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A outra - Mary Kubica

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Assim, ele poderia fazer a coisa imediatamente, no dia

seguinte.

— Nós entramos, lembra, mãe? Entramos pela janela e

fomos examinar todas as facas, para ver qual seria a melhor.

Você decidiu.

Ele me explica que escolhi a faca de chef por causa do

tamanho.

Segundo Otto, eu peguei a pedra de amolar de Will e afiei

a faca. Eu disse algo mordaz, tipo que uma faca afiada é mais

segura que uma cega, e sorri para ele. Coloquei a faca em sua

mochila, dentro da capa macia do notebook, atrás de todos

os seus outros pertences. Quando fechei a mochila, dei-lhe

uma piscadinha.

Não precisa se preocupar em atingir um órgão, diz Otto que

eu disse. Qualquer artéria serve.

Sinto meu estômago revirar ao pensar nisso. Levo a mão

livre à boca enquanto a bile sobe por meu esôfago. Quero

gritar: Não! Gritar que ele está errado. Que eu nunca disse

uma coisa dessas. Que ele está inventando tudo isso.

Mas, antes que eu possa responder, Otto me diz que,

antes de ir para a cama naquela noite, eu lhe disse: Não deixe

ninguém rir de você. Se rirem, cale a boca deles.

Naquela noite, Otto dormiu melhor que nunca.

Mas, na manhã seguinte, ele teve dúvidas. De repente,

ficou assustado.

Mas eu não estava lá para conversar com ele. Eu havia ido

trabalhar. Ele me ligou. Lembro-me de uma mensagem na

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