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A outra - Mary Kubica

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Pergunto como ela pode achar que sabe essas coisas sobre

mim se nem eu mesma sei. O policial Berg é responsável por

isso, por mandá-la falar comigo, porque ele estava me

interrogando em sua sala minúscula, e, de repente, estou

aqui. Não tenho ideia de que horas são, que dia é hoje, e não

me lembro de nada que aconteceu entre uma coisa e outra.

Como cheguei aqui, a esta cadeira, nesta sala? Vim sozinha

ou eles me drogaram e me trouxeram para cá?

Essa mulher me diz que tem motivos para acreditar que

sofro de um Transtorno Dissociativo de Identidade (TDI),

que, de tempos em tempos, diferentes personalidades –

alter egos, diz ela – se alternam no controle de meus

pensamentos e meu comportamento. Ela diz que elas me

controlam.

Respiro fundo, tentando me recompor.

— Isso é impossível. Para não dizer que é totalmente

ridículo — digo, erguendo os braços. — Foi o policial Berg

que lhe falou isso?

Estou com raiva, perco a compostura. Será que não há

nada que Berg não faça para me culpar do assassinato de

Morgan Baines?

— Isso não é muito profissional, é antiético e ilegal —

retruco, perguntando quem é o chefe para que eu possa

exigir falar com ele.

Ela não responde a nenhuma de minhas perguntas.

— Você é propensa a períodos de apagões, dra. Foust?

Trinta minutos, uma hora que você não consegue se

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