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A outra - Mary Kubica

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instantâneo, não. Foi preciso certo poder de persuasão, que

para mim é natural. Regra número um: reciprocidade. Eu

faço algo por você e, em troca, você faz algo por mim.

Limpei a mostarda dos lábios dele. Vi que seu copo estava

vazio. Peguei-o e o enchi de novo na máquina de

refrigerante.

Não precisava fazer isso, ele disse enquanto eu me sentava

e deslizava sua Pepsi sobre a mesa, certificando-me de que

nossas mãos se tocassem. Eu mesmo poderia ter pegado.

Eu sorri e disse: Sei que não precisava. Mas eu quis, Will.

E assim, ele me devia algo.

Há também a simpatia. Eu consigo ser extremamente

simpática quando quero. Sei exatamente o que dizer, o que

fazer, como ser charmosa. O truque é fazer perguntas

abertas, levar as pessoas a falarem de si mesmas. Isso faz

com que se sintam as mais interessantes do mundo.

Há também a importância do toque. É muito mais fácil

obter complacência com um simples toque no braço, no

ombro, na coxa…

Isso somado ao fato de que o casamento dele com Sadie

parecia mais um guia de abstinência, pelo que vi. Will

precisava de algo que só eu poderia lhe dar.

Ele não disse sim de cara. Sorriu timidamente, ficou

vermelho. Disse que tinha uma reunião, que precisava estar

em outro lugar.

Não posso, disse. Mas eu o convenci de que podia. Porque,

nem quinze minutos depois, estávamos descendo por um

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