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A outra - Mary Kubica

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Americana; gente que liga para a emergência e desliga. Mas

não isto. Não assassinato.

Há poucos patrulheiros na ilha, sendo o policial Berg um

deles. Muitas vezes, eles vão até a balsa para garantir que

todos cheguem e partam sem problemas – não que haja

problemas. Pelo menos não nesta época do ano; se bem que

tenho ouvido falar das mudanças que veremos no verão,

quando abundam os turistas. Mas, por enquanto, tudo é

pacífico e silencioso. As únicas pessoas na balsa são os

passageiros diários que atravessam a baía para estudar e

trabalhar.

— Que tipo de perguntas? — digo.

Otto está sentado torto em uma cadeira no canto da sala,

mexendo na franja de uma almofada. Vejo os fios azuis se

soltarem em suas mãos. Seus olhos parecem cansados.

Preocupo-me com o estresse que está causando nele o fato

de ouvir um policial dizer que uma vizinha foi assassinada.

Fico imaginando se ele está assustado por causa disso. Sei

que eu estou. É uma ideia incompreensível. Um assassinato

tão perto de nossa casa. Estremeço ao pensar no que

aconteceu na casa dos Baines na noite passada.

Olho para o andar de cima em busca de Imogen e Tate.

Como se soubesse o que estou pensando, Will diz:

— Imogen ainda não chegou da escola.

E o policial Berg, interessado nisso, pergunta:

— Não?

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