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A outra - Mary Kubica

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amargas quanto em Chicago nesta época do ano, embora

faça frio.

O que ouvimos dizer é que a baía costuma congelar no

inverno, e as balsas são forçadas a vencer banquisas para

transportar as pessoas indo e vindo do continente. Parece

que houve um inverno em que a balsa ficou presa e os

passageiros foram obrigados a atravessar metros de gelo

para chegar à costa, até que a Guarda Costeira veio com um

cortador.

É perturbador pensar nisso. Meio sufocante, para ser

sincera, a ideia de ficar presa na ilha, isolada do resto do

mundo por uma gigantesca camada de gelo.

— Acordou cedo — diz o policial Berg.

— Assim como você — respondo.

— O dever me chama — diz ele, batendo no distintivo.

— O meu também — respondo, com o dedo pronto para

fechar a janela para poder ir embora.

Joyce e Emma estão me esperando, e, se eu não chegar

logo, vou ouvir um monte. Joyce é uma defensora da

pontualidade.

O policial Berg olha para o relógio e chuta que a clínica

deve abrir por volta de oito e meia. Digo que sim. Ele

pergunta:

— Tem um minutinho, dra. Foust?

Se for rápido, digo.

Levo o carro para mais perto do meio-fio e ponho o

câmbio em Park. O policial Berg contorna-o pela frente e

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