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A outra - Mary Kubica

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WILL

A porta se abre. Aqui está ela, toda desleixada e descabelada

pelo vento.

Foi gentil da parte de Berg me avisar que ela havia sido

liberada.

Escondo minha surpresa. Levanto-me, vou até ela, ponho

minhas mãos em seu rosto gelado.

— Ah, graças a Deus — digo, abraçando-a. Prendo a

respiração. Ela cheira a podre. — Por fim, eles recuperaram

o bom senso — digo.

Mas Sadie me rejeita, afasta-me dizendo que eu a deixei

lá, que a abandonei, toda dramática.

— Eu não fiz isso — digo, brincando com sua fraqueza,

sua tendência a perder a noção do tempo.

Sadie se esquece de aproximadamente um quarto das

conversas que tem. Para mim, isso já se tornou normal, mas

é um incômodo para colegas de trabalho e afins. Isso torna

difícil para Sadie ter amigos, porque, superficialmente, ela

parece temperamental e distante.

— Eu disse que voltaria assim que me certificasse de que

as crianças estavam bem. Você não se lembra? Eu te amo,

Sadie. Eu nunca a teria abandonado.

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