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A outra - Mary Kubica

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Ao subir, checo de novo os meninos. Estão exatamente

como os deixei.

Mas, quando passo dessa vez, a porta de Imogen tem uma

fresta aberta. Não está mais fechada. Não está mais

trancada. O corredor é estreito e escuro, mas tem luz

suficiente para eu não andar às cegas. Um brilho fraco do

abajur da sala de estar sobe até mim, ajudando-me a ver.

Meus olhos correm para a fresta de dois centímetros entre a

porta de Imogen e o batente. Não estava assim da última vez

que passei. O quarto de Imogen, como o de Otto, fica de

frente para a rua. Vou até a porta dela e a empurro, abrindoa

mais dois ou três centímetros, só o suficiente para que eu

possa ver dentro. Ela está deitada na cama, de costas para

mim. Se finge dormir, está se saindo muito bem. Sua

respiração é rítmica e profunda. Vejo o movimento de subir e

descer do lençol. Suas cortinas estão abertas, a luz da lua

entra no quarto. A janela, como a porta, tem uma fresta

aberta. O quarto está gelado, mas não vou correr o risco de

entrar para fechá-la.

De volta ao nosso quarto, chacoalho Will para acordá-lo.

Não vou lhe contar sobre Imogen porque não há nada a

dizer. Ela deve ter ido ao banheiro. Ficou com calor e abriu a

janela. Isso não é crime. Mas há outros questionamentos no

fundo de minha cabeça.

Por que não ouvi a descarga?

Por que não notei o frio do quarto da primeira vez que

passei?

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