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A outra - Mary Kubica

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Eu comprei as cápsulas vazias pela internet. Enchi-as

com amido de milho e substituí as que o médico prescreveu

por elas. Sadie as tomava como uma boa menina, mas, às

vezes, queixava-se, dizia que os remédios a deixavam

cansada e confusa, porque era isso que os remédios

deveriam fazer.

Ela é tão sugestionável às vezes.

Sirvo o jantar para Sadie. Encho uma taça de vinho para

ela. Sento-a à mesa e, enquanto ela come, esfrego seus pés

frios e sujos. Estão manchados e cinza.

Ela cochila à mesa; está tão cansada que dorme sentada.

Mas dorme só um segundo, no máximo, e, quando

acorda, pergunta, grogue, com a voz arrastada devido ao

cansaço:

— Como você chegou a casa na tempestade? Otto disse

que as balsas não estavam funcionando.

Tantas perguntas. Tantas malditas perguntas.

— Táxi aquático.

— A que horas?

— Não sei direito. A tempo de pegar Tate.

Ela está despertando, falando claramente.

— Eles seguraram as crianças na escola o dia todo?

Mesmo com a tempestade?

— Elas ficaram lá até os pais chegarem.

— Então, você foi direto para a escola dele? Não passou

em casa primeiro? — pergunta ela.

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