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A outra - Mary Kubica

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— Ele disse, é?

— Sim, dra. Foust, ele disse. Disse que nunca teve receio

de que você agisse com base nesses sentimentos. Mas

também disse que você não anda bem ultimamente. Que não

é você mesma. Ele mencionou um ataque de pânico, uma

demissão forçada. Você não é do tipo violento, segundo Will.

Mas — diz ele, repetindo suas próprias palavras —, ele disse

que você não tem sido você mesma ultimamente — afirma.

— Tem algo a falar sobre isso?

Não respondo. Uma dor de cabeça começa nesse

momento, sobe pela nuca, me apunhala entre os olhos.

Fecho-os com força, pressionando minhas têmporas com as

pontas dos dedos para aliviar a dor. Minha pressão deve ter

caído, porque está difícil ouvir. O policial Berg está falando,

perguntando se estou bem, mas suas palavras estão mais

abafadas que antes. Estou embaixo d’água.

Uma porta se abre e depois se fecha. O policial Berg está

falando com outra pessoa. Eles não encontraram nada. Mas

estão realizando uma busca em minha casa porque Will lhes

deu permissão.

— Dra. Foust? Dra. Foust?

Uma mão sacode meu ombro.

Quando abro os olhos, um velho está olhando para mim.

Está praticamente babando. Procuro um relógio. Olho para

minha blusa; uma blusa de pijama azul, totalmente

abotoada, que me dá ânsia de vômito. Mal consigo respirar.

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