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A outra - Mary Kubica

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seus lábios macios roçam nos meus, sinto algo que não sinto

há muito tempo. Quero que Will continue me beijando.

Mas Tate o chama de novo e Will vai.

Subo a escada para me trocar. Sozinha no quarto, eu me

pergunto se é possível uma pessoa sonhar com um lugar

onde nunca esteve. Levo minha pergunta à internet. A

resposta não é tão fácil de encontrar em relação a lugares,

mas em relação a rostos, sim. A internet afirma que todos os

rostos que vemos em nossos sonhos são rostos que já vimos

na vida real.

Já faz mais de uma hora, mas o policial Berg ainda não

me ligou de volta.

Visto um pijama. Largo minhas roupas no cesto de roupa

suja. Está transbordando, e penso que, depois de tudo que

Will faz por nós, o mínimo que posso fazer é pôr a roupa na

máquina. Estou cansada demais para fazer isso agora, mas

amanhã, antes de ir trabalhar, farei.

Jantamos juntos. Como esperado, Imogen não aparece.

Fico revirando a comida, mal consigo comer.

— No que está pensando? — pergunta Will no final do

jantar.

Só então percebo que passei a refeição inteira olhando

para o nada.

Peço desculpas e digo que é a fadiga.

Will lava a louça. Tate vai ver TV. Otto sai correndo e

sobe. Ouço a porta do quarto dele se fechar, e só então,

quando tenho certeza de que ambos estão fora do alcance de

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