30.04.2023 Views

A outra - Mary Kubica

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

olhos, vou dormir. O peso da preocupação e da fadiga caem

sobre mim, e, de repente, sinto-me cansada. Meus olhos se

fecham.

Antes que eu possa dormir, eles se abrem de novo.

O som da porta da frente me assusta. Ela balança nas

dobradiças ao ser empurrada.

É só o vento soprando contra ela, chacoalhando-a, digo a

mim mesma.

Mas, então, ouço o som de uma chave na fechadura.

Faz só alguns minutos que Will e eu desligamos; não

mais de dez ou quinze. Ele mal teria chegado ao continente a

esta altura, muito menos esperado os passageiros

desembarcarem e embarcarem de novo. Ele não teria tido

tempo de fazer a viagem de vinte minutos de volta à baía

nem de pegar o carro no cais e chegar a casa.

Não é Will. Há mais alguém aqui.

Afasto-me, procurando um lugar para me esconder. Mas,

antes de eu dar dois passos, a porta se abre violentamente.

Ricocheteia na trava de borracha perto da parede. Ali, parado

no vestíbulo, está Otto, com a mochila no ombro. Seu cabelo

está coberto de neve, branco. Suas bochechas estão

vermelhas por causa do frio. A ponta de seu nariz também

está vermelha. Todo o resto é pálido.

Otto bate a porta com força.

— Otto — ofego, levando a mão ao peito. — O que está

fazendo aqui?

— Estou doente.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!