30.04.2023 Views

A outra - Mary Kubica

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Mas Mamãe Falsa a viu, assim como viu Bert.

Mamãe Falsa acendeu a luz do quarto. O brilho subjugou

os olhos cansados e dilatados de Mouse, de modo que, a

princípio, ela não conseguia ver. Mas podia ouvir. Mamãe

Falsa falou com voz serena, de uma maneira que assustou

Mouse ainda mais. Ela entrou no quarto com passos lentos e

deliberados, mas Mouse teria desejado que ela entrasse

correndo, gritando, e depois fosse embora. Porque, assim,

tudo logo acabaria.

O que eu falei sobre se comportar, Mouse?, perguntou Mamãe

Falsa, aproximando-se da cama, passando por Bert e sua

gaiola. Ela pegou a borda da colcha de Mouse e a puxou,

revelando a garota com seu pijama de unicórnio embaixo,

que ela vestira sem que ninguém tivesse que lhe mandar

vestir. Ao lado de Mouse, na cama, estava Sr. Urso. Você

achou que se comportar não significava dar descarga ou limpar o

assento depois de mijá-lo todo, o mesmo assento em que eu tenho

que me sentar?

O sangue de Mouse gelou. Ela não precisou pensar para

saber do que Mamãe Falsa estava falando. Ela sabia. E ela

sabia que não adiantava explicar, mas tentou mesmo assim.

Sua voz tremia enquanto ela falava. Ela contou a Mamãe

Falsa o que havia acontecido. Que ela tentara não fazer

barulho. Que não queria acordar Mamãe Falsa. Que ela não

tivera intenção de fazer xixi no assento. Que ela não dera

descarga porque sabia que faria barulho.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!