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A outra - Mary Kubica

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— Fui rapidinho, só comprar leite — diz.

Will se volta para mim, talvez só me vendo agora desde

que chegou a casa.

— Que foi, Sadie? — pergunta, deixando o leite na mesa e

vindo até mim. — Você está tremendo como uma vara verde.

Ele me abraça. Quero lhe contar as descobertas do dia.

Quero tirar tudo de meu peito, mas, por algum motivo, digo:

— Não é nada. Não tive tempo de almoçar.

Culpo o baixo nível de açúcar no sangue por minha

tremedeira. Vou lhe contar mais tarde, quando Tate não

estiver na sala ao lado esperando que Will o encontre.

— Você não pode continuar fazendo isso, Sadie — diz

Will, repreendendo-me com ternura. Ele vai até a despensa e

pega um biscoito para eu comer. Entrega-o a mim, dizendo:

— Não conte para os meninos. Nada de biscoitos antes do

jantar. Isso vai estragar seu apetite.

Ele sorri, e, mesmo depois de tudo que passamos, não

posso deixar de sorrir também, porque ele ainda está aqui: o

Will por quem me apaixonei.

Fico olhando para ele. Meu marido é bonito. Seu cabelo

comprido está puxado para trás, e tudo que posso ver é seu

queixo cinzelado, os ângulos agudos de seus pômulos e seus

olhos sedutores.

Mas, então, recordo de repente que o policial Berg disse

que Will tinha olhos para Morgan e me pergunto se é

verdade. Meu sorriso desaparece do rosto e sinto o

arrependimento começar a surgir dentro de mim. Posso ser

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