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A outra - Mary Kubica

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de chá. Ela adorava colocar as bonecas e os bichinhos em um

círculo no chão, à beira do tapete de malha listrado, e servir

a cada um uma xicrinha de chá e um donut de plástico. Ela

pegava um livro na estante e lia em voz alta para seus

amigos antes de colocá-los na cama.

Mas, às vezes, Mouse não brincava com seus bichinhos e

bonecas.

Às vezes, ela ficava em sua cama e fingia que o chão ao

seu redor era lava quente escorrendo do vulcão do outro lado

do quarto. Ela não podia pisar no chão por risco de morte.

Nesses dias, Mouse ia da cama para cima de uma mesa para

ficar segura. Ela andava precariamente por cima da mesinha

branca, cujas pernas tremiam, ameaçando se quebrar. Mouse

não era uma menina grande, mas a mesa era velha, frágil.

Não era para aguentar uma criança de seis anos.

Mas isso não importava, porque logo Mouse estava

subindo em um cesto cheio de roupas sujas. Ao fazê-lo, ela

tomava cuidado para não pisar no chão, dando um suspiro

de alívio quando já estava em segurança dentro do cesto.

Porque, embora o cesto estivesse no chão, era seguro. A lava

não o podia engolir porque ele era feito de titânio, e Mouse

sabia que o titânio não derretia. Ela era uma garota

inteligente, mais inteligente que qualquer outra menina de

sua idade que ela conhecia.

Dentro do cesto de roupa suja, a garota cavalgava as

ondas do vulcão até que a lava esfriasse e formasse uma

crosta, e o solo estivesse seguro para voltar a andar. Só então

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