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A outra - Mary Kubica

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desapareceram, foram substituídas por um cesto de roupa

suja vazio e um piso limpo.

Ajoelho-me ao lado da máquina de lavar, olho embaixo e

fico grata por encontrar a toalha manchada de sangue ainda

lá. Mas fico tão horrorizada quanto fiquei ao vê-la pela

primeira vez. Todas as emoções voltam; sei que preciso

contar a Will.

Deixo a toalha onde está. Volto para a cozinha para

esperar. Sento-me à mesa. O desenho de Otto está a menos

de dois metros de distância; os olhos da cabeça decapitada

me encaram. Não suporto olhar. Espero até quase nove horas

para ligar para Will, pois sei que ele já terá levado Tate para

a escola nesse horário e já estará sozinho para podermos

conversar.

Quando Will atende, está na balsa indo para o campus.

Ele pergunta como estou me sentindo.

— Não muito bem — digo.

Ouço o som do vento chicoteando ao seu redor, soprando

no aparelho. Ele está do lado de fora, parado no convés

externo coberto de neve. Poderia estar dentro da cabine bem

aquecida, mas não está. Deve ter cedido seu lugar para outra

pessoa; isso é clássico nele; ele é altruísta.

— Precisamos conversar, Will — digo.

Ele me diz que é muito barulhento na balsa, que não é a

melhor hora, mas digo de novo:

— Precisamos conversar.

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