudo<br />

mostra que mais de 3 bilhões de pessoas vivem em locais<br />

altamente vulneráveis às mudanças climáticas. Outro dado<br />

alarmante apresentado é que a temperatura média global<br />

já está 1,1°C (graus Celsius) mais alta na comparação com<br />

os níveis pré-industriais. O resultado disso já estamos vivenciando:<br />

eventos climáticos extremos mais frequentes e<br />

intensos, com incêndios florestais, inundações e muito prejuízo<br />

para a vida em todas as regiões do mundo.<br />

De acordo com as conclusões, ações climáticas urgentes<br />

são necessárias em todas as frentes e devem ser priorizadas<br />

o quanto antes. Parafraseando o filme vencedor do<br />

Oscar 2023, para a ONU, as iniciativas precisam de tudo em<br />

todo o lugar ao mesmo tempo. Há, ainda, metas que deverão<br />

ser perseguidas: limitar o aquecimento da temperatura<br />

a 1,5°C até 2030, diminuição das emissões de GEE quase<br />

POR<br />

ANDREA<br />

COMINATO<br />

DIRETORA DE<br />

MARKETING E<br />

SUSTENTABILIDADE<br />

DO GRUPO<br />

NEW SPACE<br />

pela metade - com freio na produção de combustíveis fósseis<br />

- e atingir emissões líquidas de CO 2<br />

negativas no início<br />

da década de 2050. Por fim, os investimentos anuais na<br />

redução de GEE nesta década devem ser três a seis vezes<br />

maiores dos níveis atuais, para conter o aumento da temperatura.<br />

Esse aumento é crucial para reforçar a resiliência<br />

climática, especialmente nos países em desenvolvimento.<br />

Só que diferentemente do que estamos acostumados até<br />

então, essas metas serão perseguidas com os impactos já<br />

atingindo a nossa sociedade.<br />

Apesar do cenário altamente desfavorável, o Brasil tem<br />

uma janela de oportunidades para se destacar, graças principalmente<br />

à sua matriz energética mais diversificada, com<br />

participação expressiva de fontes de energia renováveis.<br />

É preciso ter políticas descarbonizadas e, nesse contexto,<br />

sempre gosto de valorizar o papel do CDP (Carbon Disclosure<br />

Project), considerado a maior e mais importante iniciativa<br />

mundial de monitoramento, gestão e divulgação de<br />

insights a respeito do tema. O Grupo New Space faz parte<br />

desde 2009, reportando, anualmente, as nossas emissões<br />

de carbono em um inventário de emissões de GEE, visando<br />

sempre as melhores práticas de modo a reduzirmos os impactos<br />

nas mudanças climáticas e progressões em relação<br />

ao inventário anterior.<br />

Porém, o VI relatório do ICCP foi claro: por ser um desafio<br />

de magnitudes globais, são necessárias mais do que<br />

ações corporativas. O período exige soluções globais, com<br />

cada país necessitando fazer a sua parte. Exigir que os<br />

outros se movam primeiro só garante que a humanidade<br />

venha em último lugar. Infelizmente, urgência e emergência<br />

são conceitos que andam cada vez mais próximos. A natureza<br />

é inegociável e a mudança precisa iniciar agora.<br />

Foto: divulgação<br />

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