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A outra - Mary Kubica

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Ao meu lado, Will dorme como uma pedra. Mas eu não.

Porque, enquanto estou deitada sem conseguir dormir,

começo a me perguntar se o assassino ainda está na ilha

conosco ou se já se foi.

Ao pensar nisso, deslizo para fora da cama; meu coração

acelera. Tenho que ter certeza de que as crianças estão bem.

As cachorras, em suas caminhas no canto do quarto,

percebem e se levantam também. Faço sshhh para elas

quando Will se vira na cama, puxando o lençol.

No piso de madeira, sinto meus pés descalços frios. Mas

está escuro demais para procurar meus chinelos. Saio do

quarto e sigo pelo corredor estreito.

Vou primeiro ao quarto de Tate. Paro diante da porta.

Tate dorme com a porta aberta e uma luz acesa para manter

os monstros afastados. Seu corpinho está no meio da cama,

e ele segura firmemente entre os braços um chihuahua de

pelúcia. Em paz, ele dorme, com seus sonhos ininterruptos

por pensamentos de assassinato e morte – ao contrário dos

meus. Fico imaginando com o que está sonhando. Talvez

com cachorrinhos e sorvete.

O que Tate sabe da morte? O mesmo que eu sabia da

morte quando tinha sete anos, se é que sabia de alguma

coisa. Vou para o quarto de Otto. Há um telhado em frente à

janela do cômodo, um telhado de ardósia que paira sobre a

varanda da frente. Uma série de colunas fáceis de escalar o

mantém em pé. Entrar ou sair não seria muito difícil no

meio da noite.

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