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A outra - Mary Kubica

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beco adjacente. Ali, naquele beco, ele me apoiou contra um

prédio; passou a mão por baixo de meu vestido, apertou sua

boca na minha. Não aqui, eu disse, pensando apenas nele.

Para mim tudo bem fazer aquilo ali, mas ele tinha um

casamento, uma reputação. Eu não tinha nem uma coisa

nem outra. Vamos para algum lugar, eu disse em seu ouvido.

Havia um hotel que ele conhecia, a meio quarteirão de

distância. Não era o Ritz, mas serviria. Subimos as escadas

correndo para o quarto.

Lá, ele me jogou na cama, fez o que quis comigo. Quando

terminamos, ficamos deitados na cama, respirando

pesadamente, tentando recuperar o fôlego.

Will foi o primeiro a falar. Foi… Ele ficou sem palavras

quando acabamos, mas estava radiante.

Ele tentou de novo: Foi incrível. Você, disse, ajoelhado

sobre mim, com as mãos em ambos os lados de minha

cabeça, olhos nos meus, é incrível.

Eu dei uma piscadinha e disse: Você não é tão ruim assim.

Ele me olhou por um tempo. Nunca um homem me olhou

assim, como se nunca se cansasse. Disse que estava

precisando disso, mais do que eu jamais saberia. Uma fuga

da realidade. Disse que meu timing havia sido impecável. Ele

estava tendo um dia de merda, uma semana de merda.

Foi perfeito.

Você, disse ele, devorando-me com os olhos, é perfeita.

Ele listou os motivos para mim. Meu coração ia inchando

conforme ele falava: meu cabelo, meu sorriso, meus olhos.

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